Na segunda feira eu e Lucas decidimos almoçar com nossos pais para formalizar o relacionamento, no caso ele iria com seu pai e eu com minha mãe. Quando cheguei no restaurante com minha mãe, vi Lucas sentado numa mesa perto da janela e acenei, ele acenou de volta para mim bem no momento em que minha mãe chegou ao meu lado, quando ela viu Lucas e seu pai, se transformou completamente, ficou transtornada.-Lana, entra no carro agora!- ela me puxou, me enfiou no carro e me trancou lá dentro, eu comecei a ligar para Lucas mas assim que entrou no carro, minha mãe pegou o celular da minha mão e jogo pela janela do carro, vi que Lucas correu para fora do restaurante mas minha mãe deu partida e saiu correndo como um piloto de fuga, coloquei o cinto rapidamente quando ela gritou de novo- coloca o cinto e se segura.-Mãe, o que está acontecendo?- perguntei chorando.- Você não pode namorar esse rapaz, sinto muito Lana, estamos indo embora do país amanhã.-Não…o que está havendo? - não me obrigu
Olhei para Leo que me esperava encostado no carro e meu coração acelerou…que vontade de correr e abraçá-lo.-Anne…eu me senti péssimo discutindo com você, me desculpa, tá?- ele disse quando me aproximei. Eu o abracei escondendo minha cabeça no seu peito.-Me desculpa Leo, só está sendo muita coisa, tenho medo de eu estar confundindo tudo.-Eu sei como você está se sentindo…também estou com medo e confuso, mas vai dar tudo certo, vamos só pensar em uma coisa de cada vez, o que acha?-Sim, acho que agora primeiro temos que terminar essa coreografia e depois pensar em contar para o Will que ele tem um pai muito legal.- falei ainda aconchegada no abraço de Leo.-E bonito.- Leo completou lembrando de como Will falou com ele no outro dia.-Isso, e bonito.- ri também.- vamos ensaiar?- levantei a cabeça e olhei para ele.-Sim- ele beijou minha cabeça, me soltou e abriu a porta do carro para mim.- senhorita!-Obrigada.- entrei no carro e voltamos para o teatro.Ensaiamos até o final da tarde,
Fomos direto para o hotel após buscar Will na escola, ao chegarmos vi Lucas e seu pai e fui dar um oi enquanto Anne subiu com Will para lhe dar um banho e um lanche, depois iamos escolher algum lugar para irmos juntos, quem sabe a Lagoa da Pampulha, é um lugar interessante para sentar e contar para um menino de três anos “então… eu sou seu pai”. Sim, eu estava muito nervoso, não tem um jeito simples de fazer isso, embora tudo isso só seja mesmo complicado para um adulto, na cabeça de uma criança as coisas são muito mais simples, lembrando que elas não carregam a mesma bagagem, traumas e conhecimento dos adultos… para Will vai ser uma surpresa boa, “ôba, o tio Leo é meu papai” ele não vai estar magoado ou se ressentir pelos anos que eu perdi, ele simplesmente vai focar na parte que o tio legal que sempre passeia com ele agora é também seu pai e pronto. Queria que para os adultos as coisas fossem tão simples assim.Eu e Anne meio que assumimos um relacionamento… não dá pra evitar, a gen
- Uau… uma namoradinha engravidou e apareceu agora? Cuidado com golpe do baú hein, vai ver ela sabe que você é o herdeiro dos Garcia- ele falou em um tom um pouco ressentido, pode ser impressão minha, mas eu acho que tinha a ver com o fato de eu ter falado da Lana.- Errou feio pai… na verdade quem deu o golpe na menina, foi o Vô Samuel… ele roubou o esperma do Leo e mandou inseminar uma garota que ele escolheu aleatoriamente.- Aí é que você se engana também Lucas… não foi aleatório… quando éramos crianças, eu e Anne nos conhecemos na praia, quando ela se perdeu da família… devia ter uns oito anos na época, eu a encontrei e levei até meu avô, ele se encantou com a menina, me lembro bem, o que eu não sabia era que ele tinha pedido aos Johnson para adotá-la.- Johnsons? Quer dizer que a menina que engravidou de você sem você saber é a Anne Johnson?- Tio Tony disse perplexo.- Então sua namorada deve ser amiga dela, não é mesmo Lucas?- Como você sabe, pai? Elas são melhores amigas sim.
