Philipe TaylorAcordei horas depois ainda me sentindo um pouco sonolento, na esperança de tudo ter sido apenas um pesadelo horrível, mas infelizmente não era, tudo continuava escuro e eu ouvia somente as vozes das pessoas em volta de mim.Pareciam ser o médico e os enfermeiros conversando pois falavam sobre exames e usavam nomes técnicos. Ouvi eles dizerem que eu já estava pronto para entrar na máquina— Sr Philippe que bom que acordou, vamos fazer uma ressonância magnética. Esse exame é um pouco chato e demorado, peço que se mexa o mínimo possível quando estiver na máquina, está bem? – Disse um deles— Faço qualquer coisa para que detectem logo isso— Pronto, vamos te colocar agoraDepois disso eu senti me moverem. Ouvia alguns barulhos mas nada além disso, era entediante ficar ali parado, muitas coisas passavam pela minha cabeça.Me tiraram da máquina assim que eu ouvi o médico dizer alto que o exame havia acabado, mas que eu ainda tinha um outro exame a fazer só que esse seria em u
Mary Parker5 dias haviam se passado após eu ter ganho alta do hospital e finalmente conseguido voltar para Nova York, ganhei alta no dia seguinte em que tentei ir conversar com Philippe no quarto dele e ele contou sobre sua cegueira e me tratou daquela forma. Desde então não soube mais nada dele, aliás, só soube que Leandro pediu a transferência dele para um hospital daqui.Saber que ele ficou cego só me fez ter mais certeza de que eu sou o problema na vida das pessoas, sempre que estão próximas a mim algo acontece a elas, ficam doentes, morrem ou simplesmente vão emboraEu só pude viajar porque convenci o médico de que não faria esforço nenhum durante a viagem, ele me pediu descanso por uma semana.Como eu, Mary Parker, dona de uma das maiores gravadoras teria folga durante mais uma semana? Confio na Giovanna mas a empresa precisa de mim.Sobre Camilo, ele teve alguns problemas pessoais então remarcamos a reunião para amanhãEstávamos nesse momento sentados na mesa do jardim da minh
Mary ParkerMinha cabeça parecia que ia explodir de tanta coisa que se passava por ela, estava uma confusão e tantoSerá que sou tão má assim? Será que Philipe está certo? Quando foi que me tornei isso? Quando foi que comecei a me preocupar também com o que pensavam de mim?Eu estava muito confusaSentia tremores por todo o corpo, as pontas dos meus dedos formigavam tanto a ponto de eu não conseguir sentí – las e eu estava suando mais do que o normal. Eu não estava bem, isso era fato. Fechei meus olhos, ajeitei o lençol sobre mim para tentar dormir, mas não conseguia— Está achando que vai conseguir dormir carregando essa culpa, Mary Parker?— O que você está fazendo aqui? Porque você voltou? – Pisquei várias vezes— Como eu voltei se eu nunca fui embora?— Foi sim, você foi embora quando Cláudia descobriu a doença, como conseguiu entrar?— Eu nunca fui embora, não do seu subconsciente. Você se sente culpada e é verdade, você tem culpa sim de afastar as pessoas de você— VAI EMBORA! -
Philipe TaylorVirei a noite pensando no que estava acontecendo, na reviravolta que minha vida deu em apenas alguns minutos. Em questão de segundos, por algum motivo o carro não obedeceu ao meu comando e agora estou sem enxergar. Isso seria Deus me castigando por algo? Ou porque será que essas coisas acontecem?Me remexia para lá e para cá afim de encontrar uma posição para dormir e fazer o sono chegar mas era em vão, não estava confortável e tudo piorou quando comecei a ouvir alguns gritos de Mary vindos de dentro da casa dela, pois por mais que minha casa seja na frente da dela a nossa rua não é tão grande então as vezes ouvimos algumas coisas. Eram gritos altos e provavelmente o restante da vizinhança também não conseguira dormir.Ela parecia estar gritando com alguém, tentei ouvir se alguém respondia aos gritos dela mas era em vão. Fiquei ainda mais atento quando percebi que ela parecia falar com a mãe e com a irmã, mas ela não tem mais mãe e a irmã está morta, estaria ela tendo no
