O carro de Camila parou em frente ao portão de Alphaville.Ela permaneceu sentada no carro.Com olhos cheios de rancor, fitava intensamente Alphaville iluminada.Então era isso.Ele estava morando em Alphaville.Nesse momento, Camila teve que admitir que todos os seus planos haviam fracassado.Ela não aceitava.Por que tinha que ser assim?Camila abriu a porta do carro, desceu e caminhou até o portão.— Abra o portão.O segurança conhecia Camila.Camila gritou furiosa: — Estou mandando abrir o portão! Não ouviu?O segurança, vendo a postura de Camila, percebeu que vinha problema.Rapidamente ligou para o mordomo.O mordomo responsável por Alphaville ainda era o mesmo da época da avó de Lucas.— Mordomo, a Senhora Moreno veio procurar o Senhor Moreno, está aqui fora do portão.O segurança lamentou sua má sorte de estar de plantão justo quando acontecia uma crise familiar.Na internet não diziam que Camila e Lucas eram um amor verdadeiro?Não parecia nada amoroso.O mordomo suspirou inte
O segurança franziu a testa enquanto falava com Beatriz ao telefone: — Hoje às seis da manhã, Mafalda e a mãe voltaram para casa para cozinhar.— Estávamos vigiando embaixo, por volta das sete, não as vimos descer. Calculamos o tempo que levariam cozinhando e ligamos para verificar.O segurança tinha sido bem atento.Elas estavam bem em casa e de repente desapareceram.— Provavelmente ainda estão em algum apartamento deste prédio. Já chamamos a polícia.O segurança não era policial, não podia simplesmente entrar nas casas das pessoas para procurar.E durante o tempo de espera para verificar cada apartamento, algo ruim poderia acontecer com Mafalda.O prédio tinha trinta e seis apartamentos no total.Beatriz, sentada no carro, embora ansiosa, forçou-se a manter a calma: — Vão falar com o porteiro e batam em cada porta perguntando se sentiram cheiro de queimado.Com o porteiro presente, a maioria dos moradores abriria a porta, embora nesse horário alguns já deviam ter saído para trabalha
Linda olhou para o apartamento ao lado. A porta estava fechada. Antes que pudesse dizer algo, um jovem apareceu com um spray e borrifou em seu rosto.Mafalda saiu da cozinha para ver com quem sua mãe estava conversando e também foi atingida pelo spray.Depois disso, não se lembrava de mais nada.— Rápido, tirem a roupa dela e filmem tudo. — Ordenou o jovem de aparência simples, agora com uma expressão ameaçadora.Esse homem se chamava Paulo Mendes.Antes, quando trabalhava normalmente, ganhava apenas alguns trocados por mês, mal dava para sobreviver.Por acaso, conheceu alguém que vendia substâncias ilícitas, e acabou entrando nesse tipo de atividade criminosa.— Pode deixar comigo, mano. — Disse o outro homem, aproximando-se de Mafalda.Mafalda percebeu as intenções deles.Tentou se debater, mas era inútil. As cordas em seus pulsos e corpo estavam muito apertadas.Sentia mãos brutas tocando seu corpo.Suas calças foram arrancadas com violência.Mafalda não conseguia mais manter a calm
Camila hesitou. Não temia encontrar Beatriz, pois levaria seguranças.— Tudo bem, mas eu escolho o local. Primeiro me passe as informações sobre Aurora.— Acha que sou tola? E se você voltar atrás depois? Fui eu quem apresentou Aurora à Mafalda, queria ver você ser superada por alguém que já maltratou. — Disse Beatriz com frieza: — Vamos nos encontrar? Tenho mais uma coisa para perguntar pessoalmente.Camila quase explodiu de raiva ao descobrir que foi Beatriz quem apresentou Aurora à Mafalda.Confiante de que Beatriz não ousaria fazer nada contra ela, concordou com o encontro.Na verdade, Camila também queria ver Beatriz chorando.— Vamos nos encontrar no Restaurante Azure. — Disse ela.No Restaurante Azure.Camila viu Beatriz entrando e mal teve tempo de sorrir antes de ter os cabelos puxados violentamente.— Ai! Beatriz, você enlouqueceu! Me solta!Os seguranças de Camila foram contidos pelos homens de Beatriz.Os clientes do restaurante observavam chocados as duas mulheres brigand
