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Capítulo 3

PERIGO NARRANDO

Acendo um baseado na sacada do meu quarto e encaro o Complexo da maré, o dia está amanhecendo e junto com ele o movimento dos moradores e vapores. Por aqui o dia amanhecia lindo e na minha visão a vista que eu tinha era a melhor do mundo. Eu nasci e fui criando dentro dos morros e daqui eu não sairia por nada nesse mundo, ficaria até morrer e depois de morto , criaria raiz por aqui

- Pai – Joana fala entrando no quarto com um urso em suas mãos e eu jogo o baseado pela sacada.

- Oi meu amor – eu falo

- Que cheiro é esse? – ela pergunta

- O perfume daquele homem lá embaixo – eu falo passando álcool na mão.

- Por que passa álcool na mão? – ela pergunta.

- Por causa dos vermes , sua mãe não briga com você o tempo todo dizendo que precisa limpar as mãos? – eu pergunto.

- Sim, ela briga o tempo todo – Joana fala sorrindo – que tenho que lavar as mãos antes de comer, depois de comer, quando entra dentro de casa, até o tio Rodrigo precisa fazer.

- Viu como é importante – eu falo sorrindo e me abaixo e ela coloca as suas mãos em meu pescoço.

- Vamos brincar? – ela pergunta.

- Papai precisa te levar de volta para casa – eu falo – se não a sua mãe manda a policia vir te buscar, já era para você ter voltado ontem a noite.

- Mas eu queria ficar papai – ela fala.

-Eu também queria que você ficasse, mas lembra que você tem duas casas e precisa comparecer as duas, logo os dias passa e você volta aqui – ela meio desanimada assente com a cabeça.

Joana era minha companheira, toda vez que ela vinha aqui para casa era uma festa que só e quando ela não estava, eu ficava aqui sozinho, eu e essa casa imensa que era toda preparada para ela, era uma solidão que só. A minha filha ela se tornou tudo que eu tinha de mais importante na minha vida, ela era tudo para mim. A melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida.

Chegamos no morro da Rocinha e paro o carro na frente da ong de Malu e ela corre para abraçar a mãe, de longe apenas vejo as duas sozinha e respiro fundo indo até a boca.

- Olha ai – Rd fala – o que me traz de novidades.

- Sabe quem voltou? – eu pergunto para ele.

- Vai me dizer que é Kaio das cinzas – ele fala sorrindo.

- Não, Roberto – ele fala e arqueia a sobrancelha – e acredita quem voltou com ele?

- Laura? – ele pergunta.

- Laura – eu respondo – só que ele não voltou atoa, ele voltou com ela, então algo tem.

- Você acha que ele vai querer começar uma guerra de novo? É 2 anos de paz que a gente tem e depois volta tudo de novo – Rd me olha – fico pensando qual das nossas mulheres vai está traindo a gente agora? - eu abro um sorriso.

- A guerra é comigo, eu matei Kaio - eu falo para ele - mas eu tenho um plano.

- Que plano? – Rd pergunta me encarando.

- Ele tem uma esposa, ela se chama Marcela – ele me encara – eu estou seguindo todos os passos dela desde que eles chegaram e vou me aproximar dela.

- Você vai fazer o que com ela? – ele pergunta.

- Não irei machucar ela – eu respondo – mas vou me aproximar dela, tentar ganhar a confiança – ele me encara – e na hora certa a gente dar o bote, se ele pensar em nos atacar a gente ataca antes.

- Você acha que ela vai deixar você se aproximar dela? – ele pergunta.

- Ela é uma pobre coitada – eu respondo – não faz nada na vida, ah naõ ser seguir os passos daquele velho nojento. Tirando que ela é 20 anos mais nova que ele e deve está com ele apenas por dinheiro, será fichinha.

- Toma cuidado – Rd fala.

- Relaxa, Yuri está me ajudando – eu falo.

- Falando em Yuri, e Saul noticias dele? – ele pergunta.

- Você acha que isso não é estranho, ele sumir e logo depois Roberto voltar? – ele pergunta.

