Nick Libâneo, passou os últimos dois anos com terríveis lembranças de Detroit. Os suicídios forçados de seus colegas o assombram todas as noites. Sua experiência como policial em uma cidade grande o credenciou para se tornar xerife em Chesterfield. O homem vive uma vida cheia de frustração e medo atualmente. Ele continua solteiro e rejeita qualquer mulher que tente se aproximar. Para dormir a noite só a base de tranquilizantes fortes. ZAZKAZELL vive em seus pensamentos 24 horas por dia. Nesses anos, Libâneo passou a estudar fenômenos sobrenaturais e casos que não foram solucionados nesse período, queria uma evidência do retorno do serial killer do Z. Isso nunca aconteceu até aquela noite terrível de tempestade.
Cinco minutos após, enquanto Steve e os outros mapeavam o padrão de busca, maís cinco homens chegaram para ajudar. Era tudo que Chesterfield podia ceder. Raios haviam provocado quatro grandes incêndios, e as linhas elétricas caídas ainda causava empecilhos. Choviam ocorrências no departamento de polícia e no corpo; somente os mais sérios tinha maior prioridade. Uma criança perdida tinha uma prioridade sobre praticamente tudo. O primeiro passo foi estacionar os carros e caminhões o mais perto possível do pântano, com os faróis altos, separados por aproximadamente cinquenta metros. Lanternas e walkie-talkies foram distribuídos. Doze homens estariam participando da busca. Eles se espalhariam em três direções; sul, leste e oeste. A partir do ponto onde Lakkan tinha achado o cobertor. As direções leste e oeste eram paralelas à estrada; o sul era a última direção para a qual Roy poderia ter ido. Decidiram que um membro do grupo ficaria para trás, para a hipótese remota do garoto ver os faróis e voltar sozinho. Ele lançaria um sinalizador a cada hora, para que os outros soubessem onde estavam.
Posteriormente o xerife Libâneo ter-lhes passado a descrição de Roy, Steve falou. Por ter caçado na região, ele explicou que, nas bordas externas do pântano, o chão era úmido, mas geralmente não ficava debaixo d'água. Só um quilômetro adiante a água formava lagos rasos. Contudo a lama era um perigo real; ela se fechava em volta dos pés e das pernas, algumas vezes segurando-as como se fosse um torno, pondo em risco a vida de um adulto, quanto mais a de uma criança. Os bolsões de lama, e o nível da água subindo, formariam uma combinação mortal. Do lado positivo, nenhum dos homens imaginava que Roy pudesse ir longe. Árvores e cipós dificultavam a caminhada, limitando a distância que ele poderia ter percorrido.
- Mas, segundo a mãe. O garoto não vai responder se a gente chamar. Procurem qualquer sinal físico do menino, vocês não vão querer passar por ele. - prosseguiu Lakkan.
- Ele não sabe falar? - perguntou um dos homens.
- Foi o que a mãe disse.
- Ele é retardado? - perguntou outro.
Steve se enrijeceu.
- O que isso importa? É um menininho perdido no pântano, e não sabe falar. É só o que temos agora. - Em seguida acendeu a lanterna. - Vamos lá.
ASHLEY estava deitada na parte de trás da ambulância a caminho do hospital em Chesterfield. Olhou para o teto, ainda trêmula e atordoada. Sua respiração estava acelerada e a pele, pálida e doentia. Implorara para ficar, mas lhe disseram que só atrapalharia as coisas. Tinha dito que não se importava, e teimosamente sairá da ambulância, voltando para o temporal, sabendo que Roy precisava dela. Pedira uma capa de chuva e uma lanterna. Deu dois passos, e o mundo começou a girar. Ela tombou para frente e caiu, reabrindo o ferimento na cabeça. Dois minutos após, achava-se na ambulância, viajando.
- Tenha fé, Srta Parker - disse o paramédico, acalmando-a. Ele havia acabado de medir sua pressão e achava que ela estava em choque. - Olhe. Eu conheço esses caras. Crianças já se perderam aqui antes, e eles sempre acham
Ashley continuou olhando para cima.
- Há alguém para quem você queira ligar quando chegar ao hospital?
- Não- sussurrou ela. - Não há ninguém.
Pousadas no teto da ambulância, ZARA & AZRA seguiam vigiando o seu objetivo. Aquele região era o território do seu mestre agora. Os corvos receberam os poderes místicos de Killer Z e podiam fazer coisas que nenhuma ave normal poderia.
