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133. UM ACORDO DE ALIADOS
RAVENEstou andando de um lado para o outro neste quarto, até onde a corrente presa à cama me permite alcançar.Me sinto angustiada e estressada, porque não importa para onde eu olhe, não vejo nenhuma saída desse maldit0 quarto.Até consegui abrir as portas de uma pequena varanda, mas não consigo sair por ali, nem tentando descer de alguma maneira.Estou mancando porque machuquei ainda mais o tornozelo tentando soltar essa maldita algema que me condena de novo à escravidão.Olho para a lua através da porta aberta da varanda, nesse quarto semi-iluminado, e me pergunto o que vai ser da minha vida… o que vai acontecer com o meu Alfa.Depois de tanta luta… é só até aqui que eu consigo chegar?Foi então que um rangido baixo, quase imperceptível, me fez ficar alerta e olhar para o enorme espelho que há num canto do quarto.“Raven, tem alguém saindo do espelho, de repente sinto um cheiro de loba!”Sena me avisa, mesmo se sentindo péssima, e eu me levanto na hora para pegar um castiçal pesado
134. FIQUEI COM SUA FÊMEA
SAMANTHA— Muito bem, temos um acordo — e me vi estendendo a mão para entregar minhas vantagens. Agora só me restava o punhal envenenado, longo e afiado, para assassinar o tirano Rei Alfa na traição. Seria impossível para nós duas enfrentá-lo de frente.— Raven Centuria — ela disse ao pegar as coisas da minha mão e apertar a minha com firmeza.— Samantha Silver — me apresentei retribuindo o cumprimento, e não pude evitar sentir admiração pela aura poderosa que ela emanava.Foi assim que conheci Raven Centuria, essa mulher incrível e corajosa.A vi resistir com tudo à dominação do Rei Alfa, mesmo sendo apenas uma Ômega.Amanhã, mais uma vez, sua força será colocada à prova — e a minha também.— Como é que ninguém conseguiu te detectar? Seu cheiro... não dava pra sentir — ela me perguntou, enquanto eu caminhava de volta ao espelho para me esconder.— É um encantamento do espelho. Mas assim que saio pra fora, o Rei pode me sentir, do mesmo jeito que você sentiu. Por isso, ele precisa ser
135. UMA GUERREIRA CENTURIA
NARRADORA— Muito bem, se você tiver um bom desempenho na cama e fizer tudo direitinho, eu penso no caso — Raven riu com ironia por dentro. Já tinha escutado essa frase cínica antes… e foi ingênua o bastante para acreditar.— Farei o meu melhor, então — murmurou com a cabeça baixa, fingindo inocência para esconder o sarcasmo nos olhos, enquanto sentia as mãos do Alfa descendo pelas alças do vestido e se lançando sobre ela, beijando seu pescoço com excitação e luxúria.Ele adorava conquistar e dominar pela primeira vez. Depois disso, as mulheres perdiam a graça.Raven se recostou nos travesseiros da cabeceira, suportando as carícias e os beijos pegajosos sobre sua pele.O corpo pesado do Rei em cima dela, apalpando seus seios com avidez.Ela esticou os braços para cima, entre as almofadas, enquanto ele estava totalmente entregue ao desejo, apertando suas coxas, e então alcançou o saquinho de pano com o pó sonífero.— Nnn— não conseguiu evitar gemer de dor quando, por cima do tecido, aq
136. A VERDADEIRA HEROÍNA
NARRADORAMas Raven não havia se libertado completamente do controle do grilhão — estava forçando a saída do seu poder de maneira suicida e desesperada, destruindo seu próprio corpo por dentro.Ainda assim, isso já era suficiente para que o Rei sentisse a pressão do poder de uma Centuria.Sena também empurrava com tudo de dentro dela, resistindo com garras e dentes à dominação do lobo Alfa do Rei.— Maldit4 infeliz, me solta! Eu vou arrancar tua pele por essa traição!!— Samantha, agora! AGORA, porra!! — Raven estava no limite das forças e sentia o sangue escorrendo pela comissura dos lábios, de tanto forçar seu fogo a sair.O grilhão estava enfraquecendo, mas ainda não havia se rompido por completo, e o pó flutuando no ar só dava vontade de dormir e nunca mais acordar.O enorme corpo do Rei Alfa lutava contra ela, tentando se libertar do forno abrasador que o prendia, até que de repente...— AAAAHHHH, filha da puta! — o Rei sentiu a lâmina afiada se cravar em suas costas até o cabo.
