Hilary e Lua apreciavam um saboroso chá, conversavam sobre todos os assuntos possíveis e o tempo parecia tão corriqueiro e passageiro. As árvores do jardim balançavam em um ritmo gracioso e lento, nuvens cinzas cobriam o céu, todavia o clima ainda assim se encontrava maravilhoso, principalmente para um chá. Ector brincava com Amélia, Zara e Jaspian no jardim. Se encontravam um pouco distante, contudo, não tão distante para que as amigas não os tivessem sobre a vista.
A princesa e Lua observavam a cena com entusiasmo, as crianças corriam junto ao homem sobre o jardim, e às vezes Zara e Jaspian se implicavam, levando Lia a dar altas gargalhadas. E que doce gargalhada era aquela. Porém, apesar do momento tão divertido, Hilary apesar do entusiasmo, observava aquilo batida. Ousten sempre trocava olhare
Ele sentia como se o mundo pudesse desabar a qualquer momento. Sentia um calafrio se espalhar por todo o corpo e seus olhos transmitiam seu pânico. A única coisa que seu olhar transmitia era o que ele sentia: medo. Seu olhar era vazio e parecia estar perdido em meio a um mar de pensamentos. Ele tentou. Tentou lutar contra esse sentimento no mesmo instante em que viu sua mãe morta. Mas não conseguiu. Afinal, como ele poderia conseguir? Ela era sua mãe e estava morta. A partir de então, Jaspian sentiu como se tivesse perdido uma parte de seu mundo. E deveras, ele tinha perdido e teria de aprender a lidar com isso. Todavia, ele sabia que teria de lutar todos os dias, desde então, ele teria de lutar contra seus pensamentos, seus medos e o pior...teria de lutar contra seu próprio coração, teria de vencê-lo. Caso contrário, o pequeno príncipe voltaria a ser o garo
Tamanha foi a alegria de Hilary quando Ector dobrou seus joelhos e a olhou com aquele olhar tão profundo. Todos estavam no salão de refeições. Ainda tentavam superar a morte de sua rainha. Alguns pareciam nem se importar, enquanto outros aprendiam a lidar com a dor.O príncipal responsável pelo assassinato ainda não havia sido descoberto, rei Rossi fora transferido para a prisão na Itália, obviamente não pelo fato de ser um revoltoso, todavia, pelo fato de confessar ter sido um dos responsáveis pela morte da rainha Eliz e rainha Ester havia voltado para seu reino, afim de organizar sua nova vida. Hilary achara-a demasiadamente louca quando disse que a filha deveria permanecer em Breamfox e a rainha deixou bem claro que se caso Hilary voltasse para Itália ela perderia uma grande surpresa. A rainha fizera quest&at
-Eu ainda não estou crente disso?_ sussurrou Lua afrouxando o penteado coque que a estava incomodando.-Ah! Isso me parece um lindo sonho...é tão inacreditável...nem me lembro quando exatamente passei a olhar para ele dessa forma _ suspirou Hilary deitando-se sobre a cama de colchão macio e sedoso do quarto de Lua. Só se passaram quatro dias desde o pedido de casamento. Entretanto, os calafrios pelo corpo da mulher ainda se alastraram.-Já era de se esperar que algo assim fosse acontecer. Eu até já imaginava suas miniaturas correndo para lá e para cá...todavia, agora que estão noivos...eu nem consigo acreditar...-Nem eu...contudo isso é tão real...passarei o resto de minha vida ao lado del
-Por que tu andas tão...distante?_ perguntou Izaac caminhando com Lua pelos jardins.Ambos caminhavam de braços entrelaçados.Depois do dia anterior, onde Lua conversou com Jaspian, a menina se manteve o dia inteiro perdida em pensamentos. Sobre como sua vida havia mudado demasiadamente. E naquela noite quando Izaac a chamara para um passeio e as eleitas pareciam querer matá-la por causa disso, ela se manteve ainda mais perdida. Na realidade, as eleitas já pareciam estar conformadas com o fato de que Lua era próxima do príncipe. Mas não se conformavam com o fato de ser ela. Por que tinha que ser ela? O que ela tinha de tão precioso que nenhuma das outras tinham? Isso era um enigma para grande parte daquelas mulheres.-Eu...não &e
Lua estava dormindo. Não havia sonhos. Somente o breu lhe fazia companhia. Tanto na mente quanto na realidade. No dia seguinte seria a revelação e White se sentia nas nuvens, principalmente a partir do momento em que Izaac esclarecera que ela seria sua escolhida.O dia houvera sido agitado, e a mesma fora dormir cedo, com o intuito do dia seguinte chegar o mais rápido possível. Mas de repente seu pequeno plano foi interrompido.Batidas na porta ecoavam por todo o quarto. Lua aos poucos abriu os olhos, ela ainda se encontrava bêbada pelo sono e o breu que seu quarto se encontrava não ajudava muito no desenvolvimento para desperta-la.-Srta.White! _ exclamou uma voz um tanto abafada do outro lado da porta. Algumas eleitas tinham total imersão em grandes e profundas discussões, os funcionários e alguns súditos cumprimentavam a futura princesa e esposa de Izaac Lordien. A notícia não surpreendeu ninguém além dos súditos, que não estavam acompanhando a eleição. A revelação deveria ocorrer no ano novo, mas com a mudança de planos, agora, porém, o casamento é que ocorreria no ano novo. O casamento aconteceria daqui há sete dias e todos pareciam animados com o casamento real.Alguns suspiravam felizes pelos noivos.Outros chocavam-se.Outros comemoravam.E outros apenas encontravam-se entediados.&31 _ A ponte.Part II
Dois anos depoisIzaac Lordien estava prestes a entrar no palácio. Ele tinha acompanhado o pai em uma reunião que havia sido convocada para alguns reinos,levando ambos a uma longa viagem. Depois de dois meses, rei Lordien precisou voltar a Breamfox e deixou em seu lugar Izaac, que permaneceu por mais quatro meses.O príncipe sentia-se grato por ter passado um tempo com Ector, eles não se viam desde que Ousten se tornara rei e essa reunião, por mais indesejada que fosse, houvera dado uma grande oportunidade para Ector e Izaac se reencontrarem. Hilary, agora não mais Rossi, mas sim Hilary Ousten, estava grávida de quatro meses. A mulher e o marido sentiam-se animados para viver a nova fase que encheria suas vidas de choros durante a madrugada, fraldas sujas, os primeiros passos e palavras e risadas que com certeza seriam gos
Ele odiava aquilo. Aquele sentimento de derrota, de perda. Vestir preto já fazia parte de sua rotina, ele mesmo se vestia com essa cor todos os dias, não por viver em luto, mas sim porque achava que a cor combinava com ele. Todavia, naquele momento, preto significava exatamente luto. Todos estavam com essa cor há cerca de uma semana e mais uma vez Jaspian se via observando o túmulo de Zara. Ele a visitara durante todos os dias que se passara e não sabia o que fazer para se despedir.O corpo da garota não havia sido encontrado, entretanto já era de se esperar, já que um revoltoso tivera tido o prazer de desaparecer com o corpo da menina.-Tu sabes que ela não ficaria feliz, se tu não seguisse em frente..._ sussurrou Lua enquanto aproximava-se do garoto.