NARRADORAO rugido de dor ecoou do Drakmor macho ao ser perfurado pelas extremidades pontiagudas de gelo, que finalmente atravessaram algumas de suas escamas protetoras.“Não fiquem paradas como idiotas, corram para um lugar seguro! Isso só vai detê-lo por um segundo!”Aaron gritou em suas mentes, e então as Centúrias reagiram, saltando para galhos próximos.O enorme Alfa do Pântano também aterrissou na ilha mais próxima, soltando Alondra.Ela estava assustada e ferida na perna — mais pela mordida de Hakon do que por outra coisa — mas ao menos estava viva, e aquilo não era nada comparado ao que poderia ter acontecido.“Não posso perder nenhuma de vocês, meninas! Suas Betas me matariam! Protejam suas costas, não saltem direto para o perigo!”Hakon ordenou em suas mentes, e as Centúrias lhe agradeceram do fundo do coração.O Drakmor macho enfureceu-se terrivelmente.Mordeu ferozmente as pontas de gelo para se libertar e perseguir sua presa, mas eles não iam perder essa oportunidade.Alé
NARRADORACedrick exclamou e Eamon saltou no ar sobre a gigantesca cabeça escura repleta de pequenas espinhas duras.Cedrick se transformou em sua forma humana e uma poderosa espada de gelo, refletindo uma luz azul mágica, foi lançada por Vincent de baixo.Como em câmera lenta, todos viram a cena heroica.O poderoso corpo de dois metros do Rei Alfa, empunhando a espada afiada para baixo, cravou-a com toda a sua força atrás do pescoço da fêmea Drakmor, que soltou um rugido ensurdecedor.Todos os músculos de Cedrick estavam tensos, movendo freneticamente metade de seu sangue que carregava a magia do inverno, para reforçar a espada e atravessar a barreira de escamas.A temperatura congelava tudo ao seu redor, a geada cobria seu corpo.Seus olhos azuis brilhavam perigosos e mortais, seus cabelos brancos esvoaçavam entre faíscas de ventania.Ele sabia que só tinha uma chance — ou morreria tentando.A fêmea se sacudiu com brusquidão, tentando se livrar do perigo, sacudindo-o com força, mas
NARRADORA— Quer dizer...?Aaron arregalou os olhos, olhando para o Drakmor que rugia e lutava contra a magia de gelo e a prisão do pântano.— É genial, simplesmente genial! Acho que pode funcionar!— Que raio eu perdi? – Hakon não estava entendendo nada.— Você vai ver, você vai ver! – O Druida se empolgou e correu para reunir os casais de mates.A fusão de gelo e fogo só funcionaria entre pares destinados.Explicou rapidamente às Centúrias e aos Homens do Inverno, que imediatamente começaram a agir.Disfarçaram o máximo que puderam, ocultando seu verdadeiro objetivo.O enorme Drakmor já sentia a vitória ao alcance das garras, pronto para esmagar suas presas insolentes.Ele havia subestimado demais aquelas criaturas.— Agora, Hakon!!Cedrick gritou para o Alfa do Pântano, e soltaram as lianas que seguravam os troncos-armadilha.Vários troncos gigantescos, como aríetes, balançaram em volta do Drakmor tentando acertá-lo.Era apenas uma distração, pois já sabiam que a armadilha pouco ad
NARRADORAO Druida o deteve de repente e Cedrick assentiu, afastando-se finalmente.Aaron ficou de olhos fechados, tentando acalmar a respiração.Na verdade, ele não havia dito nada, mas esteve em perigo real de morte, forçou sua magia repetidas vezes até o limite.Além disso, compartilhou-a com todos os Homens do Inverno para torná-los mais poderosos.O poder se tornava instável e atacava seus órgãos internos e seu coração.Já estava um pouco velho para brincar de herói.Ele limpou o canto da boca, de onde escorria um pouco de sangue.Disfarçou para não alertar ninguém, mas alguém insistia em invadir seus pensamentos.Não queria preocupá-la, recompôs-se o melhor que pôde e respondeu à sua linda companheira rabugenta."¡Aaron!, você está bem? Ouvimos vários rugidos! Venceram?" Dalila lhe falou desesperada.Ela esperava na orla do pântano com mais Centúrias, Homens do Inverno e guerreiros misturados de todos os cantos.Eram a última linha de defesa caso alguma daquelas criaturas escapa
