— Daniel, eu sei que eles não me deixariam morrer de fome, mas quando a fome chega ao extremo, eu perco a capacidade de pensar. Eu só estava com fome há três dias, você não sabe o que é sentir essa fome voraz, mal conseguia andar, via estrelas, até tive alucinações, queria comer qualquer coisa. Parecia que milhares de mãos se estendiam do meu estômago até minha garganta, implorando por comida. Eu só podia beber água, até vomitar, ir ao banheiro. Depois da breve sensação de saciedade, a fome insaciável voltava. Acordava de madrugada de tanta fome, não conseguia mais dormir, só ficava esperando o sono voltar, sonhando com a fome.— Fiquei tão desesperada que resolvi arriscar, fugi pela varanda. Naquele momento, pensei que a ideia de sobreviver sem comida por sete dias era uma mentira, senti que morreria em três dias. Eu precisava fugir, precisava encontrar algo para comer. Mal consegui escapar, mas estava tão fraca, mal podia andar. Pensei que encontraria alguém para me ajudar, mas ao in
Eles ficaram para almoçar, tiraram uma soneca, jogaram xadrez com o avô, fizeram alguns petiscos, preenchendo um dia inteiro e agitado.À noite, Daniel a levou de carro para casa.— Eu esqueci algumas coisas aqui, posso entrar para pegá-las?— Esta sempre foi sua casa.Daniel a seguiu para dentro, mas não esperava encontrar Carlos na sala de estar.— Carlos? Você ainda não foi embora?Beatriz estava surpresa. No final da tarde, a empregada havia ligado dizendo que Carlos havia trazido o carro. Para agradecer, ela pediu que a empregada convidasse Carlos para descansar um pouco dentro de casa.Ela pensou que ele sairia logo, mas ele acabou esperando mais de uma hora.— Eu lembro que você tem algumas edições antigas de revistas de moda da ER que já não são mais vendidas. Pensei em pegar emprestado para dar uma olhada.— Entendi, daqui a pouco eu te levo ao meu ateliê para pegá-las.— Daniel, você vai ficar aqui esta noite?— Sim.— Não.Beatriz e Daniel falaram ao mesmo tempo, com respost
Carlos parou, apertando os punhos, sabendo que havia violado seus princípios morais, agindo de maneira desprezível.Mas... ele se virou, encarando Daniel: — Realmente não deveria fazer isso, mas você me decepcionou demais. Se não consegue protegê-la, não pode dar tudo o que ela quer, por que não a deixa livre para encontrar alguém que realmente a mereça?— Alguém melhor? Você?— Não é óbvio? Você não é indispensável, por que...— Como sabe que não sou? Vou te dizer a verdade, meu interesse por ela é de longa data, não aconteceu da noite para o dia.Daniel interrompeu Carlos friamente, avançando com passos largos, emanando uma pressão intimidadora. Ele parecia um demônio vindo do inferno, fazendo Carlos suar frio nas costas, mas mesmo assim, não recuou. Recuar significaria admitir a derrota.— Admito, falhei com ela uma vez, mas isso não acontecerá novamente. E você, não deveria aproveitar a situação para me prejudicar. Carlos, somos amigos há anos, conheço você bem, você é um cavalheir
— Não tem problema, vou devagar.— E se algo acontecer enquanto a chuva não para?Quanto mais ele insistia, mais ela ficava preocupada, temendo por um acidente que a deixaria culpada pelo resto da vida.Daniel então ‘relutantemente’ saiu do carro. Olhou para trás, para a chuva torrencial, sem se sentir particularmente grato aos céus.— Sua roupa está ensopada, vá tomar um banho e troque por algo seco, vou preparar um chá de gengibre para espantar o frio.— Você também deveria tomar um banho.— Sim.Beatriz voltou para dentro, preocupada com Carlos. Ele tinha saído quarenta minutos antes, deveria ter chegado em casa, mas ela temia que algo o tivesse detido.Ela ligou várias vezes para Carlos, sem resposta. Após tomar banho, tentou novamente, e finalmente Carlos atendeu.— Você chegou em casa?— Cheguei.A voz de Carlos estava abafada, seu humor parecia estranho, sem explicação.— Que bom que chegou, amanhã te levo a revista.— Ok.— Carlos, está tudo bem com você? — Ela perguntou, preoc
