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Suas palavras eram apressadas e cruéis, mais uma vez ele estava julgando-a sem ao menos conhecê-la, e a fêmea viu em seus olhos cinza toda a profundidade de um macho ferido. Ele a atacava, mas um dia havia sido atacado. Ela podia entender aquilo, podia ver aquilo em sua expressão equivocada e no cinismo de suas palavras, mas nada disso importou naquele momento. Pelo fato que ele estava falando de James, que ele não conhecia, mas ela sim. Apenas o som de escárnio em sua voz ao se referir a ele já foi o suficiente para suas mãos tremerem, e seu coração queimasse em seu peito, não aceitava que ninguém o ofendesse. Alice deu alguns passos na neve silenciosa, e disse entredentes: — Não sabe nada sobre ele. Nada. O macho era bem mais alto que ela, e ao contrário dela ele não tremia no frio daquela floresta, aquilo era o resultado da resistência muito superior dos machos, mesmo que ambos os sexos carregassem o fardo da maldição. Os deuses decidiram daquela forma, colocando os ma
Alice sentia suas pálpebras pesadas, e lentamente começou a abrir os olhos. Ao longe ela ouvia ainda uma voz, gritando um nome como se fosse uma súplica. Ela olhou ao redor e viu que estava agora bem no fundo da caverna, sem qualquer luz próxima e não conseguia ver onde estava. Quando ela tentou se levantar, sentiu sua cabeça dolorida, sua visão ainda estava turva e se sentia confusa. Novamente ouviu aquela voz, tão familiar para ela. Seu estomago se embrulhou, e quando ela tentou se levantar sua visão se tornou mais nítida. A poucos metros de onde ela estava, ela viu a silhueta de um macho, escondido na penumbra, completamente parado. O cheiro dele invadiu seu nariz, e novamente ela ouviu os gritos ao longe, vindos de fora da caverna. Nesse instante a realidade de onde estava e o que estava acontecendo a golpeou com força total. Ela se levantou com suas pernas tremulas, e seu coração batendo como um louco. Todo o mundo ao seu redor pareceu entrar em uma espécie de pesadelo
Ela estava paralisada, vendo aquele macho avançar em sua direção. O mundo parecia ter entrado em pausa, tudo se tornou terrivelmente silencioso, apenas a respiração daquele lobo avançando. Ela podia ouvir o bater de seu coração, disparado. Alice não conseguia se arrepender de suas palavras, mesmo tendo em vista que ele a machucaria por aquilo. Mas não conseguia se arrepender, porque desejava que ele sentisse ao menos um pouco da dor que ela sentia, da desolação. Ele continuou avançando até ela, seu olhar cinza era quase negro na meia luz, sua expressão era transtornada. Suas mãos estavam levantadas, e ela podia ver suas garras se alongando, seus dentes arreganhados. Ela não temia a morte nas mãos dele, mas sentia por tudo que não fora dito entre ela e Jamie. Alice fechou os olhos, e imagens dela e de James lhe surgiram a mente. Ela sentiu novamente o toque dos lábios dele contra os seus, ela sentia o seu cheiro invadindo o seu nariz. O toque quente de suas mãos, e a
James encarou a caverna escondida por galhos de arvore, completamente encoberta pela neve. Passara toda a noite passada caminhando a esmo pela escuridão daquela floresta. Quando chegara no povoado não muito longe dali, estava acontecendo uma confusão. Viu machos e fêmeas sendo colocados contra uma parede. Ele estava em seu cavalo, segurando o retrato de Alice, quando olhou para todos aqueles lobos sendo enfileirados na parede de uma taberna, ele se aproximou devagar com seu cavalo. Guiou o animal até o grupo de machos que pareciam os responsáveis por intimidar todas aquelas fêmeas e machos. — Você, como ousa levantar as mãos para o filho do clã desse lugar? O mesmo clã que foi abençoado com o propósito de cuidar dessas terras, pelo próprio Supremo Alfa na divisão da ilha! Nossos ancestrais que lutaram por esse lugar, e você chegou aqui depois com seu sangue mestiço! O macho que falava era alto, e além de falar segurava o chicote. Ele apontava para um outro macho, e Jame
