Às sete da noite, Rodrigo chegou em casa carregando um pequeno aquário com dois peixinhos.Beatriz já tinha preparado o jantar e acabara de tomar banho. Com os cabelos ainda molhados, ouviu passos se aproximando.— Bia, Rodrigo voltou.Beatriz, com uma toalha sobre os cabelos e usando chinelos, saiu do banheiro. Estava linda em sua camisola preta.Rodrigo procurava o lugar ideal para o aquário, virando-se para Beatriz: — O que acha de colocar ao lado da TV?— Por que decidiu comprar peixes? — Beatriz observou os dois peixinhos dourados comuns. — Melhor colocar na mesa.Rodrigo entregou o aquário a ela: — Vi por acaso e comprei para você.Ele planejava trazer um presente diferente todos os dias depois do trabalho.Os peixinhos nadavam alegremente.Beatriz colocou o aquário na mesa de centro. Estava feliz com o presente: — Obrigada, mas você comprou ração?— Esqueci. Vou pedir para alguém comprar.Notando seus cabelos molhados, ele a levou ao banheiro e pegou o secador.— Deixa que eu se
Rodrigo finalmente conseguiu acalmar Beatriz e a levou para o quarto.— Água. — Pediu ela, deitada na cama.Rodrigo foi buscar um copo d'água.Quando voltou, encontrou Beatriz completamente despida...Uma veia pulsou em sua testa.Aproximou-se da cama e a ajudou a se sentar para beber água.— Abra a boca, beba.Depois de dois goles, ela parou de beber e colocou as mãos nos ombros dele.Rodrigo apoiou um braço ao lado dela enquanto colocava o copo em segurança na mesa.O quarto estava bem iluminado.Beatriz olhava para ele com os olhos desfocados da bebida.Com o maxilar tenso e os olhos escurecidos, Rodrigo puxou o lençol para cobri-la.No jardim, já tinham se deixado levar pela paixão.— Durma direitinho, e nunca mais beba quando eu não estiver por perto.Beatriz apenas sorriu em resposta.Na manhã seguinte, a consequência da bebedeira foi uma forte dor de cabeça.Rodrigo se aproximou, roçando seu nariz no dela. — Os beijos de ontem foram bons?Beatriz não se lembrava da noite anter
Naquele ano, Rodrigo também tinha quinze anos. Com as mãos despreocupadas atrás da cabeça, disse: — Esta é minha irmã, Maria.Chris olhou para ela: — Então você é a jovem prodígio do clã Santos? Olá, sou Chris Correia.O clã Santos raramente permitia que Maria aparecesse em eventos públicos para protegê-la.Ele também ouvira que ela era frágil e adoecia com frequência.Maria o olhou com expressão suave: — Olá, sou Maria.Chris sorriu, coçando a cabeça, sem jeito.Por causa da presença de Maria, Chris e Rodrigo decidiram jogar basquete.Maria sentou-se ali perto, lendo um livro que tirou da mochila.Chris olhava para ela depois de cada arremesso, sussurrando para Rodrigo: — Sua irmã só veio para ler?Rodrigo: — Algum problema?— Não, não!Maria nem sempre acompanhava Rodrigo, mas aos poucos os três começaram a se encontrar com mais frequência.Rodrigo desafiou Pedro, determinado a estudar medicina.Chris também escolheu medicina.Sempre que tinha algo especial, Chris pensava primeiro em
Cidade A.— Últimas notícias: o próximo herdeiro do Grupo Santos sofreu um ataque de origem desconhecida na África Central. Seu paradeiro e estado são desconhecidos.— No momento, o Grupo Santos já enviou uma equipe para localizá-lo.— Segundo informações, o futuro herdeiro já tinha uma companheira e um par de gêmeos.A repórter, segurando o microfone em frente ao hospital, transmitia a notícia enquanto aguardava para entrevistar a companheira de Rodrigo.Outros jornalistas também esperavam do lado de fora do hospital.Vera saiu do hospital empurrando um carrinho de bebê, escoltada por seguranças.Os repórteres imediatamente estenderam seus microfones.— Senhora Pereira, há alguma notícia do Senhor Santos?— Com licença, por favor, deem passagem.— Senhora Pereira, o anel em seu dedo é o anel de noivado de vocês?Vera parou ao ouvir essa pergunta, seus olhos vermelhos de choro escondidos atrás dos óculos escuros.Ela ergueu a mão direita, mostrando o anel em seu dedo médio.— Este é o
