Depois que meu advogado me ligou dizendo que Bárbara estava entrando em acordo com ele, me sinto nervoso e agitado a expectativa tomou conta de mim Bárbara deu o seu preço e suas condições para que eu finalmente veja o meu filho,e apesar de ser a maior chantagem da história eu concordei com tudo,irei dar a ela tudo o que pedirFaço qualquer coisa pelo meu filho, dou todo o meu dinheiro se for preciso,a única coisa que eu jamais em hipótese alguma daria a ela é a minha fazenda,isso aqui é a minha vida,ela é o que eu sou é a minha alma e eu morreria sem esse lugar,eu não preciso do dinheiro mas preciso do meu lar -Alguma notícia?_Eliza entra no quarto já tirando suas roupas ficando apenas de calcinha,ela tem trabalhado duro para manter tudo em ordem enquanto me concentro no meu filho -Nada ainda,o advogado ficou de avisar assim que ela assinasse os papéis,mais depois disso ainda não sei quanto tempo vai levar para que eu possa conhecer o Rafael _olho para a foto que agora fica do lad
Sinto o ar mais rarefeito a cada centímetro que me aproximo da sala, minhas mãos estão suadas e posso sentir meus nervos trêmulos Eliza esta atrás de mim,passando a mão em minhas costas tentando me acalmar Bárbara está impaciente andando de um lado para outro tragando um cigarro,ela parece agitada e nervosa -Finalmente, já estava pensando em ir embora,pra quem queria tanto ver o filho achei que seria mais rápido _ela apaga o cigarro o apertando na minha mesa Eu poderia chamar sua atenção pelo que fez mais agora isso pouco me importa,guio minha cadeira sem nem me importar em olhar para ela,eu só quero vê-lo só preciso olhar para o meu filho Ele está sentado na minha poltrona enquanto seus pequenos pés balançam de um lado para o outro,seus olhos encontram os meus, e ele me dá um pequeno sorriso A tanta inocência em seus olhos,uma pureza jamais presenciada por mim,guio minha cadeira até ele e paro em sua frente Ainda não sei o que falar,mas quero olhar para ele gravar cada detalh
Com toda certeza a cena que vivencio é a do mais puro e verdadeiro amorA tanta emoção na voz de Augusto que não sou capaz de segurar meu choroRafael está deitado na cama contando ao pai todas as coisas que faz durante o dia, e Augusto está sentado bem próximo dele ouvindo atento cada relato que a pequena criança fazNão me atrevo a atrapalhar um momento tão lindo, então apenas os observo da porta feliz por poder ver tudo isso acontecer-Você fez a coisa certa_Jaque fala me abraçando pelas costas— Eu sei, mas não posso evitar me sentir triste, eu não queria que as coisas acontecessem assim, não agora que ele está tão feliz, e mesmo que seja por um bom motivo ele vai ficar arrasado— Você acha que vai dar certo?tenho medo de que dê tudo errado, eu temo por você minha amiga_ela diz baixinho para que ele não nos ousa— A sorte foi lançada,não há como voltar atrás só me resta torcer para dar certo, o meu medo é que ele descubra antes deu ter todas as provas e depois ele não me entenda e
Lentamente vamos nos afastando da fazenda, e a cada minuto a sensação de perca me invade um pouco maisAugusto está certo, eu fiz tudo errado, fui ingênua por achar que daria conta de tudo sozinha, subestimei minha inimiga e sem eu perceber fui envolvida em uma teia de mentiras, e tudo o que eu precisava fazer era contar tudo a ele-Para aonde vamos?_Jaqueline fala me tirando dos meus devaneios— Eu preciso passar na loja do meu tio, vai ser rápido só quero me despedir dele_digo tentando segurar meu choro— Eu vou voltar para a fazenda assim que deixar vocês onde precisam, eu vou falar com ele,Augusto no primeiro momento age por impulso, mas depois ele analisa a situação e começa a refletir melhor _João diz nos levando em seu carroEm meio a toda confusão Jaqueline e eu ficamos perdidas sem saber o que fazer, e João prontamente nos tirou de lá-Não, eu não quero que ninguém diga ou faça nada para me ajudar, Augusto logo saberá a verdade_digo aliviada sabendo que pelo menos isso eu fiz
