Ela aprendia rapidamente, sacrificando sono e refeições, frequentemente esquecendo-se de comer e indo dormir tarde.Lucas ficava preocupado ao vê-la assim.— Cunhada, você precisa cuidar da sua saúde, ou o Daniel vai ficar preocupado quando voltar.— Então deixe que ele fique preocupado, e você conta tudo para ele, sem deixar nada de fora!Beatriz tinha seus próprios pensamentos.Se Daniel soubesse o quanto ela se esforçava na sua ausência, talvez ele voltasse mais cedo?Ela sabia que seus pensamentos eram infantis, mas não conseguia evitar.Beatriz sempre foi curiosa sobre o que havia atrás daquela porta trancada.Quando Daniel voltasse, ela definitivamente perguntaria o que estava escondido ali.O tempo passava despercebido; para outros, um mês era rápido, mas para ela era longo demais.Durante o dia, havia tarefas para ocupar o tempo, mas à noite, a imagem de Daniel surgia em sua mente, dificultando o sono.Ela sonhava repetidamente com Daniel coberto de sangue, com uma expressão de
— Não venha com essa cara de quem perdeu um amor, Afonso. Eu nunca te fiz mal. Podemos jantar, mas espero que cumpra sua palavra e não apareça mais na minha frente. Vamos seguir caminhos separados.Afonso tentou falar, mas sua garganta estava amarga.Ele subitamente entendeu por que, antes de perder a memória, sempre agia de forma contraditória e insistia em perturbá-la.Se realmente comessem juntos, não haveria mais nenhum vínculo entre eles, e ele sabia que isso o machucaria profundamente.Mas tudo isso era culpa dele mesmo!De repente, ele não queria mais aquele jantar.No entanto, já havia falado. Deve muito a Beatriz e deixar ela ir era o melhor para ambos.Os dois foram ao restaurante. Beatriz realmente só queria comer, sem relembrar o passado ou discutir outros assuntos, desejando terminar logo para ir embora.Afonso tentou iniciar conversas várias vezes, mas ela não deu continuidade, deixando-o um pouco frustrado.Nesse momento, o secretário de Afonso apareceu.Ele parecia um p
Logo após a saída de Beatriz, a expressão inocente de Afonso desapareceu, dando lugar a uma expressão cruel e ameaçadora.Ele estreitou os olhos perigosamente, determinado a descobrir que jogada Débora estava planejando.Ele entrou no carro.— Chamou o médico? O que o médico disse?— Não chamamos o médico, foi a Srta. Costa quem disse que seu ciclo menstrual estava atrasado há uma semana e que o teste deu positivo.— Então leve-a ao hospital.— Mas a Srta. Costa insiste em ver você, antes disso ela não irá a lugar algum.— Está bem, então vamos ver o que está acontecendo, — Afonso disse com um tom sombrio.O secretário tinha certeza de que a situação de Débora não terminaria bem.Atualmente, Afonso estava completamente apaixonado por Beatriz. Se não fosse por essa mulher, o senhor estaria vivendo muito feliz com a Srta. Rocha.O senhor agora... estava assustador.Débora ansiava por esse filho como por uma bênção, e todos os remédios tradicionais que ela havia coletado por aí não tinha
— Entregue a ela o acordo de divórcio.Afonso não queria perder seu tempo discutindo e pediu ao secretário que entregasse os papéis do divórcio a ela.Mas Débora nem sequer olhou para eles. Agora que estava grávida, sentia-se em vantagem e não tinha intenção de se divorciar.— Afonso, eu sei que cometi muitos erros, mas a criança é inocente. Você realmente tem coragem de ver essa criança nascer já com os pais separados, sem uma família estruturada? Nós dois somos pessoas que sofreram muito, nossos pais faleceram, e prometemos que se tivéssemos um filho, daríamos a ele o melhor de tudo neste mundo...Afonso finalmente compreendeu por que precisava se casar com Débora.Porque ela entendia o quanto a morte dos pais o afetara.A família Silva não tinha mais ninguém, e ter uma criança ligada a ele por sangue lhe daria um sentimento de pertencimento.Débora sempre fazia questão de lembrar que eles eram parecidos, ambos sem pais, uma dor que os outros não compreendiam, Beatriz não compreender
