— Estou te esperando aqui na fora.— Não vou descer, estou ocupada.— Eu colei sua calcinha na porta da frente.Era impossível não ficar irritada com ele.— Não se esqueça de pegar.Do outro lado, o homem desligou o telefone, e Beatriz hesitou. Rodrigo era capaz de fazer uma coisa dessas. Ela ficou preocupada com a possibilidade de alguém passar pela porta de sua casa no dia seguinte e ver uma calcinha pendurada lá. Seria extremamente embaraçoso.Ela imaginou que Rodrigo estava no carro, não na porta do seu apartamento, mas decidiu conferir.Rodrigo estava parado na porta do apartamento de Beatriz como um caçador esperando pacientemente sua presa. Ele havia vindo com um único objetivo: esclarecer se ela realmente tinha aceitado o pedido de casamento de outro homem.Ele ouviu o som da porta se abrindo e, quando Beatriz o viu ali, os dois ficaram em silêncio por um momento.Rodrigo deu um leve sorriso, e, quando Beatriz tentou fechar a porta, ele rapidamente estendeu a mão e entrou. S
Na verdade, Beatriz já tinha apagado o número de Lucas. Então, quando o telefone dela tocou, só apareciam uma série de números. Mas ela sabia que era Lucas.Beatriz olhou para o sorriso de Rodrigo. Com essa expressão, ele devia saber que era o número de Lucas.— Atenda, não precisa ter medo de eu ficar com ciúmes. — Disse Rodrigo.Esse homem realmente pensa demais. Não era medo de ciúmes, mas sim do sorriso dele, que estava um pouco assustador.Beatriz atendeu e colocou no viva-voz, com a consciência tranquila.— Beatriz.A voz de Lucas parecia um pouco embriagada.— Minha cabeça dói.Beatriz fez uma cara de poucos amigos: — Tá doente? Vai procurar um médico.Desligou na cara dele. Antigamente, quando Lucas chegava em casa depois de beber e dizia que estava com dor de cabeça, Beatriz costumava dar um remédio para dor e ainda fazia uma massagem.Rodrigo olhou para ela com um olhar cortante, como se estivesse julgando. Ele sorriu e, com um tom de sarcasmo, disse: — Beatriz, minha cabe
Dessa vez, Beatriz falou, com a voz rouca: — Espera aí, por que você tá trazendo bagagem pra cá?Rodrigo fez sinal para a pessoa do outro lado da linha esperar e saiu da varanda para a sala: — Claro que os namorados têm que morar juntos.Ele falava como se isso fosse uma regra universal. Beatriz estava confusa. Quem tinha dito isso?Rodrigo não estava para brincadeira, agora que eram namorados ele não queria mais separações. Ele estava sendo bem dominador nesse momento.O assistente Martins, que estava na linha, ouviu a conversa entre o chefe e a Sra. Silva e não se atreveu a falar nada.Depois de desligar, Rodrigo foi até a cozinha, pegou um pote de mel e preparou uma xícara de chá de camomila para ajudar na garganta de Beatriz.Quando ele trouxe a bebida, Beatriz estava abaixada pegando uma caneta que tinha caído no chão. Ao se curvar, o pescoço dela, marcado com marcas de beijo, estava bem visível. Era um trabalho dele.Rodrigo tocou no local da marca, e Beatriz se encolheu: — O que
Beatriz mandou uma mensagem para Rodrigo e deu um sorrisinho. Enquanto isso, Bruno terminou de cozinhar o macarrão. Cada um comeu um prato de espaguete e eles começaram a conversar sobre o que fazer no futuro.— Bia, tô pensando em fazer lives cantando. — Disse Bruno, considerando sua condição física, com a única vantagem de ter uma voz naturalmente boa.— Beleza, eu cuido de compor as músicas pra você. — Respondeu Beatriz, que também já tinha seus próprios planos. Ela queria abrir uma cafeteria, nada muito grande, mas com plantas verdes do lado de fora, um lugar bem tranquilo pra galera relaxar: — Tô pensando em abrir uma cafeteria.Depois de decidirem seus planos, começaram a correr atrás. Bruno precisava criar uma conta pra live e comprar os equipamentos, enquanto Beatriz tinha que achar um ponto ideal pra sua cafeteria. Ela ligou pra Laura e a chamou pra sair, afinal, a menina vivia reclamando de tédio.Os três foram ao shopping de informática pra comprar os equipamentos. Depois da