Steve e outros dois homens foram para o sul entrando mais no pântano, enquanto o resto da equipe de busca ia para o leste e oeste. A visibilidade não estava boa nem com a lanterna e em breve o bombeiro não conseguiria ver nem ouvir ninguém. Lembrando a si mesmo para não perder a fé, Lakkan continuou, rodeando árvores, pisando a terra cada vez mais mole. Mesmo não tendo filhos, era padrinho dos filhos de seu melhor amigo, Bradley Smith, procurava como se quisesse achar um deles. Smith também era bombeiro voluntário. Steve desejava fervorosamente que ele estivesse ali, ajudando-o na busca. Como seu principal parceiro de caçada nos últimos anos, Bradley conhecia o pântano quase tão bem quanto ele. Contudo Smith estava viajando. Praticamente a cada passo o pântano ia ficando mais denso, mais escuro. Os raios e trovões eram acontecimentos regulares agora, e a chuva caía forte, praticamente furando a pele. Havia árvores apodrecidas tombadas no chão. Cipós e galhos chicoteavam Lakkan enquanto andava. Ele sempre olhava o relógio. A água tinha subido acima de seus tornozelos. Apontava a lanterna para cada agrupamento de árvores, para cada toco, atrás de cada arbusto, procurando qualquer sinal de Roy Parker.
Steve Lakkan conhecia o pântano melhor do que qualquer outra pessoa. A cada outono se aventurava para caçar patos e cervos lá. Possuía uma capacidade instintiva para rastrear qualquer coisa. O povo de Chesterfield costumava brincar, dizendo que ele tinha faro de lobo. Fechou os olhos e pensou. Aonde um garoto de quatro anos iria? Um garoto com medo de tempestade, mas sem medo de floresta?
Seus olhos se abriram rapidamente ao clarão da pistola de sinalização no céu noturno. Olhou o relógio. Depois de meia hora, a água estava na metade da sua canela. Verificou o walkie-talkie - todo mundo fez a mesma coisa. Não havia sinal do garoto em nenhum lugar. O bombeiro pensou. Será que ele teria chegado tão longe? Será que alguém do tamanho dele conseguiria andar em água tão funda? Não, decidiu. Roy não chegaria tão longe de camiseta e jeans. O vento soprava forte e as árvores balançavam acima dele. A chuva pinicava seu rosto enquanto os raios faiscavam no céu do leste. O pior da tempestade finalmente estava passando por eles. Roy era pequeno e tinha medo de raios. Lakkan olhou para o céu, concentrando-se e sentiu a forma de alguma coisa lá dentro,algo nos recessos de sua mente, começando a emergir pouco a pouco. Vento forte, chuva pesada, medo de raios...
Pegou o walkie-talkie e direcionou todo mundo de volta para a auto- estrada o mais rápido possível. Ele iria encontrá-lo lá.
- Tem de ser - disse a si mesmo.
À meia noite o sinalizador iluminou de novo o céu. Steve achava-de perto da estrada e ouviu pessoas gritando umas para outras. Enquanto se afastava das últimas árvores, viu que mais veículos haviam chegado, com faróis acesos. Não somente os outros membros da equipe de busca tinham voltado, mas agora estavam rodeados por pessoas que souberam da busca e vieram ajudar. Pessoas que Ashley provavelmente não conhecia. Gente boa. Contudo o ânimo era sombrio. Os participantes da busca achavam-se encharcados, cobertos de lama e de aranhões e exaustos. Quando Lakkan se aproximou, eles ficaram quietos. Assim como os recém- chegados.
O xerife Libâneo virou-se para Steve.
- Então. Encontrou alguma coisa?
O bombeiro balançou a cabeça.
Nick Libâneo não estava bem por dentro, mas tinha que se mostrar firme por fora. Era o seu dever como agente da lei.
- EU não achei. Mas acho que tenho uma ideia de para que lado ele foi.
- Como sabe?
- É só uma intuição, Nick, mas acho que ele foi para o sudeste. Foi onde nós achamos o cobertor, para começar, e se ele continuasse naquela direção, o vento estaria às suas costas. Não creio que um garotinho tentasse ir contra o vento. A chuva doeria muito. Acho que, além disso. Ele iria manter os raios na retaguarda. A mão disse que Roy tem medo de raios.
