GraceA fúria fervia em minhas veias, um fogo implacável que refletia a dor em meus ossos. A viagem de volta para Mooncrest foi um borrão de tensão silenciosa. Charles, com a mandíbula cerrada, focado na estrada, enquanto eu repetia a revelação horripilante na minha cabeça. Sean tentou me matar, de novo, e roubou ainda mais anos de mim.Ele não iria escapar impune. Mesmo que meu último suspiro fosse usado para matá-lo, eu aceitaria. Chegar a Mooncrest fez pouco para acalmar a tempestade que se formava dentro de mim. Quando chegamos a Clínica Wolfe, uma visão saída diretamente de um pesadelo nos cumprimentou. Uma horda de repórteres, uma cacofonia de câmeras piscando e vozes gritando, invadiram a entrada. Meu coração batia forte contra minhas costelas com a repentina onda de pânico."O que diabos...", Charles murmurou, sua testa franzida em confusão.Eu me preparei para sair da multidão quando vi Amira e Xavier nos degraus tentando lidar com a imprensa. Abaixei o vidro. Antes que eu pud
Estremeci. "Não estou pronta."Nunca pensei em contar ao mundo sobre nós. A ideia de emitir uma declaração pública parecia... Inquietante, nos colocar no circo da mídia, parecia errado."Você pode não estar, mas a menos que negue tudo, então não tem escolha."Engoli seco. "Vou falar com Xavier", eu disse, minha voz firme. "Vou cuidar disso. Obrigada, Eason.""Aguente firme, Grace", ele disse, sua voz calorosa. "Vai ficar tudo bem."Encerramos a ligação e olhei para o telefone, uma nova onda de determinação me invadindo.Marchei em direção ao meu escritório. Ouvi o outro elevador apitar."Grace!" Amira chamou. Ouvi ela e Xavier me seguindo até meu escritório. Xavier se acomodou em uma cadeira com seu laptop, sua testa franzida em concentração."Precisamos de uma explicação plausível", eu disse."Estou examinando os comentários.""Amira?"Ela balançou a cabeça. "Tem muita coisa circulando... Cadê Charles?"Eu balancei a cabeça. "Ele... Vai voltar.""Ele está aqui."Meus olhos se arregala
GraceEle sorriu. "Você vai..."."Sim."Ele riu e pegou minha mão. Estremeci, tremi enquanto ele deslizava a faixa pelo meu braço esquerdo. O metal estava quente através da minha manga e parecia pesado. Ele encolheu em volta do meu braço e o brasão dos Blackwoods apareceu nele. O anel de sinete em sua mão brilhou com uma luz prateada suave.O ar ao nosso redor parecia pesado. Eu não sabia o que dizer.Ele me beijou gentilmente. "Eu gostaria de te levar para casa agora, mas tem um circo lá fora e trabalho a ser feito."Meus lábios se contraíram. "Eu provavelmente dormiria em você."Ele riu. "Eu acho que abraços justificam o sono."Charles apertou minha mão, seu toque a aterrando. Ele se virou para a porta, abrindo-a."Xavier, Amira, vocês podem voltar por um momento?"Eles voltaram. Os olhos de Amira se arregalaram para a faixa no meu braço e a alegria tomou conta de seu rosto."Eu realmente espero que essa faixa signifique o que eu acho que significa", disse Amira. Os olhos de Xavier b
Ele riu, o som rico e caloroso. "Não se preocupe, Grace. Eu estarei ao seu lado. Eu até comprei um robe para sua modéstia."Eu fiz uma careta para ele, mas eu estava grata. Sair da minha zona de conforto, para o coração da cultura das bruxas e vampiros, era assustador. Mas talvez o relógio correndo sobre minha cabeça estivesse me tornando mais corajosa.Nós chegamos ao local, uma mansão ampla banhada por um brilho etéreo de luar. O ar crepitava com uma energia nervosa, uma mistura potente de riqueza, poder e tensão silenciosa. Charles, seu braço uma presença reconfortante em volta da minha cintura, me guiou através da multidão de pessoas seminuas.Meus olhos dispararam ao redor, procurando por um rosto familiar em meio ao mar de estranhos. De repente, Charles parou, sua mão apertando a minha. Meu olhar seguiu o dele para a mulher que eu só tinha visto em vídeo. Ela estava em um tecido de ouro maciço, pés descalços e coberta de joias."Deus...", eu sussurrei. "Ela é... Mais bonita ainda
