Debato com Emelay os últimos detalhes caso aconteça algo antes de deixar o carro e seguir para o prédio onde ira ocorrer o jantar, um hotel no centro da cidade pertencente à família Santiago. Não perco tempo olhando as decorações, simplesmente entro no elevador ao lado esquerdo da recepção como me foi instruído.
Parada vendo meu reflexo não consigo evitar não repara na pose de mulher inabalável que nunca abandona meu corpo, mas que em determinadas situações e difícil de ser mantida. Construir tal imagem demandou sacrifícios dolorosos, muitos significativos que deixaram cicatrizes profundas. Porém, antes que retorne em memórias que moldaram quem sou as portas do elevador se abrem dando visão de um belo terraço com uma linda vista da cidade.
Sem medo de demostrar, observo detalhadamente o local estudando seus pontos fortes e fracos, a melhor rota de fuga, se algo de errado preciso saber como sobreviver até meu anjo da guarda vim me ajudar. Preferir deixar todos me aguardando nos carros, mas caso ouçam um único tiro pela escuta podem interferir, no entanto, acredito que o líder da máfia não seria tolo ao ponto de atacar no território alheio, tanto da Honra e Sangue quanto da famílie Forchhmmer.
— Sou um grande apreciador da sua beleza Emellie... — Seguro a mão que me foi estendida dando passos para fora do elevador.
— Um dia poderei acreditar nisso senhor Santiago.
— Quando esse dia chegar ficarei feliz por finalmente acreditar na minha palavra.
Sorrio mordaz sabendo que esse dia nunca chegara, nossa relação jamais ultrapassara o profissional. Suportamo-nos por nossas posições, nada além, se fosse uma inferior minha existência para si não seria nada ou inútil.
— Sente-se, por favor. — Puxa uma cadeira entre as duas na única mesa no terraço.
— Obrigado.
— Aceita vinho?
— Não!
Noto seu sorriso quando um garçom serve sua taça. Nunca aceite nada de um colombiano que se casou com uma russa sem ter certeza que não haverá nada em sua bebida, se prevenir nunca é demais. Tantas coisas podem acontecer com um simples gole de vinho.
— Uma pena, e um das melhores safras que comprei. — Toma um gole de sua taça como se para provar o que diz. Apenas sorrio com escárnio.
A segurança do poder e incômoda às vezes. Eu daria tudo para acabar com o homem em minha frente degustando um vinho, como ele daria o mesmo. Porem, o maldito poder que cada um tem impede que isso seja feita sem uma motivação clara, ou com uma solução para as consequências.
— Tenho certeza, mas suponho que não me chamou aqui para falar sobre sua coleção de vinho. — Relembro o ponto alto do nosso encontro. Preciso visitar alguém hoje dependendo do nosso assunto, faz anos mesmo que negue que aguardo esse conversa.
— Eu a convidei para um jantar, mas acho que não aceitara nada que eu a ofereça. Se prefere ir direto ao assunto não tenho objeções.
— Você esta certo.
Como da água para o vinho sua expressão muda, um aviso que odiarei ainda mais do que pensei qualquer coisa que aqui seja debatido. Os líderes de máfia são sempre umas caixinhas de surpresa que temos que ter toda desenvoltura do mundo para abrir, seu conteúdo pode se fatal. A famílie alemã comprova isso.
Todavia, com Marcos Santiago a precaução deve maior nossa ligação forçada por ações do passado me obrigam a ser mais cautelosa do geralmente sou. Não sei até que ponto esse jantar e um teste, contudo, devo ser inteligente o suficiente para usá-lo ao meu favor e saber sua consciência sobre o que fiz para si.
— Quero que execute alguém.
— Tenho certeza que possui poder para tal coisa tanto quanto eu. Meus assassinos não são inferiores aos seus.
— Essa pessoa é diferente, ele sabe se esconder melhor que ninguém, mas você o conhecer melhor do que qualquer um. O acharia rapidamente, diferente de qualquer homem que eu ponha para encontra-lo, como já pus.
— Que seria...
— O assassino da minha filha, Vincenzo Moretti. — Sua fala e tão carregada de ódio que se fosse outro em meu lugar talvez se assustasse. No entanto, mantenho minha expressão ilegível.
