- Eu estou bem, obrigada- Anne disse meio tonta ainda quando a coloquei na maca da enfermaria. Eu estava muito nervoso.- Moça, você esta querendo a estrelinha de quem mais visitou a enfermaria na seletiva?- A enfermeira brincou, pois era a mesma que veio tirar o acesso do soro de Anne no outro dia. – O senhor pode aguardar ali fora, aliás, por gentileza, pegue um pouco de água para ela, tá?- Sim, eu... to indo- Eu não conseguia nem falar direito, acho que a adrenalina havia passado e eu estava até meio tonto então foi um favor que a enfermeira me fez, quando saí ouvi a conversa delas pois me sentei ao lado da porta quando deixei de sentir minhas pernas.- Namorados as vezes atrapalham, deixa eu ver aqui esse machucado- ela disse limpando o ferimento, notei que Anne nem respondeu- Quer me contar o que houve?- Fui atacada por um dos participantes do concurso, me defendi e ele me deu um tapa.- Que covarde, ele fugiu?- Ela perguntou já finalizando o pequeno curativo.- Não, pegaram el
- Leo, eu...- eu sentia que precisava contar tudo para ele, realmente Leo era outra pessoa, alguém quem seria bom ter perto de mim e também seria ótimo para o Will mas aí meu telefone tocou e era da escolinha, avisando que Will tinha passado mal e que eu precisava busca-lo. – É meu filho, ele esta com febre, preciso ir buscar ele.- Tudo bem, eu te levo.- Não!- eu falei quase gritando- Digo... não precisa se incomodar- fui arrumando minhas coisas.- Eu faço questão, acho melhor você não andar sozinha até termos certeza que o Iago foi preso, ele quer se vingar.- Ele deu uma boa justificativa.- Esta bem, vamos então.- Peguei minhas coisas, fomos até o carro de Leo que diferente do que eu imaginava, era um carro até bem simples e fomos em silencio até a escola.Buscamos Will e depois Leo estava nos levando para o hotel, Will gostou dele logo de cara, até convidou Leo para fazer um lanche com a gente quando viu um fast food de dentro do carro.- Vamos lanchar lá, tio?- Will apontou para
Na tarde de sábado decidi levar Will na confeitaria tradicional que meu pai me levava quando eu era criança, eram ótimas minhas lembranças daquele lugar, lembranças boas que eu gostaria que Will tivesse também, até convidei minha mãe mas ela já tinha outros planos, Lana estava mega ocupada com o hotel (to achando que ela esta meio afim do gerente mas tá disfarçando, resolvi esperar que ela mesma me conte para não constrange-la, ela merece toda felicidade do mundo, e o Lucas pareceu um cara bem legal pelo que ela tem me contado), enfim, decidi ir apenas eu e Will.A confeitaria era toda em estilo colonial, quando passávamos pelas portas no estilo francês logo após um pequeno hall de entrada, parecia que tínhamos sido transportados no tempo, era muito lindo, pequenas mesinhas com vasos de flores e cadeiras brancas, tudo parecia doce, não pude deixar de me emocionar olhando tudo e mostrando a Will enquanto entrávamos... até que vi em uma mesa um homem que me olhava com os olhos cheios de
- Não, você não pode simplesmente deixar um cliente falando sozinho- Eu disse irritada para a recepcionista- não é uma rede social onde você bloqueia e deleta a pessoa, são nossos clientes, eles precisam de ajuda, você pode conhecer o hotel mas eles não sabem nem onde fica o banheiro se você não disser, esta entendendo? Se eu a vir novamente ignorando um cliente pra olhar seu celular, não vamos conversar novamente, você estará fora.- E quem você pensa que é, só porque o Lucas tá afim de você não quer dizer que você manda mais do que ele, você não é nada, o Lucas que é meu chefe.- ela falou com arrogância sem saber que Lucas estava ouvindo a conversa pois estava logo atrás dela.- Pois então é seu chefe quem vai te demitir agora- Ele falou calmamente.- Lucas, eu... não... você entendeu errado..- ela falou nervosa se virando para ele- eu quis dizer que...- Você quis dizer o que você disse, sua postura envergonha esse hotel e nossa equipe, pensei que com treinamento adequado poderia m