- Acho – eu respondo – por isso quero está passos a frente dele.

Depois de voltar para o complexo da maré, eu resolvo colocar o meu plano em prática, coloco uma roupa simples e pego um carro mais popular, entro no aplicativo do uber e mando dar uma pane no aplicativo.

Ela estaria em uma clinica no centro do Rio de Janeiro e eu estou aqui esperando ela sair, eu tinha arrumado um plano certinho e queria que Até que vejo aquela ruiva sair de dentro da clínica e andar até perto de  mim, ela estava o tempo todo no celular andando de um lado para o outro e até ficando nervosa enquanto tentava pedir um carro de aplicativo para levar ela para casa.

- A senhora quer um uber? – Eu pergunto a ela que me encara de cima a baixo com um olhar bem estranho.

- Estou pedindo no app, obrigada – ela fala rápido.

- O aplicativo está fora – eu respondo a ela  - acho que não deve está funcionando para senhora.

- Ele está sim – ela fala sem me dar muita atenção.

- Tem certeza? – eu inssisto - porque eu estou vendo que não está – eu aponto para o celular dela. - a senhora quer ir para onde? olha, eu sou motorista da Uber - ele aponta para todos os adesivos do carro e mostra o app dele de motorista.

- Eu não pego uber estranho – ela afirma .

- Miguel – eu falo estendendo a mão e ela me encara de cima a baixo - eu sou conhecido aqui, Pode confiar – eu aponto para Ph que estava lá fingindo ser meu conhecido. - e ai Pedro Henrique.

- O miguel – Ph responde me cumprimentando normal e ela encara Ph e depois me encara e fica meio desconfiada, mas parecia está caindo direitinho.

- Viu? – eu pergunto encarando - eu prometo que não irei assaltar a senhora, você quer ir embora e eu quero ganhar grana para sustentar os meus 3 filhos. Minha esposa morreu de cancer a um ano. – ela me olha com um olhar que estava se convencendo da minha história.

- Eu sinto muito – ela responde - vocÊ tem três filhos? – ela pergunta sem acreditar.

- Tenho – eu falo  - Joana, Joaquim e Janaina – eu falo sorrindo e mostro a foto de Joana, do filho do Ph e da filha de Bn e Mariana.

- Uma é bem pequena – ela fala comovida.

- Ela tem dois anos – eu respondo com um ar trágico - ela sente a falta da mãe.

- Eu sinto muito – ela fala.

- Eu preciso comprar o leite deles, posso te levar ? – eu pergunto para ela vendo que o meu plano está dando certo..

- É claro – ela sorri fraco.. - Meu endereço é no Jardim Botanico.

- Conheço tudo por aqui – eu falo.

Eu abro a porta para que ela entre no carro e depois começo a dirigir, eu vou puxando assunto com ela e ela vai respondendo aos poucos.

- Pode me deixar aqui na frente – ela fala.

- Eu te levo lá dentro, sem problema nenhum – eu respondo.

- Não precisa – ela fala – pode ser aqui.

- Mas é longe daqui da portaria até as casas – eu respondo – eu posso te levar sem problema nenhum.

- Eu já disse que está bom – ela fala – quanto deu a corrida? – ela pega sua carteira.

- 20 reais – eu falo.

Ela tira uma nota de cem.

- Pode ficar com o troco para ajudar a comprar os leites dos seus filhos – ela diz toda comovida.

- Obrigado – eu respondo – a senhora está me ajudando muito, por favor me deixe levar até a sua casa, eu quero, você me ajudou agora me dando a mais. Eu insisto – ela me encara e acaba concordando.

Tudo que eu queria era ter passe livre dentro do condomínio.

- Obrigada – ela fala quando paro na frente da sua casa.

- Eu que agradeço – eu respondo.

- Até mais – ela fala dando um leve sorriso e eu sorrio para ela de volta.

Ela entra dentro da casa e eu olho para ela , vendo que tinha alguns homens andando pelo jardim e saio dali antes de ser reconhecido.

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