Tudo culpa da Beatriz, essa vadia. Beatriz manteve uma expressão tranquila, mas por dentro ela sabia que Larissa, com seu jeito vingativo, já estava de novo com raiva dela.— Bia, vamos embora. — Laura, que já tinha sido sobre a treta entre Beatriz e Camila na internet, não perdeu tempo e lançou um olhar curioso para Camila quando a viu. Ela pensou consigo mesma: — O corpo dela nem chega aos pés do da Bia. O Lucas realmente não tem bom gosto.Camila, segurando o braço de Lucas, disse com uma voz suave: — Lucas, depois eu preciso fazer um ultrassom, você pode me acompanhar?Beatriz e Laura estavam se levantando da mesa nesse momento, prestes a sair, e Beatriz arqueou uma sobrancelha, com um sorrisinho no canto da boca. Lucas olhou para a barriga de Camila e respondeu: — Claro.De repente, Camila chamou Beatriz: — Beatriz.Beatriz fingiu não ouvir e continuou saindo. Mas antes que pudesse sair completamente, Camila soltou um inesperado: — Beatriz, me desculpa.Desculpa pelo quê? Beatriz
Desde o dia do acidente de carro, já se passaram oito meses. Desde que Beatriz acordou, não só perdeu a memória, mas também mudou completamente de personalidade. Antes, ela era uma mulher fria, madura e com charme. Agora, estava tão ardente quanto uma pimenta malagueta e tão intensa quanto.— Bia, você vai sair. — Laura, que agora morava com Beatriz, perguntou com um tom preocupado. Desde que Beatriz acordou, ela não se lembrava mais de Laura, nem de Bruno. E enquanto Laura observava sua amiga mudada, com o pensamento fixo em Lucas, não sabia se deveria se sentir triste por Beatriz ter esquecido tudo ou aliviada por ela não lembrar mais da dor.Beatriz, com o pé direito apoiado na beira da cama, se inclinava para colocar uma tornozeleira brilhante. Sua pele era tão bonita, destacando ainda mais a cintura fina e as pernas longas, que estavam à mostra graças à minissaia ultracurta. Ela estava vestindo um top preto tomara que caia, que realçava suas curvas, e seu look era uma verdadeir
Thiago deu uma olhada de soslaio em Rodrigo, viu que ele estava de olhos fechados, aparentemente dormindo, e voltou a prestar atenção na estrada. Beatriz começou a sentir frio por causa do ar-condicionado. Ela estava com pouca roupa, e a pele já começava a arrepiar. Esfregou os braços, tentando se aquecer, e percebeu que o tomara-que-caia estava escorregando. Tentou ajustá-lo, mas os seios grandes sempre davam trabalho.— O ar tá muito gelado.Aquela voz grave, ainda rouca de sono, soou de repente, num tom meio preguiçoso.Thiago levantou as sobrancelhas e ajustou a temperatura do ar-condicionado. Pra ele e Rodrigo, estava quente, mas fazer o quê? Ele olhou pelo retrovisor, tentando decifrar a expressão de Rodrigo, mas o rosto dele não mostrava nada. Beatriz virou o rosto na direção do homem ao lado, que coincidentemente estava olhando para ela também. Os olhos dele, profundos e indiferentes, a analisaram sem pressa, passando pelo rosto, corpo e pernas dela. Sentindo o olhar invas
Beatriz esperou alguns segundos antes de Lucas responder: — Onde vamos comer?O olhar dele era estranho, como se estivesse tentando controlar algo. Mas Beatriz não deu muita importância. Quando ouviu a resposta, um sorriso doce surgiu em seu rosto. Seus lábios, cobertos por um batom vermelho vivo, se curvaram num sorriso que fez suas bochechas corarem.Lucas desviou o olhar com uma expressão impassível, mas por dentro, sentiu-se ligeiramente tocado. Apenas por um instante. Quando Beatriz sofreu o acidente, ele se sentiu mal, mas achou que era só porque estavam juntos havia quatro anos, nada mais que um hábito.Lucas seguiu à frente, com passos largos. Beatriz, de salto alto, teve dificuldade em acompanhá-lo e começou a ofegar. Ele desacelerou o ritmo. Quando ela finalmente o alcançou, com um sorriso radiante, disse: — Hoje reservei um restaurante japonês. Sei que seu estômago não é dos melhores, e o prato principal de lá faz bem para o estômago.Depois de falar, murmurou para si mesma