Dorian sentiu sua cabeça doer desde o momento que deixou o castelo e esta viagem só o frustrou, por que eles não podiam se mover tão rapidamente como ele queria, já que a segurança de Lilian não estava em discussão, claro que isso não era culpa de Lilian, mas se atrasar com o cronograma, não era algo que Dorian apreciava. afinal seu lobo nunca permitiria que ela fosse escoltada por um comboio e eles fossem na frente em suas formas de besta. Dorian sabia em cada fibra do seu ser que isso não aconteceria de forma alguma, algo nela vinha despertando todos os instintos de proteção nele.Não demorou muito para que Dorian caísse em sono profundo, assim como ele pensava estar perto dessa garota o ajudava a dormir melhor, coisa que ele não conseguia fazer a algumas décadas, seu lobo, no entanto estava atento ao redor, aos sons e cheiros, a tudo que envolvia a bela moça de cabelos longos e vermelhos.Lilian não acordou o rei, mesmo quando cruzaram mais duas cidades e suas pernas estavam ficando
Com uma última olhada em Lilian, Dorian se levantou e saiu da carruagem, esperando-a do lado de fora, Lilian por sua vez esperou que a cor em seu rosto voltasse ao normal antes de se levantar e seguir o rei, lentamente ela foi saindo da carruagem, o cansaço do dia inteiro viajando enfim a alcançando, “Urgh...” Lilian estremeceu assim que começou a se mover, não parecia tão doloroso enquanto estava sentada, mas agora em pé e em movimento parecia que ela havia caído em cima de uma roseira muito espinhenta, todos os seus músculos protestaram contra o movimento, mas Lilian não cederia, ela falou que estava bem, ela ficaria bem. Porem o universo ou ate mesmo a deusa da lua gostava de ver Lilian passar vergonha, por que no momento em que seu pé tocou o primeiro degrau Lilian percebeu que ela simplesmente havia perdido a sensibilidade das pernas e o chão veio rapidamente em seu encontro.O rei a pegou antes que ela caísse de cara no chão, o braço do rei envolveu sua cintura e ele aconchegou
Cast os guiou até o andar de cima, onde eles ficarão hospedados, “as acomodações são boas, consegui que o seu quarto fique ao lado do de lady Lilian”, falou o beta real, mas o olhar de Dorian fez Cast baixar a cabeça e esconder um sorrisinho. “ela ficara nos meus aposentos”, declarou Dorian com uma voz que Lilian nunca havia ouvido antes, mas que fez ate seus dedos dos pés se contorcerem, e nesse momento ela percebeu que ouviu pela primeira vez a besta do rei.Poucos podem dizer que ouviram a besta real e ficaram vivos para contar a história, e sabido em todo reino que o rei não e um homem que tolera desobediência, ele e um bom rei, o povo não passa fome, mesmo com a guerra todos dormem com a barriga cheia, mas se sabem que o rei não pensa duas vezes quando se trata de aniquilar qualquer um que esteja em seu caminho, dizem que a visão da besta do rei no campo de batalha e magnifica, nenhum soldado inimigo passa por ele, e para Lilian ouvir a voz da besta do rei, foi algo que ela nunca
A estadia na pousada foi relativamente calma, Dorian não falou com Lilian mais do que o necessário, ele saiu logo após o beta trazer as ervas, uma serva apareceu na porta uns dez minutos depois, informado a que o rei havia pedido água quente para Lilian poder tomar banho antes do jantar Lilian não conseguiu segurar um sorriso ao pensar que de alguma forma ele se importava e cuidava dela, mesmo sem eles entender a estranha ligação que os unia.Após o banho, Lilian já preparou uma grande e fumegante caneca de chá com as ervas que o beta trouxe para ela, enquanto estava sentada em frente a lareira desfrutando do seu chá, o jantar chegou, e ela percebeu que comeria sozinha, mas também o que ela esperava? Que o rei viesse jantar com ela, Lilian riu de sua própria burrice e jantou em silencio, desfrutando de uma comida simples, mas deliciosa.DorianComo posso ter dormido o dia inteiro, nenhum barulho me perturbou, nada me acordou, não sei o que essa garota tem que me faz relaxar na presenç
