NATE—Vou dirigir. Sinto que preciso praticar mais.—A Sra. Miller te bateu novamente ontem à noite? — perguntou Hugo, e eu ri baixinho. Estávamos no elevador, descendo para o estacionamento subterrâneo do prédio Miller.—Sim, ela me bateu. O tempo todo — admiti. Milena era muito boa nos jogos de corrida online, ela adora corridas, sabe? E estou planejando levá-la para Mônaco em breve, para assistir ao Grande Prêmio de Fórmula 1.—Ela adoraria — concordou.Isso também elevaria nosso relacionamento para o próximo nível. Fomos pacientes, nos adaptando um ao outro e nos conhecendo mais. Aos poucos, a cada dia.Tentei esquecer a maravilhosa noite que passei com Milena. Eu disse a mim mesmo que tinha sido apenas um sonho. Mas eu não podia me enganar. Nossa conexão foi incrível, não apenas com nossos corpos, mas também com nossos corações e almas. Foi o melhor sexo que eu já tive em toda a minha vida. Eu a desejava tanto, como um vício incurável.Eu sorria toda vez que pensava nela. E então
NATEOlhei para o relógio de parede e eram doze e meia, e Milena ainda não tinha chegado em casa. Eu andava impacientemente de um lado para o outro no meu quarto e, de vez em quando, olhava pela janela.Isso não pode continuar assim. Vou ficar louco olhando para o relógio a cada segundo, esperando por ela.Maldição! Eu deveria parar de esperar e ir para a cama. Amanhã tenho uma reunião bem cedo com os engenheiros na obra. Não posso ir lá, andando em círculos sob o sol escaldante e cansado por falta de sono.Decido ir para a cama, deslizando sob os lençóis e batendo duas vezes para apagar as luzes. Fechei os olhos, tentando dormir, mas as imagens de Milena persistiam em minha mente.E se algo tivesse acontecido com ela?Imagens perturbadoras dela andando na escuridão, perseguida por homens. Ou ficando sem gasolina em uma rua deserta e escura.Droga! Não posso me enganar mais.Levantei-me bruscamente da cama e saí furioso do quarto, descendo as escadas. Chamei Hugo imediatamente.—Milen
MILENA—Ela ainda queria estar com ele, apesar de tudo o que ele nos tinha feito—, a derrota me sufocava, —arruinaria todos os nossos planos.—Sua mãe ama seu avô, e você não pode tirar o amor de uma filha por seu pai—, Camelia tentou me consolar, sem sucesso, —ela quer estar com ele, que assim seja—. Ela passou por muito, de estar doente e sozinha... e agora, o que importa é a felicidade dela.—Você está certa, mas eu ainda não entendo. Como ela pôde amar aquele demônio que nos causou dor? Ele deveria apodrecer no inferno!—Querida, você mesma disse isso. Ele é um diabo, não vai apodrecer no inferno—, ela riu alto.*Naquela noite, um helicóptero me buscou na mansão e me levou até o sótão de Nate, localizado no topo do edifício Miller.Era um sótão lindo e elegante, com uma vista impressionante das luzes da cidade e dos arranha-céus de Nova York.Nate ficava no sótão pela conveniência no trabalho. Se ele precisasse acordar cedo para visitar um projeto em andamento ou participar de um
MILENADuas semanas depois, minha sogra comemorava seu aniversário no hotel Miller.Encontraria Nate na festa, pois não tive tempo de ir para casa trocar de roupa. Tive uma reunião de negócios de última hora com investidores estrangeiros.Às sete e meia da noite, cheguei ao hotel Miller vestida com um longo vestido branco justo, sem costas até a cintura. Prendi meu cabelo para enfatizar minhas costas nuas. Minha maquiagem estava impecável, com olhos esfumados, mechas e lábios carnudos.Entre sozinha em um elevador vazio. Apertei o botão para o salão de baile principal do hotel. No momento em que as portas estavam prestes a fechar, uma mão as impediu.Um homem loiro, alto e bonito entrou. Ficamos nos encarando por apenas três segundos antes das portas se fecharem atrás dele.—Olá — ele me cumprimentou com um sorriso radiante.—Olá — respondi. Fiquei chocada por vê-lo pessoalmente. Meu Deus, só o tinha visto em filmes, revistas, outdoors e na internet.—Eu sou o Charlie — ele estendeu a