- Mãe, pai... quero contar a história toda do Will para vocês, antes eu não podia, mas agora eu não tenho mais medo de encarar a verdade, vocês podem só me ouvir? Depois eu explico o que vocês quiserem.- Perguntei com jeitinho, afinal eu não queria me afastar novamente do meu pai.- Claro filha- os dois responderam.- Lembram quando fiz aquela endoscopia? A Mamãe até estranhou que fizeram com anestesia geral.- Sim, nunca estudei medicina, mas sei que não é esse tipo de anestesia que deve ser usada.- Ela lembrou.- E você tinha razão mãe... não era para ser, mas foi naquele dia que uma enfermeira fez uma inseminação artificial em mim, por isso eles usaram anestesia geral, eu não sabia de nada...- já comecei a chorar por tudo o que fizeram comigo- entendam, eu amo meu filho, mas eu realmente não pedi por isso.- Eu ainda me sentia muito injustiçada.- Meu Deus, você realmente não fez essa criança! – meu pai falou indignado, ficou vermelho de raiva – Mas quem...como fizeram isso com você
- ótima escolha de lugar, agora você não vai sair correndo ao invés de falar comigo.- Lucas se encostou na lateral do elevador perto dos botões para que eu não tentasse apertar nenhum e cruzou os braços me olhando sério.- Fala comigo Lana, ou podemos ficar aqui sentados em silêncio, tudo bem pra mim também... só não vou deixar você fugir.Sentei no chão, encolhi as pernas e abracei meus joelhos abaixando a cabeça para chorar. Eu não queria fazer uma seção de terapia no elevador com o meu chefe em quem eu estava interessada desde que conheci, mas ele tinha razão, eu estava fugindo, o medo de tentar e errar era maior do que a vontade de fazer dar certo. Eu sempre fugia quando as coisas pareciam ser mais sérias, isso logicamente vinha do fato do meu pai ter abandonado minha mãe quando eu era criança e no fundo eu acreditar que sempre iam me abandonar. Lucas sentou do meu lado e me abraçou colocando minha cabeça no seu peito, ficou acariciando meus cabelos em silencio o que só me fez me d
Cheguei no hotel no início da tarde para deixar o ferrorama para o Will, me encantei com ele, que menino simpático e inteligente, alem de bondoso...eu percebi ontem ao ver ele brincando que ele sempre tinha cuidado com as crianças menores, isso é raro aos três anos, não é?Quando ia entrar no hotel, notei uma movimentação dos funcionários que estavam direcionando todos para a saída, o segurança me alertou.-Senhor, por gentileza aguarde do lado de fora, estamos investigando uma ameaça de incêndio.- ele apontou para o lado de fora onde muitas outras pessoas se aglomeravam no deque do restaurante.Fui naquela direção procurando Anne e Will, meu coração quase saltando pela boca, mandei mensagens mas ela não respondia, já imaginei que pudessem estar presos no quarto, então me lembrei que esse era o Hotel onde meu amigo Lucas estava trabalhando...tentei falar com ele mas o celular estava fora de área. Agora eu estava preocupado com ele também.Decidi ligar para Anne, mas foi bem no momento
Eu contei para meus pais o que estava acontecendo no hotel então decidi ficar mais tempo por ali na confeitaria, contei também que Leo viria trazer um presente para o Will, eles logo concordaram comigo sobre a conexão que Leo e Will tinham quando eles o viram chegar e Will correu para abraçá-lo. Minha mãe se emocionou, mas logo disfarçou e decidiu que era melhor eles irem embora para que eu pudesse conversar com Léo.-Oi Leo, esses são meus pais.- apresentei sem graça quando ele se aproximou de nós com Will no colo...meu Deus como eles eram parecidos.-Mas...eu conheço você ...- meu pai interrompeu meus pensamentos- está bem mudado mas...você não é aquele garoto da escola de dança?- Meunpai perguntou tentando se lembrar de algo.-Sim, eu também lembro do senhor, tivemos longas conversas enquanto eu esperava meu motorista e você aguardava sua filha. Que incrível.-e a garota? Você se declarou? Eu sempre quis saber o final da história mas aí não o vi mais. - meu pai não tem filtro, sab