LunaVelocidade e SangueEu acelerei ainda mais, sentindo meu coração pulsar forte. As luzes do caminhão principal brilhavam à minha frente como um farol no meio do caos. Mateus estava um pouco atrás, acompanhando tudo pelo sistema de rastreamento.— Se eles chegarem à próxima bifurcação, vamos perder o controle da perseguição! Ele alertou.Não podíamos deixar isso acontecer.— Théo, Marcelo, agora! Gritei no comunicador.A SUV preta surgiu ao nosso lado como um predador, forçando um dos carros inimigos a se desviar bruscamente. O motorista perdeu o controle por alguns segundos, o suficiente para Marcelo emparelhar e atirar nos pneus dianteiros. O carro derrapou, batendo contra a lateral da estrada antes de rodopiar descontroladamente.O cheiro de borracha queimada tomou o ar.— Menos um. Théo murmurou, a voz baixa e carregada de tensão.Mas o caminhão ainda estava em movimento.JonhMeu sangue fervia.A perseguição era uma dança mortal, e eu estava no centro dela. O caminhão inimig
O Caminho para a VerdadeLunaA poeira subia ao redor dos destroços do caminhão tombado, e meu coração ainda martelava forte no peito. O veículo havia deslizado por metros antes de parar, e agora os ocupantes começavam a sair, desorientados.Mantive minha postura firme, observando cada movimento deles. Estávamos em vantagem, e eles sabiam disso.— Mãos onde eu possa ver! Ordenei, minha voz cortando o silêncio da estrada deserta.Os homens se entreolharam, relutantes, mas sabiam que não tinham escolha. Um deles, possivelmente o líder, ergueu as mãos devagar. Seu olhar era afiado, analisando cada um de nós.Mateus se aproximou, verificando rapidamente o que se encontrava com eles. Ele olhou para mim, seus olhos indicando algo mais profundo.— Esses caras não são apenas escoltas. Ele murmurou para que só eu ouvisse.Fiz um leve aceno de cabeça. Se aquele grupo era mais do que aparentava, tínhamos em mãos algo muito maior.— Vamos levá-los para a chácara. Lá teremos tempo para entender me
JohnO ambiente dentro do celeiro era carregado de expectativa. Podia ouvir o som distante da noite lá fora, contrastando com o silêncio absoluto no interior do galpão.Luna caminhava devagar pelo espaço, analisando cada um dos prisioneiros com atenção. Eles estavam sem alternativas.— Vamos direto ao ponto. Ela começou, sua voz firme. — Quem trabalha diretamente entre sua organização e La Reina, quem faz o contato?–Qual o acordo entre vocês e La Reina?–Onde será a próxima entrega?O líder manteve o olhar impassível.— Não sei do que está falando.Suspirei. Já esperava por isso.Mateus, que acompanhava tudo do lado de fora através do monitoramento, nos passou informações pelo comunicador.— Luna, ele é mais do que um simples integrante. Se cruzarmos os registros que encontramos, ele tem envolvimento direto com operações importantes.Luna assentiu levemente.— Então, por que continuar escondendo o que já sabemos? Ela perguntou diretamente ao homem.Ele desviou o olhar, demonstrand
LunaO cheiro de sangue e metal toma conta do ar. Estou na cozinha com Joana e Mateus, enquanto na tela diante de nós os gritos dos prisioneiros rasgam o silêncio da noite. As câmeras instaladas por Mateus no celeiro nos mostram cada detalhe. O poraquê desliza na pele dos homens, liberando choques brutais que não apenas eletrocutam, mas queimam e contraem cada músculo de forma insuportável. Vejo seus rostos contorcidos em puro sofrimento.Jonh se recosta na cadeira, observando a cena com um sorriso de escárnio.— Luna e Joana, nós amamos vocês, mas que vocês são estranhas, isso é um fato — diz ele, balançando a cabeça.Théo ri com sarcasmo.— Essas criações excêntricas dão um show. É poesia pura, Jonh.Cruzo os braços, indiferente.— Você devia apreciar mais a beleza da natureza. Olha só, nós não precisamos nem nos cansar. Os pequenos poraquês fazem o trabalho sujo para a gente.Os gritos dos homens continuam, rasgando o ar como lâminas. Termino o meu lanche com calma, ignorando a dor
