Selene esperou que sua mãe saísse da sala e caiu no chão, pois nunca lhe passou pela cabeça que um presente inocente, como aquele que ela havia dado a Henry, era agora algo que poderia colocá-la em mais problemas do que ela já estava. Não só para ela, mas também para Henrique, se o rei ou a rainha descobrisse quem tinha o outro broche ela estaria completamente perdida e Henrique seria condenado aos olhos de sua Majestade. Selene cobriu seu rosto com as mãos, ela não tinha ideia a que punição eles poderiam ser condenados por sua imprudência. Ela não tinha escolha a não ser tentar recuperar a peça e pedir desculpas a Henrique. A verdade só aumentava seu desconforto, lágrimas corriam pelo rosto e ela não fez nenhum esforço para detê-los quando lhe saltaram aos olhos, pois não havia saída. Selene sonhou que um dia mulheres como ela, não teriam que ser submetidas a casamentos forçados e concordaram nas suas costas, mas que elas teriam a voz que ela não tinha, agora ela só tinha que fazer
"A rainha está ferida!"Frederick não saiu da carruagem, ele saltou de onde estava e correu para verificar o que seu homem tinha acabado de gritar. Seu coração martelou com força contra o peito, ele estava com medo, mas também profundamente irritado. Uma raiva que ameaçava se transformar em um ciclone pronto para varrer tudo em seu caminho.Enquanto isso, Selene saiu com a ajuda de uma criada, por um momento ela teve o desejo de correr na direção oposta à carruagem da rainha e fugir, deixar tudo para trás e recomeçar em uma aldeia distante, onde ninguém saberia quem ela era ou sua relação com a Casa Real, no entanto, seu nobre ou melhor, seu coração tolo a guiou até a carruagem, enquanto o médico e a enfermeira correram para ajudar a rainha, pois eles vieram na carruagem emprestada pelos Russells, alguns metros atrás da dela.Selene susteve a respiração ao ver a poderosa rainha, ferida e manchada de sangue, seus olhos estavam fechados, Frederick a segurou em seus braços e por um momen
O rei estendeu a mão para agarrar sua noiva, antes que ela batesse com força e caísse no chão.— Menina malvada, você não precisava ter se descuidado, agora quem vai cuidar de você? — murmurou ele, esquecendo-se das criadas no quarto.— Vou chamar um dos guardas para levar Lady Selene ao seu quarto — uma delas se arriscou a dizer, recebendo um olhar sério do rei. — Não é preciso, eu cuidarei de Lady Selene — disse ele. — Chamem o médico e vocês, tragam uma sopa quente — ordenou ele.As donzelas correram para atender às ordens do rei, enquanto Frederick caminhava com Selene nos braços. Era estranho tê-la assim, mas ele preferia ser o único a carregá-la e não outro homem. Não era correto que outro homem colocasse as mãos na mulher que seria sua esposa.A jovem era leve como uma pena, ele ousaria dizer, pesava mais em suas roupas do que em sua carne. Não fazia sentido, o Barão Russell não estava falido, por que diabos ele não alimentaria bem a noiva do rei?O que Selene Russell comia
Henry cerrou os punhos com força, até que os nós de seus dedos ficaram brancos com a força exercida.— Você não tem o direito...— Você está errado, Henry, entre nós dois, o único que não tem o direito de vê-la é você. Selene Russell é minha noiva — Frederick o lembrou com alegria.O rei não podia se esquecer do broche que havia visto pendurado no peito de Henrique no dia do baile, pois o significado daquela única peça só poderia manifestar o grau de intimidade ou confiança entre os dois.Frederico respirou fundo e tentou evitar que a raiva tomasse conta de seu coração e exigisse uma explicação de Henrique, pois temia que ele não estivesse sendo sincero. O rei não estava se enganando a respeito de seu primo; ele sempre viveu com medo de que ele não fosse diferente de seu tio e ousasse atentar contra sua vida.— Eu a conhecia antes — respondeu ele com raiva.Ela já era minha noiva, não há como você conquistá-la ou tê-la, Henry. Para o seu bem e o de todos, afaste-se dela, veja-a como e
A rainha-mãe adormeceu em algum momento entre a chegada de Regina e a troca de palavras com o rei, o que causou dúvidas e desconforto a Frederico, pois ele temia que sua mãe tivesse ouvido a declaração indireta da jovem. A última coisa que o rei precisava era indispor sua mãe.Enquanto isso, Selene, em seu quarto, olhava pela janela e tentava descobrir qualquer ponto cego no palácio, pois, de alguma forma, ela esperava ter um pouco de paz e fugir de tudo, mas as coisas não pareciam fáceis, a começar pelo guarda que estava sempre perto de sua porta.Seria possível que seu futuro marido tivesse colocado um guarda em sua porta 24 horas por dia? Só de pensar nisso, ela se afastou da janela e se deitou na cama, quase desistindo completamente. