NARRAÇÃO DE GABRIEL...Culpado. Eu, como responsável, falhei. Ignorei os pedidos de socorro do Alexander e do Caio, recusando as várias ligações que fizeram, porque preferi apreciar a queda do Leon. Me senti um lixo. Corri em desespero para dentro do casarão. Leon ainda estava deitado no chão rindo, com a mão no ombro que não parava de sangrar. - Quero o máximo de homens na Serra IMEDIATAMENTE!!! - Gritei. Leon riu alto, Jhonny e Nicolás me encararam assustados e começaram a se mexer rapidamente, atendendo ao meu pedido. - Corra, Gabriel, mesmo sabendo que não vai adiantar! Meus homens, da minha Máfia, já estão lá! Mesmo que chame reforços, será tarde demais... - Leon olhou-me com sarcasmo, segurando o riso. Nicolás e Jhonny saíram da sala, voltando logo em seguida. - Chamei um helicóptero, pousará no pasto em poucos minutos. Chegaremos rapidamente na Serra! - Nicolás falou ao mesmo tempo que encerrava uma ligação. Jhonny o acompanhava enquanto encarei Leon, louco para enfiar uma
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Os minutos se passaram...na verdade não sabia há quanto tempo estávamos ali.Estava doendo muito, apenas a floresta e os cães escutavam o meu choro, enquanto a chuva caía com força sem dar trégua. Eu chamava Lilly, sacudia seus ombros com cuidado para que não sentisse dor, sussurrava besteiras em seu ouvido, acariciava seu rosto, seu cabelo, chamava para comer sushi, até os cães a lambiam, mas ela não acordava...apenas sua música ecoava na minha cabeça. Queria dizer que estávamos protegidos do frio e da chuva, que não haviam capangas nos seguindo, que estávamos seguros, mas não era verdade! Eu só conseguia chorar!Estávamos encharcados, mesmo escondidos naquele tronco de árvore. Os cachorros choravam e se espremiam entre nós. Eu não conseguia tirar a mão do rosto da Lilly, mesmo com os casacos encharcados, queria aquecê-la, mas era uma tentativa estúpidä. Deitei chorando, abraçando Lilly e os cachorros, se eles partirem, vou junto, atiro na minha cabeça. Os mo
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Não sabia que hipotermia causava fraqueza, minhas pernas estavam bambas, talvez não seja por isso e sim porque estava prestes a entrar no quarto onde Lilly estava. Tio Gabriel abriu a porta e a primeira coisa que escutei, foram os aparelhos hospitalares que estavam ligados a ela. Quando meus olhos encontraram seus pés cobertos por um lençol, não aguentei e chorei, ela não merecia estar naquela situação. Tio Gabriel afagou meus ombros, incentivando-me a entrar. Odeio quartos de hospital, principalmente os que ficam no C.T.I, mas em se tratando da Lilly, ficarei a seu lado o tempo todo. Finalmente criei coragem, entrei e olhei o restante do seu corpo. Ela usava uma máscara de oxigênio, uma camisola hospitalar, parecia que dormia, mas estava pálida. Aproximei e toquei em sua mão. Gelada...- Ela precisa de um cobertor mais quente. - Falei secando as lágrimas que insistiam em cair. - Será providenciado. Os cães montaram guarda na frente do hospital, não saíram d
NARRAÇÃO DE ALEXANDER... Sorri, admirando ele tentar fechar a boca enquanto engasgava com seu próprio sangue... - Sangue puro... - Desdenhei. Ele sorriu, derramando sangue da sua boca onde, faltava um dente.- A fudinha mofeu? - Ele tentou falar mesmo faltando metade da língua. Ele quer ver o pior que há em mim...só pode! Peguei um martelo que estava pendurado na parede e parei na frente dele rangendo os dentes, abri suas pernas e apertei o martelo em seu saco, usando o peso do meu corpo. Ele gritava pedindo que eu parasse, aquilo era mais satisfatório ainda! Só parei de espremer quando ouvi um estalo. Sua voz soou como uma galinha que chocou o ovo. - Ela está ótima, está descansando. Quando acordar, ensinarei a manusear um revólver, apenas para atirar na cabeça da Maxine, tenho certeza que fará isso com satisfação. - Sorri. Em resposta, ele cuspiu sangue na minha cara. Foi o suficiente para me deixar mais furioso e o espancar. Soquei seu rosto como se fosse um saco de treinamento