Agradeço o fato dele não pode ver minhas mãos se não notaria o suor e o tremo ao falar o nome de Vincenzo. Depois de anos ele finalmente resolveu acertar as contas sobre o assassinato de sua querida filha, pena desejar descontar na pessoa errada.
— Como tem certeza que ele a matou? — Mantenho a voz calma, cautelosa para não falar ou demostrar o que não deve.
— Um soldado o viu saindo do local do assassinato.
"Uma grande sorte não ter visto outra pessoa" penso.
— Isso ainda não e uma prova concreta para matar um ex-integrante da organização, um dos melhores. Seguimos um código de honra. — Encaro seus olhos frios. — Recorda-se bem, eles eram namorados, nada fora do comum ele ser visto sabe lá onde sua filha foi assassinada, pode muito bem ter ido visita-la e ter visto a cena, e saído no momento que seu soldado chegou e por mera coincidência o tenha visto. Ele teria motivo para mata-la senhor Santiago? — O encara seria, estudando sua expressão. — Pelo que contou sua filha diria a verdade para ele quando se sentir-se preparada. Seja cauteloso Marcos seus inimigos podem esta jogando com você, são muitos que desejam nos jogar na frente de um carro. Vincenzo a amava compreenderia porque mentiu, não a mataria sem motivos, como disso o conheço muito bem.
"Um erro é acharem que segredos encobrem outros. Quem começa uma guerra a acompanha de longe esperando o momento certo para adentrar na batalha" Meu pai sempre dizia quando matava alguém próximo dos grandes da máfia. Iniciamos as lutas e ficamos de longe acompanhando todas as reações por culpa das nossas ações.
— Não tinha. — "Mas sua filha tinha motivo para mata-lo" completo em pensamento. — Mas ainda assim desejo que você o ache, qual seu preço Emellie? Inocente, culpado quero olhar em seus olhos. — Suas íris refletem o mais puro ódio, mas a incerteza foi semeada na sua mente, sua dúvida sobre o assassino nasceu.
Marcos tem que entender que nem toda certeza e inabalável, só precisamos tocar no ponto certo. Pôr em jogo que sua filha tinha motivo ligou uma luz de alerta em sua mente e isso muda muita coisa para pior, mas não poderia fazer outra coisa agora se não essa para ganhar tempo. Maldito tempo!
Todos são cientes que sei mais do que demostro, mas se seguram na ilusão que não me meto no que não me atingi. Tolos, não fujo de uma guerra apenas não começo uma.
— Não terei preço ate você ter provas concretas de quem e o assassino da sua filha, quando tiver certeza me procure que falaremos de valores. Se provar ser Vincenzo o acharei e entregarei a você, terá três meses para isso senhor Santiago. Não tenha medo de achar o culpado, sabe que não quebro minha palavra, me diga o culpado que você o terá frente a frente para matar. — Levanto da mesa pronta para ir embora. — Nossa conversa se finda aqui, até breve.
— Não lhe contou Emellie? — Chamo o elevador antes de me virar e encarar seus olhos e questionar séria:
— O quer?
— Que Brenda era minha filha.
Eu nunca tive oportunidades, era isso que eu queria dizer, mas acabado falando:
— Se sua filha nunca falou tinha motivo , não seria eu a revelar tal coisa. Para mim quando se esta com alguém que diz amar segredos são inexistentes. Não tinha o direito de revelar um segredo que envolvia os dois e mesmo hoje não tenho, sua filha pode não esta viva, porém revelar para Vincenzo a verdade não esta em minhas mãos. — Entro no elevador, mas antes que as portas se fechem planto a última semente de dúvida em sua mente para ganhar mais tempo. — Tenha certeza para não se vingar errado, boa noite.
Só me permito respirar quando estou segura no meu quarto, sozinha com meus pensamentos sem o olhar minucioso de Emelay. Eu sabia que segredos do passado um dia voltaria, mas jurava esta mais preparada quando esse dia chegasse. No meu íntimo ainda matinha a chama que o passado se manteria bem enterrado, uma ilusão. A conta sempre vem.
Tomo uma ducha lenta tentando clarear minha mente e formular um plano, um bom plano para sair do emaranhado que estou. Jogo-me na cama sem ao menos me da trabalho de me enxugar direito, estico a mão pegando o celular que larguei no móvel ao lado da cama ligando para a única pessoa que pode me ajudar no momento.
— A que devo a honra da sua ligação Emellie.