NARRADORA— Cedrick!Raven abraçou seu Rei, finalmente soltando o nó que apertava seu coração.Cedrick tinha se lavado um pouco do sangue que cobria seu corpo e suas mãos.— Estou todo sujo, amor, espera, não quero que você se suje com toda essa imundície.Disse ele, beijando seu cabelo e afundando o nariz na curva de seu pescoço, aspirando o delicioso aroma de sua companheira.Ela e seus filhotes eram a maior motivação de sua alma, seu motor impulsor, muito mais do que seu dever como Rei.Eles eram seu mundo.— Não importa, não importa, obrigada por cumprir sua promessa e voltar são e salvo. Graças à Deusa.Raven se afastou de seu peito e segurou o rosto dele entre as mãos, olhando-o com os olhos cheios de lágrimas e amor.Cedrick abaixou a testa até unir-se à de sua pequena companheira.— Não tenha medo, minha linda loba, nunca mais vou deixar você sozinha com os filhotes, jamais — sussurrou, beijando a pontinha de seu nariz.— Papai!Aidan voltou para o lado deles depois de dar uma
NARRADORACedrick virou a cabeça para seu filhote que carregava nos braços.Seus olhos azuis brilhantes o encaravam.Às vezes, ele esquecia o quão poderoso era seu pequeno.— Não sei, vamos perguntar ao Druida, tá bom? Não quero que você se machuque — e caminharam até Dalila, que cuidava de seu companheiro.Claro que, provisoriamente, Aidan poderia sim selar a parede, mesmo sem usar Theo.— Eu irei com você para te guiar.Dalila disse, e assim, um pequeno grupo partiu em direção à ilha central.Raven os viu partir no barco.Ficou para coordenar deste lado, pois ainda havia muitas coisas para organizar.Com a testa franzida, algo a inquietava; não sabia se era por causa de Vincent ou outra coisa, mas aquele pântano a deixava nervosa por alguma razão.*****Quando chegaram à ilha no coração do pântano, onde haviam matado a fêmea Drakmor, tudo estava um caos.— Hakon, fique aqui para cuidar de Dalila e do príncipe, confio eles a você.— Vou protegê-los com minha vida — prometeu ao Rei.C
NARRADORAO Drakmor não era tão tolo a ponto de permanecer na mesma caverna onde nasceu.Aquele lugar já não era seguro, então ele mataria o filhote e depois buscaria outra toca.Era um predador superior, poderia sobreviver.Mas nunca contava que só havia conseguido a vantagem devido ao fator surpresa.— Solta-me, solta-me, bicho feio!Aidan gritou furioso e com dor, socando-o com seus pequenos punhos.— Theo!Sua magia de inverno envolveu seu corpo, faiscando e ferindo as escamas do jovem Drakmor, que ainda não eram tão duras quanto as de seus pais.— Aaagggr! — rosnou de dor, desequilibrando-se e tropeçando em um tronco.Rolaram pelo chão em meio a uma pequena clareira entre árvores gigantes.O sol da manhã já penetrava pelas folhas.Quando o Drakmor recobrou os sentidos, sacudindo a cabeça para dissipar o efeito da descarga de magia fria, percebeu que tinha soltado o filhote.Levantou-se rapidamente para procurá-lo, mas o encontrou a um metro de distância — e, pior ainda, diante de
NARRADORA"Zeraphina, ou você vem agora mesmo ou vou te buscar! Afaste-se desse filhote estranho!!"Sua mãe rugia para ela, mas não era Zeraphina quem não queria ir embora!"Ahh, menino lindo, me solta logo ou eu vou te morder! Minha mãe está muito brava, ela pensa que você quer me machucar, tá? Seja um bom filhote e me deixa ir!"Zeraphina queria chorar sem lágrimas.Ela se remexia nos braços de Aidan, que a segurava como se fosse um gatinho de estimação.Zeraphina era forte, mas não queria machucá-lo. Entendia que ele só estava tentando protegê-la, sem entender nada da situação — e realmente, era isso.Aidan estava entrando em pânico.Via apenas um grupo de monstros peludos, com grandes presas à mostra, rosnando e cercando-o em um círculo que se fechava cada vez mais.Principalmente uma delas, diferente das outras, maior e mais agressiva, de pelagem branca.Ele olhava frenético, tentando achar uma rota de fuga. E então, um cheiro conhecido atingiu seu nariz, fazendo-o suspirar de al