EDWARD PORTMANALGUMAS HORAS DEPOIS, NOITE DO JANTAR…A sala estava um caos tranquilo. Todos estavam largados em diferentes posições, bêbados o suficiente para não se importarem com a luz ainda acesa ou com a música baixa que tocava no fundo. Eu, apesar de ter bebido mais do que o usual, ainda estava consciente o bastante para observar tudo à minha volta com clareza. Norman, esticado no tapete, era uma visão que eu não podia perder — uma foto para futuros momentos de chantagem seria perfeita.Clique.A câmera do meu celular registou o momento de forma impecável.Ruby e Sophia dormiam num canto do sofá, abraçadas de uma forma que só irmãs de alma fazem. Milena, por outro lado, estava encolhida do outro lado, quase impercetível se não fosse a cor dos cabelos que contrastava com o estofado escuro. Por um momento, perguntei-me se ela não sentia frio, mas a ideia logo se dissipou.Aproximei-me da minha irmã e toquei-lhe de leve no ombro.— Principessa, é hora de dormir na cama — sussurrei,
EDWARD PORTMANNorman estava ao meu lado, estalando os dedos como sempre fazia quando ficava impaciente. Ele me encarava com um sorriso enviesado, esperando que eu notasse a sua presença.— Hei, Edward, está distraído com o quê? É ainda sobre a confusão da Merith? — Norman Duncan arqueou a sobrancelha com uma expressão provocadora que me fez bater na mão dele para afastar do meu rosto.Balancei a cabeça, um sorriso discreto surgindo, sabendo que se lhe contasse sobre a noite que ele teve a ideia do contrato, ele me acusaria de estar pensando na minha noiva de fingir, o que não seria de todo mentira.— Nada disso. Só estava pensando no que me espera no escritório nesta fria tarde. A papelada, os contratos… — Dei de ombros, tentando soar casual. Mas a verdade era que a minha mente vagava por outro lugar, um lugar com cabelos ruivos e olhos que escondiam segredos.— Sempre você e o trabalho. — Norman riu e fez um gesto dramático com a mão. — Mas falando em coisas mais importantes, hoje t
EDWARD PORTMANDirigia pelas ruas movimentadas, o relógio no painel do carro marcava o tempo que me restava antes do início do jogo, e eu já imaginava o som da torcida e o estalo das batatas fritas sendo devoradas. As sacolas com os petiscos comprados de última hora estavam no banco do passageiro, balançando levemente conforme eu acelerava nas curvas.Estacionei na garagem do prédio e peguei as sacolas, subindo rapidamente pelo elevador. Quando a porta do apartamento se abriu, fui recebido por um aroma um pouquinho mais estranho do que eu esperava. Ao invés de lavanda misturada, talvez no máximo ao cheiro de alguma comida já feita algum tempo, era totalmente de comida sendo feita agora, e aparentemente muito gostosa.Adentrei na sala e percebi a mesa de centro repleta de tigelas e travessas. Havia batatas fritas, amendoins temperados e uma fileira de mini hambúrgueres arrumados meticulosamente. Franzi a testa, intrigado. Dei mais alguns passos e então a vi. Milena estava de costas par
O vento soprava forte contra as janelas do apartamento, carregando um frio cortante que fazia os meus ombros se encolherem levemente enquanto fechava a mala, mesmo estando em casa, embora o aquecedor estivesse agora desligado.Cada peça de roupa estava dobrada com precisão quase obsessiva. Os meus dedos ajustavam o tecido de um dos sobretudos que havia colocado cuidadosamente na mala, agradecendo silenciosamente às vendedoras que me convenceram a comprá-los.Olhando-me rapidamente no espelho ao lado da porta, ajeitei o sobretudo preto sobre o vestido vermelho que abraçava a minha barriga de maneira óbvia, mas elegante. O tom carmesim era ousado, mas o tecido macio e a forma que me caía lembravam-me que, mesmo grávida, eu ainda poderia me sentir bonita. Os scarpins de salto baixo e as meias de vidro completavam o visual, proporcionando um toque de classe e uma praticidade necessária. Os meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo firme, evitando que o vento me transformasse em uma