— Para a África Central.Beatriz fechou os olhos, esperando a tontura passar, seus lábios ainda mais pálidos que antes.Ela sabia que seu corpo não estava em condições de viajar, e forçou-se a se acalmar.Lucas, vendo Beatriz voltar a sentar na cama, apertou os lábios finos:— Não adianta ir até lá. O clã Santos enviou muita gente para procurar Rodrigo e não encontraram nada. Além disso, a região está instável agora.Aquele lugar sempre foi caótico.Beatriz não respondeu, pegando rapidamente o celular de Lucas para ligar para Laura.Finalmente alguém atendeu.— Alô?— Laura, sou eu.Laura, ao ouvir a voz de Beatriz, abriu um sorriso de surpresa.Vendo Vera olhar em sua direção, Laura conteve o sorriso e subiu as escadas.— Espera um momento.Beatriz percebeu que Laura provavelmente não podia falar naquele momento.Ela cobriu o telefone e virou-se para Lucas:— Senhor Moreno, você poderia sair um momento?Lucas olhou para o celular nas mãos dela e assentiu:— Vou pedir ao Jean para comprar
Depois de desligar o telefone com Laura, Beatriz se escondeu debaixo das cobertas e chorou.Ela só se permitiu chorar um pouquinho.Só um momento.Sentia como se o destino estivesse brincando com ela.Quando o médico bateu na porta e entrou, Beatriz já tinha controlado suas emoções instáveis.Lucas entrou logo atrás do médico.Seu olhar pousou nos olhos vermelhos de Beatriz, hesitando por um momento.Quando a resgatou daquele lugar horrível, ela não chorou de alívio.Agora chorava por causa de Rodrigo.Beatriz, vendo-os entrar, devolveu o celular a Lucas.Lucas subitamente segurou o pulso de Beatriz.O local onde a agulha tinha sido removida estava vermelho e inchado.— Doutora, a mão dela?Beatriz franziu a testa, instintivamente puxando o pulso.A médica examinou a mão de Beatriz:— É uma pequena alergia, vou prescrever uma pomada.Ela perguntou sobre o estado geral de Beatriz e então, com expressão séria, disse:— Senhora Silva, você está grávida. Considerando seu estado atual de saúd
Lucas voltou ao quarto do hospital e viu Beatriz prestes a sair da cama:— O que você está fazendo? Se precisar de algo, é só tocar a campainha.Ela ainda sentia tonturas e uma queda poderia ser perigosa, caso batesse em algo.Com a experiência adquirida, Beatriz levantou-se devagar.— Preciso ir ao banheiro.Lucas a observou caminhando vagarosamente até lá. Por um momento, pensou em ajudá-la.Mas lembrando-se de como ela o rejeitava, decidiu apenas ficar atento à distância, pronto para agir caso ela desmaiasse.Beatriz não brincava com sua saúde, ainda mais agora que não estava sozinha, carregava uma vida dentro de si.Ao entrar no banheiro, seus olhos marejaram.Estar hospitalizada sem familiares por perto trouxe de volta aquela sensação de solidão.Quando saiu, Lucas havia deixado um mingau sobre o criado-mudo.Ele se virou para ela: — Jean comprou um celular para você, está nesta sacola. O médico disse que você só pode comer comidas leves nos próximos dias.— Presidente Moreno, obri
Laura havia conseguido o cabelo de Érica e, rapidamente, voltou ao quarto para guardá-lo em um saquinho.Soltou um suspiro trêmulo.Que susto.Vera surgira de repente às suas costas, quase a fazendo pular da própria pele.Olhou o relógio e decidiu ligar para Beatriz, contando sobre o cabelo que havia arrancado da gêmea.Ao atender, uma voz masculina respondeu.— Com quem falo?Teria discado o número errado?— Quem é você?— Devolveu a pergunta.— Lucas.— Ele respondeu secamente:— Beatriz usou meu telefone para ligar para você ontem. Amanhã, no hospital, eu aviso que você a procurou.— Sim. Obrigada.— Laura desligouFicou encarando o celular, intrigada.O que estava acontecendo? Por que Beatriz estava usando o telefone de Lucas?No hospital, Beatriz conversava com um funcionário:— Por aqui, os desaparecimentos e mortes são constantes. A situação está um caos. Encontrar alguém será muito difícil, senhora Silva. Suas chances são mínimas.— Agradeço. Se possível, peço que continuem procura