Tento ao máximo conter minhas lágrimas, mas algumas rolam por meu rosto no exato momento em que tio Valdir entrega a mão da filha para o noivo.
Jonathan que está ao meu lado colhe suavemente minhas lágrimas com seus dedos beijando minha cabeça em conforto e carinho. Aquele ato podia ser tão simples, mas para mim é tão singelo que só faz meu coração transbordar de amores por ele e neste momento procuro não pensar que hoje era nossa última noite juntos, pois havia decidido que curtiria ao máximo nossos momentos e o futuro simplesmente não me pertencia, então para que sofrer antecipadamente?
Aprendi que "O agora é uma dádiva e por isso se chama presente", então quero focar ao máximo meus pensamentos nisso ou apenas estou tentando enganar meu coração que sangra em desespero pela sua possív
Assim que terminamos de contar o dinheiro do sapatinho e da gravata que foi bem gorda para sorte dos noivos, sigo para o banheiro no interior da casa que foi alugada para os padrinhos passarem a noite já que amanhã terá festa o dia todo, mas John e eu decidimos que ficaríamos em um hotel aqui perto, pois para ser bem sincera não queria ficar no mesmo ambiente que André, então o hotel foi a melhor escolha que fizemos, além disso essa será nossa última noite juntos, então não queríamos ninguém atrapalhando. Foco meus pensamentos em outros fatos, pois saber que minhas horas com Jonathan estavam contadas está me matando em silêncio. Chateada e deprimida entro no banheiro fazendo minhas necessidades, arrumo meus cabelos que estão se soltando e demoro mais do que deveria me observando no espelho, na falha tentativa de acalmar o mar de sentimentos que domina meus pensamentos e só saio quando finalmente me sinto mais calma, mas dou de cara com André assim que abro a porta.
JonathanVejo as mulheres reunidas em uma roda, mas não encontro Helena, o ambiente está movimentado, música rolava solta e mesmo a festa sendo ao ar livre fazia calor.Converso um pouco com o pai de Helena que está levemente alterado pelas cervejas que bebeu e acabo rindo com seus comentários desconexos. Senhor Gustavo é um homem engraçado e lembra muito meu pai, por isso sua companhia me faz tão bem.Vendo que Helena não volta sigo até Kátia que me informa que ela havia ido ao banheiro, assim que dou o primeiro passo em direção a porta sinto uma mão sobre meu peito e dou um passo para trás quebrando o contato.-Olá Magoga. – A mulher a minha frente da qual sei ser acompanhante de André diz com uma voz melosa. –Sou Bruna, que tal caminharmos um pouco está calor não acha, um lugar mais reservado
Helena-O que foi John? Está tão quieto. –Questiono o observando enquanto ele dirigia em silêncio concentrado na rua.Ele não havia bebido muito e o hotel não era longe, mas John estava sério demais e não sei se é por conta de André ou por qualquer outro motivo que não me vem à mente.- Não é nada. –Sorri me observando, mas aquele sorriso não chega aos seus olhos.-Você está bem? Aconteceu alguma coisa John? Fale comigo por favor.O seu silêncio parte meu coração e a expressão de tristeza que toma sua face me preocupa.-É por causa do André? –Pergunto preocupada. -Me desculpe, não achei que ele fosse ser tão babaca, por favor me desculpe.-Não Lena, nós precisamos conversar, mas não é sobre André. &ndash
-O que quer que eu faça Jonathan, você acha que me sinto como? Me fechei para o amor por mais de dois anos e abri meu coração para você. Acha que não me dói saber que está noivo? Que estou te perdendo para sempre? Acha que me sinto como? E o que mais dói é saber que você está sendo egoísta demais para ver que está sacrificando o que sentimos por orgulho, mas eu te entendo, foi uma promessa que fez ao seu pai e eu sei que dói quando nos sentimos culpados de algo e não podemos mais ver a pessoa para dizer o que quanto nos arrependemos.-Eu não posso cancelar o casamento, pois então ele teria morrido em vão. -Sussurra pensativo.-Então saia e vá embora, sua missão aqui acabou, está completa e você está levando tudo de mim Jonathan. –Caminho até a porta a abrindo. –Vá embora, n&a
HelenaDepois de minutos encolhida no chão imersa em meu próprio desespero, consegui levantar e me arrastar para cama.A dor é sufocante e a tristeza parecia me rasgar por dentro.-Helena sou eu, abre a porta por favor. -Ouço a voz de Brenda.- Ele está aí? Mande ele ir embora. -Falo entre as lágrimas.-Ele me ligou, disse que cometeu o maior erro da vida dele em te machucar e mentir para você, disse que estava preocupado, que tinha medo de você estar machucada, abra a porta amiga estou desesperada.Me levanto sem um pingo de vontade e rastejo até a porta desanimada, assim que abro, Brenda entra e me jogo em seus braços, sua bolsa cai no chão e ela me ampara acariciando com meus cabelos com carinho.Não sei o que falar ou fazer, a única coisa que sei é soluçar e chorar toda a dor
Jontahan.Chego no meu apartamento jogando meu celular e as chaves do carro sobre o aparador ao lado da porta.Jogo o terno e a gravata em minhas mãos na poltrona e vejo eles caírem ao chão, sem animo para cata-los apenas deixo ali, a única coisa que quero é beber, então caminho até o bar deixando meus sapatos no meio do caminho.Pego a primeira garrafa que encontro na frente e viro a vodka no primeiro copo que encontro. Tomo puro, um bom gole para afogar minhas magoas enquanto me martirizo por ser o filha da puta que sou.A dor que sentir é tão sufocante que nem a bebeda alivia. Abro alguns botos da camisa e deixo a garrafa deVodkado lado para abraçar meuUísque.Não estou me importando com nada, nem com o fato de que em poucas horas Thalissa estaria desembarcando no Brasil é isso pouco me importa, nã
JonathanObservo o homem refletido no espelho com desprezo. Me sinto um completo imbecil seguindo esse plano ridículo sendo que com algumas palavras poderia acabar com essa maluquice, mas do que adiantaria desistir agora? Helena não vai me perdoar e eu nem sei como implorar seu perdão.Solto o ar com força dando o nó na gravata e nem a maquiadora que Eric arrumou em cima da hora para arrumar minha cara estragada da ressaca e as olheiras profundas deu conta de cobrir todo o estrago que fiz comigo mesmo.Se me arrependo, muito pelo contrário, foi é difícil me convencer soltar a garrafa de Bourbon que tinha em mãos assim que consegui me levantar daquela maldita cama, mas obviamente Dona Simone tem um ótimo poder de persuasão.Passo a mão na cabeça e tento alinhar minha gravata com a camisa branca, mas logo vejo minha mãe se aproximar indo direta
Helena-É hoje Brenda. -Encho a última colherada de sorvete de chocolate enfiando na boca.- Você fez sua parte amiga entregou o cheque para Eric, se ele quisesse teria vindo. - Diz apoiando o rosto na mão chateada.-Eu ainda tinha esperanças. -Digo com a boca cheia e a vontade de chorar retorna.-Quer invadir aquela merda de igreja? Eu juro que vou com você e obrigo aquele careca de merda abrir a porcaria dos olhos.- Não, eu só quero mais sorvete e vinho. -Reclamo vendo a garrafa ao meu lado quase vazia.-Eu vou no mercado comprar mais. - Ela solta o ar com força.-Eu te amo. -Choramingo entre o choro limpando minha boca com as costas das mãos enquanto tento raspar o pote de sorvete até a última gota.-Vai furar o pote Helena. - Ela nega com a cabeça.- Estou chateada. -Digo por fim. -E a ansiedade não colab