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...A dor, a angústia e todo o sofrimento diminuíram quando deitei ao seu lado, na cama de hospital. Antes de sair do meu quarto, peguei um edredom bem quente e levei para o hospital, nos cobri e fingi que ela estava dormindo. Cheirei seus cabelos, amo esse cheiro. - Lilly, adivinha o que passei em meu corpo.... - Segurei o riso olhando ela de olhos fechados usando a máscara de oxigênio. - Óleo de bebê. Será que mandaram cuidar da sua horta enquanto estávamos fora? Tomara. À essa altura o mamão que está no pé, já deve estar maduro, pronto para comer. Eu vou colocar uma escada para você alcançar, assim ele não vai mais cair e estourar no chão, deixando você aguada de vontade. Falando em ficar aguada, acorda para irmos ao restaurante japonês. - Abracei Lilly com cuidado, depois a soltei, olhando seu rosto, sentindo desejos de escutar sua voz. Queria que ela cantasse para mim…tirei sua máscara de oxigênio e beijei seus lábios com tanto amor e sutileza, mas coloquei
NARRAÇÃO DE GABRIEL...Deixei Alexander à vontade no quarto com Lilly, sei que é sua válvula de escape, ele está sufocado, angustiado e pior, sentindo-se culpado. Sua postura mudou da água para o vinho, não é mais o garoto que tirava a minha paz, aquele que desdenhava das coisas, levando sempre na brincadeira, não levando nada a sério. Conhecer Lilly, provocou uma grande mudança nele, adquiriu tanta maturidade e responsabilidade, que hoje consigo enxergar naquele adolescente, que acaba com o meu juízo, o DOM da Rússia. Seu olhar está carregado de vingança, ele não sorri, sua voz é carregada de dor e sofrimento, reconheço que os últimos acontecimentos transformaram Alexander em um adulto. Como estava com quem queria, decidi voltar para o casarão. Naquela noite minha consciência junto com a insônia não me permitiram dormir, na verdade, só consegui relaxar quando amanheceu e mesmo assim, bem pouco. O movimento de Liz na cama, foi o suficiente para me despertar. Ela não me acordou com
NARRAÇÃO DE GABRIEL...Alexander estava quebrado. Lilly precisa melhorar logo, se ela não resistir, tenho certeza que Alexander nunca mais será o mesmo, irá se blindar ao amor porque a intensidade que ele viveu com ela, a intimidäde que ambos adquiriram, certamente não conseguirá ter com nenhuma outra mulher. Recordar daquela noite, fazem meus pelos arrepiarem, eu, Nicolás e Jhonny, entramos no helicóptero e seguimos para o destino, a chuva assombrava, não era momento de voar, mas não ir, era algo que não passava em nossas cabeças. Fiquei aliviado quando o helicóptero aterrissou no enorme jardim do chalé, olhei aquela mata fechada, a noite escura, estava frio demais!!! E a chuva...aquilo era um motivo para querer correr por toda a montanha para achá-los. Confesso que fiquei abatido, paralisei, minha vida se tornou inerte. Jhonny e Nicolás agiram, tomaram a frente dando ordens para subirmos em grupos. Enquanto eles falavam e ordenavam, eu estava ali, parado olhando a montanha, minha re
NARRAÇÃO DE ALEXANDER...Foi tão sublime receber Noah, nossa amizade é de outro mundo e como já era previsto, ele me xingou por ter escondido dele meu grande amor. Assim que o tio Gabriel nos deixou à sós, chamei Noah para perto da cama e mostrei Lilly com orgulho, mesmo no estado em que se encontrava, ela continuava linda... Noah sorriu com orgulho e disse. - Você é feio prá carälho, ela é um mulherão, o que ela viu em você?! - Ri esquecendo um pouco da dor. Noah é assim, tem facilidade de me tirar da deprê. - Até hoje me pergunto o que ela viu em mim, porque vou mentir não... Lilly se irrita com muita frequência, digamos que até já acostumei em receber tapas dela. - Eu imagino. - Noah riu e olhou para a porta.- Quem é esse tal de Leon? Passei a viagem toda pensando nele, meu pai falou que ele é estilo galã de novela mexicana. Quero conhecer, posso?- Olha, no estado em que ele se encontra, não é mais galã não. Ele vai implorar pela morte, fiquei escondido apenas para proteger Li