— Então deixe a mídia ver bem como você é vaidosa, cobiçou a fortuna da família Silva e foi desmascarada e expulsa. Quem sabe de que lado eles ficarão?Afonso interrompeu suas palavras.A família Silva não dar um centavo realmente parecia cruel, seria criticado.Mas Afonso não se importava mais, depois de tantas vezes ser humilhado, essa pequena questão não tinha relevância.Além disso, dar dinheiro a Débora para que ela o gastasse e vivesse confortavelmente seria pior do que a morte para ele.— Afonso... o que aconteceu com você? Você não era assim antes...— Eu esqueci de te contar, eu esqueci de tudo entre nós, tudo que sei foi contado por outros. Então, suas manobras usuais não funcionam comigo!— Então é assim...Débora ouviu isso e sentiu um pouco de alívio no coração.Afinal, ele apenas havia esquecido temporariamente. Quando ele se lembrasse, tudo poderia voltar ao normal.Afinal, eles tinham tantas lembranças profundas, tantos momentos doces.Essas eram as suas lembranças, os
— Por que você não fala? Foi uma batalha muito dura, algum dos seus companheiros morreu e você está triste?Ela tentou adivinhar, enquanto acariciava suas costas suavemente.Talvez assim ele se sentisse melhor.— Daniel? Você pode falar? Estou um pouco... assustada...Estava quieto demais.Ela não conseguia adivinhar sua respiração.Mesmo o abraçando, não sentia seu calor.— Daniel, por favor, diga algo, o que está acontecendo...Daniel continuava em silêncio absoluto.Ela ficou preocupada, rapidamente o empurrou, mas de repente a imagem de Daniel mudou.Seu rosto estava pálido, todo molhado, os dedos inchados como se tivessem ficado de molho por muito tempo.Das pontas dos dedos, gotas de água pingavam.Ela olhou fixamente para o peito dele, três... três buracos de bala, de onde jorrava sangue, encharcando sua camisa.Ele a olhava com olhos vazios, como os de um morto, suas pupilas dilatadas e desfocadas.— ...Daniel...Ela pronunciou seu nome com dificuldade.Era um sonho, só podia s
— Vou te levar para casa.No carro, Beatriz estava inquieta, por que aquele sonho parecia tão real?— Lucas, você tem notícias do Daniel? — Ela perguntou, não conseguindo se conter.— Não, cunhada, não se preocupe. Daniel com certeza está bem.— Tudo bem…Beatriz estava um pouco confusa, caso contrário, teria percebido o leve tremor nas palavras de Lucas.Ao chegar à mansão, ela não foi para o quarto descansar, mas foi para o escritório.Sua estação de trabalho ficava ali, ao lado da mesa de Daniel, com a melhor iluminação e vista.Metade das prateleiras de livros eram preenchidas com suas revistas de moda.Quando estava cansada, gostava de se aconchegar na cadeira e ler.Foi ali também que eles tiveram sua primeira vez.Sabendo que era a primeira vez dela, Daniel, de forma obsessiva, não permitiu que limpassem o carpete, mas cortou aquela parte especial e a guardou em uma caixa.Beatriz achava isso embaraçoso, mas já tinha desistido de tentar corrigi-lo.Agora, tudo estava igual, exc
Ao ouvir isso, Beatriz sentiu seu sangue gelar.— O que... o que você disse? — ela gaguejou, com dificuldade.— Eu não sou bom de jeito nenhum, não goste mais de mim.— Foi você que me fez gostar de você, foi você que insistiu em me manter ao seu lado, e agora você me diz para não gostar mais de você! Daniel, você é um idiota, um grande idiota! Eu te digo, se eu ficar com outra pessoa, nunca mais vou pensar em você!— Bia...Daniel parecia alarmado, chamando seu nome, como se quisesse impedi-la.No fundo do coração dela, uma esperança começou a arder.Daniel ainda estava relutante em deixá-la, ele havia feito tanto para chegar até ela, ele não queria desistir.Mas então...Seus ombros relaxaram de repente, como se ele tivesse soltado um suspiro.— Tudo bem. — Ele apenas disse isso.Ela ficou paralisada, sem cor no rosto.Logo, a figura à sua frente desapareceu.Beatriz abriu os olhos, percebendo que tinha sonhado novamente.Ela olhou fixamente para o teto do hospital, com o cheiro fo