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Yolanda narrando

—     O seu motorista já pode me levar para casa? – eu

pergunto Alejandro quando nos afastamos de outras pessoas, o seu olhar

debochado me assusta.

—     Você nunca mais vai voltar para aquela casa – o

tom da sua voz era irônico.

—     A gente não se casou ainda. – Eu afirmo.

—     Eu paguei por você, um dinheiro enorme para os

seus pais, era só o que eles queriam, se livrar de uma das filhas para ter

dinheiro. Você irá ver eles durante os encontros da máfia e compromissos

oficiais, mas – eu olho para ele – ninguém pode saber que você é filha deles.

—     Isso é loucura – eu respondo – é loucura.

—     Por que você acha que escolhemos vocês? A sua

família? Seus pais desapareceram, viviam escondidos com vocês e essa sempre foi

a intenção dele. Manter as duas longe dos holofotes e dos olhares curiosos,

porque conseguiriam um bom casamento dessa forma.

—        Meus

pais sempre pensaram no nosso bem-estar e nunca em dinheiro.

—     Ter filha mulher é isso, a gente educa, cria

pensando no retorno que elas vão nos dar – ele fala – você vai para minha casa.

Pode esperar sentada se quiser. – Ele sorri passando a mão pelo meu rosto.

Durante o dia todas as várias pessoas vieram conversar

comigo, eu sorria e respondia com palavras curtas, eu estou totalmente perdida

nesse lugar, querendo fugir para qualquer lugar. Eu entrei de paraquedas em um

mundo que eu jamais pensei em viver.

—     Aqui o seu quarto – Alejandro fala abrindo a

porta.

—     Obrigada – eu respondo

Ele entra dentro do quarto, tirando o seu paletó e sua

gravata, colocando em cima da cadeira.

—     Se esse é o meu quarto, por que você está aqui?

– eu pergunto para ele e ele me encara.

—     Eu vou dormir aqui também! – ele responde com o

tom de voz firme.

—     Não, não somos casados ainda – eu respondo e ele

me encara.

—     O que foi? Está com medo Yolanda? – ele abre um

sorriso de canto abrindo a sua camiseta – Vai me dizer que você é virgem? – eu

engulo seco quando ele me pergunta, ele se aproxima de mim e sinto o cheiro do

seu perfume, que não era forte e nem suave, era um cheiro gostoso de sentir.

—     Você  não

vai encostar em mim , eu quero dormir sozinha. Eu ainda não sou casada com você

– eu olho para ele com canto de olho e ele encosta as suas mãos em meus lábios.

—     Você é virgem – ele responde – duas irmãs

completamente diferente uma da outra.

—     Não encosta em mim – eu falo tentando tirar a

sua mão do meu rosto, mas ele agarra meu queixo.

—     Quem decide a hora que eu vou ou não deixar de

encostar em você, sou eu – ele fixa os seus olhos no meu e meus olhos se enche

de lagrimas - mas não se preocupa – ele fala me empurrando – eu não vou gastar

meu tempo com você.

—     Você é nojento – eu falo baixo e ele se aproxima

de mim.

—     O que você disse? – ele pergunta

—     Eu disse que você é nojento – eu olho para ele –

você acha que está me humilhando quando me rejeita, mas você me deixa aliviada.

—     Seu pai disse que você sabia como se comportar,

mas pelo jeito essa foi mais uma mentira dele – ele segura meu braço – você e

toda sua família são um bando de caipiras.

—     Eu não admito que você fala da minha família

dessa forma – eu falo.

—     Quer proteger eles? Na primeira oportunidade que

tiveram, se livraram de você – ele me j**a na cama e ele tira sua camisa

jogando para o lado.

—     Me deixa em paz – eu falo e ele me segura pelas

pernas , eu me debato e ele abre o zíper da sua calça.

—     Você é minha – ele me pega pelas pernas me

trazendo para ponta da cama.

—     Me larga, me solta! – eu grito para ele e ele

coloca a sua mão enorme na minha boca.

Eu começo a me debater, mas era

impossível, ele levanta o meu vestido para cima, colocando a minha calcinha

para o lado, quando iria o empurrar, ele consegue colocar o seu membro dentro

da minha intimidade de uma vez só, eu era virgem e entrou como se tivesse me

rasgando por inteiro. As lagrimas desce pelo meu rosto sem parar, e ele

continua com movimentos fortes dentro de mim, a dor era imensa, intensa de mais

, eu queria gritar, eu sinto algo escorrendo pela minha perna e ele sai de

dentro de mim, tirando a sua mão de dentro da minha boca, eu reúno forças e

fico de joelho na cama e começo a bater nele.

—     Seu monstro, seu nojento – eu falo e ele segura

os meus braços.

—     Cala a porra da tua boca! – ele fala me

balançando enquanto me segura. - você é minha, você é minha noiva , não me faça

cansar de você.

—     Você me estuprou – eu olho para ele com as

lagrimas descendo pelo meu rosto.

—     Pelo menos você ainda era virgem – ele fala me

jogando na cama.

Eu olho para os lençol e vejo sangue, olho para as minhas

pernas e era sangue misturado com algo branco saindo de dentro de mim, a dor

era grande, estava ardendo de mais a minha intimidade. Eu me sentia horrível,

estava com dor fisicamente e na alma, eu não conseguia acreditar que ele tinha

me estuprado, eu me encolho na cama e começo a chorar muito. O sentimento que

eu estava sentindo era algo destruidor.

Eu me levanto e vou para o banheiro tomar banho, a água

gelada escorrendo pelo meu corpo, eu queria que ela lavasse toda a minha alma e

a minha dor, mas era impossível. Quando eu saio do banho, encontro Paola no

quarto trocando os lençóis.

—     Alejandro pediu se eu poderia vir até aqui – ela

fala.

—     Ele me estuprou. – Eu falo e ela me encara.

—     Ele te machucou? – ela pergunta se aproximando –

ele te bateu?

—     Ele me estuprou – eu repito.

—     É seu dever como futura esposa, sua mãe deveria

ter tem contado.

—     Eu sei o que acontece, mas ele me estuprou – eu

repito e ela me encara – ele me obrigou, ele foi rude e cruel.

—     Calma, eu vou falar com ele – ela passa a mão

pelo meu rosto – os lençóis estão limpos e eu trouxe remédio para dor e uma

jarra de água.

—     Obrigada – eu respondo de braços cruzados.

Ela sai do quarto quando Alejandro entra, ela passa por

ele e eu fico parada no mesmo lugar, ele passa por mim , tirando seu relógio e

colocando ao lado do criado mudo, eu me aproximo de onde ela tinha deixado a

jarra e tomo o remédio, ele se deita na cama virando para o lado ao contrário,

eu reluto comigo mesmo para me deitar ao lado dele.

Só que eu não tinha saída e me deito ao seu lado.

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