Alguns minutos antes... De pé, junto ao imponente portão principal do palácio, onde os guardas protectores de Elias se erguiam como uma barreira intransponível, Caroline exibia a sua aura de ferocidade. Os seus olhos ferozes de loba pareciam desafiar qualquer um que se atrevesse a meter-se no seu caminho. Ao aperceber-se de um cheiro invulgar vindo dela, Roy atribuiu-o a um perfume extravagante ou a um creme corporal que Caroline usava frequentemente; cheiros que os lobos consideravam desagradáveis devido ao seu olfato apurado. ~Mas tem um cheiro escuro, como se tivesse absorvido uma aura demoníaca. Temos de contar ao nosso supremo", insistiu o seu lobo para Roy. Vou dizer-te mais uma vez, seu delta inútil, se não me deixares ver o meu marido, vais arrepender-te", gritou-lhe Caroline, consumida pela raiva. Lutando para manter a calma perante o desafio de Caroline, Roy respondeu-lhe com uma voz calma: -O Supremo não está com disposição para a receber neste momento. Depois respirou
Sabrina olhou para a sua figura no espelho vezes sem conta, enquanto tocava no lado da cara com uma incredulidade frenética.-Vocês os dois", apontou para Elias e Marlén, que não tiravam os olhos um do outro, depois de largarem as mãos. Vocês são uma dupla dinâmica.Marlen limpou a garganta e desviou o olhar de Elijah antes de sorrir um sorriso ligeiramente embaraçado. Ficou surpreendida quando Sabrina se aproximou e lhe agarrou nas mãos.Nervosa, Marlen afastou-as, mas Sabrina, insistente, agarrou-as novamente.Não, eu posso magoar-te," disse Marlen ansiosa, tentando afastá-la, mas Sabrina não deixou.Nunca pude segurar as tuas mãos, e sinto que devo agradecer-te", disse ela, com os olhos a lacrimejar. Lembro-me de uma vez te ter dito que eras mais do que a rapariga da destruição, era isso que eu queria dizer. Eu sentia que havia mais em ti do que aquela rapariga assustadora que usava sempre luvas para preservar a vida dos outros, que não procurava fazer mal e que chorava por ser dife
Os trovões ribombavam com força, abalando toda a gente, enquanto os relâmpagos pareciam rasgar o céu numa dança arrepiante. Marlén sentia o eco dos gemidos dos membros da manada enquanto avançava em frente de Elias, cujos olhos brilhavam de divertimento enquanto ele a via brincar com a sua própria sombra.-Ela é apenas uma criança a fingir que é adulta", murmurou Elias para si próprio, mas quando se apercebeu que estava a sorrir, limpou a garganta e retomou a sua expressão indiferente habitual.Ouviu-se outro trovão e Elias franziu o sobrolho, colocando os tampões nos ouvidos. Nesse preciso momento, uivos reverberaram pelo ar, fazendo com que Marlén parasse e olhasse para Elias com curiosidade, inclinando a cabeça.-Porque é que hoje estão a uivar mais do que nunca? -perguntou ela intrigada, percebendo que algo estava fora do normal. Havia um caos no ar e praticamente toda a gente estava fora de casa.-Desde que fomos enfeitiçados, as tempestades afectam-nos de forma desproporcionada.
