Capítulo 1
O temido SheikArábia Saudita.Zayn Al-Abadi é dono de inúmeros resorts e ilhas. Homem poderoso, mas foi traído pela única mulher que amou e de quem foi noivo por três anos.Mesmo essa história ficando no passado, ele ainda sente a dor da traição. Desde então, apenas se diverte. Para ele, quanto mais mulheres, melhor. Dar e receber prazer, nada mais.O sexo com quem não se ama é diferente para Zayn. Sua ex-noiva o deixava louco na cama, nenhuma outra conseguiu esse feito, e ele acredita que nunca mais sentirá tanto prazer com uma mulher.Zayn suspira, triste, e continua andando, até entrar em um de seus prédios.Um funcionário escorrega bem na sua frente, lançando para o alto a bandeja que carregava. Uma tigela de sopa cai sobre a camisa branca do Sheik, que o olha com raiva. Além de estar sentindo uma leve ardência na barriga.— Senhor, perdoe-me! O piso está molhado e eu escorreguei — o funcionário fala ao tentar se levantar, mas volta a cair, batendo a cabeça. — Ai!Zayn olha para o chão e vê uma poça de água que se formou com o gotejamento do ar condicionado ao seu lado. Se o rapaz não tivesse caído antes, ele mesmo teria.— Por favor, senhor, não me mande embora. Eu tenho filhos, preciso do emprego — o funcionário pede ao se levantar, pegando um guardanapo de tecido.— Dê-me isso! — Zayn pega o pedaço de tecido, limpando-se rapidamente. — Eu não vou demiti-lo, foi um acidente — fala em um tom levemente ríspido, pois precisará se trocar logo, tem uma reunião antes do almoço.— Obrigado, senhor! — o garçom atrapalhado agradece, pegando as coisas do chão sem parar de escorregar.Zayn franze o cenho diante da cena.— Chame alguém para limpar essa bagunça — ordena, seguindo para o seu escritório.Minutos depois, tira a camisa suja e veste uma limpa que pediu em uma das lojas de seu resort em caráter de urgência. Enquanto se troca, escuta atentamente um de seus seguranças.— Senhor, temos um devedor que nunca o paga nas datas estipuladas. Ele tem três empréstimos vencidos há meses. Para o azar dele, eu o encontrei na estrada e o trouxe para conversar com o senhor.Zayn pondera enquanto abotoa a camisa de um tom azul-claro, olhando-se em um espelho que faz parte da decoração do escritório.— Traga-o aqui — ordena, sem nenhuma emoção aparente.Então, senta-se, aguardando a entrada de seu devedor. Ele já tem ideia de quem seja, só não sabe por que ainda não o matou. Esse ser não faria falta a ninguém no mundo...— Aqui está, senhor — fala o segurança, cortando seus pensamentos e empurrando o homem, que cambaleia com facilidade, por estar um pouco embriagado.— Deixe-o e saia — diz Zayn, sem deixar de olhar para o único traficante de pessoas que conhece “ainda vivo”.O homem à sua frente está sujo da poeira do deserto, e o cheiro horrível que emana de seu corpo é falta de um bom banho.— Eu quero o meu pagamento e o quero hoje! Tem de ser hoje, antes da meia-noite, ou eu vou te caçar! Serei o seu pior pesadelo... — sentencia Zayn, com um olhar sério.O traficante treme os lábios ao tentar falar, logo seu corpo todo fica trêmulo. A sensação que o toma, além do medo, é a de desmaio.— Sheik, eu não tenho dinheiro. Estou tentando vender uma mulher sequestrada há alguns dias, mas não sei por que ninguém a quer.— Não me importa como você vai conseguir todo o dinheiro, se vira!Então, o traficante tem uma ideia. Ele sorri, mostrando seus dentes de amálgama.— Eu posso trazer a jovem brasileira para o senhor como pagamento, ela pode ser uma de suas odaliscas. Tem um corpo lindo e cabelos da cor do fogo.Curioso, Zayn franze a testa. Olha para o homem à sua frente e indaga:— Como sequestrou uma brasileira?