Naquele momento, o telefone de Débora tocou, era a pessoa encarregada de buscar alguém no aeroporto. Nara disse que chegaria hoje na Capital, e ela já havia enviado alguém para buscá-la.— Como está indo, o convidado especial foi recebido? Espero que não haja nenhum imprevisto.— Senhora, esperamos por muito tempo, mas Desenhista Nara não apareceu, e como não temos uma foto, fica difícil de encontrá-la.— Vocês levaram uma placa com o nome?— Levamos, até cansamos de segurar, mas não vimos ninguém.Ouvindo isso, Débora se sentiu inquieta e imediatamente tentou entrar em contato com Nara, mas não obteve resposta. Esperava que nada desse errado hoje.Hoje era o dia em que ela se orgulhava mais, humilhar Beatriz e vê-la sem chances de reverter a situação era extremamente gratificante.Nenhum outro momento poderia superar o impacto deste dia.Ela enviou mais algumas mensagens, mas continuou sem resposta, até que o estilista sussurrou em seu ouvido.— Beatriz veio me ver? O que ela quer aqu
— Como você pode ser tão inconstante? — Beatriz franziu a testa, fingindo estar irritada.— Nós assinamos algum contrato? Temos testemunhas? Com que base você diz que estou sendo inconstante? Eu te digo, o desafio continua!— O que você ganha continuando? Você também não conseguiu trazer ninguém, um empate não me faria parecer tão mal.— Isso é diferente.— Você quer dizer... que conseguiu convidar alguém? Isso é impossível...Beatriz exagerou na atuação, mostrando-se ansiosa e com medo, implorando novamente para Débora cancelar a aposta. Ao ver a reação dela, Débora ficou ainda menos inclinada a cancelar.Ela ajustou sua saia com um ar de superioridade: — Ainda preciso me arrumar, não tenho tempo para ficar aqui te ouvindo me implorar.Ela chamou de volta seus maquiadores.— Pode ir, vou me maquiar agora.— Débora... eu não acredito que você realmente conseguiu convidar alguém! — Ela lançou essa fala antes de se virar para sair.Beatriz deixou o camarim, soltando um suspiro de alívio.
Beatriz sentiu um arrepio por todo o corpo, uma sensação indescritível de formigamento e dor, deixando seus olhos marejados de lágrimas. Seus ouvidos ficaram vermelhos, as bochechas quentes, e seus olhos nublados.Ela pediu em um sussurro: — Pare... isso dói... Daniel, me solte.Daniel, percebendo sua dor, pareceu relutante, afrouxando o aperto e mudando para a ponta da língua. Ela quase desabou, mas foi prontamente segurada por ele pela cintura.Ele sabia o que estava fazendo? Ele estava louco, como poderia encurralá-la no corredor de segurança e fazer essas coisas loucas e vergonhosas!Ela mordeu os lábios com força, evitando fazer qualquer som que pudesse envergonhá-la ainda mais. Sua mente estava um caos, lutando para manter a razão, tentando controlar-se para não gritar.Foi então que Daniel sussurrou em seu ouvido, com a voz rouca. — Você tem medo que o Afonso ouça?— Ah? — Ela respondeu confusa, apenas então percebendo que o quarto de Afonso ficava exatamente em frente à porta d
Daniel ficou parado, seu desejo foi extinguido como se tivesse sido jogado um balde de água fria do cabeça aos pés.— Você foi procurar a Débora? — Sua voz teve uma pausa, soando um pouco desconfortável.Beatriz queria morrer naquele momento.Esse idiota! Se não fosse por causa do casamento mais tarde, ela realmente teria gostado de dar um tapa nele.Embora agora fossem marido e mulher, Daniel se machucar implicaria em uma má aparência para a dignidade dela, talvez até mesmo sujeitando-a às zombarias de Afonso e Débora, razão pela qual ela se conteve.— Me coloque no chão! — Ela disse, após recuperar suas forças e conseguir caminhar sozinha.Ela reprimiu sua raiva, parecendo uma pequena fera furiosa. — Desculpe, vou te ajudar a arrumar a roupa.Daniel, ciente de seu erro, não a soltou, mas a levou para o descanso. Ela correu para o banheiro, tentando ajustar o enchimento do sutiã e amarrar as alças do vestido.Retirando o blazer, ela viu seu reflexo desalinhado no espelho.O vestido es