Achei tão fofo Will querer ficar com Leo enquanto eu subia para buscar meu celular, estava sorrindo boba quando Lucas me alcançou, eu já estava perto dos elevadores.-Anne, você falou com a Lana hoje a tarde?- Vi um tom preocupado em sua voz.-Na verdade não Lucas, está tudo bem? E o almoço de vocês, era hoje né? Como foi?-Aí é que está…não foi… quando Lana chegou com a mãe dela no restaurante, antes de entrarem, a mãe dela viu meu pai e foi o mesmo que tivesse visto um fantasma… colocou Lana no carro apressada e foi embora, inclusive jogou o celular de Lana pela janela do carro para que ela não me ligasse.-Meu Deus, Lucas…-Fiquei perplexa.-Acontece que os dois tem um passado, quem poderia imaginar né, ela pensa que meu pai a abandonou no altar… mas ele foi dopado e colocado em um ônibus… só acordou lá em Curitiba, vestido de noivo e sem nenhum dinheiro, quando conseguiu voltar já tinha se passado algum tempo e ela estava casada com alguém que o pai dela escolheu.- Conveniente…par
Decidimos ir a pé, a pizzaria era bem perto do hotel e portanto ficava até mais fácil do que ir de carro, Will foi andando de mãos dadas comigo e com Anne. Sinceramente foi bem emocionante para mim, caminhar com meu filho e com a mulher que eu am... digo, a mulher por quem estou apaixonado, afinal, amor… será? Não sei bem ainda, só sei que quero ficar perto dela por vários motivos… quero cuidar dela, quero que ela se sinta segura, apoiada e que não esta mais sozinha com Will...olhei para ela que estava andando sorrindo também, acho que ela também estava se sentindo feliz naquele momento, isso aqueceu meu coração.Pedimos a pizza favorita de Will, a de calabresa, decidimos comer tranquilamente e depois começar a tal conversa, eu não sabia MESMO como ia começar, Anne achava que eu deveria falar para Will, ja eu achava que deveria ser ela, mas no final, nada saiu como o planejado. Will estava de pé no banco ao meu lado, era daqueles bancos estofados vermelhos, atrás havia um espelho enor
Will estava em êxtase, ele realmente ficou feliz com a notícia de que Leo era seu pai perdido. Foi a forma que encontrei de dar uma resposta para Will quando ele começou a me perguntar sobre o pai há um tempo atrás, que ele estava perdido e um dia o encontraríamos, o que não era muito longe da verdade e também era simples o suficiente para a compreensão do meu pequeno. Leo esteve perdido mesmo também, faz pouco tempo que se tornou essa pessoa gentil e responsável, faz pouco tempo que se encontrou realmente, e não sei se tem alguma coisa a ver comigo, mas gosto de pensar que sim, ainda mais depois do que Lucas me contou sobre a seletiva. Quando Will sugeriu que Leo dormisse aqui eu pensei “porque não?”. Achei que eu devia isso a Leo, por isso deixei ele passar a noite conosco, digo… com Will na verdade, já vou explicando que vou dormir na cama do Will e os dois vão dormir juntos na cama de casal, não pensem que estou me aproveitando da situação, embora eu tenha gostado bastante da id
Assim que Will dormiu, segurei a mão de Anne e a beijei com delicadesa, mil coisas passaram pela minha cabeça mas optei por apenas dizer:- Obrigado Anne, por tudo…eu estou muito emocionado com esses nossos momentos em família.- Eu também. - ela confessou um pouco sem graça, não sei se era pelo que falei ou pela forma que eu havia beijado sua mão, ela pareceu estar respirando com um pouco mais de dificuldade.- Eu queria muito ficar aqui, mas… acho melhor eu ir pra casa, tomar um banho e tentar dormir…tenho certeza que vou passar a noite acordado se ficar aqui.- Falei me levantando, eu sabia que não dava pra ficar ali e fingir a noite toda que não queria estar com Anne nos meus braços.Ela se levantou para me levar até a porta e eu respirei fundo pensando que precisava cuidar dela e não sair fazendo besteira na primeira oportunidade, vi o olhar dela confuso, devia estar me achando um maluco, então recuperei um pouco do juízo, segurei as mãos dela e falei:- Anne, nossa história é a m