Aaron deu uma olhada para Beatriz e respondeu à Vera do outro lado da linha: — Se vocês estão bem, beleza, então deixa quieto. Vou desligar. Ele encerrou a ligação. Beatriz apoiou o queixo na mão, os olhos semicerrados:— Tem uma reunião às dez e meia.Aaron assentiu. Se a Vera não estava se importando, ele mesmo não ia meter o nariz. Homem galinha, não tinha jeito, não mudaria nunca.Ele mesmo era um desses, até agora não tinha encontrado uma mulher que realmente fizesse seu coração bater de verdade.Se as duas mulheres não ligavam, quem era ele para se meter? — Prepare um café pra mim. — Aaron entrou na sala e disse. Beatriz foi fazer o café, pensativa. Ela ia tirar essa história a limpo com Rodrigo depois do trampo.Se não rolasse, era só dar um pé na bunda dele. Sem drama.Na hora do almoço, Rodrigo mandou uma mensagem perguntando se Beatriz queria jantar com ele. Beatriz: [Posso, que horas?] Rodrigo: [Vou buscá-la às cinco e meia.]Beatriz: [Beleza, espero por você n
Rodrigo sentiu o cheirinho do perfume dela. Abriu a porta do carro para ela sentar no banco do carona. Segurou a nuca dela de leve e deu um beijinho no seu canto da boca.Depois de um tempinho, ele a soltou e fechou a porta. Beatriz lambeu os lábios e colocou o cinto. Rodrigo entrou no carro.No caminho, ela mexia no celular, de cabeça baixa, pesquisando sobre comida italiana, e começou a falar com Rodrigo sobre o que encontrou. — Bia sabe de tudo, né? — Ele soltou um elogio em voz grave, enquanto dirigia. Beatriz deu uma olhada para ele e riu: — Tô só lendo da internet, bobo.Rodrigo deu um sorrisinho de lado e pediu para o assistente achar um restaurante italiano famoso por ali. Depois de meia hora, eles chegaram no lugar. Não quiseram reservar um espaço privado, e preferiram uma mesa perto da janela. Enquanto esperavam a comida, Beatriz pediu uma água de coco. Ela olhou para Rodrigo, apoiou o queixo na mão e, chupando o canudinho, perguntou: — Posso saber qual é a sua rel
Vera achou a ligação do Aaron bem estranha. Então, ela mandou uma mensagem perguntando se havia algo errado. Aaron respondeu apenas para ela mesma olhar o post da Beatriz no Instagram. Quando ela viu, ficou boquiaberta. Não fazia ideia que a Beatriz e o Rodrigo tinham esse lance.Ela então pediu o número da Beatriz ao Aaron e mandou uma mensagem:[E aí, Beatriz? Tô a fim de tomar um café contigo amanhã. Rola?]Beatriz, um pouco curiosa sobre o que Vera queria, respondeu: [Pode ser.]Vera: [Amanhã passo na empresa do Aaron pra falar com você.]Na manhã seguinte, Beatriz acordou, tomou banho e tentou espantar o sono. Como queria preparar o café da manhã, acordou meia hora mais cedo. Mas, ao abrir a porta do quarto, deu de cara com Rodrigo entrando pela porta da frente. Ele vestia uma camisa branca e calça social preta, com uma sacola na mão. Mas o que chamou mesmo a atenção dela foi a chave na sua outra mão. Beatriz, cruzando os braços e se encostando na porta, com uma sobra
A empresa parecia que estava praticamente abandonando a Mafalda.Margarida ficou andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Ela falou: — Olha, acho que a Beatriz tá querendo ferrar com a Camila. Se você pedir ajuda pra ela, vai ter que ficar do lado dela depois.— Você sabe que a Camila é do Grupo Moreno, né? Mafalda deu uma risadinha: — Margarida, nesse mundo não tem almoço grátis. Tudo tem um preço.Margarida parou de andar:— Você tá decidida, então? Mafalda assentiu:— Sim, mas também não sei se a Beatriz vai topar me ajudar. Afinal, ela era só uma artistinha desconhecida. Mafalda pegou o celular e ligou para Beatriz. Beatriz viu o nome de Mafalda na tela e arqueou a sobrancelha. Ela atendeu e pediu para Mafalda esperar um pouco. Subiu para o terraço, onde não tinha ninguém.— Senhora Mafalda, em que posso ajudar? — A voz da Beatriz era suave, mas meio desinteressada. Mafalda respirou fundo antes de responder: — Beatriz, a empresa suspendeu o lançamento
