Lindsey Morgan
Os dois dias que se seguiram foram tranquilos. Eu acordava, ia para a empresa e voltava, não muito tarde, Levi ligava duas vezes ao dia para saber se tudo continuava em paz e eu dizia que sim. Minha sogra mal deu o ar da graça, geralmente quando eu estava em um ambiente, ela estava em outro, o que era bom, assim evitava atrito. Contudo, nas refeições era inevitável nos encontrar.
Hoje resolvi vir para casa mais cedo, estava sentido um pouco de fadiga, devido ao início das temperaturas mais quentes. Nessa época é comum ver os canadenses, indo para suas casas de veraneio, praias ou em parques ao ar livre. Então resolvi aproveitar um pouco a piscina. Foi impossível não me lembrar da travessura que Levi e eu aprontamos ao nadar pelados em plena luz do dia e a noite quando voltamos do jantar, ainda bem que ela tem sistema de aquecimento.
Pouco depois, eu estava m
Kiara MartinelliFazia uns dias que eu vinha acompanhando o movimento de saída de veículos da empresa de Levi e nunca os via sair. Frustrada, esperei aquele segurança de quinta se afastar e fui perguntar na recepção se eles não estavam indo trabalhar. E um senhor apontou para fora e disse:— O Sr. Martinelli está em viagem, mas a Sra. Martinelli acabou de sair.Só então me toquei que ele deveria ter trocado de carro por causa do acidente."Como fui burra, por que não pensei nisso antes?"Agradeci, dizendo que voltaria no dia seguinte e saí. Eu voltaria sim, mas para seguir o carro e descobrir onde estavam morando. E assim eu fiz.Quando me deparei com o palacete cercado por um muro enorme e com seguranças na portaria, senti a raiva me consumir. Isso tudo era para ser meu. Meu marido, minha casa e até aquela criança era para e
Levi Martinelli— E é por isso que não posso perdoá-la! — exclamo com os dentes cerrados. — Kiara usou contra mim a confiança cega que eu tinha nela! — digo ao meu pai.Depois de encerrar a ligação com um dos detetives que contratei, ele me questionou sobre o assunto, como não tínhamos conversado abertamente antes, fiz agora. Esse não é um assunto do qual goste de ficar debatendo, mas enquanto estiver em aberto, teremos que falar.— O que ela fez foi de fato muito grave. Nunca imaginei que aquelabambinateria capacidade para tal coisa.— Nenhum de nós, pai. Ontem ao telefone com anonna, percebi que ela se sente culpada, tratei de tirar isso da cabeça dela — passei quase uma hora ao telefone com ela, onde soube de sua decisão sobre dá um fim permanente na tradiç&a
Lindsey MartinelliParei os movimentos por um instante e fiquei analisando suas palavras.— Longe disso, dona Francesca, eu não espero nada, não se preocupe. Na verdade faço mais por Levi do que por qualquer outra coisa, pois sei que ele cuidaria bem da minha mãe se ela estivesse viva e fosse necessário — quebro o contato visual e um segundo depois, retomo, olhando bem dentro dos seus olhos. — Além do mais, sei como é ter apenas uma mãe e uma tia como parente, como se fossemos sozinhas no mundo. Por mais insuportável que a senhora seja, eu não quero isso para minha filha, Eva tem o direito de crescer tendo contato com os avós e se ficarmos nos digladiando, um afastamento será inevitável. Não quero isso, até mesmo por Levi, que mesmo lhe amando, não hesitaria em tomar essa atitude — ela não diz nada, fica apenas me
