Nicholas VaughnO luar filtrava-se entre as árvores, projetando sombras dançantes no solo coberto de folhas secas. Eu caminhava com as mãos nos bolsos, sentindo a presença de Sienna ao meu lado. Era engraçado como ela sempre conseguia irritar e fascinar ao mesmo tempo. Uma contradição ambulante.— Então, Nick, você vai continuar fingindo que não gosta de mim? — Sienna perguntou com um sorriso provocador.Revirei os olhos, mas não consegui segurar o canto da boca se curvando levemente.— Eu gosto de você... como gosto de uma dor de cabeça insistente. — Respondi, lançando um olhar de soslaio para ela.Ela riu, aquele som cheio de vida que me atingia como uma corrente elétrica. Antes que eu percebesse, ela me empurrou de leve com o ombro.— Idiota. — murmurou.A verdade era que ficar sozinho com Sienna nunca era algo simples. A tensão entre nós oscilava entre brigas inflamadas e momentos tão intensos que era impossível ignorar. E ali, sob o céu escuro, afastados de todos, o jogo se torna
Damian VólkovO cheiro de magia antiga e sangue pairava no ar. O vento cortava como lâminas, trazendo consigo sussurros de algo obscuro que se aproximava. A noite, que antes era apenas um manto silencioso, agora pulsava com uma energia caótica. Eu sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde.A casa, que sempre fora um refúgio seguro, agora era um campo de guerra. Meus instintos gritaram em alerta quando a porta da frente se abriu com estrondo. Nick e Sienna entraram como um furacão, ofegantes, os olhos arregalados pelo terror que haviam testemunhado.— Eles conseguiram entrar — Nick disse, sua voz carregada de urgência. — A barreira caiu. Eles estão vindo.Eu senti o peso daquelas palavras. Genevieve e Celeste apareceram rápido, alertadas pelo barulho. O olhar de Celeste me encontrou e, por um instante, vi medo. Mas por baixo do medo, havia algo mais: determinação.— Como isso é possível? — Genevieve murmurou, suas mãos já trabalhando para reforçar a barreira com feitiços. — El
Celeste MoreauO silêncio que tomou conta do campo de batalha parecia ensurdecedor. O peso da magia ainda vibrava no ar, como se o próprio tempo tivesse hesitado por um instante. Meus pulmões ardiam, minha mente girava com perguntas que eu não sabia responder.O que aconteceu comigo?Eu não sabia o que significavam aquelas palavras que saíram da minha boca. Não reconhecia aquela voz, aquele poder. Era como se algo adormecido dentro de mim tivesse despertado pela primeira vez.Meus olhos encontraram Damian, que me segurava firme, seu olhar uma mistura de preocupação e… algo mais. Algo que parecia medo. Genevieve ajoelhou-se ao meu lado, seus dedos frios tocando minha pele febril.— Celeste… — ela sussurrou, como se pronunciar meu nome fosse algo perigoso. — Você… você destruiu todas as sombras. Elas simplesmente… desapareceram.Eu tremi. Meu corpo inteiro parecia vibrar com uma energia que não me pertencia, mas que, de alguma forma, sempre esteve ali.— Eu não sei o que aconteceu — adm
Celeste MoreauEntrar na cabana foi como atravessar um limiar invisível entre o conhecido e o desconhecido. O cheiro de ervas queimadas era mais intenso ali dentro, misturando-se ao aroma amadeirado do ambiente. Magnus nos observava em silêncio, os olhos afiados como se pudesse enxergar além da nossa pele, além das nossas máscaras.Sienna foi a primeira a quebrar o silêncio.— Obrigada por nos receber. Sei que isso pode parecer estranho, mas...— Mas vocês precisavam de um lugar seguro — Magnus completou, cruzando os braços. — Eu senti quando algo mudou. Algo poderoso despertou.Ele olhou diretamente para mim. Um arrepio percorreu minha espinha. Não era surpresa que ele tivesse percebido a mudança. Depois do que aconteceu, da forma como as sombras desapareceram com meu feitiço, até eu estava tentando entender o que havia dentro de mim.— O que exatamente você sentiu? — Damian interveio, seu tom firme, mas atento.Magnus inclinou a cabeça, como se ponderasse até onde poderia falar. Fin