A fêmea os encarou, e por mais que Samanta não quisesse se separar dos braços fortes e quentes e Axel, ela o fez. A outra fêmea ela sabia quem era, e quando ela bateu os cílios e caminhou até Axel, ela o beijou. Samanta sentiu uma pontada em seu coração, e suas bochechas queimaram intensamente enquanto via o modo como aquela fêmea se enterrava nos braços que ela acabara de estar. Mas o que ela tinha a ver com aquilo? Afinal, aquele não era seu companheiro e aquela fêmea sim, possuía direitos sobre ele. Ela era sua, e ele dela. Havia a conhecido na mesa, era pelo que ela lembrava a primeira companheira de Axel. Emadeline Villin. A fêmea separou seus lábios dos de Axel, e a olhou. Como se só naquele instante percebesse sua presença, ela perguntou: — Está se sentindo bem, Srta. Ludov? Está pálida. Sua voz era suave, assim como sua expressão. Mas Samanta podia sentir em seu íntimo seu gesto territorial sobre Axel, o modo como suas mãos estavam sobre ele, recaindo em seu
Samanta acordou de seu choque no instante que o lobo a segurou. Ela sentiu as mãos dele pegajosa segurando em seus braços, a empurrando para o chão úmido daquele lugar. A fêmea gritou, e usou as mãos para acertá-lo no rosto, o macho apenas riu. — É feroz, eu gosto! Ela o ouvia, e sentia seu cheiro nada agradável. O lobo agora segurava seus pulsos, e era impossível competir com ele em força, ela continuou se debatendo abaixo de seu corpo grande e pesado. Samanta começou a gritar, mas seus gritos ecoavam apenas naquela caverna abandonada, sendo totalmente abafados pelo som dos trovões. O macho estava perto demais, seus olhos vidrados e sua boca entreaberta. Ela via seus dentes afiados, parecia estar ficando excitado com sua resistência, quanto mais ela se debatia contra ele, e tentava soltar suas mãos, mais o macho apertava seus pulsos. Até um certo ponto que ela gritou de dor, sentia-o muito perto de quebrar seus pulsos e seu coração estava disparado. A fêmea sacudia suas per
Ela sentia ao seu redor a chuva caindo sobre sua cabeça, e mesmo sentindo as gotas geladas ela não se importou. Era como se estivesse aprisionada em uma cela de gelo, sentia o cheiro do macho enquanto a carregava. Os movimentos de seu corpo, firmes. Seus passos eram rápidos, e suas mãos a seguravam com firmeza. Há vários minutos ela fechara os olhos, e mergulhou o rosto em seu peito. Seu coração estava batendo devagar naquele momento, e se sentia paralisada. Não conseguia ainda acreditar em tudo que acabara de acontecer, havia fugido da propriedade Villin, tentando de modo insano fugir do seu destino. Mas será que seu destino era realmente se casar com Vlad Villin? Ou desde o início ela caminhou para aquele momento? Para aquela punição por Dalila? Era esse seu destino? Aquilo havia sido escrito para ela? De repente, a chuva ao seu redor cessou. Ela se perguntou para onde ele a estaria levando? Estaria levando-a de volta ao castelo Turner? E como ela explicaria
Ele ficou muito consciente das batidas do coração da fêmea a sua frente. Seu rosto ao ouvir aquelas palavras se tornou pálido, até seus lábios perderam a cor gradualmente. Seu olhar violeta, antes tão firme sobre ele agora vagava pelo chão daquela floresta coberta de neve. Seus cabelos escuros caíam como ondas negras de obsidiana ao seu redor, sua pele pálida se assemelhava a neve ao seu redor. Ele a viu juntar as mãos, e as segurar de modo nervoso. Aquela não era a reação que ele estava esperando, estava aguardando que ela o atingisse com algum golpe, ou protestasse. Mas aquela Alice parecia apenas surpresa, e constrangida. Quando ele a chamou pelo nome, ela ergueu o olhar violeta para ele, a luz do sol refletiu em seus olhos e foi como se o céu estivesse se abrindo a sua frente. Foi como se estivesse diante do nascimento de duas pedras preciosas e raras, e aquilo o deixou instantaneamente sem fala, apenas conseguiu ficar parado a olhando. Quando ela havia ficado tão resplan