O policial olhou-o com ceticismo.
- Isso não é muito.
- Não. Mas é a nossa melhor esperança.
- Você não acha que deveríamos continuar a busca como antes?
- Nós ainda estaríamos separados; não adiantaria. Vocês viram como é por lá. Olhem, nós conseguimos... o quê? Mais pessoas agora? Poderíamos nos separar bastante e cobrir tudo naquela direção.
Libâneo forçou a vista para ele, em dúvida.
- Mas, e se você estiver errado? Só porque ele tem medo de raios não significa que vai saber o bastante para se afastar deles. Ele só tem quatro anos. Além disso, agora nós temos gente suficiente para ir em várias direções.
- Confie em mim, Nick.
- Não é tão fácil. A vida de um garotinho está em jogo.
-Eu sei, Nick.
Com isso o xerife suspirou e se virou. Em última instância,era o seu trabalho e, no fim, ele é que teria de se responsabilizar.
- Certo. Vamos fazer do seu jeito. Só espero em Deus que você esteja certo, Steve.
Chegando no hospital municipal, Karen Lakkan ,a mãe de Steve se aproximou da recepção. Acostumada ao protocolo hospitalar, pediu para ver Ashley Parker, sua sobrinha. A funcionária não questionou. A sala de espera estava cheia de gente. E verificou rapidamente as fichas. A Srt. Parker, explicou, tinha sido levada ao quarto 201 no terceiro andar, contudo a hora de visitas havia terminado. Se ela pudesse voltar no dia seguinte pela manhã...
Karen se afastou do balcão e se certificou de que a atenção da recepcionista estivesse na próxima pessoa da fila. Depois saiu por uma porta de vai- vem dupla. Dentro de minutos, achava-se passando por um posto de enfermagem vazio, indo para o quarto 201.
Abriu ligeiramente a porta. Uma pequena lâmpada brilhava fraca num canto do aposento. E ela entrou em silêncio. Enquanto a sr. Lakkan estava fechando a porta, Ashley virou a cabeça. Ela estivera olhando o relógio na parede, vendo os minutos passarem com uma regularidade apavorante. Roy estava sumido há quase quarto horas. Quatro horas!
Mesmo na semi- escuridão, Karen congelou quando viu a garçonete deitada na cama. Apesar da bandagem na cabeça, reconheceu-a como a jovem que usava os computadores na biblioteca. A que o menininho bonito que gostava de livros sobre aviões. Ah não o menininho bonito...
Mas Ashley não fez a conexão enquanto forçava a vista para a senhora que estava parada à sua frente. Seus pensamentos continuavam confusos.
- Eu conheço a senhora? - perguntou finalmente, com a voz rouca.
- Eu vi você na biblioteca. Eu trabalho lá. - falou Karen em voz baixa..
Os olhos de Ashley estavam semi-abertos. A biblioteca ? O quarto começou a rodar de novo.
- O que está falando aqui?
- Ouvi falar que o seu filho se perdeu. Meu filho é um dos que estão procurando por ele agora.
Os olhos da garçonete piscaram com uma mistura de esperança e medo. Ao mesmo tempo que um casal de corvos ficaram pousados na beirada da janela olhando e escutando a conversa.
- A senhora tem alguma notícia?
A Sr. Lakkan balançou a cabeça.
- Não, nada. Sinto muito.
Parker apertou os lábios, ficando quieta. Parecia estar avaliando a resposta, antes de se virar para o outro lado.
- Eu gostaria de ficar sozinha.
Ainda sem saber o que fazer, Karen disse a única coisa que desejaria ouvir.
- Eles vão encontrá-lo, Ashley.
A princípio a senhora não achou que a moça tivesse escutado; depois viu o queixo dela tremer e seus olhos se encheram de lágrimas. Parker não emitiu qualquer som. Parecia estar controlando as emoções. Karen agiu num impulso e lhe deu a mão para apertar.
- Mas, se não acharem? - A moça encarou a Sr. Lakkan com os olhos vermelhos e inchados. - Eu nem sei se ainda estão procurando por ele.
De perto, Karen percebeu a semelhança entre Ashley e a mãe. Aquele pensamento foi logo substituído quando as palavras da garçonete penetraram em sua mente. A senhora franziu a testa.
- Quer dizer que ninguém está mantendo você informada sobre o que está acontecendo lá?