Dias depois...Lindsey Martinelli—Bella, não demoro. Vou buscar anonnano aeroporto com meu pai.— Tudo bem meu amor. Vou terminar de ajeitar o almoço com Ruanita, quero deixar tudo bem bonito para recebê-la.Hoje era meu aniversário de 25 anos, estava exultante, primeiro fui acordada com muitos beijos e depois um delicioso café na cama. Quando me sentei e vi a bandeja, meus olhos foram logo para a caixinha branca com o laço rosa.— Abra!Peguei a embalagem e após desfazer o laço, vi uma linda pulseira em ouro com vários pingentes, todos cravejados com pequenos diamantes.— É linda — falei. — Esses pingentes... — disse tocando um a um.— Deixe-me colocá-la em você — ele pegou, atou o fecho e começou a dizer o que cada um representava. &md
Levi MartinelliEnquanto meu pai entra, me demoro um pouco commia nonna, que me dá um abraço apertado. Ela diz que primeiro quer matar a saudade e que depois puxa minhas orelhas, sorrio e aproveito o aconchego dos seus braços em um aperto caloroso.— Vou colocar o carro na garagem e já entro. Lindsey está louca para vê-la — digo e ela sorri.Vejo-a indo para a entrada, quando entra, abro a porta do veículo, porém, sinto um incomodo e penso na minha esposa. Desisto, deixando o carro ali e sigo para dentro de casa e estaco ao ouvir o grito dado pelanonna.— NÃO! DE NOVO NÃO...Atordoado, vou para junto dela e ao olhar para o topo da escada, meu coração pulsa desenfreado.Kiara!Como ela entrou aqui? É o meu primeiro pensamento. Mas é a imagem do meu pai com Lindsey entre seus bra&
Levi MartinelliMia bellame entrega o copo e a raiva é tanta que o jogo com tudo na parede, ele se espatifa, jogando estilhaço para os lados.— Assim você não ajuda Levi — meu pai fala, me repreendendo. Ele tem razão.— Vou ligar para a médica dela.Pego o celular e faço a ligação. Conto por alto o que aconteceu e ela diz que em dez minutos estará aqui, já que estava indo para casa e é caminho.Fico ali, abraçado a ela, reafirmando meu amor e pedindo que me perdoe.—Perfavore, acalti.Sei tutto per me. — estava tão nervoso que falei em italiano, repeti tudo para que ela pudesse entender. — Por favor, fique calma. Você é tudo para mim.Assim que a médica chegou, deixei as duas e pedi que meu pai e minhanonna
Kiara MartinelliSinto dor por todo o meu corpo. Mas pior do que as dores, é o ódio que estou sentindo. Por muito pouco não acabei com a vida miserável daquela intrusa. Por causa dela perdi tudo: O amor da minha família, meu homem, minha casa e até minha dignidade. Essa, perdi o restinho em cada golpe que sofri dado pelanonna.Todos me traíram e me abandonaram, até a tia Fran se bandeou para o lado daquela nojenta. A raiva que estou sentindo é tão intensa, que sinto vontade de gritar, só não faço isso, porque o motorista do taxi já está me olhando esquisito, foi um custo convencê-lo a me trazer, se der uma de louca, é capaz de ele me largar em qualquer lugar.Pego o pouco de dinheiro que me resta e pago a corrida. Entro na pensão ignorando os olhares curiosos em minha direção. Enquanto caminho par
Lindsey MartinelliQuando me dei conta do que poderia ter acontecido e as implicações que o ato de Kiara provocaria, um tremor violento tomou todo o meu corpo e mesmo me forçando a inspirar e expirar, meus pulmões não me obedeciam e eu caí em um choro convulsivo.Percebi vagamente o senhor Martinelli tentando me acalmar, enquanto sua esposa ia pegar água e sem que me desse conta, ele me conduziu até o meu quarto."Ia me livrar dela, jogando-a escada abaixo."— a frase ecoava em minha cabeça repetida vezes.Procurei me sentar assim que senti uma forte tontura. Nunca tinha sentido um pavor tão grande em toda minha vida. Assim que Levi entrou, pisquei os olhos embaçados pelas lágrimas e me joguei em seus braços, o único lugar que me sentia segura naquele momento.Quando Dra. Jules chegou, estremeci relemb