— Preciso que prepare o avião, em menos de três horas partiremos para Auckland.
— Como desejar meu anjo. — Reviro os olhos entediados por sua tola tentativa de irrita-me — Meio que demorou a saudade aperta dessa vez para você ir vê-lo.
— Que o motivo significasse saudade Rhuan.
Posso ser quebrado, mas deixo ao menos um caco meu em sua vida.O vidro ainda destruído é capaz de cortar, assim será cada caco meu em sua vida que você ajudou a criar.Almas vazias não tem medo de condenar. Se meu destino é o inferno o seu também será.N.S Vincenzo Moretti Já se fez a pergunta do que faria se pudesse voltar no passado, o que mudaria? Eu todos os dias nos últimos três anos sempre que acordo. Tem dias que desejo ter salvado meus pais de serem assassinados, outros de ter salvado a mulher que amei, ainda tem aqueles que desejo nunca ter cruzado com a mulher que foi capaz de dizimar minha vida, de exterminar minha alma a reduzindo a cacos. No entanto, sei que isso não é possível, além que pensamentos assim tende a alimentar minha própria tortura diária que não e pouca. Porém, vejo na tortura uma forma de punição por não ter sido capaz de salvar as pessoas que mais amei.Sempre tive a certeza que pagaria por tudo que fiz na vida, pelas vidas que ceifei, por toda dor que
Recorde o passado, como lembramos dos que partiram. Em memórias, mas com a consciência que não podermos retornar a vive-los.N.S Vincenzo Moretti O vento frio da noite bagunça meus cabelos, e ajuda a acalma meus pensamentos revoltos desde que encontrei aquela rosa e bilhete na porta da minha casa. Foram horas de debates colocando pros e contras para ir atrás da mulher que destruiu minha vida, mas não adiantou tanto assim no meu íntimo sabia que viria mesmo se os contras tivessem vencido.Eu preciso resolver meu passado com Emellie para realmente tentar seguir em frente, seja a matando ou a ferindo de alguma forma para me sentir vingado. Sei que prometi a matar e desejo isso, no entanto, a hesitação ainda vive em mim para cumprir o que tanto jurei por noites fazer, acredito que seja uma parte no meu subconsciente que avisa que mesmo que ela morra nada mudara, Brenda não voltara, à dor da saudade nunca sumira, e só me meterei em mais problemas com a organização que devo admitir me deix
Emellie Bückner Sorrio quando Vincenzo recua um passo, provoca-lo ainda é tão fácil. Não tenho receio muito menos me contenho de atiça-lo sei que ele não me matara, no máximo vai me ferir gravemente. Se deseja se me ver morta teria atirado quando o ódio dominou todo seu corpo anos atrás, naquele instante a racionalidade não existia a raiva comandava suas ações, ali tive medo de morrer não hoje quando seu corpo grita hesitação.Um assassino quando hesita matar é, porque não tem certeza que quer mesmo fazer isso ou coragem, no caso do moreno um pouco dos dois. — Se me matar fará sua raiva sumir, vamos lá aperte o gatilho juro que não sofrera nem uma represália. — Sento na cama gerando uma ação que acaba abrindo um pouco mais meu roupão deixando evidente um dos meus seios. — Cumpri a promessa que fez de me matar Vincenzo Moretti. Aguardo uma ação de Vincenzo, mas tudo que ganho e silêncio. Levanto da cama sem me importa com seus olhares na parte desnuda do meu corpo, sorrio satisfeita
Se um dia eu disser “te amar” só acredite se eu sorrir e olhar em seus olhos. Sempre amei a lua e assim que me declaro para ela.N.S Vincenzo Moretti Terá vezes, muitas, quando eu sentar no silêncio do meu quarto e refletir sobre minha vida que me questionarei por ações que tomei movido pela impulsividade do momento. Espero que nesses instantes reflexivos eu não tenha uma amar por perto se não provavelmente meterei uma bala na cabeça movido pelo arrependimento e impulsividade, no entanto, pressinto que posso morrer antes desse dia chegar e não ficarei mais feliz se isso acontecer.Errar uma vez e aceitável, mas errar pela segunda vez na mesma questão e sentenciar que e um completo otário sem um pedaço mínimo de cérebro, coisa que estou considerando a me declarar. Hoje, anos depois que tive a infelicidade de cruzar com Emellie e ainda me remói-o de arrependimento faço a tola burrice de aperta sua mão em um acordo silencioso que condena meu futuro, contudo minutos atrás parecia sedutor
