Passaram-se dois anos infelizes, o medo e a minha incapacidade de agir como devia tornaram-me vulnerável, o que levou a que os danos continuassem, desta forma, Cinthia e muitas das suas amigas faziam o que queriam comigo. As suas agressões, queimaduras e mordidelas eram marcas que me perturbavam mentalmente. Na minha perspectiva, comecei a ver o sexo oposto como um género nojento, aberrante e perverso.Felizmente, no meio da minha desgraça, cheguei ao conhecimento do homem que tem sido o meu agente até aos dias de hoje. Marc tornou-se esse salvador que, através da proposta que me apresentou, poderia estar numa academia de modelos onde eu participaria se concordasse, de modo a poder completar os meus estudos à distância, fazendo com que Cinthia e os restantes perdessem todo o contacto comigo. Tendo estipulado que isso aconteceria, não hesitei em aceitar. Aos dezassete anos, com o consentimento da minha mãe, fiz a minha primeira viagem para fora da Escócia, o meu país natal, um lugar
POV: DominicO som do telefone assim como o som da porta fez-me acordar abruptamente, sem saber o que se passava levantei-me da cama deixando o telemóvel a tocar e depois saí do quarto. Com uma ligeira dor de cabeça que começava a aumentar a cada passo que dava, decidi abrir a porta sem sequer me aperceber de quem poderia ser, com isto verifiquei que era o Marc, que ao ver-me decomposto devido à doença que me afectava, começou imediatamente a dar a sua opinião sobre o assunto. -Dominic, o que se passa contigo?-Não fales tão alto, minha cabeça....-Pelo que vejo, voltaste a beber, ainda não percebi porque o fazes. Vai preparar-te, temos um voo para Itália daqui a uma hora.-Itália...? Ah, dói! -disse eu enquanto procurava um remédio que pudesse aliviar a minha doença.-Esqueci-me de te dizer que o trabalho em Milão começaria a partir desta semana, mas como tenciono descansar-te devido ao esforço da viagem, partiremos antes da data.-Porque te esqueceste? Lembro-te que tens de me avi
Devido ao desconforto que senti, empurrei-o para longe de mim, a sua atitude confusa era evidente, no entanto, de alguma forma ele compreendeu e começou a vestir-se tal como eu.Sem sequer dizer o que me tinha acontecido, peguei nos meus pertences e saí. Caminhando apressadamente para o meu quarto, por momentos pensei que ele me seguiria para pedir explicações, mas não o fez. Ao encontrar-me na minha suite, consegui acalmar-me depois da adrenalina que tinha experimentado. Apesar de ter encorajado o que se tinha passado e de estar aberto a tudo o que pudesse acontecer, a realidade era diferente.Nunca me tinha acontecido antes e, naquele momento, um sentimento de culpa apoderou-se do meu ser, como se de alguma forma estivesse a agir de forma errada, mas porquê? A que se devia? Era suposto eu ter aceite o Bob como meu parceiro, mas parecia que essa decisão só tinha saído da minha boca, não do meu coração ou da minha mente. Em suma, estava perturbado.Durante o resto da noite, não tive
POV: ClaireTer tido a oportunidade de estar em Espanha e o reconhecimento de ter trabalhado para o Dominic, mesmo que só por alguns dias, abriu-me portas de uma forma que eu não esperava.Pela primeira vez, tudo começou a correr bem, a tal ponto que consegui pagar as dívidas que tinha pendentes e decidi comprar um apartamento, embora não fosse como o de Tifanny, podia dizer que era o seu proprietário, acabaram-se os despejos e as desilusões.Apesar da acumulação de trabalho que tinha agora, sentia-me bem, feliz, tudo começava a entrar nos eixos. Trabalho em todo o lado, uma relação que estava a correr muito bem, mas, como acontece na minha vida, chegou um ponto de preocupação, neste caso era com a minha saúde, sem conseguir explicar, não tinha o período menstrual há quatro meses, embora o tivesse encarado como uma ausência normal, quando chegava a este período de tempo, a normalidade não parecia ser um bom presságio.Como ainda estava a trabalhar para a Tifanny durante algumas hora