- Eu não soube de nada desde que fui posta na ambulância.
Karen pegou o telefone. Não estavam contando a mãe? Era inaceitável. Não apenas isso: era cruel.
Discando rapidamente, contatou os bombeiros.
- Aqui é Karen Lakkan, e eu estou com Ashley Parker no hospital, a moça cujo o filho se perdeu no pântano. Ninguém disse a ela o que está ocorrendo por lá...sei . Bom , pode se comunicar pelo rádio com alguém da busca? . .. Não, eu prefiro não ligar de volta. Ela precisa saber agora... Certo.
Olhando para Ashley:
- Eu vou esperar na linha. Ele está se comunicando pelo rádio. Vamos saber dentro de uns dois minutos. Como você está se sentindo?
Parker sorriu pela primeira vez em horas.
- Obrigada.
Um minuto se passou, depois outro, antes que a Sr. Lakkan falasse novamente.
- Sim estou aqui. Ela ficou quieta enquanto ouvia o relatório, e apesar de tudo, Ashley encheu-se de esperança. Enquanto o silêncio continuava, Karen mantinha os lábios apertados. Ela finalmente disse no aparelho: - Ah,sei. Obrigada. Ligue para cá se descobrir alguma novidade.
A garçonete sentiu um nó na garganta.
A Srt. Lakkan desligou.
- Ainda não o encontraram,mas um bocado de gente na cidade foi até lá para ajudar. O tempo melhorou um pouco, e ele acham que Roy está indo para o sudeste.
Eram 3:30h da madrugada. Roy estava desaparecido a algumas horas. Karen molhou um pano e passou-o gentilmente na testa da jovem moça, que quase não falava. Parecia em choque: pálida e exausta,os olhos vermelhos e vítreos. A mãe de Steve havia ligado às 3 horas e lhe disseram que ainda não existia novidades. A garçonete parecia esperar por aquilo não reagiu.
- Quer um copo d'água? - indagou a senhora.
A moça zero respondeu.
- Gostaria de que eu saísse para você poder descansar?
Ashley se virou para Karen e viu uma estranha, contudo uma desconhecida que se importava .
- Acho que não vou conseguir dormir. Qual o seu nome? - perguntou em voz fraca .
- Karen Lakkan.
- E trabalha na biblioteca?
Ela assentiu.
- EU via você com o seu filho por lá.
- Foi por isso que...? Perguntou a moça, deixando o resto no ar.
- Não. Na verdade, eu vim porque a sua mãe e eu eramos amigas há muito tempo. EU não queria que você achasse que estava passando por isso sozinha.
Ashley forçou a vista, como se tentasse focalizar o rosto da Srt. Lakkan pela primeira vez.
- Minha mãe?
- Ela morava na minha rua. Crescemos juntas.
O telefone tocou, sobressaltando as duas com o seu ruído agourento. Os corvos finalmente saíram voando da janela.
Minutos antes, Steve e os outros tinham chegado ao lugar chamado "Tiro ao Viado" a mais de dois quilômetros do acidente, a água pantanosa começava a se aprofundar. O menino não poderia ter ido muito longe, todavia mesmo assim não acharam nada. Um a um , o grupo começou a convergir; quando os walkie- tolkies estalaram, ouviam-se vozes desapontadas.
Mas Lakkan zero fez contrato. Tentou se por no lugar do garotinho. Ele não queria lutar contra o vento; Indo para lá, manteria os raios às suas costas. Neste momento escutou sons de corvos e viu vários saindo voando do local. Então teve a intuição de ir para a direção oposta das aves.
Uma raio espocou de novo, assustando o bombeiro. Enquanto o céu noturno era iluminado, ele visualizou, a distância, uma dúzia de esconderijos retangulares de madeira para caçadores, cobertos de folhas. Esconderijo. Parceria um casinha de brinquedo para crianças. Pode ser uma grande chance, pensou o homem.
Steve sentiu a adrenalina disparar em sua circulação. Esforçou -se para continuar calmo enquanto corria até o abrigo. Como não era usado desde o outono passado, estava coberto de trepadeiras e mato. Varreu o interior com o facho da lanterna.
Mas só achou madeira podre.