— Foi uma encomenda, senhor, mas o pagante me enganou. Então, eu fiquei com a jovem. É só dar um banho nela, pois está há dias comigo. E também está um pouco debilitada, porque não se alimenta.— Eu imagino o tipo de alimento que você dá a ela. Deve ser completamente intragável — fala Zayn, tenso.— Não é bem assim, senhor. Eu cuidei bem dela durante todos esses dias.— Cuidou tão bem que ela não toma banho há dias e não come. Espero que ela não esteja morrendo, seu verme do deserto!Zayn balança a cabeça em negativa.— Você sabe que eu sou contra tráfico humano — fala, pegando sua espada na parede, então desfere um golpe tão rápido que nem o traficante percebe. Um fio de sangue desce pelo rosto do asqueroso.— Por favor, senhor, não me mate! — implora.— Qual é a sua intenção com a garota? — Zayn pergunta, sem paciência, encostando a ponta da espada em seu pescoço e o perfurando levemente até uma gota de sangue escorrer.— Eu ia a entregar para o mandante em troca do dinheiro. Mas oferecerei a jovem para uma tribo no deserto, se o senhor não a quiser como pagamento.Zayn sabe que a moça não será bem tratada nas tribos. Será torturada, estuprada e feita de escrava até a matarem.Com o coração amolecido, pois pensa se tratar de uma adolescente com medo e assustada, Zayn faz algo inesperado até para ele mesmo.— Traga a garota antes da meia-noite. E espero que não a tenha tocado. Perderá a mão se o fez!— Por Alá! Juro que não a toquei! Eu disse ao senhor que está intacta, poderá comprovar.— Está bem. Não me faça perder mais tempo com você. Se eu souber que continua traficando pessoas, eu o matarei, sem dó nem piedade.— Não farei mais, senhor. Eu juro! — diz o traficante, com olhos arregalados e mãos elevadas.Zayn guarda a espada na bainha e a pendura na parede. Em seguida, chama o segurança, que leva o traficante para longe de suas vistas.Zayn fica pensando na jovem, em seus cabelos da cor do fogo... Já viu algumas mulheres ruivas, mas nunca teve o prazer de se deitar com uma.Volta a se sentar e a se concentrar em seu trabalho. Quase não tem o que fazer, pois está com tudo em dia. Mas suas assinaturas são muito importantes, com reuniões igualmente importantes durante o dia.Seu expediente é extenso. Mal termina seu trabalho no prédio do centro da cidade, dirige-se para a praia, a fim de visitar o resort que está sendo inaugurado em uma de suas ilhas.De turbante e roupa social, segue até onde estão todos. Ao passar por algumas pessoas, sente os olhares femininos queimando suas costas, tamanha intensidade.Zayn sabe o efeito que causa nas mulheres, é o árabe mais bonito de seu país.Capítulo 2Um sentimento diferente.Zayn toma um banho morno. A água tira a espuma do corpo bronzeado pelo sol do Oriente. O Sheik tem um físico de arrancar suspiros das mulheres, e seu membro é bem avantajado, algo de que pode se gabar, do jeito que as gulosas gostam. Se não estivesse esperando aquele ser imprestável trazer a jovem ruiva, estaria no clube se enterrando no meio das pernas de uma bela dama. Ou de várias. Mas a vontade de proteger a mocinha fala mais alto. Poderia, sim, ter deixado seu segurança os aguardando e ir se satisfazer, porém, algo dentro de seu ser lhe diz que deve esperar. Termina o banho, coloca um roupão, segue para o quarto, veste uma roupa bem fresca e anda descalço pelo apartamento até a cozinha, onde toma um copo de chá gelado. Zayn até ponderou tomar um café bem quente, mas precisa esfriar seu corpo, pois não quer que a jovem se assuste com a raiva fervente que está do maldito traficante. Na sala, aguarda olhando pela janela. Em poucos dias, irá se