-Sabes o caminho de volta? - perguntou ele desconfiado, olhando para ela com os olhos apertados.-Sim, ha, ha, ha. Soltou uma gargalhada seca, fingindo estar confiante, mas a verdade é que não fazia ideia de como voltar ao palácio. - Como é que eu não o conheço, tu fizeste-me aprender tudo na tua alcateia, tu és o meu algoz.Ela odiava estar ao lado dele, mas não havia outra maneira, ele tinha-a encurralado como uma pequena presa a caminho do espeto.-Uma gruta," suspirou Marlén quando Elias a baixou das suas costas. -Porque é que viemos para uma gruta?", perguntou ela cautelosamente, olhando à volta do local rochoso.-Estás a tremer de frio e, como tens medo de te constipar, esta gruta pode proteger-te da chuva.-E eu chupo no dedo! Era mais fácil e mais lógico voltar ao palácio. Ela encolheu-se, sentindo-se encurralada.-Mateo tem fome", argumentou com uma voz trémula, vendo que não tinha para onde fugir.Completamente encharcados pela chuva, as suas roupas agarravam-se aos seus corp
Elias caminhava com um gesto despreocupado, de mãos nos bolsos, mantendo alguma distância de Marlén, mas antes de entrar no palácio parou, olhou por cima do ombro e agarrou-a com força pelo pulso esquerdo, fazendo-a parar.Abriu a boca com a intenção de a menosprezar para aliviar a sua raiva. Queria dizer-lhe para não ficar com tanto crédito pelo que tinha acontecido. Mas, de repente, ao olhar para os olhos dela, sentiu o seu próprio coração a bater nos ouvidos e as palavras ficaram-lhe presas na garganta."Não posso estar apaixonado. Não é suposto eu sentir. O que é que interessa se a faço sentir mal, porque agora estou consciente de mim próprio?", analisou enquanto olhava para ela e a sua pulsação aumentava.-Tens alguma coisa a dizer? -Marlen perguntou, franzindo o sobrolho. Ela sentiu-se desconfortável porque também sentiu uma sensação de desânimo quando ele lhe disse que nunca o aceitaria.-Esquece! Ele soltou-a como antes e Marlen soltou um riso nasalado, sentindo agora a rejeiçã
Elijah sorriu maliciosamente.-Eu não lhes vou perguntar. Vou apenas fazer dela a minha lua. Tenho de garantir a segurança do Mateo como um poderoso tri-híbrido. Ele é o único da sua espécie e toda a gente vai querer a sua cabeça.Tanto o Lúcio como o Roy não podiam acreditar. Elias parecia disposto a fazer tudo para proteger Mateo. Até se podia ver o brilho de orgulho nos seus olhos. Há apenas alguns dias, ele teria arrancado o coração de alguém semelhante sem pensar.-Se por acaso, suponhamos que seja uma possibilidade, Marlen for aquele híbrido de bruxa e gnomo, o que farás? - Lúcio insistiu, assumindo que se tratava de um jogo da deusa. Mesmo que Elijah o negasse, ele tinha a certeza de que era. E, embora não sorrisse, queria sorrir, porque, como beta real, a morte de híbridos era uma injustiça, embora não o expressasse por respeito ao seu líder, que pensava o contrário.-Então, se esse pequeno acaso se revelar verdadeiro, romperei o vínculo com ela e assassiná-la-ei diante de Daya
Enfurecida, Marlen avançou pelos corredores até se encontrar diante da majestosa porta dupla que levava aos aposentos de Elias. Com as duas mãos, agarrou nas duas maçanetas e rodou-as ao mesmo tempo, com a intenção de descarregar a sua raiva nele. Mas quando o viu a caminhar com o Mateus nos braços, tudo o que tinha para dizer desapareceu da sua mente e ela limitou-se a olhar para eles em choque.-Bem-vinda ao nosso quarto de dormir, minha lua.Ela observou-o com os olhos apertados.-Qual é a estratégia agora? - perguntou ela desconfiada, olhando para a enorme cama e depois para ele, que sorria triunfante. Quando ele fixou o olhar nos seus olhos, ela encolheu os ombros.Ela tinha calculado tudo, até a sua recusa em ser a sua lua, mas ele não pareceu importar-se minimamente com a sua resposta. Se ela insistisse em ir para o seu quarto, ele obrigá-la-ia a ficar onde quisesse."Já te estás a divertir o suficiente? Eu mostro-te uma coisa divertida sobre brincar aos casamentos felizes", Mar
Marlen estava excitada, pronta para se entregar à paixão, mas o que ela não previu foi que Elijah ficou subitamente dominado. Sem desviar o olhar dos olhos dela, deu alguns passos atrás e afastou-se, deixando-a completamente chocada e de boca aberta.-O que é que acabou de acontecer? -sussurrou ela, a sua voz desgastada pela irritação e frustração.10 HORAS DA MANHÃ:Com o cabelo estendido como um manto escuro sobre a maca e a cabeça apoiada na cavidade ergonómica da mesma, Marlen sentiu os dedos experientes da massagista a pulsarem sobre a sua pele com uma precisão orquestral, como se fosse uma dança de pressão e alívio a descer-lhe pela espinha.-Isto é delicioso. Não há como negar que estas pessoas vivem como reis," gemeu Sabrina, o seu tom exalando puro prazer, enquanto o seu corpo também se entregava ao ritual luxuoso noutro sofá adjacente.Tens razão, mas são mesmo", respondeu Marlen num sussurro suave, embora ainda lhe fosse difícil esquecer que tinha concordado em deixar-se mim