Dani permaneceu em silêncio; ela dirigia enquanto continuava a reclamar, mas ao se virar, para sua surpresa, descobriu que Dani tinha adormecido. Então, ela se calou.Chegando à mansão, ela não conseguiu carregá-lo sozinha, então decidiu esperar no carro.Ela observava o contorno do rosto de Dani, tão idêntico ao de Daniel, mas sentia que era diferente, talvez por saber que eram pessoas distintas.Como Daniel foi se tornar policial? Se tivesse escolhido ser um vilão, certamente também teria feito grandes coisas.Felizmente, ele não seguiu um caminho errado.Pensando em Daniel preso, sem saber se ele estava em um sono profundo ou consciente do mundo exterior, mas incapaz de falar ou agir, será que ele sofria?Por impulso, ela estendeu a mão e gentilmente tocou seu rosto, sentindo saudades de Daniel.Suas mãos suavemente percorreram suas sobrancelhas, nariz e os lábios finos e sensuais.Seus dedos permaneceram em seus lábios por alguns segundos, prestes a se mover para baixo, quando, ine
Após um passeio, os dois se cansaram e decidiram parar para comer um sorvete, observando as outras pessoas gritarem de alegria.— Amanhã, que tal eu te levar ao zoológico?— Hum.— Depois de amanhã, vamos acampar.— Ok.— Vamos ao cinema...— Como quiser.Dani seguia seus planos com os olhos brilhantes.Beatriz, vendo que ele não mostrava resistência, começou a pensar em outras coisas.Ela achava que o último psicólogo que visitaram era muito competente. Ela havia pesquisado que através de uma hipnose profunda, seria possível despertar a personalidade dominante. Ela precisava encontrar uma maneira de levar Dani para tentar.No dia seguinte, ela levou Dani ao zoológico.Ao ver os animais, Dani não mostrou felicidade, mas sim irritação.— Por que eles têm que ficar presos? Eles não pertencem à floresta? Eu vou comprá-los e soltá-los de volta à natureza.Dani estava impulsivo, querendo até encontrar o responsável pelo parque. Beatriz rapidamente o deteve. — Muitos destes animais são prote
— Beatriz, você... você sabe que tem gente que vive por você... eu... eu sou...A última frase foi pronunciada em voz tão baixa que Beatriz não conseguiu entender.Desta vez, Dani havia realmente desmaiado. Beatriz suspirou aliviada, sentindo-se um pouco mais tranquila.Ela não podia se compadecer com um distúrbio. Ela queria um Daniel humano, consciente e controlado, à frente de tudo.Dani era como uma bomba-relógio, imprevisível, e Beatriz não queria arriscar.Beatriz o levou para casa, onde ele estava verdadeiramente bêbado.Ela precisava de ajuda e chamou Lucas.— O que você disse? Transtorno dissociativo? Daniel nunca me falou sobre isso...— Se nem você sabia, então provavelmente ninguém mais sabe. Daniel escondeu isso muito bem, agora me sinto impotente, sem saber como ajudá-lo.Lucas falou apressadamente. — Precisamos trazer o Daniel de volta, o Grupo Dias ainda precisa dele.Beatriz olhou para Dani deitado na cama, sem um pingo de compaixão.— Lucas, me ajude a contatar este p
Pouco depois, o psicólogo chegou.Ele também tinha algum conhecimento médico, mediu sua temperatura, coletou sangue para exames e prescreveu medicamentos para reduzir a febre.— Este quarto não é bom, não tem ventilação adequada. Sugiro trocar.— Ok, vamos trocar.Beatriz já havia redecorado o quarto de hóspedes.O médico olhou para o quarto e acenou com a cabeça: — Este quarto está muito bom, o conforto do ambiente também pode influenciar na recuperação do paciente.Beatriz mudou de quarto, e Dani não saía de seu lado, com uma expressão ansiosa no rosto. Ele se importava muito com ela.O médico prescreveu um remédio, especialmente amargo. A cada vez que ela o tomava, sentia a raiz da língua amargar, era tão ruim que quase não queria mais viver.— Que horrível...— É remédio, claro que é ruim. Toma isso.Dani, como se fizesse mágica, tirou um bolinho de morango do bolso.— De onde você tirou isso?— Eu mandei alguém comprar.Beatriz deu uma mordida, ainda era o sabor que lembrava, da s
