Se continuasse lá, não dava para saber o que mais poderia acontecer.— Você veio em uma hora ruim, eu estava justamente indo fazer um exame, veja e depois pode ir embora…Ela tentava despachá-lo, mas antes que pudesse terminar, Débora chegou. Ela pensou que Débora faria um escândalo, mas em vez disso... ela veio carregada de suplementos caros, extremamente gentil.— Débora... ouça-me, preciso explicar... — Afonso estava um pouco constrangido, embora sentisse que não tinha nada a esconder, ainda assim achava que seu comportamento havia sido inapropriado.Débora, no entanto, sorriu levemente, aparentemente despreocupada. — Você também, viu? Ao vir visitar Beatriz, deveria ter me avisado. Eu também me preocupo com ela e não o impediria, pelo contrário, viria contigo visitá-la. Beatriz, você está bem? Se não fosse por querer buscar Afonso para casa, nem teria descoberto que ele veio te ver. Tanto Afonso quanto eu nos preocupamos contigo e desejamos sua recuperação. Só poderemos ficar tranq
Como alguém poderia ajudar nisso?Daniel a apoiou, levando-a para o banheiro, e então começou a ajudá-la a tirar as calças.— Não precisa, não precisa!— A cirurgia foi no abdômen, se você se inclinar, vai doer. Eu te ajudo. Além disso, considerando nosso relacionamento, ainda há motivo para timidez? — Ele arqueou as sobrancelhas para ela, claramente falando a verdade.Ela perdeu sua inocência, foi ele quem a ajudou a trocar de roupa e a lavar. Ela também o ajudou com suas necessidades fisiológicas. Eles tinham um relacionamento íntimo.Mas ela ainda sentia vergonha!— Se está envergonhada, feche os olhos. Quando eu fui baleado, você também cuidou de mim.— Eu... eu mesmo faço.Ela corou, ainda envergonhada, e Daniel, sem escolha, concordou em deixá-la, mas não saiu de perto.Ela ficou vermelha como um tomate: — Você pode sair agora.— Não, eu me preocupo que você possa se machucar se cair.Beatriz ficou à beira de um colapso, sem conseguir convencê-lo a sair, então, por fim, desistiu.
Beatriz chorou por um bom tempo, até finalmente parar.— Desculpe... sujei sua camisa.Sua camisa estava toda molhada.— Não tem problema, é bom chorar, já passou.Ele enxugou seu rosto, que estava tão inchado quanto o de um gatinho.— Está com fome? Vou preparar algo para você comer.Daniel estava prestes a sair quando seu telefone tocou; era seu avô. Daniel atendeu a videochamada.— Não quero ver você, quero ver minha nora. — Assim que a chamada foi atendida, Velho Senhor falou com uma expressão de desdém.Daniel, um tanto resignado, virou a câmera para Beatriz.— Vovô. — Beatriz chamou docemente.Fernando viu que os olhos de Beatriz estavam vermelhos como os de um coelho e imediatamente ficou preocupado: — Bia, ele te maltratou? Por que você está chorando, seus olhos estão inchados.— Não, não, eu só torci o pé por acidente, não tem nada a ver com Daniel. — Beatriz não mencionou a pequena cirurgia para não preocupar o idoso.— Verdade?— Verdade, verdade.— Como ouvi dizer que vocês
— Quem escolheu isso para você?— Eu consultei Lucas, ele disse que se nos vestíssemos de casal, o vô naturalmente acreditaria que nosso relacionamento está bom.— Faz sentido, vou trocar.A blusa branca dela tinha um padrão discreto de folhas de bambu e franjas penduradas nos punhos, combinando perfeitamente com o Talismã que ela usava no pescoço. Seu cabelo estava casualmente preso, fixado com um simples grampo de jade branco.Quando ela apareceu, o olhar de Daniel imediatamente se fixou nela, incapaz de se desviar. Ela era linda e tinha um corpo maravilhoso, qualquer estilo de roupa lhe caía bem. Vestida assim, parecia ter saído de uma pintura.— Estou bonita?— Linda. — Ele se aproximou e a abraçou pela cintura fina.— O que você está fazendo? — Ela estava um pouco nervosa.— É melhor se acostumar desde agora, para não dar bandeira quando chegarmos no asilo. — Dito isso, Daniel saiu abraçando-a.Bruna também se arrumou cuidadosamente, com um vestido de princesa fofo e cabelos preso
