Capítulo 44O motorista do ônibus freou bruscamente após a colisão e ligou o pisca-alerta, encostando no acostamento para permitir o fluxo de carros. Tentou acalmar a maioria dos passageiros; alguns falavam pelos cotovelos, algumas mulheres gritavam assustadas e algumas crianças choravam.Ele rapidamente saiu do ônibus, fazendo sua parte de motorista, pegando os cones para sinalizar a pista e evitar outro acidente.Enquanto isso, alguns passageiros tensos saíam para respirar o ar fresco da noite para se acalmarem. Ele colocava os cones a uma distância razoável e depois correu até onde viu o fogo do carro que explodiu.Suspirou fundo porque sabia ser impossível ajudar o motorista do veículo, pois naquela altura já estava morto. Com a mão no peito e olhos fechados, fez uma pequena oração para o ou os ocupantes do carro.- Que Deus perdoe todos os seus pecados e o recolha com todo o seu amor divino...Parou sua oração ao escutar um grito estridente de um dos ocupantes do ônibus e saiu co
Capítulo 45A ambulância chegou ao hospital e estacionou com certa pressa, pois o estado de Charlotte era delicado. A equipe médica estava reunida na porta, aguardando a retirada da maca de dentro do veículo.Eles foram rápidos, imediatamente colocando oxigênio e conectando os aparelhos de monitoramento. Enquanto corriam pelos corredores, ouviram um bip insistente indicando uma parada cardiorrespiratória.- Parada cardiorrespiratória! - gritou um dos médicos.O time se moveu com precisão, iniciando manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Charlotte foi rapidamente levada para a sala de emergência, onde médicos e enfermeiros trabalhavam freneticamente, revezando-se nas compressões torácicas e administrando medicamentos.- Adrenalina, agora! - ordenou o médico líder.Os minutos se arrastavam, cada segundo crucial. Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, um dos monitores mostrou sinais de atividade cardíaca.- Temos pulso! - anunciou uma das enfermeiras, aliviada.Charlotte foi e
Capítulo 46Clayton se levantou impaciente e começou a andar de um lado para o outro, reclamando baixinho.- Onde aquele desgraçado está?Cruzando os braços, ficou em frente à janela, olhando para a lua que subia vagarosamente no céu.Enquanto isso, Jack estacionava o carro ao lado do de Clayton. Já sabendo de quem se tratava, entrou indo direto para a sala.Clayton se virou ao ouvir o barulho dos saltos da bota de seu genro. Ficaram vários segundos se olhando até Clayton pigarrear e começar a falar.- Achou a minha filha? - perguntou com um olhar nervoso.Jack apenas balançou a cabeça de forma negativa.- Eu já estou sabendo da sua safadeza com a minha princesa. Trouxe outra pra dentro de casa, seu nojento. Como pôde humilhar minha filha desse jeito? - gritava e cuspia as palavras enquanto falava.Jack apenas ouvia com os olhos marejados.- Eu vou procurá-la... Quando a encontrar, vou atrás do divórcio e foda-se você e o contrato. Minha filha merece um homem de verdade. Achei que voc
Capítulo 47Austin andava pelos corredores do hospital em direção à enfermaria antes de ir embora. Ele perguntou se havia algum pertence da paciente sem identificação que estava na UTI.A enfermeira respondeu que havia uma aliança de casamento que tiraram do dedo dela quando deu entrada no hospital e que estava guardada. Ele pediu para ver a aliança, pois no anel poderia ter o nome do marido e a data de casamento, o que talvez ajudasse a localizá-lo.A enfermeira achou a ideia boa e abriu a pequena gaveta com chave. Porém, ao pegar o envelope transparente, percebeu que não havia nada dentro.- Mas que estranho... Eu mesma coloquei aqui, tranquei e guardei a chave. Que merda! Vão achar que roubei.- Calma - disse Austin. - É só puxar as imagens das câmeras.- A câmera daqui está com defeito desde ontem, estão na sala de máquinas arrumando isso agora. Quem pegou sabia do anel e do problema na câmera. Tenho certeza.- Então temos um colega ladrão - disse Austin, tenso.Após avisarem as a