Marcelo Marcelo espalhou os papéis sobre a mesa, seus olhos analisando cada detalhe. Dinorá, ao seu lado, apontava para as conexões entre "La Reina" e os Albaneses.— Ela nunca age sozinha. Marcelo murmurou. Sempre manipula através de terceiros.Nesse momento Giovana entra na sala. O silêncio que pairou após a chegada de Giovana era denso, carregado de algo não dito. Meu olhar oscilou entre ela e Jonh, e a forma como ele ficou imóvel, os olhos presos nela, dizia muito.Vi sua garganta se mover enquanto engolia em seco, os punhos cerrados sobre a mesa. Ele, que sempre tinha um comentário pronto para qualquer situação, parecia ter perdido a fala.— Giovana... Seu tom saiu baixo, rouco, quase reverente.Ela hesitou por um instante, mas então assentiu em cumprimento, sua expressão indecifrável. O ar ao redor deles era espesso, quase tangível.Mas não podíamos nos perder naquele momento. A dor e o luto que carregávamos exigiam nossa atenção.Respirei fundo e me forcei a trazer o foco de v
A Emboscada no PortoA noite estava fria e silenciosa. A estrada que levava ao porto era sinuosa, iluminada apenas pelos faróis das motos e da SUV de apoio.Estávamos seguindo as coordenadas dadas pelo albanês morto pelas piranhas.Sabíamos que seria outro grande carregamento, maior que o anterior.Eles já estavam tão acostumados e seguros do que estavam fazendo que a escolta era mínima.Luna estava na frente, com Jonh e Joana logo atrás. Mateus e Paola cobriam os flancos, enquanto Théo acompanhava tudo do carro.— Alvos à vista. A voz de Marcelo veio pelo comunicador.Três caminhões blindados seguiam em direção ao porto. No momento certo, Mateus acelerou, bloqueando a estrada.— É agora! Luna rugiu pelo rádio.O comboio percebeu a emboscada. O líder dos Albaneses tentou acelerar, mas Luna já estava à frente, reduzindo seu espaço de manobra.— Não vão escapar! Disse ela, determinada.Os motoristas tentavam desviar, mas estavam cercados. Théo e Marcelo se mantinham na retaguarda, garan
O homem foi levado até o celeiro, onde seria interrogado. O restante dos Albaneses capturados foi separado, garantindo que nenhum tivesse chance de coordenar uma fuga.Luna o encarou, os olhos frios como aço.— Você sabe quem eu sou?O homem hesitou.— Não! De que buraco você saiu? ele murmurou.Eu me aproximo lentamente.– De um buraco chamado passado! Digo— E já sabe que não estou para brincadeiras.Théo se manteve próximo, observando Luna com atenção. Ele sabia que esse era um momento delicado.— Fale. Tudo que sabe sobre os planos La Reina.O prisioneiro respirou fundo.— Ela não vai parar. Essa era apenas uma entrega. Existem outras.Luna trocou um olhar com Marcelo.— Onde?O homem hesitou, mas ao ver a determinação nos olhos dela, soube que não tinha escapatória.— Nápoles.O silêncio tomou conta do ambiente.Luna virou-se para os outros.— Então é para lá que vamos.A batalha contra La Reina estava longe de acabar.— Você vai nos dizer tudo sobre "La Reina".O Albanês cuspiu
Caminho para NápolesA estrada para Nápoles era mais longa do que eu havia imaginado, mas a ansiedade dentro de mim fazia os quilômetros parecerem infinitos. Théo estava ao volante da SUV, a luz suave do início da manhã iluminando o caminho à frente, mas nenhum de nós conseguia realmente ver o futuro com clareza. O que tínhamos em mãos era um rastro de pistas, e um único objetivo:Encontrar La Reina e desestabilizar seu império. E para isso, precisávamos capturar um dos Albaneses que conhecesse sua identidade.Alguém que nos levasse até ela! Nápoles era nosso próximo destino, e embora a cidade fosse linda, eu sabia que ali estava o coração de um inimigo implacável. E, como sempre, não tínhamos garantia de voltar ilesos.— Vamos ter que agir rápido assim que chegarmos, Luna. A voz de Jonh interrompeu meus pensamentos, firme e objetiva, como sempre. Ele estava sentado ao lado de Théo, seu olhar fixo na estrada, mas a tensão nas suas palavras não passava despercebida.Olhei para el