Lucas estava dirigindo. Quando estavam prestes a cruzar um semáforo, um menino de repente correu na frente do carro, desrespeitando o sinal. Lucas, assustado, virou bruscamente o volante, evitando um acidente.Pela força da inércia, Beatriz foi lançada contra Daniel, sua mão pressionando o lado de sua cintura. Eles estavam tão próximos que ela pôde ouvir claramente um grunhido abafado.De repente, Beatriz percebeu algo, e assim que se ajeitou no assento, imediatamente levantou a camisa dele, descobrindo que a lateral da cintura e as costas estavam cheias de hematomas, com mais abaixo da cintura também. Ela instintivamente começou a puxar a camisa para ver mais.— Lucas ainda está aqui, espere um pouco para tirar minha camisa.— Cunhada... Eu ainda estou aqui. — Lucas também parecia inocente.Essa frase explodiu como uma bomba.— Não, não, vocês entenderam errado, ele se machucou na cintura, eu só queria checar o ferimento.— É exatamente sobre o ferimento que eu estava falando, no que
— Então eu te pergunto, Bia te desprezou por isso?Daniel segurou a testa, frustrado. O que ele tinha feito para dar tal impressão a Velho Senhor, de que fisicamente não era capaz? Só porque tinha dormido até mais tarde, deixando Beatriz acordar cedo?— Não. — Ele respondeu, forçando as palavras entre os dentes, admitindo sua impotência era humilhante.— Bia é realmente bondosa, qual mulher toleraria isso?— Vô, podemos mudar de assunto? Beatriz está esperando lá fora.— Tudo bem, tudo bem, não vou falar mais disso. De qualquer forma, você tem que cuidar bem da Beatriz para mim, eu só reconheço esta nora. Eu só soube agora que o ex dela era aquele Afonso, e eu e a avó de Afonso não nos damos bem há muitos anos. A nora que ela queria, agora é minha nora, ela deve estar se revirando no túmulo. Não importa, você tem que tratar bem a Bia, se você perder a nora, eu te mato.— Entendi, não vou perder.Fernando finalmente deixou Daniel em paz.— Como assim só preparou isso para comer? Vou peg
Sua voz era rouca e grave, como o timbre profundo de um violoncelo.Beatriz se apressou em voltar a si: — É só... só acho que o design é bonito, nada demais. —Ela rapidamente virou a página.— Estou um pouco cansado. — Daniel, então, envolveu sua cintura com os braços, depositando grande parte do seu peso sobre as costas dela. — Vou me recostar em você e tirar um cochilo.Dito isso, ele realmente adormeceu.Beatriz não ousava se mover, como se Daniel tivesse abraçado um grande travesseiro. O tempo passava lentamente, e ela começou a sentir as costas e a cintura doloridas, mas ainda assim não se mexia.Daniel, um tanto resignado, pensou que ela estava sendo excessivamente comportada. Afinal, ela costumava ser uma garota bastante ousada, e agora estava tão mansa quanto um gatinho.— Cansada?— Você acordou?— Sim. — Sua voz soava preguiçosamente.— Suas orelhas estão tão vermelhas. — Daniel brincou, mordiscando levemente: — Parecem cerejas vermelhas em uma árvore, dá vontade de comer.B
Ela não lhe tinha contado sobre a hospitalização, nem sabia de onde ele tinha tirado isso, e ainda veio ao hospital dizer que ela estava tentando chamar sua atenção.Ela sabia que Afonso tinha uma alta opinião sobre si mesmo, mas isso já era demais.Quando Beatriz estava prestes a responder, a avó apareceu, frustrada, dizendo: — Com que olhos você viu que ela veio me agradar por sua causa? Fui eu que pedi para ela vir fazer companhia a esta velha!— Vovó ainda não desistiu?— Eu decidi não me importar mais com você, fique com quem quiser, já que quanto mais eu tento impedir, mais você insiste. Então, vá ficar com Débora. Se um dia você não tiver mais nada, vamos ver se ela ainda estará disposta a sofrer ao seu lado.— Débora com certeza estará, ela me ama muito. — Afonso afirmou com convicção.A avó revirou os olhos, segurando a mão de Beatriz. — Bia, o que você fez para ele continuar com esses mal-entendidos sobre você não conseguir esquecê-lo?Beatriz estava inocente: — Vovó, eu real