Damian VólkovDepois da revelação de Magnus, o silêncio se prolongou. Eu ainda tentava processar o que acabara de ouvir. Meus instintos gritavam para proteger Celeste, para afastá-la de qualquer ameaça que pudesse recair sobre ela e sobre... nosso filho.Ficamos sozinhos em algum momento que nem percebi. Quando me dei conta, Celeste estava diante de mim, os olhos brilhando com uma mistura de espanto e medo.Ajoelhei-me diante dela, segurando sua cintura com delicadeza. Encostei minha testa em seu ventre, sentindo seu calor, sua essência, sua existência. Um turbilhão de emoções me consumiu, e a única coisa que consegui fazer foi agradecê-la.—"Obrigado," —minha voz saiu baixa, carregada de reverência. —"Você me deu o presente mais maravilhoso que eu jamais poderia imaginar."Celeste soluçou, lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela passou as mãos pelos meus cabelos, como se tentasse me acalmar, mas era eu quem queria protegê-la.Levantei-me, segurando seu rosto entre minhas mãos. —"Eu juro,
Nicholas VaughnO silêncio reinava na sala quando Magnus terminou de falar. O peso da revelação pairava sobre todos nós como um espectro invisível. Eu observava Damian e Celeste processarem as informações, seus olhos refletindo um turbilhão de emoções. Eles estavam tão absorvidos na própria tempestade que, por um instante, pareciam ter esquecido da minha presença.Cruzei os braços, encostando-me na parede. —"Há algo que precisamos discutir antes de tomarmos qualquer decisão precipitada. O feitiço de proteção precisa ser reforçado."Celeste franziu o cenho, virando-se para mim.— "Mas eu já estou protegida pelo feitiço da imortalidade. Não estou?"Suspirei, sabendo que o que viria a seguir não seria fácil de explicar. —"O feitiço da imortalidade garante que você não morra de causas naturais e que sua vitalidade seja preservada, mas não impede que forças externas a alcancem. Quem quer que esteja nos observando—e eu garanto que há alguém observando—poderá sentir essa mudança em você. Seu
Celeste MoreauO peso da decisão ainda pesava em meus ombros enquanto observava Magnus traçar os detalhes do mapa sobre a mesa. A imagem envelhecida mostrava a região remota da Romênia onde Nosferatu poderia estar selado, um local envolto em segredos e lendas. Meu coração batia forte dentro do peito, e uma parte de mim se perguntava se realmente estávamos prontos para enfrentar o desconhecido.—"Então é isso," —murmurei, deslizando os dedos sobre o papel amarelado. —"Nós realmente vamos até lá."Damian estava ao meu lado, imponente e sério. Seu olhar afiado indicava que ele já havia tomado sua decisão. —"Não há mais tempo para hesitação. Se há algo que precisamos entender sobre sua condição e sobre o bebê, as respostas estarão lá."Nick resmungou ao fundo, cruzando os braços. —"Ainda acho uma péssima ideia. Mas também acho que não temos muitas opções."Sienna ergueu uma sobrancelha para ele. —"Oh, então você é capaz de admitir isso? Milagre."Nick lançou um olhar afiado para ela, mas
Damian VólkovA escuridão da floresta ao nosso redor parecia pulsar com uma presença invisível, uma força primitiva que fazia os pelos da minha nuca se arrepiarem. Celeste estava ao meu lado, sua respiração contida, seus olhos arregalados observando as sombras que se moviam entre as árvores. Meu instinto gritava para protegê-la, para afastá-la desse lugar maldito, mas não havia mais volta.Os olhos vermelhos que nos encaravam das trevas eram a prova de que não estávamos sozinhos. Eu podia sentir a energia deles, a fome contida, o desejo de sangue e destruição que exalavam em ondas. Vampiros ancestrais. Criaturas que jamais deveriam ter acordado.—"Eles sabiam que viríamos", murmurei, minha voz baixa, mas cheia de tensão.Nick rosnou baixinho, seu corpo em estado de alerta. —"Isso não é bom. Se eles estavam esperando por nós, então Nosferatu pode não estar mais selado."Magnus estreitou os olhos, observando as figuras se aproximando. —"Não necessariamente. Ele pode ainda estar preso, m