GraceOriginais.Eu já tinha ouvido isso antes, mas como Charles poderia saber com certeza? Ele me disse que eles foram os primeiros lobisomens e tinham uma expectativa de vida semelhante à dos vampiros. Astarte avançou e Charles seguiu.A luta foi brutal e eficiente. Os Originais eram crus e primitivos, desferiam golpes pesados, mas os seguranças eram bem treinados. A magia de Astarte cortou a briga. Charles a apoiou, subjugando-os facilmente. Logo, todos estavam subjugados, presos ao chão com algemas de prata brilhando ao luar. Eles rosnaram e se debateram. Astarte estava sobre eles, a escuridão ao redor dela parecia brilhar. O alarme desligou. O caos se instalou, substituído por um silêncio tenso. Astarte tremeu. Seus olhos estavam totalmente escuros na pouca luz do prédio."Mova-os para dentro", ela gritou, sua voz tensa com fúria mal controlada. "Eu vou lidar com eles."Uma onda de desconforto tomou conta de mim. Eu os segui enquanto Charles os ajudava a entrar. Os seguranças arra
A sala era dominada por uma grande cápsula envolta em cristal no centro. Lá dentro, uma figura estava imóvel, seu peito subindo e descendo com uma respiração superficial e rítmica. Mesmo dessa distância, notei que o homem era bonito. Seu cabelo era longo e escuro, flutuando no líquido ao redor de sua cabeça."Você se atualizou", Charles comentou."Sempre", disse Astarte, cruzando a sala para se sentar ao lado da cápsula. "Querido... Charles está aqui... Eu fiz uma coisa terrível."Franzi a testa, olhando para ela. O olhar em seu rosto não fazia sentido para mim. Ela parecia devastada e de luto."Este é Set", disse Astarte. "Meu marido." Ela fez uma pausa. "Ele está assim há anos... É culpa daquele bastardo, Sean...". Ela fungou. "Provavelmente os enviou aqui para... Para terminar o trabalho que ele começou todos aqueles anos atrás."Aproximei-me da cápsula, examinando as runas intrincadas gravadas na superfície do cristal."O que aconteceu com ele?" Perguntei.Astarte, com as costas er
Charles"Eva?" O sussurro chocado de Astarte pairou no ar.Meu próprio olhar disparou entre Astarte e sua filha e então para Lucian. Seu rosto estava marcado com uma mistura de preocupação e apreensão. Eva entrou hesitantemente na sala com Ryon ao seu lado."Eva?" Astarte resmungou novamente. "Isso... Isso não é possível."Ela estreitou os olhos. "Quem é você, impostora?"Eva rosnou, mostrando suas presas. Seus olhos brilharam."Quem diabos você está chamando de impostora, moça?""Como ousa trazer isso..."."Astarte", Lucian disse, levantando a mão. "Apenas se acalme.""Não me diga para me acalmar!" Astarte gritou, se colocando entre Eva e o casulo. Puxei Grace para trás de mim enquanto a escuridão começava a se reunir ao redor dela.Eva disparou para frente, colocando-se entre Ryon e Astarte."É melhor você se acalmar, moça, ou...".Ela nunca terminou a frase. Astarte avançou, mas antes que pudesse alcançar Eva, uma barreira brilhante se materializou no ar, parando-a no meio do caminh
Os lábios de Lucian se contraíram. "Ele é o mais velho."Meu queixo caiu. "O quê?"Astarte franziu a testa. "Ele sempre..."."Nós concordamos com isso", disse Lucian. "Depois do nosso irmão...".Eu franzi a testa. Lucian e Set tinham um irmão? Um lampejo de realização surgiu no rosto de Astarte. Seu olhar disparou em minha direção, um novo brilho de compreensão em seus olhos."Iwan", ela respirou, o nome uma maldição em seus lábios. "Tudo faz sentido agora.""Como você sabe o nome dele?" Lucian perguntou.Astarte zombou. "Set deixou escapar, e eu não tinha conectado até agora. Iwan... Agora chamado Sean."Meu estômago despencou. "Sean Caldwell é irmão de Lucian e Set?""Mas ele é um lobisomem", eu disse."Não é mutuamente exclusivo", disse Astarte. "O lado bom é que isso significa que você tem um caminho mais claro para o Senado do que pensa."Franzi a testa. "O quê?"Ela sorriu. "Lobisomens não são como licanos por uma infinidade de razões. A principal delas é sua criação. Lobisomens