Capítulo 3Sr. AguiarAlexandre quebra tudo o que vê pela frente, pois sua princesinha está sumida há uma semana. Ele está em pânico, completamente desesperado, não sabe mais o que fazer.Irado, cheio de ódio e rancor, grita para liberar a tensão que está cravada em seu coração. Sua filha é tudo em sua vida.Senta-se no chão, com as mãos na cabeça, e chora como não conseguiu chorar no enterro de sua amada esposa.Morgana nasceu quando Alexandre tinha 18 anos. Foi um descuido que teve com a namorada, ele não pretendia ser pai tão cedo, mas se assim Deus quis, quem era ele para dizer alguma coisa.Então, assim que sua princesinha nasceu, Alexandre pediu a namorada em casamento. Seu pai, um homem muito sério, mas justo, encantou-se pela netinha recém-nascida e ajudou o filho com todos os preparativos do casamento, e os deixou morar na Mansão Aguiar, onde Alexandre vive até hoje.Dez anos felizes se passaram, até a esposa descobrir um câncer terminal, que a levou em quatro meses.Alexandre
Capítulo 4Ela dorme como um anjo.Nana, carrega uma bacia com água morna e um pano limpo, se acomoda ao lado da cama e retira os sapatos da jovem com cuidado para não a assustar. Zayn observa os delicados pés que estão muito machucados. Nana, molha o pano e começa a passar, delicadamente, o tecido úmido pelo corpo da jovem, dando atenção ao rosto, braços, pernas e pés. Com a remoção de toda a sujeira, de dias andando pelo deserto, dormindo, só Alá, sabe onde, é possível ver a verdadeira beleza da mulher de cabelos cor de fogo. "Agora, sim, estou perdido!" — Zayn pensa.Mesmo de costas limpando a jovem, Nana sente a intensidade do olhar do seu querido Zayn, e ri, fazendo ele franzir a testa. — O que foi Nana? — Você olha para ela como se fosse um pote de mel suculento. — Mel? — Sim, mel, doce, suculento, viciante... ele pigarreia cortando seus próprios pensamentos. — Olhar para ela é como se eu olhasse para um “Sunshine”. — Pensando por esse lado, ela parece mesmo um raio de so
Capítulo 5Seu anjo acorda...Zayn acaba sendo rendido pela exaustão dormindo na poltrona com o celular na mão.Na cama, Morgana mexe a cabeça de um lado para o outro e, franzindo a testa, libera um leve gemido de dor.— Ah...Vira a cabeça para o outro lado e sente uma dor muito forte:— Ai.Coloca as mãos na cabeça, a dor é insuportável, sente a boca muito seca e a garganta dói.Abre levemente os olhos, durante vários dias acordou na escuridão e com frio, dessa vez está tudo diferente, está em uma cama macia e do seu lado tem uma imensa janela por onde entra a claridade da lua.Mais uma vez sente uma forte pontada na cabeça e geme alto:— Ah!Zayn acorda tão rápido quanto dormiu, se levanta bruscamente fazendo seu celular se espatifar no chão e não dá importância."Ela acordou." — pensa antes de se aproximar vagarosamente para não a assustar.Morgana observa o luar, sente o corpo um pouco dolorido, o que dói muito são os pés, andou muito no deserto, só de lembrar sente as lágrimas qu