Outro relâmpago iluminou a atmosfera, e Lakkan vislumbrou a silhueta de outro esconderijo a menos de trinta metros. Partiu correndo. Chegou lá, deu uma busca célere e nada encontrou. Xingou, tomando pela decepção. Correu para o próximo abrigo. Sabia, pela experiência, que este não estaria a mais de cinquenta metros. E estava certo.
Desta vez, quando chegou, preparou-se para não achar nada. Quando iluminou o interior da casinha, quase parou de respirar.
Sentado num canto, um menininho, coberto de lama, arranhado imundo. Mas, afora isso, encontrava-se aparentemente bem. Steve piscou, como se estivesse diante de uma miragem, contudo quando abriu os olhos de novo o garotinho estava lá, com a camisa do Batman e tudo.
Roy olhou para o homem grande de capa amarela comprida com uma expressão de surpresa no rosto, como se tivesse sido apanhado fazendo alguma coisa que iria encrencá-lo.
- Ouá - disse a criança, com desenvoltura.
Lakkan riu alto. Grandes sorrisos imediatamente se abriram no rosto dos dois. O sujeito se apoiou num dos joelhos, e o garotinho ficou de pé e depois correu para os braços dele. Estava encharcado, e tremia. Quando Steve sentiu aqueles bracinhos envolverem seu pescoço, lágrimas encheram seus olhos.
- Oi, homenzinho. Acho que você deve ser o Roy.
- Ele está bem. Repito, ele está bem. Está comigo agora.
As palavras foram ditas no walkie-talkie, e um uivo de empolgação brotou da equipe de busca. Enfim a longa noite de drama havia terminado. Roy foi levado de ambulância para o mesmo hospital que a sua mãe o esperava extremamente feliz.
O dia seguinte amanheceu nublado,com chuvas esporádicas. Os jornais noticiavam o que havia acontecido na noite anterior. As manchetes se concentravam num tornado que se formou muito perto da região, que tinha deixado cinco mortos e dez feridos.
Ashley e Roy ainda estavam no hospital; tiveram autorização para dormirem juntos no mesmo quarto. Ainda que o garotinho pudesse receber alta na tarde subsequente, os médicos queriam manter a moça por mais um dia, para observação. Mesmo que a tontura tivesse praticamente passado,as luzes fortes ainda faziam seus olhos doerem, e ela apresentava vômitos frequentes.
Depois do almoço, Nick Libâneo se encontrou com Ashley e terminou com a papelada que restava. Sem a tensão da noite anterior, ela respondeu tudo com detalhes. Roy estava sentado no chão, brincando com um avião. Quando terminaram, o xerife guardou tudo numa pasta de papel pardo, reprimindo um bocejo com as costas das mãos.
- Desculpe- disse ele, tentando afastar a sonolência causada pelo caso de Roy e muito também pelo reaparecimento de ZAZKAZELL.
- Cansado? - perguntou a jovem, com simpatia.
- Um pouco. Tive uma noite agitada.
- Obrigada por ontem a noite. O senhor não imagina o que fez por mim.
- Não há de quê. Esse é o meu trabalho. Além disso, eu tenho uma filhinha e, se tivesse sido ela, eu teria querido que todo mundo num raio de oitenta quilômetros largasse tudo o que estivesse fazendo para ajudar a achá-la.
Nick não via a filha a algum tempo e não tinha segurança de vê-la novamente. As marcas do assassino do Z ainda atrapalhava a sua vida.
O policial se levantou para ir embora. Parker se empertigou mais na cama.
- Antes de ir, posso fazer duas perguntas sobre ontem a noite?
- Claro. Vá em frente.
- Como vocês conseguiram achá-lo? Quero dizer , estava tão escuro, e com uma tempestade...
- Bem , eu gostaria de dizer que foi habilidade e treino, mas não foi. Nós tivemos sorte. Uma tremenda sorte. Durante um tempo nós não tínhamos ideia de para onde ele foi. Contudo Steve deduziu que Roy seguiria o vento e manteria os relâmpagos às costas. E, sem dúvida, estava certo.
Ele olhou para Roy, que ainda estava brincando.
- Você tem um garoto valente, Srta. Parker. Qualquer outra criança ficaria aterrorizada, mas o rapazinho não. É espantoso.
A fronte de Ashley se franziu enquanto ela pensava no que tinha acabado de ouvir.
- Espere... foi Steve Lakkan?