Estou nervoso e agitado, minha mão doe devido ao soco que dei na paredeAna não para de chorar, o que me deixa ainda mais nervoso-Ana, pare com essa choradeira boba, só está consigo me deixar ainda mais puto_digo irritado— Oia a boca, o menino tá ouvindo _ela vai até o meu filho cobrindo seus ouvidos— Onde está o João?porque o advogado que chamei ainda não chegou?_vou até o bar pegar uma garrafa de uísque— O João foi levar a menina embora, ele não podia deixar a coitadinha na estrada sem saber pra donde ir, e o sinhô também mando ele embora_ele diz nervosa— E você queria que eu fizesse o quê?ele estava sabendo de toda essa merda e não me disse nada_viro o líquido na boca que desse queimando meu peito— Quer assisti alguma coisa menino?posso fazer uma coisinha pro cê comer _Ana tira meu filho da salaEu não gostaria que ele me visse assim, mas no momento não consigo controlar meu ódioEu odeio todos eles, não deveria ter baixado a minha guarda, eu tinha que ter seguido os meus ins
— Amiga, já faz quase uma hora que você tá dentro desse banheiro, eu sei bem que o resultado não demora tanto para sair, e pela demora sei que deu positivoAinda não acredito no que está acontecendo comigo, eu sempre quis ser mãe, mas não assim em um momento tão complicado, por que coisas assim acontecem comigo?— O que eu vou fazer agora Jaqueline?_abro a porta mostrando o teste para ela— Primeiramente você vai ao laboratório fazer um exame de sangue, depois vamos ao médico para você começar o seu pré natal_ela da de ombros como se fosse a coisa mais simples do mundo— Você vê tudo de uma maneira tão prática que me assusta_me sento no sofá— O que não tem remédio, remediado está, você vai contar para o Augusto?_ela me da um copo de suco— Com toda certeza, não posso esconder isso dele, já foi tirado dele o convívio com o filho uma vez, não posso fazer isso de novo— Eu não esperava menos de você, até acho que agora vocês voltem, uma gravidez para um casal que se ama muda tudo_ela ba
Preparo-me para mais um intenso dia de trabalho, com ajuda de Ana minha fiel escudeira-José já foi olhar o gado novo que chegou?_pergunto enquanto ela me ajuda a calçar as botas— Sim, saiu cedinho o sinhô sabe como ele é com as tarefas né?_ela se levanta indo até a penteadeira pegar o meu chapéu— Você sabe que não precisa fazer essas coisas por mim não é?_digo olhado para ela— Eu gosto de te ajudar, o sinhô pra mim, é um filho que nunca tive_ela coloca o chapéu em minha cabeça— Tambem te considero como uma mãe, Você José e o João são o mais próximos que eu tenho de uma família,sempre fizeram muito por mim e eu sou muito grato por tudo_pego sua mão lhe dando um beijo— Há patrão, nois somo muito grato ao sinhô por tudo o que fez por nois, quando chegamo aqui tudo isso era um monte de terra sem valor,nois não tinha pra quem trabalhar não tinha o que comer,e quando o sinhô chegou comprando essas terra tudo mudou_seus olhos brilham ao olhar a paisagem de minha janela— Eu era um garo
Se eu pudesse descrever o meu sentimento em uma palavra seria vergonha, meu pai sempre dizia que um dia eu teria grandes problemas por falar demaisE aqui estou eu, sem saber onde enfiar a minha cara de tanta vergonha,porque minha prima que foi tão detalhista em descrever ele para mim não me disse que ela era paralítico?— Eu sinto muito, não quis ser desrespeitosa com o senhor, é que eu não imaginava _me complico com as palavras e começo a sentir meu rosto quente pela vergonha e nervosismo— Bom eu não tenho muito tempo, então sente-se enquanto analiso seu currículo _ele passa por mim, empurrando sua cadeira e indo até à porta para abri-la, não parece ter ficado incomodado com o que falei— Fique calma vai dar tudo certo, o patrão é um bom homem bom tenho certeza que não se importou com o que aconteceu _a simpática senhora que me recebeu tenta me tranquilizar enquanto me acompanha até a portaSento-me de frente para uma grande mesa de madeira enquanto ouço a porta bater atrás de mim