Beatriz foi levada novamente à sala de interrogatório.— Você se lembra de Gustavo Santos?Uma policial mostrou-lhe uma foto. Beatriz, obviamente, se lembrava, já que ele quase a atacou. — Lembro.— Pode nos contar sobre aquela noite?Beatriz relatou tudo detalhadamente.A policial assentiu: — Parece que Helena estava falando a verdade. Você sabia que Helena e Débora tinham algum vínculo?— Não sabia antes, mas agora posso imaginar.— Então, você estava completamente alheia?— Sim.A policial assentiu, parecendo compreender toda a situação.Agora, faltava ouvir o último testemunho, o de Débora.Ela foi chamada novamente.— Sra. Silva, você ainda afirma que foi a Srta. Rocha quem a empurrou, correto?Débora, com os dentes cerrados, confirmou novamente. — Sim, foi ela quem me empurrou!— Sra. Silva, calúnia e difamação são crimes. Você deve ser responsável por cada palavra que diz.A policial a olhava seriamente, fazendo com que o coração de Débora tremesse, enquanto ela ponderava rapida
Assim que ele saiu, ela abriu os olhos, pensando sobre tudo o que havia acontecido.Helena realmente não era confiável, ela tinha tudo para acabar de vez com Beatriz, mas, inesperadamente, traiu a confiança.Ela deveria ter percebido desde o início que se ela podia comprar a lealdade de Helena com dinheiro, outros também poderiam, provavelmente Daniel ofereceu mais.Felizmente, todas as negociações dela com Helena foram feitas de maneira oficial, não deixando pistas que pudessem incriminá-la.Quanto à empresa que pagou a indenização ao pai de Helena, ela prometeu vantagens dentro de um ano, mas até agora não parece haver qualquer ligação entre ela e essa empresa.Quando ela recrutou todos os funcionários do estúdio de Beatriz, Helena era a principal.Helena foi atraída pelo alto salário, mas não para trabalhar diretamente para ela, e sim para continuar ao lado de Beatriz, observando seus movimentos.Helena era esperta, não precisava ser instruída para causar problemas a Beatriz, quase
— Beatriz...Daniel tentou controlar seu entusiasmo, resistindo ao impulso de abraçá-la fortemente, aproximando-se cuidadosamente.Beatriz olhou para ele, com sentimentos misturados.Ela queria sorrir para ele, mas por alguma razão, tudo escureceu e ela desmaiou.Naquele momento, o coração de Daniel disparou, e ele largou o guarda-chuva para pegá-la nos braços.Ele a levou para o hospital. Ela estava um pouco debilitada, mas sem nada sério. Afinal, passar vários dias em um ambiente tão opressor, era natural que algo acontecesse.Beatriz acabou sendo infectada por um vírus, teve febre durante dois dias e permaneceu internada no hospital.Daniel ficou ao seu lado sem se afastar um só instante, e também não desistiu de investigar a notícia sobre o feto morto, até que finalmente encontrou uma pista.Seu olhar ficou fixo na tela.Beatriz e uma mulher se esbarraram na entrada do hospital, papéis se espalharam pelo chão, e Beatriz, gentilmente, ajudou a recolher tudo.Em seguida, a mulher, de
— Eu posso entender, Afonso confia nela, assim como você confia em mim. Tudo que está à vista, aponta que eu empurrei alguém, causando o aborto. Mas você ainda confia em mim, continuando a procurar provas.— Você e Débora são diferentes, ela não merece ser comparada a você. Afonso está cego, ele não ama tanto Débora, é mais sobre o que ele sacrificou para ficar com ela. Ele desafiou seus pais, usou você como substituta, e depois desobedeceu à avó. Ele sacrificou muito, por isso não quer admitir que Débora tem más intenções, caso contrário, seria o mesmo que admitir que ele tem um mau julgamento, que não sabe julgar as pessoas. Mas eu sei, você sempre foi boa, melhor que qualquer outra pessoa.Daniel olhou para ela, enfatizando cada palavra.O coração de Beatriz começou a bater descontroladamente.Seu olhar era sempre sincero e direto, ninguém ousava encará-lo.Quando seus olhares se encontraram, era intensamente quente.— Bia, você disse... que me perdoa, isso ainda vale?Beatriz ficou
