― Com licença? ― disse Vincent em tom muito sério.
Dorothy falou quase sem voz:
― Pensei que era um…
― Fantasma. ― Vincent interrompeu.
― Como você sabe que eu pensei que era um fantasma?
― Preciso falar com a senhorita, venha até meus aposentos.
― Estou cansada, pode ser amanhã?
― Senhorita Moor me perdoe a indelicadeza, mas poderia nos dar licença um instante? Preciso falar a sós com a senhorita Denzel.
Dorothy viu que Vincent estava com um ar muito sério e não iria desistir de falar com ela naquele momento, então achou melhor não criar atritos na frente da amiga que estava exausta por conta dos dias que passou cuidando dos feridos, o que fosse que Vincent tinha para lhe dizer era melhor falar em outro lugar e deixar a amiga descansar...
― Não precisa sair, eu vou.
― Melhor assim. ― disse Vincent muito sério.
Mais tarde, o capitão Landon foi até a igreja buscar Dorothy e dar uma carona para casa.― Cassie, eu vou voltar com o capitão Landon precisamos conversar, o senhor Culbert vem te buscar logo mais, não se importa de voltar sozinha?― Claro que não amiga, vai até porque você tem que se arrumar para o jantar na casa da sua mãe.― Minha mãe é a senhora Abigail. Mas tem razão, eu preciso me arrumar.No caminho o capitão Landon parou para conversar embaixo de uma árvore.― Acredito que teve tempo o suficiente para me dar uma resposta, já que não foi embora. - disse Landon.― Na verdade não se trata mais de tempo, a situação tomou outro rumo.― Espero que esse novo rumo te traga até a mim. - disse Landon.― Eu não fui embora porque estou grávida.― É de Vincent?― Com t
― O senhor juiz solicitou a presença de minha noiva, gostaria de saber do que se trata? ― perguntou Vincent, segurando o punho de sua espada ainda em sua cintura.― Que bom que vossa alteza veio, sua noiva anda causando tumulto na cidade, exigiu que um pai de família fosse detido sob a acusação de colocar ordem na própria casa, trata-se de um homem trabalhador que paga seus impostos, não vou de maneira alguma condená-lo.― Excelência, eu não duvido de que se trata de um trabalhador que cumpre com seus compromissos, porém é um homem demasiadamente violento, e ninguém está acima da lei. ― disse Dorothy.― Sinto muito, mas não tem capacidade para falar sobre leis comigo, sou um magistrado e nem a lei deve se meter entre um casal, tirando a autoridade de um marido. ― respondeu o juiz Forton, usando um tom áspero na voz.― A excelência como um magistra
― Eu trouxe a minha melhor amiga, a senhorita Moor.Seja muito bem vinda senhorita Moor, se é amiga de nossa filha é nossa amiga também. ― disse a condessa para Cassie.― Muito obrigada, condessa.― agradeceu Cassie.Tomaram chá, riram...― Minha filha, o motivo de eu te convidar é que eu quero dar-te um presente. Rosemary está noiva, mas o casamento é só daqui uns meses, então ela quer lhe dar o enxoval e o vestido de casamento que ela comprou na viagem que fez a Paris. Esperamos que aceite o presente.― Eu aceito, ando tão atarefada que nem pensei nessas coisas e está muito em cima. Eu também tenho um pedido para fazer ao conde. Gostaria de saber se o conde me conduz até o meu noivo no casamento.― É uma honra casar minha filha! Fico feliz que me convidou eu e o duque somos muito amigos.― Então imagino que está tudo resolv
