Damian VolkovO chão sob nossos pés ainda tremia quando ergui minha lâmina, pronto para qualquer ameaça que surgisse. Mas não havia nada além da escuridão, do vento cortante e do sussurro espectral que parecia se dissipar no ar.Lúcian chorava em meus braços, seu pequeno corpo tremendo, e meu coração apertou ao sentir o quanto aquela energia o afetava. Segurei Celeste e nosso filho com firmeza, como se pudesse protegê-los apenas com minha presença.— Nosferatu, o que diabos foi isso? — minha voz saiu grave, carregada de tensão.O vampiro ancestral não respondeu de imediato. Seus olhos rubros estavam fixos na noite, avaliando… sentindo.— Isso foi um aviso.Nick se aproximou, as mãos fechadas em punhos, seu semblante tão sombrio quanto o m
Damian VolkovO cheiro de sangue e magia impregnava o ar. Eu podia sentir a presença deles se aproximando, se espalhando pela floresta como uma doença prestes a se espalhar.Nosferatu e Magnus estavam posicionados na linha de frente, seus olhos afiados e prontos para o combate. Celeste segurava Lúcian com força, enquanto Sienna e Nick protegiam os flancos.Então, eles surgiram.Sombras se contorcendo, figuras encapuzadas saindo da neblina. A bruxa liderava o ataque, seus olhos famintos cravados em meu filho.— Entreguem-no, e pouparei suas vidas. — sua voz ecoou fria e cortante.Avancei um passo à frente, puxando minha espada.— Venha buscar.Ela sorriu. E então tudo explodiu em caos.Lâminas se chocaram, feitiços cortavam o ar. O chão tremia com o impacto das batalhas individuais. Eu me lancei contra a bruxa, minha lâmina encontrando resistência contra sua magia.Mas eu não ia ceder.Porque desta vez, não era apenas minha vida em jogo. Era a de Celeste. A de Lúcian.E eu lutaria até
CELESTE MOREAUO retorno para casa foi silencioso. Cada um perdido em seus próprios pensamentos, processando o que havia acontecido. Meu corpo ainda sentia os resquícios da batalha, mas era meu coração que mais pesava.Segurei Lúcian contra mim, sentindo seu calor, ouvindo sua respiração tranquila. Ele não fazia ideia do caos que o cercava, do perigo que ainda pairava sobre nós. Mas eu sabia.Quando chegamos, Nosferatu fez questão de reforçar as barreiras mágicas ao redor da propriedade. Ele e Magnus discutiam estratégias enquanto Nick e Sienna trocavam olhares carregados de preocupação.Eu queria me sentir aliviada. Queria acreditar que estávamos seguros. Mas algo dentro de mim não me deixava descansar.Damian me ajudou a subir para o quarto, seu toque firme e cuidadoso. Quando fechamos a porta, ele
Damian VolkovO mundo pareceu parar no instante em que os olhos de Lúcian se abriram. Não eram olhos comuns. Eles brilhavam como um céu tempestuoso cortado por relâmpagos, um dourado intenso e vibrante, irradiando um poder bruto e antigo.A bruxa, até então confiante, recuou um passo. Foi sutil, mas eu vi. Pela primeira vez, ela hesitou.— O que… o que é isso? — sua voz antes carregada de sarcasmo, agora trazia algo novo: medo.Lúcian não chorou, não gritou. Ele apenas me encarou, como se me reconhecesse. E então, um calor percorreu minha pele, vindo dele.— Damian! — Celeste gritou ao meu lado.Mas eu já estava em movimento. Segurei minha espada com força e avancei contra a bruxa, aproveitando sua distração. Ela tentou conjurar alguma magia, mas Nosferatu foi mais rápido. Ele ergueu uma das mãos, murmurando palavras ancestrais, e um círculo de luz púrpura surgiu ao redor da bruxa, aprisionando-a.Ela gritou, se debatendo contra as correntes mágicas.— Isso não pode estar acontecendo!