- É. O homem que encontrou você.- Nick coçou o queixo. - Ele achou Roy num esconderijo de caçadores. O menininho não quis soltá-lo até ser colocado na ambulância. Ficou agarrado nele, como uma pinça de caranguejo.
- Steve Lakkan achou Roy?
Libâneo confirmou:
- Steve parecia ter uma bússola apontada para ele a noite inteira. Não me pergunte como.
O xerife se despediu e saiu. Parker olhou para o teto,sem realmente vê-lo.
Steve Lakkan? Karen Lakkan? Ela não podia acreditar na coincidência, mas tudo que havia acontecido na noite anterior tinha um dedo do destino. A tempestade, o cachorro, o cinto de segurança no colo, e não no ombro, Roy fugindo. Tudo, inclusive os Lakkan. Um aqui para dar apoio, o outro achando seu carro. Uma conhecia sua mãe desde a infância e o outro que terminou localizando Roy. Coincidência? Destino?
Naquela tarde, com a ajuda de uma enfermeira e do catálogo telefônico local, Ashley redigiu bilhetes de agradecimentos para Nick, Karen, bem como uma nota geral ( aos cuidados do corpo de bombeiros) para todos os que se envolveram na busca.
Mais tarde ela escreveu seu bilhete para Steve Lakkan e, ao fazer isso não pôde deixar de ver o seu rosto.
Chesterfield ,Condado de Chesterfield,🇺🇸 Estado da Carolina do Sul, 1996.No distrito de polícia tudo corria tranquilo após a ocorrência envolvendo Roy Parker. Nick Libâneo estava no escritório do xerife, revisando uns arquivos, quando a sua assistente entrou:- Com licença xerife. - disse a moça parada na porta.- Sim. Pode falar ,Carolyn.- Tem um cara que quer falar com você.- Hum. Não é uma ocorrência?- Acho que não. Ele foi o seu nome e disse que é seu amigo antigo. - falou a assistente já entrando no cômodo.- Certo então. Esse sujeito tem falou o nome dele?- Sim. É um nome diferentão. Acho que é Kazell ou Kazin.Ao escutar o primeiro nome, o policial ficou perturbado, pálido e com uma expressão seria no rosto.- Passe a ligação imediatamente fazendo o favor.
Chesterfield, Condado de Chesterfield, Estado da Carolina do Sul 🇺🇸 1996.Em sua casa, Nick Libâneo olhava os jornais em busca de novos crimes envolvendo Killer Z. Nestes quase 2 anos e meio, só houveram copiadores do assassino sobrenatural. E entre eles, um imigrante turco chamado Kazell Zazkaz preso em Los Angeles por um duplo homicídio de prostitutas, o mesmo marcou as testas das mulheres com a letra Z. Daí veio o nome usado na ligação no distrito policial. O misterioso suspeito usou a nomenclatura de " discípulo". O xerife entrou em contato com Instituto de atividades extraterrestres e Óvnis (IAEO) que fica em Chicago no estado de Illinois—Afinal foi lá que tudo aconteceu, a série de crimes que se prolongou até Detroit. O FBI assumiu as investigações do caso e tudo estava em segredo judicial. Nick não podia contar a ninguém que o homicida retornou as atividades . Zara e Azra o observava pela beirada da janela e tinha uma conexão direta com o criminoso. Uma r
Chesterfield, Condado de Chesterfield Estado da Carolina do Sul. 1996. O domingo estava misericordiosamente mais fresco do que a véspera, e a brisa de fim de tarde havia aumentado. Ashley saiu para a varanda no momento em que Steve chegou à entrada de veículos. No caminho ele viu um Camaro SS preto parado no início da rua.Ela esperava não estar parecendo tão nervosa quanto se sentia. Era seu primeiro encontro em uma eternidade. Certo, Roy estaria com eles, e não era tecnicamente um encontro de verdade, mas mesmo assim parecia.— Boa noite— disse ele.— Espero não estar atrasado.— Não, de jeito nenhum. Chegou bem na hora.— Ouá , Steive — gritou o garotinho. Lakkan manteve a porta da caminhonete aberta para ele e o ajudou a subir no momento exato que que viu o Chevrolet escuro passar por ali, Jaker sabia onde tinha que ir ( tinha informações privilegiadas fornecidas diretamente de seu amigo sobrenatural.)—