Carlos enfatizou cada palavra, deixando Beatriz sem argumentos.Mesmo sabendo que era inocente, o plano de Débora a tinha colocado na prisão. Se não fosse pela intervenção de Daniel, ela estaria perdida.— Irmão Carlos, o que aconteceu? Você não tinha ido embora?— Quem disse que eu fui? Eu não disse que estava apenas tirando alguns dias de folga? Como não pude ajudar diretamente com sua situação, decidi estabilizar a empresa. Nos dias em que estive fora, não fiquei parado; dei uma palestra na minha antiga universidade e 'convenci' muitas pessoas a virem para cá. O problema com o tecido contaminado já foi resolvido e não está mais associado ao estúdio. Com o tempo, as coisas vão melhorar aqui.— Irmão Carlos...Parece que a única pessoa mesquinha era ela própria. Ela pensava que nem mesmo poderia ser amiga de Carlos.Carlos sorriu: — Eu não sou tão mesquinho. Ainda somos parceiros, e eu ainda sou seu Irmão. Podemos... voltar a ser como antes?Beatriz concordou entusiasticamente. — Obri
— Você... você não tem nada a dizer?Seria uma reação normal se ela o repreendesse ou lhe desse um tapa.Mas, ao contrário, ela estava calma, falava de maneira moderada, e seu olhar era tão indiferente que era assustador.O jeito como ela o olhava agora não era com desgosto ou decepção, mas com uma tranquilidade que não deixava ondas.Como se ela estivesse olhando para um estranho.— Eu tenho que ir, Sr. Silva,— ela disse suavemente.Quando Débora apareceu em seu estúdio fazendo alarde, dizendo que estava disposta a compartilhar um homem com outra mulher e que agora também concordava em ser mantida como amante,Elas podiam se desvalorizar, mas que não viessem incomodá-la.Ela até tentou explicar, mas como as duas não entendiam, por que ela se incomodaria em se comunicar agora? Não seria estúpido?Afonso estava insatisfeito.Débora a via como uma rival amorosa, determinada a competir com ela.Mas ela realmente não se importava com os dois.— Bia, sobre aquilo... — Foi meu erro...As ú
Eles provavelmente se casariam, já que ele a tinha como substituta, e essa substituta até superava a original, por que não poderia continuar substituindo por toda a vida?De repente, ele se lembrou da primeira vez que viu Beatriz, vestida de forma provocante, tremendo de frio, como um cordeiro prestes a ser abatido, sem saber em mãos de qual açougueiro acabaria.Ele ficou deslumbrado à primeira vista, não só porque ela se parecia muito com Débora, mas também porque ela era realmente bonita, até mais que Débora, com uma aparência e feições atraentes.Ele também sentiu compaixão, um sentimento de misericórdia.Inicialmente, ele realmente considerava Beatriz apenas como uma substituta, um consolo para sua saudade.Mas depois, Beatriz se mostrou muito competente, carinhosa, compreensiva e bondosa, nunca lhe causando preocupações.Sua presença lentamente aliviou a dor que o término com Débora havia causado.Na verdade, ele havia terminado com Débora há anos e tinha vivido como um libertino
Seu estômago revirou, a simples ideia do odor já era nauseante, ela apenas havia adicionado um pouco de sal, como poderia engolir algo com um sabor tão forte?Contudo, Débora parecia saborear cada pedaço, naquele momento, Afonso teve uma ilusão, como se ela não estivesse comendo a placenta, mas comendo uma criança.Ele esperou ela terminar antes de descer, fingindo que nada havia acontecido.— Vou indo.— Afonso, espere um momento…— Tem mais alguma coisa?— Esse assunto… não vamos mais falar sobre isso? Se não fosse pelo conflito com Beatriz, o empurrão, o acidente não teria acontecido. Mesmo que ela não tenha sido a mente por trás, ela deve assumir sua responsabilidade. Ela é cúmplice na morte do nosso filho, Afonso… você realmente não vai buscar justiça para nosso filho?Débora derramou duas lágrimas, chorando sinceramente.Nisso, ela nunca perdeu para ninguém, as lágrimas vinham quando ela queria.Afonso franzia a testa, perguntou seriamente: — Então, Beatriz realmente te empurrou?