— Então me passa o contato do Andy que eu mesmo falo com ele.Lucas acendeu mais um cigarro. Ultimamente estava fumando para caramba:— Não tenho o contato dele.— Ué, mas o Andy falou que você tava direto pedindo roupa pra ele esses anos todos. — Camila ficou bolada: — Será que ele confundiu as bolas?Lucas parou por um momento, como se algo tivesse finalmente lhe ocorrido. Lembrou que a Beatriz tinha falado uma vez que ela que pedia as roupas para o Andy fazer para ele.Camila recebeu uma ligação de Sara logo em seguida, lembrando-a de que precisava ir gravar um programa: — Ok, já estou indo.Ela desligou o telefone e disse: — Lucas, vou para a gravação agora.Quando saiu do escritório, Camila passou pela secretaria e perguntou a Jean: — Jean, você tem o contato do Andy, o designer de roupas?Jean era fera no trampo, vai que ele dava um jeito de conseguir.Sentada na mesa ao lado de Jean, Carlota Barros levantou a cabeça e respondeu: — Senhora Oliveira, eu tenho o contato do Andy aq
Dez da noite.Beatriz estava lá, papando uns chips e postou uma parada no Insta.Marcou a fake Aurora.— Te dei chance de se explicar, mas cê não quis. Agora é na justiça, meu amor."Nessa hora a galera estava toda no celular.Mal a Beatriz postou, já choveram comentário.[Cadê as provas? Bota aí pra gente ver, ou é só papo furado?][Se tem prova, mostra logo.][A Blue tá desesperada? Empresa pequenininha querendo intimidar, já denunciei.]Rita ficou toda cagada quando viu que ia ser processada.[Ela disse que vai me processar, e agora? Será que ela tem mesmo as provas?]Sara viu a mensagem e respondeu: [Fica fria, tô te mandando a grana agora.]Rita estava com o cu na mão, mas quando viu os 600 mil caindo na conta, deu aquela aliviada gostosa.600 mil, mano. Ia ter que ralar muito para juntar essa grana.Mas a alegria durou pouco.Aurora soltou as provas na net.Beatriz tinha o hábito de gravar vídeos enquanto compunha suas músicas. Ela não aparecia nas gravações. Sempre que criava um
O escritório estava um breu.As cortinas fechadas, nem um raio de sol entrava.Beatriz entrou com o café na mão.Deu de cara com aquela escuridão toda.— E aí, Beatriz, como é que eu devo dar um jeito naquela Ana?A voz do cara estava gelada.Beatriz congelou por um momento antes de acender a luz. Seus olhos se adaptaram à claridade e, ao focar no homem sentado no sofá, ela o encontrou com as pernas bem abertas, numa postura desleixada e ao mesmo tempo autoritária, com um olhar sombrio.Beatriz não se intimidou: — Os exames nem saíram ainda.Beatriz caminhou até ele, colocando a xícara de café na mesa. Ela sabia muito bem que Aaron não deixaria a mulher que o enganou escapar facilmente. Olha só o vacilo: mentiu que era solteira.E ainda por cima, o namorado estava com DST.Aaron estava puto. Se isso viesse a público, ele perderia toda a reputação.Ele levantou o olhar para Beatriz, que permaneceu em pé na frente dele, aguardando. Aaron pegou o isqueiro, tentou acender várias vezes e
Ela ainda estava grogue.Alguém estava em cima dela, pesado para caramba.Ela abriu os olhos.Tinha uma luzinha acesa no quarto.Beatriz apertou os olhos e deu de cara com aquele gato.Seu queixo estava tenso, o roupão de banho que ele usava não estava mais lá, revelando seu peito definido, exalando uma sensação de força. Beatriz ainda estava confusa e piscou algumas vezes, seu cérebro lentamente voltando ao normal. — Como você entrou aqui? — Ela perguntou. Ela tinha trancado a porta, pô.— Tenho a chave.Rodrigo viu que ela acordou e começou a se mexer.Beatriz ainda estava bolada com o lance da chave.Ela soltou um gemido sem querer.Esse cara, viu. Não rolou dormir no chão, nem no sofá.Beatriz mordeu os lábios, enquanto Rodrigo se aproximava de seu ouvido, sua voz rouca e baixa, quase mortal, dizendo: — Biababy, cê é sensível até dormindo.Beatriz arregalou os olhos. — O quê?Rodrigo, com os olhos focados no rosto vermelho e envergonhado de Beatriz, inclinou-se ainda mais perto
Aaron meteu o pé para o hospital, aí Beatriz saiu do trampo na hora certinha.No meio do caminho de volta para casa, o celular tocou. Era a Mafalda.Do outro lado da linha estava uma zoeira danada.Aí ela ouviu a voz da Mafalda: — Beatriz, tô na sala VIP 1 da Lotus Sunset, tô enrolada aqui.A mina estava tipo, super cagada.Sons de batidas podiam ser ouvidos da porta do banheiro, alguém do lado de fora a chamava para sair e cantar.— Tô chegando aí.Beatriz franziu a testa, tentando entender o pepino.Mafalda desligou na maior afobação.Beatriz ligou para os seguranças na hora e virou o volante para o Lotus Sunset.Mandou uma mensagem para Laura: [Miga, preciso resolver um B.O. no Lotus Sunset, não vai rolar o rolê hoje.]Lotus Sunset à noite estava iluminado por luzes vibrantes.Geral curtindo forte lá dentro.Beatriz entrou toda gata de vestido vermelho, e a galera ficou secando.Ela foi direto perguntar ao garçom onde era a sala VIP 1.Chegando lá, tinha dois brutamontes na porta.