MILENA—Aqui está o seu café com leite —, Jade colocou a xícara na mesinha.—Obrigada, Jade —, sorri para ela.Jade Collins, minha boa amiga nerd, com óculos de armação escura e roupas fora de moda. Ela trabalhava como caixa/garçonete/barista no café da Sra. Chang. Antes, trabalhava como lavadora de pratos nos fins de semana.—De nada —, ela sorriu de volta e me observou enquanto eu tomava um gole do líquido quente e espumoso, —como está?—Hmm... muito gostoso. Você sempre faz o café com leite perfeito.—Obrigada. Fico feliz que você goste. Se precisar de algo, me chame —, ela disse e foi atender o pedido de um cliente que acabara de entrar no café.Eu estava sozinha na mesa, saboreando meu café, quando, de repente, um homem sentou-se na minha frente. Eu o olhei, observando sua aparência. Ele usava um suéter azul escuro, calças cinza, um boné preto e óculos escuros, claramente para ocultar sua identidade.—Você está me perseguindo? —, ele me perguntou com uma voz acusatória.Eu franzi
MILENAAproximei-me da janela envidraçada e contemplei a forte chuva. Meus olhos se desviaram para um Lamborghini branco saindo do prédio: o carro de Nate. Fiquei olhando o carro até perdê-lo de vista.Uma loucura. Nossa raiva nos levou a agir de forma incivilizada. Fizemos amor aqui, em meu escritório. Selvagem e ardente.Meu Deus, não conseguia olhar para o sofá como antes. Sempre imaginava Nate e eu fazendo sexo ali.Sobressaltei-me ao ouvir de repente o estrondo de um trovão e um relâmpago. O céu ficou negro e começou a chover intensamente pelas janelas de vidro.Eu odeio a chuva. Ela me traz à memória alguns momentos ruins da minha vida.Muitas vezes eu voltava para casa encharcada pela chuva depois da escola. Os carros passavam e me salpicavam de lama. Minha mochila ficava encharcada, incluindo meus livros e cadernos. Tinha que deixá-los secar em um ventilador antes de fazer as tarefas de casa. Meus sapatos escolares já estavam desgastados, então muitas vezes eu tinha que andar
MILENAAcordei sozinha na cama. Mordi o lábio inferior, consternada porque Nate já tinha saído cedo para o trabalho. Obriguei-me a sentar e apoiei as costas na cabeceira.A porta do quarto se abriu e entrou a Sra. Jones, com uma bandeja de café da manhã na mão.—Bom dia, Sra. Miller, fico feliz que esteja acordada.—Onde está Nate?—Ah... o senhor acabou de sair — respondeu ela. —Ele pediu café da manhã na cama para você.Ela colocou a bandeja na mesa lateral perto de mim. Havia croissant, waffles, presunto e ovos, diversas frutas vermelhas e café.Notei uma rosa rosa em cima de um bilhete. Peguei e li o bilhete.Nos vemos no jantar. No Golden, às sete e meia da noite.The Golden. Era um restaurante de alta gastronomia dentro do Hotel Miller, em Manhattan. Celebridades e pessoas ricas iam lá para jantares românticos, e muitos homens pediam suas namoradas em casamento lá.A ideia de jantar com ele fora da mansão me deixava animada. Esperava que fosse romântico.Cheirei a rosa e amei o
MILENAA noite estava jovem, então caminhamos de mãos dadas pelo jardim sob o céu claro e a brilhante luz da lua.Sinceramente, eu nunca tinha passeado muito pelo jardim, nem mesmo explorado as diferentes áreas da mansão do Nate. No começo, eu tinha a ideia de não querer invadir sua propriedade, quando nosso relacionamento ainda não era sólido.Não era por ser negativa, mas mais pelo lado prático. Eu não queria me amarrar a uma situação indefinida, porque a queda seria mais dolorosa.Mas agora que aprendi a amá-lo profundamente, minha percepção mudou. Eu queria conhecê-lo melhor e explorar tudo que estivesse relacionado a ele: seus gostos em arte e música, livros, decorações, coleções, carros, projetos arquitetônicos, plantas, cores e muito mais. Meu primeiro plano era vagar pela sua propriedade e encontrar o melhor momento para fazê-lo.Meus passos ficaram mais lentos quando reparei em algo.—É aqui que você conseguiu a rosa que me deu esta manhã?—Sim. Você gosta?Eu assenti:—Eu ad