Chesterfield, Condado de Chesterfield Estado da Carolina do Sul, 1996. Sete noites depois, Steve estava em sua cozinha, fazendo anotações, quando recebeu uma ligação um telefonema. Um acidente na ponte, entre um caminhão tanque cheio de gasolina e um automóvel. Pegando as chaves, saiu pouco depois; dentro de cinco minutos ele era um dos primeiros a chegar no local. O tráfico achava-se interrompido nós dois lados da ponte. A cabine da carreta tinha rolado sobre sobre a parte de trás de um Toyota Camry, esmagando totalmente a traseira do sedã. Segundo se soube, o motorista do veículo pesado havia travado as rodas só pisar no freio, e o caminhão deu um cavalo de pau, atravessando as duas pistas e bloqueando os dois sentidos.O carro, preso sob a frente da cabine, pendia precariamente da ponte como num trampolim. Seu teto tinha rasgado. A única coisa que o impedia de cair no rio, mais de seis metros abaixo, era o peso da cabine. O mo
Penitenciária Estadual de San Quentin, Estado da Califórnia.Sentado no primeiro banco da frente do ônibus de transporte de prisioneiros, Kazell Zazkaz olhava para a janela enquanto mais presos embarcavam. O homicida iria para mais uma audiência no Fórum de San Rafael devido ao duplo homicídio que cometeu a pouco meses atrás, Sabina Fitzgerald e Amanda Seiyfield eram as vítimas. Alguns minutos, ulteriormente o ônibus foi totalmente completado com o número designado de passageiros e a porta foi fechada. Logo o portão do presídio foi aberto e assim que o veículo percorreu alguns metros , foi atingido por um carro forte com grande violência. O impacto da colisão amassou completamente a frente do penitentiary bus e o fez andar alguns metros para trás, destroços voaram para várias direções e poeira subiu para cima. O veículo b
San Diego, Estado da Califórnia.O Dodge Challenger R/T seguia tranquilamente pelas ruas da cidade. Deixando para um monte de carrocerias amassadas ardendo em chamas ferozes, Denzel destruiu facilmente todos os bloqueios da polícia explodindo as viaturas fazendo uso do Poder Omniversal fez a gasolina dentro dos tanques dos veículos entrar em combustão espontânea criando as detonações. O caos é pânico tomaram conta da região devido as diversas explosões de radiopatrulhas, Albarry Jones estava estarrecido com a situação e dirigia de forma imprudente e alguns minutos ulteriormente fez uma coisa que jamais tinha feito na sua carreira profissional ; o seu walkie-talkie não parava de falar com informações sobre a dupla de suspeitos. Os helicópteros da polícia seguiam o muscle car repassando as coordenadas para as unidades móvei
Wellington, Nova Zelândia.Eddie O' Hardy estava muito elegante no seu smoking preto e gravata borboleta branca, percorreu com o olhar o seu salão de recepções elegantemente mobiliado e ouviu sem interesse os últimos acordes do conjunto de cordas. Com os dedos compridos, quase femininos cofiou o bigode cuidadosamente aparado, enquanto olhava com satisfação seus convidados. Achavam-se presentes a alta sociedade, socialmente impecáveis e em ótima situação financeira os Wilkes e os Garretts eram as principais famílias ricas que frequentava o salão Hedley & Hardley Club. A lista de convidados era pequena, umas cinquenta pessoas, contudo seleta e vip.Estacionado no outro lado da rua havia uma van tática da CIA. Dois agentes se preparavam para mais uma etapa da missão:— Você é o homem mai
Santo Domingo, República Dominicana.Assim que a porta se abriu, o alarme disparou. Um erro típico de amador — o que era surpreendente, já que Pítter Lynskyns era considerado por seus colegas um dos melhores. Estava na cidade para mais uma missão envolvendo o caderno de contactos de Eddie O'Hardy.Ele previra que naquela tarde de sábado a polícia de Santo Domingo levaria certo tempo até reagir a um aviso de arrombamento no bairro San Pedro. Ainda faltavam algumas horas para o pontapé inicial da partida da seleção nacional contra os Estudos Unidos pelas eliminatórias da copa do mundo, porém metade dos aparelhos de televisão do país inteiro já achava-se ligada. Se Lynskyns tivesse arrombado a porta da loja de penhores após o jogo ter começado, provavelmente a polícia só atenderia ao chamado depois de o juiz apitar o final da partida. Todos sabiam que os criminosos locais consideram o futebol um período de liberdade condicional de noventa min