Capítulo 48Uma semana se passou...Austin andava pelos leitos fazendo seu trabalho e, como sempre nos últimos dias, deixava a moça misteriosa por último. Não sabia por que, mas ela havia se tornado sua paciente predileta.Enquanto ele estava de costas, Charlotte abriu os olhos devagar. Sua cabeça doía e seu corpo estava pesado, como se estivesse carregando o peso do mundo. Olhou ao redor, tentando entender onde estava, mas tudo parecia confuso.Austin pegou as medicações dela e, enquanto administrava os remédios no soro, sentiu como se estivesse sendo observado.Sempre muito medroso, ficou com o corpo rígido e se virou lentamente, tentando lembrar todas as orações que sabia, mas naquele momento esqueceu.Ao ver a bela adormecida despertando, abriu um enorme sorriso.- Bom dia, dorminhoca - disse uma voz suave ao seu lado.Ela virou a cabeça lentamente e viu um enfermeiro sorridente, ajustando o soro intravenoso.- Onde estou? - perguntou Charlotte, com a voz fraca.- Você está no hos
Capítulo 49Assim que chegaram em Oklahoma, iniciaram as buscas nas proximidades, pois não demoraria para escurecer e teriam que acampar.Eles passaram duas noites e dois dias procurando, sem sucesso. O cansaço começava a pesar sobre o grupo, mas a esperança ainda brilhava nos olhos de Jack. No terceiro dia, uma equipe do estado chegou para ajudar, trazendo recursos adicionais e reforçando o ânimo de todos.Apesar do apoio, as buscas continuavam infrutíferas, e no terceiro dia, a moral do grupo estava baixa. Muitos queriam desistir, sentindo que seus esforços estavam sendo em vão. Foi quando Jack, determinado e com a voz firme, pediu para continuarem.- Não podemos parar agora - disse ele, olhando para cada um dos membros da equipe. - Só mais um dia. Vamos tentar mais uma vez.A equipe concordou em continuar. Eles reorganizaram as estratégias e decidiram focar em uma área próxima a um antigo celeiro abandonado, que parecia ter sido ignorado nas buscas anteriores.Enquanto avançavam pe
Capítulo 50Ao chegar ao hospital, Jack foi direto ao balcão de informações.- Estou procurando uma paciente sem identificação que chegou há três semanas. Ela pode ser a minha esposa, Charlotte Colt.A recepcionista verificou os registros e, após alguns momentos, assentiu.- Sim, tivemos uma paciente que chegou nessas condições. Esteve na UTI, chegou com o braço e a perna quebrados. Ela teve alta há cinco dias e está sendo chamada de Hope.- Sabe onde posso encontrá-la? - perguntou Jack, estranhando o nome. - Hope?- Sim, foi o nome que os enfermeiros deram a ela, pois ela perdeu a memória.- O quê? Droga! Preciso encontrá-la!- Sinto muito, senhor. Não sei onde ela está agora. Mas ela vem duas vezes por semana para a fisioterapia.- Você sabe os dias que ela vem?- Deixe-me ver no sistema - ela falou enquanto digitava. - Aqui está... Ela veio hoje e virá novamente depois de amanhã às quinze horas.- Certo. Estarei aqui.- Boa sorte, senhor.- Obrigado.Com as novas informações sobre
Capítulo 51Charlotte terminou seus exercícios e foi para a outra sala, mas infelizmente, um dos aparelhos que ela pretendia usar estava danificado pela última pessoa que o utilizou. Decidida, ela informou ao fisioterapeuta que iria visitar uma amiga no quarto onde esteve internada e que voltaria em meia hora para terminar. O fisioterapeuta concordou, garantindo que daria tempo de consertar o aparelho.Enquanto o aparelho era arrumado, o fisioterapeuta aproveitou a pausa para tomar o café da tarde. Segundos depois, a enfermeira entrou na sala acompanhada de Jack.- Você viu o fisioterapeuta? - perguntou a enfermeira.- Ele terminou de atender a Hope e foi tomar café da tarde - respondeu o homem enquanto continuava o conserto.- Ela foi embora? - indagou Jack, decepcionado.- Acho que sim, senhor.- Não acredito... - falou Jack, desolado.Jack ficou parado por um momento, perdido em pensamentos. A enfermeira, percebendo sua decepção, tentou confortá-lo.- Não fique assim, ela vai volta