MILENA CHRISTIANDurante o trajeto, pequenos flocos de neve se destacavam contra o vidro do carro. Não era exatamente uma nevasca, apenas sinais tímidos de um inverno que começava a se fazer presente. Observei as paisagens brancas surgindo à medida que nos aproximávamos do resort, e uma certa tranquilidade se instalava em mim, mesmo que o silêncio entre mim e Edward continuasse. Ele mantinha as mãos firmes no volante, os olhos azuis focados na estrada à frente, e eu me pegava admirando o contraste entre o frio lá fora e o calor aconchegante do carro.Assim que chegamos ao resort, porém, tudo pareceu mudar. As luzes natalinas cintilavam de forma quase mágica, decorando o local de maneira impressionante. Árvores enfeitadas com luzes brancas e vermelhas, guirlandas penduradas nas portas e uma enorme árvore de Natal no centro do hall principal, coberta de enfeites dourados e prateados. Eu me senti, por um momento, como uma criança novamente, perdida na grandiosidade daquela decoração.— F
MILENA CHRISTIANDe repente, dois toques fortes são dados na porta e Edward olha uns instantes para mim antes de atravessar a sala para abrir a porta, estando o seu chefe, vestido apenas com um robe felpudo branco que parecia engolir a sua figura. Ele sorriu, despreocupado, ao cumprimentar Edward, que respondeu com um aceno breve e o convidou a entrar.Enquanto isso, além de começar a abrir tanto a minha mala quanto a dele para organizar os nossos produtos de higiene no único banheiro da suíte, fiquei alternando o meu olhar entre eles.— Boa noite, futura Sra. Portman! — Lewis cumprimentou-me com simpatia, antes de continuar: — Só passei para dar dois avisos. Primeiro, haverá um jantar especial para comemorar as bodas hoje. Segundo, muita gente já está na zona da piscina aquecida. Seria ideal que vocês descessem, Edward. Já tem vários convidados esperando para começar os contatos.O italiano assentiu com naturalidade, quase como se aquilo já fosse esperado.— Certo. Obrigado pela info
MILENA CHRISTIANRespirei fundo, abrindo a mala sobre a cama e buscando o único biquíni que havia trazido. Não era exatamente o ideal para a situação, mas serviria. O tecido preto era simples, porém levemente sensual. A parte de cima tinha um decote em triângulo que, antes, ajustava-se perfeitamente, mas agora, com os seios mais volumosos por causa da gravidez, parecia menor do que deveria. A parte de baixo era discreta, mas com laterais finas que deixavam as curvas ligeiramente mais evidentes.Segurei as peças nas mãos e encarei o robe do resort pendurado ao lado. Ele era felpudo e quente, com o logótipo discreto bordado na altura do peito. Era uma escolha óbvia para minimizar o desconforto. Se estivesse de robe, ninguém repararia muito, e assim que eu entrasse na água, tudo ficaria escondido. Era um bom plano.Não demorou para Edward sair do banheiro, vestindo um calção de banho preto que contrastava perfeitamente como robe branco que havia vestido por cima de forma desleixada. Os c
MILENA CHRISTIANO meu olhar vagou por entre as pessoas na piscina, agora mais cheia do que eu esperava. Respirei fundo, tentando concentrar-me, mas o desconforto da conversa com Emma fazia a minha mente girar. Eu não definitivamente estava pronta para isso.Os meus olhos procuraram Edward, quase que de forma desesperada. Ele tinha essa habilidade irritante de desaparecer nos momentos mais inoportunos. Finalmente o avistei, ao fundo, conversando com um grupo de homens de terno, ainda impecável apesar do ambiente casual.Provavelmente os tais contatos que o seu chefe mencionara antes.Decidi virar-me novamente para Emma, que continuava sorrindo de maneira educada, mas parecia carregada de algo mais profundo, pois bem, a curiosidade venceu-me.— Então, Emma… — comecei com um tom que esperava não soar invasivo. — Como é o Enrique Bunion como marido?Ela piscou, um pouco surpresa, mas logo relaxou os ombros.— Ele é... um homem muito focado. — Seu sorriso parecia sincero-— Focado é uma b