A empregada rapidamente apanhou o celular do chão e o entregou a Noemia:- Srta. Noemia, seu telefone está tocando.Noemia, torcendo o braço de Rosana com força, a empurrou para longe antes de pegar o telefone. Ao reconhecer a identificação da chamada, ela subiu imediatamente as escadas com o aparelho em mãos.- Rosana, me deixa ver, está bem? - A empregada, comovida, ajudou Rosana a se levantar do chão. Ao observar o braço da menina, percebeu que estava repleto de hematomas roxos.- Como sua mãe pode ser tão cruel! - Exclamou, com os olhos marejados de lágrimas.Rosana cobriu os hematomas com a manga da camisa, falando de maneira fraca:- Tia, estou bem.Ela já estava habituada àquela situação.A empregada suspirou interiormente, lamentando a precoce maturidade da menina.Noemia retornou ao seu quarto e atendeu a chamada.- Alô, senhor.- Inês voltou sozinha? - Indagou a voz de Pedro do outro lado da linha.Noemia franziu levemente a testa:- Hoje, na Mansão de Monte Vista, ela esta
Observando o rostinho pálido de seu filho, Inês subitamente se arrependeu de ter o trazido de volta para o país. Embora os dias no castelo fossem um pouco tediosos, eram seguros e não expunham seu filho a perigos. Valentina deu um leve tapinha no ombro de Inês, confortando ela: - Inês, não se preocupe, o médico acabou de dizer que Luís vai ficar bem.Inês assentiu, mas permaneceu em silêncio. Após todo o estresse da noite, quando Luís terminou de receber soro, já era quase meia-noite. Valentina ficou ao lado de Inês durante todo o tempo, claramente preocupada com Luís. No entanto, ela ainda achava difícil acreditar que Luís fosse filho de Inês, pois nunca tinha ouvido Inês mencioná-lo antes.Valentina olhou para Inês, hesitando várias vezes antes de perguntar sobre Luís. Vendo Inês tão preocupada, decidiu não abordar o assunto. Após um momento de reflexão, Valentina mudou de tópico: - Inês, onde você esteve nos últimos seis meses?Inês sorriu fracamente:- Não fui a lugar nenh
Inês caminhou até Emanuel, com os olhos frios, sem demonstrar qualquer emoção.- Emanuel, eu lhe digo, Luís é minha vida. Se você ousar machucá-lo novamente, nunca lhe perdoarei!Luís era seu único parente, ela sacrificaria qualquer coisa para protegê-lo.Emanuel olhou para Inês, seus olhos escuros estavam cobertos por uma camada de sombras:- Ele é a sua vida?Foi só nesse momento que Emanuel percebeu o quanto Inês valorizava Luís.Emanuel segurou o queixo de Inês, falando lentamente:- Inês, me diga, Luís é filho de quem?- Ele é meu filho.Diante da pergunta de Emanuel, Inês respondeu sem hesitação. Ele descobriria mais cedo ou mais tarde, ela nunca pensou em esconder isso de ninguém.A expressão de Emanuel mudou rapidamente, aumentando a força em sua mão:- Seu?Ela não havia dito que Luís era uma criança perdida que encontrou por acaso no País F? Por achar ele fofo, até tirou uma foto com ele.Emanuel se lembrou de ter visto Inês olhando para a foto de Luís à noite antes de dormir
Ninguém se atrevia a lhe causar tanta dor!Inês forçou a abertura da mão de Emanuel, deu um passo para trás e se encostou no tronco frio da árvore.Afinal, quem estava brincando com quem?Ele sempre dizia que a amava, mas, por causa de Dora, colocava ela repetidamente em perigo.Inês estava exausta, olhou para Emanuel com um sorriso indiferente:- Se não quer ser enganado por mim, então não apareça mais diante de mim.Ele a salvou duas vezes e também foi gravemente ferido ao ajudá-la a obter a Flor de Jade Fosca.Mas ele matou seu avô, fez com que ela perdesse um filho e também participou do ataque terrorista de cinco anos atrás...Essas complicações de causa e efeito eram demais para desembaraçar. Inês estava exausta, não queria mais se envolver com ele.Deixar um ao outro em paz talvez fosse o melhor para ambos.Inês fixou o olhar no rosto definido de Emanuel:- Emanuel, nosso rancor termina aqui. Eu não quero mais te ver nesta vida.Ela buscaria vingança contra Ângelo pela morte de