-Está enganada, mãe.-Vais mesmo negá-lo, Claire?-Por favor, lembra-te de onde estamos, mãe, se a Claire disser que não é assim, tens de confiar no que... -Vais estar do lado dela?-Não estou, só estou a tentar mediar. -Então tens de me dar razão, as tonturas são um sintoma importante nas mulheres grávidas e eu não posso estar enganado. Como podes ser tão irresponsável, fazes ideia do que fizeste à tua vida?-Já chega, vou provar-te que não estou grávida", despois destas palavras, continuei até ao local onde o Bob estava para deixar o sitio. Evitando falar com ele sobre a conversa da minha mãe, disse-lhe que precisava de ficar sozinha o resto do dia, pois costumava ter este tipo de comportamento às vezes, felizmente ele aceitou bem.Perante o facto de ter de enfrentar o que estava a acontecer, fui fazer alguns exames para tirar as minhas dúvidas. Com receio do resultado, contactei a Tifanny que, como que pressentindo o que eu ia fazer, me indicou que estava perto do meu apartame
Depois de alguns minutos a observar como tinha saído, bateram de novo à porta do apartamento, pensando que era ela, abri a porta rapidamente, provando assim que não era, pois era a Helen que estava do outro lado da porta, que sem sequer me cumprimentar entrou admirarme de braços cruzados.-Tenho estado a telefonar, mas não atendes, por momentos pensei que ainda estivesses em Paris, mas de uma forma estranha presenti que estavas aqui. Vejo que os boatos eram verdadeiros.-A que boatos se refere?-Como vejo que não sabe de nada, vou contar-lhe, mas primeiro quero que me diga o que lhe aconteceu, a essa rapariga que classifica como o raio de sol da sua vida.-Evita falar dela, sobretudo da forma parva como o fizeste.-Só estou a repetir a forma como a mencionou naquela noite.-Estava bêbedo, é lógico que não estava consciente das minhas palavras.-Claro, tal como não estavas consciente na gala quando foram fotografados e também quando a beijaste como fizeste no clube nocturno.-Está a
Depois da conversa que tive com o meu pai em que me esquivei às suas perguntas, propus-me nessa noite discutir o assunto com o Bob. Compreendi a questão da confiança e, por isso, concordei com um encontro repentino.Quando nos encontrámos no restaurante, a confiança que eu tinha tido ao marcar o encontro começou a vacilar, sobretudo quando iniciámos a conversa.-Bob, estou grato por teres aceite a minha proposta, sei que foi repentina e...-Não tens nada que me agradecer, este tipo de convite agrada-me, mostra que tens iniciativa, às vezes o repentino é mais divertido do que o planeado, não achas? o seu comentário fez parar a bebida que estava a tomar, para o que ia dizer preferia o planeado, embora de ser mãe também não o queria como um plano desse tipo. Claire, estás bem? Pareces estranha, tiveste outra tontura? -Não, sinto-me bem, felizmente não voltou a acontecer, mas é que... o assunto de que tenho de falar não é fácil.-De que é que se trata?-Há algum tempo tivemos uma conve
-Dominic, o que se passa contigo?" Perante esta pergunta, libertei-me do aperto em que me encontrava, fingindo fugir à situação, a atitude de Dominic deixou-me perplexo.-Estávamos só a falar, Bob, há algum problema?-Sim, não gosto da forma como tratas a Claire, mas compreendo o que queres...-Como vejo que já sabes, tens de compreender que a ligação que vamos manter agora nos vai obrigar a falar muitas vezes.-Falar muitas vezes? Estás doido? Não tenciono partilhar o meu filho consigo, sabe-o perfeitamente.-Não vou discutir isso, até logo", vê-lo partir fez crescer a raiva que me invadia.-Como é que ele pode ser tão cínico, duvida da minha gravidez e agora...?-Acalma-te, não te vai servir de nada ficares zangada.-Bob, não percebo a atitude dele, até há pouco tempo não queria saber desta gravidez, até duvidava que fosse ele o pai.-Claire, não quero estar do lado dele, mas sendo ele uma pessoa como ele, é lógico que duvide.-Como? Porque dizes isso?-Conheço o Dominic há alguns a