Estava tudo preparado para o casamento, a senhora Carter corria o tempo todo instruindo os criados.Dorothy estava feliz, Christine estava o tempo todo com ela, acalmando e arrumando, o vestido era muito lindo, sua irmã tinha muito bom gosto.― Está na hora milady, o conde está aguardando.― Ai minha nossa, estou tremendo tanto tenho medo de cair e tropeçar!― Apoie-se no conde, que não corre o risco de cair. ― disse Christine.― Minha filha a senhorita está encantadora, o duque é sem sombra de dúvidas um homem de muita sorte. ― disse o conde.Desceram as escadas do castelo e todos os aguardavam no salão principal, era uma cerimônia muito íntima até porque os dias eram difíceis, só se falava na rebelião. Mas aquele não era o momento de pensar em rebelião, era o dia do seu casamento no meio dos convidados Dorothy enxergo
O capitão Landon não estava nem um pouco feliz, bebeu para tentar esquecer dormiu para o lado de fora pois não conseguiu chegar em casa, passou a noite no frio e de tão embriagado que estava nem percebeu que estava a ponto de congelar.― Vossa alteza, qual prato a senhora quer para o almoço? ― disse a senhora Carter.― Não precisa me chamar assim, não mudou nada a senhora continua escolhendo.Dorothy foi para o hospital, tinha marcado com as mulheres uma reunião para falarem a respeito dos estupros.― Todas nós precisamos entender que não existe um motivo para ser estuprada e a culpa sempre é do estuprador. Noto que existe uma cultura de estupro entre nós e isso precisa acabar, se nós não nos unirmos isso vai ficar cada vez pior, eu entendo que para uma mulher fazer uma acusação de estupro muitas vezes é humilhante, não é le
― Ora senhorita Moore, não me provoque.― Ou o quê?Antes que Cassie pudesse se dar conta do que estava acontecendo, Landon a tomou em seus braços e a beijou ardentemente, o que não tinha nada a ver com seu estado febril.Cassie retribuiu o beijo e por um tempo que eles não contaram, esqueceram-se de tudo, é provável que não tenha sido possível contar o tempo porque ele parou para os dois e só voltou a correr quando o capitão rompeu o silêncio. ― Ou isso!Cassie perguntou em tom de desdém:― Isso? Acho bom guardar as forças que ainda lhe restam para se recuperar. Com a saúde posso te ajudar, mas com seu coração partido só Freud.― Quem é esse senhor e porque ele pode me ajudar?― Deixa pra lá, as vezes esqueço de onde e quando estou.― A senhorita não consegue ser mais maluca?
― Senhora Carter, por favor não me diga que meu filho está muito mal, não vou suportar. Já me adiantaram lá na vila assim que cheguei.― Acalme-se, senhora Landon. ― disse a senhora Carter abanando a mãe do capitão. ― O capitão está com a saúde praticamente restabelecida. Vamos, tragam um copo de água. ― ordenou a senhora Carter.Enquanto a mãe do capitão derramava parte da água do copo devido a tremedeira, Landon entrou nos aposentos de Cassie quase sem abrir a porta.― Por Deus, senhorita Moor! Posso saber o que fiz para me odiar tanto assim?Cassie tentando se refazer do susto disse em tom irônico:― Pode entrar capitão, já estou vestida apropriadamente. A propósito, nem te odeio tanto assim, porém já começo a sentir muito medo e pena do senhor.― Tem certeza que não me odeia muito?
Cassie seguiu sua rotina, no caminho para a igreja perdeu-se em seus pensamentos, a senhora Landon não saía de sua cabeça. Não apenas se tratava de uma mulher comum e sim de um furacão, impossível de não notar sua presença, mas até causava simpatia, não se tratava de uma pessoa má, pelo contrário, era uma mãe extremamente amorosa e uma senhora muito simpática e gentil, apenas um tanto extravagante e exagerada, claro.Os pensamentos de Cassie foram interrompidos, quando se lembrou de que precisava passar na venda para fazer umas encomendas para o hospital improvisado.Na venda não conseguiu deixar de notar um burburinho entre as mulheres.― Ela é a filha de um marquês, será dada em casamento ao capitão Landon ― disse uma senhora que tinha uma certa habilidade em falar da vida alheia.Algumas moças ao ouvir saíram