Capítulo 6É agora ou nunca!Descalça, Morgana observa o quarto, vai até o closet, procura algo que possa esconder dentro do roupão para se proteger.Seu pai sempre lhe disse, quem vê cara não vê coração."Esse árabe pode aparentar ser bonzinho, mas é melhor ele não tentar nada ou vai se dar mal." - Pensa enquanto pega um alfinete de gravata o escondendo dentro do bolso do roupão.Não tem mais nada que possa usar para se defender, ele perceberia suas intenções de imediato, se arma de coragem, dá um longo suspiro saindo do quarto devagar.Ao abrir a porta, entra vagarosamente na sala, não vê nada nem ninguém, o cômodo é imenso, não faz ideia de onde ele possa estar.De repente tudo parece em câmera lenta, olha ao redor, no hall observa a porta de entrada, seus olhos brilham.Se esgueira rapidamente até a porta, com a adrenalina que deu em seu corpo, seu coração começa a bater mais rápido, as mãos ficam trêmulas e suadas.Olha para os lados antes de destrancar a porta para a sua tão sonh
Capítulo 7Um brilho no olhar.Alexandre Aguiar dormia, estava tão nervoso acordado que começou a gritar incansavelmente com seus seguranças e quem aparecesse pela frente.O segurança chefe, Carlos, chamou um médico antes de decolarem, Alexandre só foi contido quando quatro de seus seguranças o seguraram para receber uma dose cavalar de um sedativo potente.Ao ser segurado ameaçou todos, até o piloto antes de desmaiar.- Ele está bem doutor? - Carlos pergunta preocupado.- Sim, vai dormir por um bom tempo. Ao chegarem em seu destino, procure ajuda caso volte a ter crise de ansiedade.Carlos agradece e começa os preparativos para a decolagem, coloca primeiro o patrão na cama.Olhando para ele assim tão sereno, nem parece ser tão arrogante, principalmente desde que a filha foi sequestrada.- Morgana... - Carlos fala baixinho lembrando da linda mulher que é a filha do patrão.Ninguém sabe que tem uma paixão platônica por ela, quantas vezes foi obrigado a ficar perto dela quando saia para
Capítulo 8Um conhecido.Zayn vai até uma loja, que fica perto do seu prédio, conversa com uma vendedora e pede roupas que sejam menos chamativas, mas que não cubra tanto o corpo.A mulher lhe mostra uma calça tipo legging colada e uma camisa preta levemente transparente não muito larga, florida e comprida.Com um leve sorriso ele aprova a escolha da vendedora, como tinha visto o número do sapato dela, tem facilidade em escolher um confortável por causa dos machucados.Satisfeito, volta para o hotel entregando a sacola para Morgana que agradece sem jeito indo se vestir.Ao retornar, Zayn a olha de baixo para cima boquiaberto, seus olhos ficam nublados com as sensações que ela faz ele sentir.- Não pensei que ficaria mais linda do que já é - diz a admirando.Levemente envergonhada, agradece o elogio, nunca ficou assim, acanhada perto de um homem, é sempre muito desinibida.- Venha, vamos para o meu novo lar. Nana, está pronta?- Sempre meu filho. Estou morrendo de saudades da minha sobr
Capítulo 9O primeiro beijo?Ela tira a perna de seu colo, se levanta, anda até a janela, admira em silêncio a paisagem, ficando inerte em seus pensamentos.Pensa no pai, em tudo o que passou esses dias, e na sorte que teve de Zayn a ter encontrado. Sorte? Sim, acredita que foi sorte é a única resposta que tem para a sua própria pergunta.Ele se aproxima, toca levemente em seus ombros lhe cortando os pensamentos, a fazendo se arrepiar mesmo a tocando por cima do tecido.- Seus ombros ainda doem? - Pergunta perto do seu ouvido, a vira para a fitar nos olhos que são da cor do mar.Ela engole seco, estar assim tão perto do rosto dele, faz seu coração bater descompassado, Zayn é como um colírio.- Você está bem? - A segura pelos braços depois de a ver bambear.Como dizer a ele que basta apenas se aproximar para a deixar com as pernas bambas?- Eu... Eu estou bem, obrigada.Ainda sem conseguir controlar as pernas se apoia em seus ombros, sente Zayn estremecer ao sentir seu toque. Ou seria e