O olhar a examinou.Nenhum ferimento.Ele entrou e sentou-se no sofá.Rodrigo olhou para Beatriz e acenou: — Biababy, vem sentar aqui.— Então é aqui que o Thiago te chamou pra beber? — Beatriz observou a decoração, com balões e tudo. A festa de aniversário do Thiago era num bar, quem diria.Catarina olhou confusa para o homem sentado no sofá. Não era esse o namorado da Beatriz, aquele que parecia modelo de bar?Alguns ali sabiam que Rodrigo era do clã, e espertos que eram, decidiram não se meter no que estava por vir.— Calma aí, gata, se acalma. Me solta que eu juro que não vou cobrar nada de você. — Manuel engoliu em seco, temendo que a garrafa afiada em seu pescoço o cortasse.Thiago saiu pra fazer uma ligação e, ao voltar, deparou-se com uma cena de silêncio absoluto.Catarina, vendo Thiago como sua salvação, logo disparou: — Thiago, a Beatriz veio aqui arruinar sua festa.Thiago: — Como é?Beatriz encarava Thiago com um meio sorriso.Thiago virou-se para o sofá, onde Rodrigo tamb
Beatriz e Rodrigo não foram direto para casa.Ela pediu aos seguranças que levassem Mafalda primeiro.Sentou-se silenciosamente no banco do passageiro.Rodrigo tomou o lugar do motorista.Enquanto dirigia, disse: — Biababy.Beatriz olhou pela janela, piscando os olhos ligeiramente vermelhos.Lembrar de Afonso a fez reviver a humilhação daquela noite, e pensar no filho que não chegou a ter.No fundo, o que ela sempre quis era simples.Um lar tranquilo.Mas às vezes, ter um lar tranquilo pode ser muito difícil.— Bia, olha pra mim.Ele parou o carro, seus olhos negros fixos nela.Fora, a cidade brilhava; dentro, o silêncio reinava entre os dois.Os cílios de Beatriz tremeram e ela virou a cabeça, olhando para baixo.Rodrigo suspirou, tirou o cinto e se inclinou, segurando o rosto dela.— O que é pra olhar? — Beatriz perguntou, rouca.Rodrigo fitou seus olhos avermelhados, beijou sua testa e sorriu de leve: — Vou te fazer esquecer as preocupações.Beatriz mordeu os lábios.Rodrigo se ajei
Beatriz lançou um olhar questionador. — Você não quer assumir a responsabilidade?Mal terminou de falar, Rodrigo não conseguiu conter o riso.Ele estendeu a mão, ajeitando o roupão que tinha subido até a coxa dela. — Levanta pra comer.Momentos depois, falou com um tom levemente queixoso: — Eu queria fazer uma surpresa, já estava preparando o anel de noivado e o vestido.Agora a surpresa tinha ido por água abaixo.Beatriz não ficou mais deitada. Levantou-se e abraçou Rodrigo.Suas orelhas ficaram vermelhas.— Vamos comer.Rodrigo sorriu, segurando-a com uma mão nas nádegas e carregando a marmita com a outra, levando-a para o sofá para comerem.Durante a refeição, Rodrigo terminou rápido.Já Beatriz comia devagar.Rodrigo recostou-se, seus dedos longos digitando mensagens no celular, respondendo a alguns e-mails do assistente.Nesse momento, ele virou-se para Beatriz, olhos profundos: — Bia, mesmo sem o anel agora, posso te pedir em casamento?Beatriz nem levantou a cabeça: — Pode.Po