Daniel não ousou olhar. Beatriz não hesitou, mordendo-o fortemente.O homem soltou um gemido abafado, não claro se pela surpresa, dor ou outra coisa.Este som, rouco e profundo, misturado com um tom de desejo, fez o coração de Beatriz acelerar.Ela soltou, vendo Daniel suar, com gotas escorrendo pela testa. Seu cenho estava franzido, os lábios apertados, a linha da mandíbula tensa.Vendo uma gota de suor descer por seu pescoço, Beatriz sentiu-se igualmente perturbada.Ela pretendia morder um ponto simétrico, mas perdeu a vontade. Temia que, no final, Daniel mantivesse a compostura enquanto ela se descontrolava.— Chega, desabafei. De agora em diante, não verei mais Afonso, você deve estar satisfeito agora.Beatriz se virou para sair, tentando parecer calma e confiante, mas só ela sabia que estava fugindo.Daniel lentamente abriu os olhos, vendo as marcas de mordida alinhadas em seu peito.Beatriz apressou-se a descer as escadas, o casamento estava prestes a começar e todos estavam devi
Isso até fez as ações do Grupo Silva subirem alguns pontos.O Grupo Silva e o Grupo Dias sempre competiram pelo topo, agora, mais do que nunca, está difícil discernir quem leva a melhor, numa corrida lado a lado.Débora, ao ver a neve, derramou duas lágrimas, claramente emocionada.Afonso, ao ver sua amada caminhando em sua direção, também estava profundamente comovido, finalmente se casando com a garota que sonhava desde jovem. Apesar dos muitos obstáculos, eles encontraram a felicidade.Ele só queria Débora, Beatriz foi apenas uma distração temporária para ele.Enquanto pensava, olhou para o público e viu Daniel abraçando Beatriz, aparentando grande afeto.Ele ficou sem fôlego, incapaz de entender por que Daniel aceitou a traição de Beatriz. Ou será que ele acreditou na explicação dela, sabendo que não havia acontecido nada entre eles?Mas ele realmente acreditava? Sem nenhuma dúvida?Afonso foi interrompido em seus pensamentos pelo padrinho, que o cutucou discretamente. — Sr. Silva,
Logo após guardar o celular, Beatriz percebeu que Daniel se aproximava para espiar. Ela instintivamente desligou o celular, olhando para ele com cautela.— Fazendo algo ruim? — Ele se aproximou, sussurrando de modo que só eles pudessem ouvir.Beatriz sentiu-se meio culpada: — Não, o que eu poderia estar fazendo de ruim?— Você está enganando Débora, você é a designer internacional, Nara.— Como você sabe? — Beatriz olhou para ele com surpresa.O olhar de Daniel era profundo, carregando um brilho indescritível.— Você investigou sobre mim? — Ela perguntou, confusa, mas compreendendo que, afinal, se tratava de quem ele iria se casar, era natural querer saber tudo a seu respeito, para evitar qualquer registro indesejável.Contudo, ela ainda sentia certo desconforto.— Você não está planejando sabotar, está? — Ela ficou um pouco na defensiva. Com o plano tão perto de ser concluído, ela não queria que ninguém o arruinasse.— Se eu quisesse sabotar, já teria feito. Tive inúmeras oportunidade
Essas palavras tocaram profundamente Afonso.Não era só Débora que não reconhecia mais Beatriz; Afonso também se sentia estranho em relação a ela, como se nunca a tivesse conhecido de verdade.Durante aqueles três anos, a imagem de Beatriz que ele viu foi apenas o que ela queria mostrar. Ele sempre achou que havia manipulado Beatriz à vontade, mas, olhando em retrospecto, foi Beatriz quem o manipulou.Ao pensar nisso, ele apertou o punho silenciosamente.— Tudo bem, então faça o anúncio hoje. Se foi ela quem procurou por isso, não podemos ser culpados por sermos implacáveis.— Com suas palavras, me sinto mais tranquila, Afonso. Não quero que você pense que sou uma pessoa má. Eu fui forçada a isso...Ela começou a chorar novamente.— Já estamos juntos há tantos anos, eu sei quem você é. Pare de chorar e retocar a maquiagem. Precisamos sair.Débora assentiu e foi retocar sua maquiagem. Vendo seu reflexo radiante no espelho, um sorriso involuntário surgiu em seus lábios.Beatriz, pode esp