Ele queria experimentar tudo, junto com Beatriz.— Claro, quando eu melhorar, eu vou te levar.— Você também deita, eu quero dormir um pouco, fica aqui comigo.Dani acenou com a cabeça e deitou-se no sofá pequeno, bem próximo à cama. Beatriz virou-se de costas para ele, fingindo dormir.— Beatriz? Beatriz...Ele a chamou suavemente duas vezes, sem obter resposta, pensou que ela tivesse adormecido. Ele ficou em silêncio por um longo tempo, até que finalmente voltou a falar.— Eu vou me esforçar para aprender as regras deste mundo, quero substituí-lo e ser uma pessoa melhor. Não quero ter sido criado só para ser apagado. Se eu existo, tenho o direito de viver. Beatriz, por favor, não me veja como um monstro, eu sou uma pessoa, uma pessoa normal...Sua voz ia ficando cada vez mais baixa, parecia que esse sofá tinha um tipo especial de magia, especialmente macio, fazendo com que fosse fácil cair no sono.Ele também estava um pouco cansado, então acabou adormecendo sem perceber.Foi então q
As palavras de Dani eram soturnas, como se viessem do inferno.Ele estava pálido demais, o suor escorrendo em gotas grandes. Ele se esforçava com toda a sua força, realmente com intenção de matar. Ele apertava cada vez mais, e Beatriz estava sendo levantada por um único braço.A sensação de asfixia a envolvia firmemente, ela lutava em agonia, mas sem conseguir se mover.A consciência de Beatriz estava ficando cada vez mais fraca, quando de repente sentiu seu corpo aliviar, caindo.Antes de desmaiar, ela pensou ter ouvido a voz de Dani. A voz era muito fraca, tão baixa que ela duvidava se não era sua própria alucinação.— Você ainda não entendeu... esse tipo de hipnose primitiva não pode me vencer. Só você pode realmente me machucar.— Daniel faria qualquer coisa por você...— Beatriz, você me deve isso... não me dê uma próxima vez, se houver uma próxima, não vou te perdoar...Essas últimas palavras martelavam em seu coração. Essa era a voz final de Dani.Quando ela estava prestes a cai
Desta vez, ela não estava chorando por Daniel, mas por outra pessoa.Ele disse, quando ela melhorasse, eles iriam acampar, ir ao cinema.Ele disse, ele também era uma pessoa, uma vida viva.Ele não era uma apêndice de Daniel, nem uma pedra nos rins ou um pólipo que poderia ser removido com uma cirurgia.Ele tinha seus próprios pensamentos, ele também sentia dor.Ela ganhou sua confiança, apenas para traí-lo, Daniel deve estar desesperado.Ele, por toda sua vida, nunca se perdoaria.Eles só se conheciam há alguns dias, mas por que ela estava tão triste? Ela matou sem levantar uma arma... Beatriz estava profundamente angustiada.Daniel, parado à porta, estava extremamente aflito, enquanto o psicólogo, mancando, entrou.— Acho que a Srta. Rocha precisa do meu tratamento, o conflito entre você e a segunda personalidade deveria ser resolvido por vocês mesmos, mas a Srta. Rocha tomou partido, o que não é justo para a segunda personalidade. Ela não consegue superar isso...Daniel olhou para e
O canto dos olhos de Daniel instantaneamente se encheu de vermelho, olhando para ela com raiva. — Você sabe o que está fazendo?Beatriz olhou para baixo, para a faca ainda cravada em seu peito, e Daniel segurou a lâmina. A faca cortou sua pele, e gotas de sangue começaram a cair, formando rapidamente uma pequena poça no chão.Ela se sentiu confusa; no momento em que agiu, apostou que Daniel a impediria. Ela não esperava que ele, no calor do momento, agarrasse a faca com a mão desprotegida!— Sua mão…Daniel jogou a faca no chão com força, fazendo um som claro.Ele segurou seus ombros firmemente, fazendo-a sentir dor nos ossos.— Beatriz, escute bem, nunca se machuque. A ponta da faca pode ser direcionada a qualquer um, mas nunca a si mesma, entendeu?Ele rugiu com raiva, claramente irritado. Beatriz abriu a boca, querendo dizer que não tinha intenção de se machucar, ela sabia que Daniel interviria. Se ele se importava, então sua vida era valiosa.Mas as palavras ficaram presas na garga