Ao ouvir esses comentários, Beatriz sentiu suas orelhas queimarem como se estivessem em chamas. Meu Deus, no que essas garotas estão pensando?Ela tossiu levemente, sinalizando que elas deveriam se comportar. As empregadas rapidamente silenciaram e voltaram ao trabalho.Beatriz pegou seu celular apressadamente e deixou o local. Cerca de meia hora depois, Daniel desceu, já vestido formalmente em um traje executivo, com a gravata meticulosamente arrumada e o botão superior fechado.Sua presença era cheia de uma aura de abstinência, contrastando fortemente com sua aparência pós-exercício, mas isso só aumentava a tensão sexual.— Posso te levar para a empresa?— Não precisa, eu mesma vou dirigir. Será difícil voltar à noite. — Beatriz recusou.Daniel pressionou os lábios, sem dizer mais nada.O café da manhã foi tranquilo. Daniel era do tipo que não falava durante as refeições, mantendo-se sempre alerta e compenetrado, como se nunca pudesse cometer um erro, sempre agindo com justiça e inte
Um protagonista favorito de diretores de Hollywood, ganhador de dois Oscars e várias outras premiações cinematográficas. Com pouco mais de trinta anos, ele já tinha conquistado um sucesso incrível, fazendo muitos invejarem. Além disso, sua esposa também tinha uma posição elevada no mundo do entretenimento.Um homem de imagem tão íntegra, se fosse exposto por um escândalo de traição, certamente veria sua carreira estrelar arruinada. Não só isso, mas a família de sua esposa também faria ele pagar um preço doloroso.— Entregue o vídeo.— Primeiro solte ela.— Você está tentando negociar comigo? Você acha que tem essa capacidade? Vocês são apenas jornalistas de fofocas de baixo nível, eu poderia acabar com vocês tão facilmente quanto matar uma formiga,— a agente presumiu erradamente que Beatriz e Franciely eram jornalistas. — Se você não falar agora, mais tarde você vai querer falar.Com um olhar, a agente sinalizou para os seguranças, que imediatamente se aproximaram, prontos para agir.—
— Esta arma não mata! É apenas uma lesão superficial.Alguém percebeu o engano. A arma havia sido solicitada a Benício, se tivesse realmente tal poder destrutivo, provavelmente todos seriam presos.— Beatriz, você precisa fugir...Franciely se adiantou, abraçando o segurança mais próximo, tentando ganhar tempo para que ela pudesse escapar. Mas a porta estava trancada por dentro, e não poderia ser aberta tão rapidamente, e o pequeno corpo de Franciely não aguentaria por muito tempo.Vendo o cotovelo do segurança prestes a cair pesadamente sobre sua coluna, o coração de Beatriz disparou, e ela correu para frente, usando o braço para bloquear.Houve um estalo. A dor aguda a atingiu, e ela ficou pálida de dor, incapaz de discernir se seu braço estava quebrado ou deslocado, mas de qualquer forma, seu braço direito estava pendurado, flácido e sem qualquer sensação.Seu braço estava inutilizado?— O que vocês estão esperando? Amarram-nas e as levem para o quarto. Rápido, gravem o vídeo e sela
— Entre nós, não se fala em causar problemas.O barulho do lado de fora havia diminuído, e Beatriz quis abrir a porta para ver, mas Daniel bateu levemente na porta do quarto.— Está um pouco sangrento lá fora, não é uma boa vista. Deixe que eu limpe tudo, depois você sai.— Tudo bem, você está bem?— Estou.Foi então que Beatriz suspirou aliviada.— E então, você se preocupa com ele, né? — De repente, Franciely se aproximou, falando de forma jocosa.Beatriz se apressou em disfarçar: — Imagina, ele veio até aqui por minha causa. Se ele se machucasse, eu me sentiria culpada.— Olha, esse Daniel parece mesmo se importar com você. Ele veio correndo. Eu te liguei pensando nisso. Ele não é muito melhor que o Afonso?— Seis por meia dúzia, nenhum deles presta. — Beatriz falou, claramente irritada.Logo, Daniel as permitiu sair, e o lado de fora estava limpo, apenas o ar ainda carregava um cheiro de sangue.— Você não pode ficar aqui por enquanto. Fique na minha casa. — Beatriz se ofereceu.—