_Presente_ Há instantes atrás tudo parecia mais fácil desenhado exclusivamente para meu sucesso, mas não deveria me surpreender que não passou de manipulação de Emellie. Provar a inocência e o bom caráter de Brenda não será nada fácil, no entanto, não me abaterei, a tolice já foi e feita e arcarei com ela e se for justo comigo, sei que não perderia nunca a oportunidade de ver Emellie sofrer, de assistir sua destruição isso talvez seja o que preciso para seguir em frente, saber que a vida dela como a minha foi destruída por um dia em que jurou sempre proteger. — Se eu morrer melhor para você. — Não, preciso ver seus olhos quando estiver ciente da verdade. “Eu sua cara quando não tiver nada" penso desejando expo o pensamento.Silêncio em sua forma mais cruel, não admitirei em voz alta, mas talvez nem em seu momento de ruína Emellie demonstre uma reação que eu preveja. — Não temos mais nada para falar. — Viro para ir embora, mas paro no lugar quando suje na minha frente segurando uma
Na porta que dá acesso ao passado deveria ter uma trinca sem chave se recordar só trás dor.N.S Emellie Bückner Não me dou o trabalho de fechar a porta por onde Vincenzo acabou de passar, sei que em questão de tempo Rhuan entrara como um furacão no quarto em busca de me arrancar resposta, ainda que elas não sejam difíceis de adivinhar. — Como foi? Vincenzo provavelmente ainda nem chegou ao primeiro andar antes que Rhuan dispare sua primeira pergunta, meu parceiro poderia facilmente ser comparada a uma velhinha fofoqueira, com a única diferença que elas não são assassinas profissionais. — Maravilhosa, esplêndida não podia ter sido melhor. — Sorrio debochada no fim da fala. — Não sabia que Vincenzo tinha ficando tão ruim de mira assim, me lembre de nunca fica tanto tempo sem atira, odiaria errar um coração com tantos centímetros de distância.— Aponta para meu braço tentado manter uma seriedade na pose enquanto fala, mas claramente esta zombando da situação. Quando não está? — Mas e
Como imaginei minhas horas de sono não passaram de um singelo desejo, durante toda minha volta para casa não conseguir pensar em outra coisa se não em como Vincenzo reagira a tudo, nas falhas que meu plano tem e no que elas resultarão se algo por mínimo que seja dê errado. Conversei com Rhuan a viaje inteira, e todas suas provocações não ditam no quarto foram no avião e em certo momento me peguei imaginado j**a-lo para fora da aeronave, nenhum homem sobre à terra tem paciência para aturar Rhuan num espaço tão pequeno por tanto tempo. — Soube que a “Emellie” tomou café com senhor Santiago ontem, foi tão agradável que ela por pouco não o jogou daquele maldito terraço. Sem falar da fascinação que ele tem por sua beleza de matar. — Emelay entra no meu quarto no instante que saio do banheiro ainda a tempo suficiente para ver seu gesto de aspa ao falar meu nome e da minha beleza. — Como foi com Vincenzo? Algo prazer... proveitoso? — Se corrige sorrindo provocativa. Senta na poltrona ao lad
O amor é confuso, ele vive curando o que ele mesmo provoca. Eu te amo, mas não consigo te salvar de mim mesmo.N.S Anos atrás: Horas antes da partida de Vincenzo Moretti para Bogotá. Emellie desenhava círculos aleatórios no peito nu de Vincenzo, ainda um pouco ofegante pelo recente orgasmo. Seu corpo pedia descanso um pouco mais por sua atual condição, mas a loira se recusava a entrega-se para o sono querendo aproveitar cada segundo ao lado do seu amigo sabendo que ficará aos menos três dias longes do seu corpo e teria como parceira a ansiedade e o medo pela notícia que teria que o dá quando retornasse. — Ainda não compreendo porque você me mandou ir para Bogotá e não o Rhuan ou qualquer outro. — Vincenzo rompe o silêncio e suas carícias parando sua mão direita na cintura da loira, um pouco indignado por trabalhar em sua folga. — Eu preciso dele aqui. — Emellie sussurra parando suas mãos na barriga do moreno tomando impulso para levantar seu tronco e encara seu rosto. — E para essa