Mary ParkerPela janela o ponteiro da torre do relógio de nova York mostrava que já eram 18h, nas ruas pessoas corriam, falando no celular e ansiosas para chegar em suas casas. O trânsito estava caótico e eu viajava em pensamentos imaginando o caos que seria para chegar em casa e lembrando da reunião com Camilo e os representantes dele e também a conversa com Philipe.Enquanto olhava, mexia no pingente que havia ganho do meu pai, resolvi usá - lo em um dos meus colares.As pessoas estavam bem agasalhadas e as ruas começavam a ser tomadas por neve, que mostravam que a melhor estação do ano havia chegado:O inverno!Eu estava tão atordoada esses dias que havia esquecido que o inverno estava para chegar. Eu sempre gostei muito do inverno, brincar na neve era meu hobby desde pequena. É a época em que pelo menos 1 sexta feira por mês eu, Giovanna e as vezes Zoraida nos reunimos para fazer bonecos de neve e tomar café da tarde.Zoraida não sabe nada sobre a minha vida, somente estudamos junt
Giovanna Portina— Sim mamãe, vai começar por volta das 17h, você vem?...Ok...Te espero aqui, bye - Desligo o celularEra uma Sexta feira e eu e Mary havíamos combinado de fazermos nossos comes e bebes de inverno e boneco de neve na casa dela, somente eu e ela a pedido da mesma pois vocês sabem que ela não é muito social.Mas depois da primeira sessão dela com o psicólogo eu conversei com ele e ele me deu a idéia de fazer algo que reunisse mais pessoas, para que tentasse fazer ela se socializar. Então dessa vez eu não ouvi o pedido dela, e às escondidas eu convidei algumas pessoas para participarem da nossa noite de inverno.Provavelmente Mary me mataria, mas mesmo assim resolvi tentar.Ela havia ido para a empresa mesmo não podendo ainda e pediu para que eu ajudasse Rosana com os preparativos da noiteLeandro estava comigo também e devo ressaltar que estamos cada dia mais apaixonados. Não temos tanto tempo assim de namoro, mas sabe quando você conhece alguém que faz você se apaixonar
Mary ParkerEu aguardava a resposta de alguém sobre o que estava acontecendo ali dentro da minha casa, mas todos ficaram em silêncio e ninguém deu se quer um pio depois que eu desliguei o som.— O QUE ESTÃO FAZENDO AQUI? ANDEM, ME RESPONDAM! – Ainda gritando— Senhorita Mary, viemos aqui a convite da Giovanna – Explicou Carlos, que estava sentado no sofá— Isso mesmo, ela disse que teria uma comemoração em sua casa e nos convidou, por isso viemos – Agora quem disse foi Marisa— Giovanna, isso é verdade? - Olhei para ela— Sim Mary, seu psicólogo me disse que seria ótimo tentar fazer você se socializar com mais pessoas e então eu tive a idéia de convidar mais gente para a nossa reunião— Você sabe que eu não gosto disso Giovanna, não gosto de pessoas a minha volta, caramba!— Eu sei mas eu sei também que você precisa começar a se relacionar com outras pessoas. Olha que legal, quem veio é porque tem algum carinho por você— Eu não, eu odeio essa daí, só vim pelo dinheiro que você promete
Philipe Taylor Percebi Mary ficar totalmente desconsertada com o que eu havia dito, pelo tom da sua voz. Talvez tivesse pegado pesado em dizer o que eu disse, mas já foi. — Belinda, Giovanna, Leandro, Carlos e mais algumas pessoas da empresa também estão aqui e você não estará sozinho, todos nós vamos te ajudar – Disse ela — Já que tem essa galera para me ajudar, eu posso até entrar um pouco...Mas se for você me ajudar, saiba que não quero, de você quanto mais distância melhor — Caramba, o que custa me dar 1 único voto de confiança? — Mary Parker insistindo por um homem? Pedindo voto de confiança? — CHEGA! – Disse autoritária – Você tem todo direito de estar sim chateado comigo pela forma que eu estava te tratando mas aqui, nesse momento, estou numa boa te chamando para participar da minha reunião para fazer o boneco neve junto com a Giovanna. – Cruzei os braços – Mas quer saber? – A ouvir suspirar – Que se dane! Não vou ficar insistindo, se quiser ficar está convidado, se quiser