Beatriz olhou calmamente para Camila, que agia como uma louca: — Você acha que vou acreditar em você?Camila, com os olhos vermelhos, retrucou: — Foi o próprio Lucas que me contou sobre o mendigo. Acredite se quiser.Beatriz sorriu com desdém: — Melhor ser violentada por um mendigo do que pelo Lucas, entende?Camila ficou atônita com a reação de Beatriz.Seu olhar ficou vazio.Beatriz deu uma risada de escárnio e saiu do banheiro a passos largos.Encontrou Lucas entrando. Ele estava no restaurante para almoçar e os seguranças de Camila o viram.Foi através deles que soube que Camila havia sido arrastada ao banheiro por Beatriz.Beatriz parou, virou-se o rosto para Lucas e perguntou friamente:— Há mais de um ano, no hotel, quando você estava com febre... nós não fizemos nada, não é?Lucas ficou sem palavras por um momento: — Não.Beatriz saiu rapidamente.Mordeu os lábios.Então naquela noite no hotel, ela tinha sido violentada por um estranho?Como secretária de Lucas, ela tinha bebid
Rodrigo saiu da sala de cirurgia e viu as mensagens sobre Beatriz enviadas pelo assistente.O Assistente Martins era muito dedicado. Quando Beatriz pediu para verificar as contas de água e luz da Residencial Baía, ele já tinha investigado o que estava acontecendo.[Chefe, aqui está o vídeo do jovem levando Danilo ao hospital. Já coloquei pessoas rastreando ele.]Rodrigo abriu o vídeo.O jovem usava um boné que cobria metade do rosto, cerca de 1,76 m de altura.Vestia roupas largas, não parecia nem muito magro, nem muito forte.Rodrigo, que conhecia bem anatomia, ampliou o vídeo com os dedos.Ligou para o Assistente Martins: — Este homem, na verdade é magro, está usando enchimentos por baixo da roupa. Os sapatos têm salto interno e ele manca da perna esquerda. Quando fugir, provavelmente vai tirar os disfarces.Depois de desligar, tentou ligar para Beatriz.Enquanto tirava o jaleco com uma mão, ouvia o telefone tocar sem resposta.Ninguém atendeu?Pegou outro celular enquanto pendurava
Ela achava que em alguns dias o machucado ia sarar sozinho, sem precisar passar pomada.Beatriz se encolheu contra a porta do carro, imóvel. Rodrigo suspirou, já esperava por isso.— Você vem até aqui ou eu vou até aí?— Nenhuma das opções.Rodrigo soltou um riso seco e, em vez de insistir, foi até ela. Abriu o tubo de pomada, pegou um pouco com o dedo e, num movimento rápido, segurou a mão de Beatriz.Começou a passar o remédio. A pele de Beatriz já era naturalmente delicada, e o arranhão em seu braço parecia ainda mais vermelho e inchado.O semblante dele estava sério enquanto aplicava a pomada, bem diferente do seu habitual ar despreocupado.Beatriz pensou no que Camila havia mencionado, que ela havia sido estuprada no hotel por alguém que não conhecia.Agora ela tinha tempo para pensar nisso.Observando Rodrigo cuidar dela com tanta gentileza, seus olhos começaram a marejar.Camila disse que foi um mendigo, mas independente de quem fosse, era um estranho.Quando Rodrigo terminou de
— Atropelar ela?Rodrigo de repente percebeu que estava ensinando uma boa moça a ser má.Ele riu: — Deixa pra lá, ainda nem casei com você, não quero que você vá para a cadeia antes disso.— Me deixa cuidar da Camila, tá? Você pode aprender a contar comigo.Não precisava fazer tudo sozinha.Beatriz baixou a cabeça. Na verdade, seu plano inicial era fazer Camila sentir aos poucos como é perder tudo.De repente ela pediu: — Rodrigo, me abraça.Um momento de silêncio.Rodrigo cruzou os braços: — À noite você terá sua chance de abraçar o Rodrigo.O olhar de Beatriz vagou.Parou nas pernas longas dele, bem torneadas sob a calça do terno.Aquelas pernas, ela conhecia bem.Músculos firmes de linhas elegantes.Quando a abraçava em pé, seus braços fortes a sustentavam por muito tempo sem cansar.O carro foi até o local onde os dois homens estavam sendo mantidos.O Assistente Martins esperava na porta por Rodrigo e Beatriz.Ao vê-los chegar, abriu a porta.Rodrigo e Beatriz entraram primeiro, s