Emanuel conhecia o código da porta do apartamento de Inês, mas hesitou inicialmente em abri-la diretamente, preocupado que a surpresa pudesse assustá-los.Contudo, quando Luís abriu a porta e o viu, sem dizer uma palavra, fechou ela quase batendo em seu nariz.“Esse menino merece uma lição!”Emanuel, enfurecido, digitou o código e entrou.Ao ver Emanuel, Inês sentiu um aperto no coração e, instintivamente, protegeu Luís, o posicionando atrás de si.- Emanuel, por que você veio aqui?Foi um descuido não ter mudado o código da porta.Luís espiou por trás de sua mãe, encarando o homem à sua frente com olhos cheios de hostilidade.Emanuel fixou o olhar em Inês:- Preciso que você venha comigo ao hospital.Inês se surpreendeu, se lembrando subitamente da razão pela qual ele havia saído às pressas na noite anterior, um sorriso frio surgiu em seus lábios.Ela afagou a cabeça de Luís, dizendo:- Querido, vá dormir um pouco, mamãe logo estará com você."Mamãe."Luís segurou a mão de sua mãe, co
- Sim!Inês observou a mão que ainda estava sendo segurada por ele e sorriu friamente:- O Sr. Emanuel não sabe que quem pede deve ter a postura de quem pede?Emanuel soltou a mão de Inês:- Desde que esteja disposta a doar sangue para Dora, as condições são suas para definir!Mesmo já tendo vivido por mais de vinte anos, Emanuel estava pedindo algo a alguém de maneira tão humilde pela primeira vez.Inês moveu o pulso que havia sido machucado por ele e um sorriso amargo surgiu no canto de sua boca:- O Sr. Emanuel é realmente generoso.Ela sabia há muito tempo que, para salvar Dora, ele estaria disposto a fazer qualquer coisa.Inês bateu palmas e se sentou no sofá, cruzando as pernas de maneira relaxada:- Posso considerar doar sangue para ela, desde que eu obtenha a periferia norte.- Está bem, é sua.A "periferia norte" era um projeto que o Grupo Ribeiro tinha conquistado, mas se ela o queria, ele o cederia a ela.Fabiano olhava para Emanuel, surpreso.Ao ver Emanuel concordar sem he
Emanuel telefonou para Bryan, ordenando a ele que transferisse todo o território do Grupo Ribeiro no País F.Do outro lado da linha, a irritação de Bryan era tamanha que seu rosto escureceu. Porém, antes que pudesse questionar o motivo, Emanuel desligou o telefone.O sorriso no rosto de Inês permanecia inabalável. Ela não esperava que Emanuel agisse com tanta rapidez.Dúzias de territórios foram cedidos assim, sem mais nem menos.Após desligar, Emanuel se voltou para Inês:- Concordei com todas as suas exigências.Inês, ainda sentada no sofá, não se moveu:- Não irei ao hospital. Se precisarem de sangue, que venham até aqui.Ela estava inquieta com a ideia de deixar Luís sozinho em casa.Sem alternativas, Emanuel se viu obrigado a ordenar que Fabiano convocasse um médico do hospital.Antes da chegada do médico, Inês foi até o quarto verificar Luís, o persuadindo a tirar um cochilo.Não passou muito tempo até Fabiano chegar com o médico e uma enfermeira.Inês estendeu a mão, declarand
No outro lado da linha, Thiago permaneceu em silêncio por um momento antes de falar:- Inês, o efeito do medicamento Flor de Jade Opaca já deve ter desaparecido do seu sangue.Inês estava na varanda, cercada pelo calor do sol, e sorriu ao responder:- Eu sei.Dedé havia injetado muitos medicamentos para torturá-la, mas, como ela havia tomado anteriormente a Flor de Jade Opaca, capaz de neutralizar todos os venenos, uma parte do efeito do ainda se mantinha em seu sangue, impedindo que os outros medicamentos lhe tirassem a vida.No entanto, por causa disso, após sofrer essa grave lesão, o efeito da Flor de Jade Opaca em seu sangue havia desaparecido.Thiago, confuso, perguntou:- Então por que você...- Não há porquê, apenas não quero falar sobre isso.Ela não queria contar a Emanuel sobre todo o sofrimento pelo qual passou, não precisava da simpatia dele.Também não queria dizer a ele que seu sangue não poderia salvar Noemia, porque a vida ou morte dessa mulher não lhe dizia respeito.