CELESTE MOREAUEu ainda sentia o eco das palavras dos espíritos ressoando dentro de mim. Ele é a fonte da magia. Onde ela começa e onde ela termina. Meu coração martelava contra meu peito. As sombras dos espíritos dançavam ao redor de Lucian, enquanto ele continuava sorrindo inocentemente, como se nada daquilo fosse grandioso… mas era. Era imenso. Ele não era só nosso filho. Não era apenas uma criança especial. Ele era… tudo. Meus olhos se voltaram para Damian, que mantinha a expressão fechada. Eu conhecia bem aquele olhar. Ele estava tentando absorver tudo, processar cada palavra, cada detalhe, cada consequência disso. Sienna e Nick estavam completamente em choque, os olhos arregalados fixos nos espíritos. — O que… o que isso significa? — Minha voz saiu como um sussurro, quase temerosa pela resposta. Um dos espíritos, uma mulher de traços suaves e luminosos, inclinou-se levemente. — Significa que ele será a mudança. O equilíbrio. Aquele que determinará o curso do futur
Damian VolkovO ar estava carregado de magia. Cada célula do meu corpo gritava que aquilo era umaarmadilha, um jogo mortal onde qualquer erro poderia custar a vida de quem eu maisamava.Eu sentia Celeste atrás de mim, segurando Lucian com força contra o peito. Seu coraçãoacelerado batia no mesmo ritmo que o meu.A bruxa se movia lentamente, como se estivesse saboreando o momento. Seus olhosfamintos estavam fixos em Lucian.— Você realmente acha que pode lutar contra o inevitável, Damian? — Ela disse, suavoz soando como um eco sinistro dentro da minha mente. — Seu filho pertence a mim.Minhas mãos formigaram, a magia circulando sob minha pele.— Se você tocar nele, eu juro que será a última coisa que fará.Ela sorriu, o tipo de sorriso que me fez querer arrancá-lo à força de seu rosto.E então, ela atacou.O chão tremeu quando uma onda de sombras se ergueu ao redor dela, avançando contranós. Meu corpo se moveu antes que eu pudesse pensar, criando um escudo de puraenergia para no
Capítulo – A Profecia SombriaDesde o momento em que nasci, o mundo tentou me destruir.Minha mãe gritou ao me trazer ao mundo, seu corpo frágil consumido pela escuridãoantes mesmo de me segurar nos braços. Ela foi morta pelo próprio sangue que corria emminhas veias. Meu pai? Nunca existiu. Ou, se existiu, nunca se preocupou em meprocurar.Eu fui criada pelas sombras.Na aldeia onde nasci, eu era vista como uma maldição ambulante. "Filha do caos","amaldiçoada", "desgraça". Eram os nomes que me deram antes de me jogarem no rio,como se quisessem que a corrente me levasse para longe e apagasse minha existência.Mas a morte nunca foi meu destino.Uma velha bruxa me encontrou às margens do rio, ainda bebê. Ela me levou para suacabana nos pântanos, alimentou-me, deu-me um nome. Genevive ou Samira.Foi com ela que aprendi que o mundo não era feito para pessoas como nós. Foi com elaque aprendi que fraqueza significava morte.— "O poder é a única coisa
Damian VolkovO som dos nossos passos ecoava pelas pedras frias da caverna. Meu coração estavadisparado, e meu sangue fervia com a adrenalina. Cada músculo do meu corpo estavatenso, pronto para atacar, mas algo dentro de mim dizia que era tarde demais.Nick estava ao meu lado, com a espada empunhada e os olhos varrendo a escuridão.— "Sente isso?" ele murmurou.Eu senti.O peso da magia no ar havia desaparecido. O cheiro de podridão que sempreacompanhava a bruxa… sumiu.O medo apertou minha garganta. E se fosse uma armadilha?Avançamos mais alguns metros, e então eu o vi.Lucian.Sentado no chão, rindo.Meu filho.Minhas pernas quase cederam quando o vi, tão pequeno, tão indefeso… e ao mesmotempo intocado.E ao seu redor, os Espíritos Anciãos pairavam como sombras iluminadas, envoltos emuma luz espectral. Eles sussurravam, seus olhos vazios voltados para mim.— "O que aconteceu?" perguntei, minha voz rouca de desespero.Os espíritos pairaram ao redor de Lucian