137. O ANTÍDOTO
NARRADORAMesmo assim, o Rei se levantou de repente para enfrentá-la e a empurrou sobre a cama como um lunático, quase espumando pela boca.Seus olhos eram como os de um animal à beira da morte — e Raven achou que tinha falhado de novo.Ela sabia que, se ele a capturasse desta vez, com certeza a mataria. Tentou escapar rolando para o outro lado da cama, mas ele agarrou a corrente presa ao seu pé e a puxou com tanta brutalidade que quebrou seu tornozelo.O grito de Raven ecoou por todo o quarto e, novamente, o Rei estava sobre ela, com claras intenções de se transformar em seu lobo e despedaçá-la.Mas, por mais forte que fosse, não existia criatura invencível no mundo — e além do pó sonífero e das múltiplas feridas, o poderoso veneno já havia chegado silenciosamente até o coração do monarca.Raven o viu com olhos apavorados, levando a mão ao peito com uma expressão de dor agonizante.O sangue encharcava suas costas e agora também escorria pela boca, pelos olhos, nariz e ouvidos.Era um
138. VOCÊ ASSASSINOU O REI ALFA!
NARRADORA— Espere, Alfa! Se o Alfa Cedrick não conseguiu, nós muito menos! Com tão poucos homens, vamos acabar enforcados igual a eles hoje na praça! — seus guerreiros tentavam fazê-lo pensar com lógica.— Eu tô me lixando pra isso! Não vou entregar outra filha minha pra aquele filho da puta!! Se ninguém vier comigo, eu vou sozinho!E Theodor saiu correndo de seus aposentos em direção às dependências do homem que mais odiava neste mundo.Quando viu a rebelião do Alfa Cedrick, mesmo sem conhecê-lo bem, tentou ajudá-lo.Mas no final, tudo deu errado — e ele mal conseguiu sair ileso, escapando de também ser rotulado como traidor.Ele ainda tinha esperança de que o assassino do espelho tivesse conseguido matar o Rei… e agora descobria que tinha entregue sua última filha em bandeja de prata.Iria lutar até a morte por Samantha, e se tivesse o mesmo destino de Cedrick, que assim fosse.No entanto, no meio do caminho, uma dor intensa explodiu em sua cabeça, fazendo-o se apoiar numa parede p
139. ELA É A NOSSA DESTINADA
CEDRICK— RAVEN! — rugi como um louco ao arrombar a porta, depois de lutar contra alguns guerreiros do lado de fora que não queriam nos deixar entrar — e lá estava ela, deitada na cama.Ignorei tudo ao meu redor, até mesmo uma sensação estranha no peito e aquele cheiro que chamava poderosamente minha atenção.Corri até a cama e empurrei com toda minha força o corpo daquele desgraçado.Debaixo dele, Raven estava praticamente nua e coberta de sangue por todo o corpo.Com o coração disparado de puro pânico, toquei seu pulso — e embora fraco, ela estava viva!— Raven… Raven, acorda, acorda, pequena… — comecei a tocar seu rosto, tentando despertá-la do desmaio, enquanto Eamon procurava desesperadamente por Sena, que ainda estava trancada em seu mundo interior.Tirei minha camisa rasgada e suja para cobrir um pouco o corpo dela.Muito melhor do que deixá-la exposta na frente de todos. Tentei levantá-la nos braços para levá-la comigo.— Você não vai conseguir acordá-la assim. Ela está sob os
140. VOCÊ TERÁ QUE ESCOLHER
CEDRICK— Vincent, como está a Raven? — perguntei, sentado nos degraus da sala do trono, depois da reunião mais tensa e sufocante da minha vida.Atrás de mim, o enorme trono dourado que desejei por toda minha existência.— A deixei protegida em uma das torres mais seguras e afastadas. Fica tranquilo, ninguém sabe que ela está lá, e temos guerreiros vigiando. Qualquer coisa, seremos avisados imediatamente — respondeu, e fechei os olhos, apertando o centro da testa com cansaço.— Cedrick, sei que sempre foi um homem muito inteligente. E por mais que isso te machuque, meu amigo… acho que você já sabe que vai precisar tomar uma decisão — ele ficou diante de mim, falando com toda seriedade.— E o que você espera que eu faça, Vincent? Que a abandone como todos querem? Que aceite como Rainha essa mulher que eu nem conheço, só porque é minha companheira destinada e o pai dela pode ameaçar meu trono?— Porque dizem que ela é a heroína que matou o Rei? Nem isso eu acredito!— Cedrick, não é só
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