O céu aqui nas colinas é lindo, a brisa calma e refrescante me faz relaxar, Leonor e eu sempre fugimos para as colinas para aproveitarmos o sol da primavera e contemplarmos o céu, mas hoje não, hoje eu vim sozinha, Leonor ficou para ajudar o papai com os preparativos para a chegada do rei, como eu não tenho dons de cura sou uma inútil (como diz meu pai), para ajuda-lo nos afazeres da chegada do Rei. Não que isso impeça de alguém me mandar fazer tarefas que eles mesmos não querem fazer, como limpar e lavar, e claro que em minha posição eu não precisaria fazer nada disso, mas como meu pai me abandonou a minha própria sorte após descobrir que eu não tenho dons de cura, todos me humilham e se aproveitam da minha falta de sorte para se imporem sobre mim, não que eu permita, nunca abaixei a cabeça para nenhum deles, nem mesmo quando me batem, só Eleonor fica do meu lado, ela sempre me defende e briga com todos aqueles que me maltratam, mas infelizmente ela não está por perto sempre, então
eu não deveria estar aqui, aqui nas colinas do lado norte do castelo é de uso pessoal do alfa, para quando ele quer caçar ou ficar sozinho, eu acho um desperdício um lugar tão grande e lindo para uma pessoa só, e por sorte o alfa não se importa com esse lugar, então nem ele e nem ninguém vem aqui, somente eu e minha irmã.Daqui da pra ver todo o povoado, o castelo, a torre sul que é onde eu moro, o rio que circunda todo o lado norte do castelo, eu poderia amar esse lugar, se pudesse chamá-lo de lar, mas desde que não consegui me curar quando tinha seis anos, logo após sofrer um pequeno acidente, meu pai virou as costas e foi embora, ele não aguentou o desgosto de ter uma filha que descende dos maiores curandeiros da história, mas não tem o dom da cura, desde então ele me trata com indiferença, as vezes ele finge que eu não existo, se não fosse pelo fato de que ele seria humilhado, acho que ele diária a todos que não sou sua filha, acho que para ele a humilhação da hipótese de ter sido
No centro da sala, em cima da mesa de procedimento estava o corpo sem vida e inerte de Leonor, nesse momento o mundo parou para Lilian, tudo o que ela tinha era sua irmã mais velha, a única pessoa que a amou e cuidou foi sua irmã, e agora ela não tinha mais nada, o grito ficou preso em sua garganta, na sua face estava a imagem do horror, o corpo de Eleonor estava coberto de sangue, Lilian não sentia as próprias pernas, ela ficou ali na porta, presa ao chão, seu coração batia tão rápido e estava ensurdecedor que ela não conseguia distinguir o que as pessoas ao redor falavam, ela era pura dor e desespero, então quando ela sentiu uma tapa violento em seu rosto ela não podia fazer mais nada a não ser cair.seu pai estava gritando com ela, mas ela não conseguiu entender nada do que ele falava, a sua face não doía nada comparado com a dor de ter seu coração partido em milhares de pedaços ao ver Leonor naquela mesa, ela se forçou a ouvir seu pai, mesmo sabendo que tudo oque ele falava só pior
Lilian ficou no quarto por duas semanas, todos acharam que ela morreria também, os empregados levavam comida duas vezes ao dia, deixavam no mesa e saiam, mal davam uma segunda olhada nela, seu pai não veio uma vez se quer para vê-la, ela ficava na cama, pensando em como a vida era injusta, afinal de tantas pessoas no mundo, por que justo sua irmã tinha que morrer, os fatos em torno da morte de Eleonor eram muito estranhos, Eleonor caiu do alto da torre leste, onde estava limpando os aposentos para o rei que chegou logo no dia seguinte a sua morte, pelo o que disseram não tinha mais ninguém lá em cima com ela, ela subiu na janela para limpar e caiu ou se jogou, um argumento que alguns estavam discutindo, se foi acidente ou suicídio.Lilian tinha certeza que Eleonor nunca se mataria, ela sabia que a irmã estava diferente nos últimos dias, mas não era tristeza, Lilian achava que eleonor estava apaixonada e como a irmã não disse nada ela resolveu esperar para que ela pudesse contar no seu