No fim da tarde, o hospital ainda estava movimentado, com pacientes indo e vindo.— Próximo. Rodrigo estava digitando algumas coisas no computador, já cansado. Se não fosse pela roupa branca lembrando que ele era o médico, essa moça provavelmente já teria sido repreendida por ele.— Dr. Rodrigo, minha perna ainda está doendo muito. A paciente era jovem, parecia ter uns vinte e poucos anos. Ela claramente estava interessada em Rodrigo.A moça tinha machucado a perna e levou alguns pontos. A enfermeira, com toda educação, pediu para que a paciente saísse:— Senhorita, o Dr. Rodrigo já te passou remédio pra dor. Você pode pegar na farmácia. Ainda temos mais pacientes esperando.A novinha sorriu e continuou: — Só mais uma perguntinha, Dr. Rodrigo. Cê tá namorando?Rodrigo encostou na cadeira, um sorrisinho no rosto por baixo da máscara:— Eu já sou casado, e meu filho tem seis anos.A moça ficou com os olhos marejados, mordendo os beiços: — Desculpe. Mas não quer trocar por uma mul
Camila disse: — A agência tá disposta a pagar a multa dela? A multa de um artista não é baixa.Afinal, Mafalda vinha de uma família simples e não teria como arcar com todo esse custo. Isso também explicava porque a T4F sempre tinha o poder de decidir se ela poderia ou não lançar seu álbum.— É uma empresa chamada Blue, nem faço ideia de quem tá por trás.— Pô, tem dinheiro para gastar e vai assinar com alguém sem relevância? Tem cantor famosão por aí.Camila ficou meio cabreira quando ouviu falar dessa Blue, mas deixou para lá.— É fácil. Mafalda tá querendo lançar álbum, né? É só a T4F dar uma colher de chá pra ela.— Essa Blue aí é novata, não tem conexão nenhuma. Que futuro que ela vai ter lá? Ela deve ter noção de qual é a melhor.Camila ligou para um executivo da T4F, pedindo que mandassem alguém convencer Mafalda a ficar. Ela falou com a voz mansa: — Mafalda tem muito talento musical. Se a gente der um tempo, ela vai brilhar.Antes era a Sara que vinha com papo de mpedir o pr
Camila, mesmo desprezando a Blue, decidiu dar uma olhada no site deles. O dono era Miguel Marques, não tinha nenhuma ligação com a Beatriz. Isso a deixou tranquila e logo mandou uma mensagem para Lucas.Camila: [Amor, vou cozinhar hoje. Vai jantar em casa?]Lucas estava em uma reunião, deu uma olhadinha no celular e só respondeu: [Blz.]Na verdade, Camila não manjava muito dos paranauês da cozinha.Mas quando eles estavam namorando, o Lucas sempre elogiava, falando que estava bom.Às seis da tarde, Lucas saiu do prédio da empresa. Jean abriu a porta do carro: — Chefe, qual é a boa pra janta hoje?Lucas se inclinou para entrar no carro:— Vamos pra Tamboré.Ele se acomodou no banco e começou a checar os e-mails. Abriu as fotos que o investigador tinha mandado, mostrando Beatriz no supermercado comprando ingredientes e, depois, entregando uma marmita para Rodrigo.Quanto mais ele olhava, mais irritado ficava. Até desabotoou a camisa de tanta raiva.Ficou pensando que ela cozinhava b
Bia, uma delícia? Por que soava tão... provocativo? Rodrigo deu uma risadinha. Ele devorou o miojo rapidamente. Depois de terminar, lavou a louça e saiu da cozinha, sentando do lado da Beatriz.— Hoje eu não tô afim de sair. Laura não volta pra casa hoje à noite.Beatriz deu uma olhada de rabo de olho para o cara e abriu o Instagram da Laura.Como esperado, viu que a Laura tinha postado umas fotos de um show.— Eu também queria ir. Ficar em casa é meio chato. — Ela comentou com um sorriso. Rodrigo puxou Beatriz para o colo, fazendo-a sentar sobre ele. — Comigo aqui, te garanto que não vai ter nada de chato. — Ele disse, passando a mão pela cintura dela, enquanto pegava o casaco jogado no sofá. Ela ficou de boa, sem se mexer, com as mãos nos ombros dele.Ele tirou umas camisinhas do bolso do casaco.Aí a Beatriz arregalou os olhos.Nenhuma era normal.— Essa é de menta. Vamos experimentar? — Rodrigo falou com um sorrisinho safado.Beatriz tentou se levantar, mas ele a segurou f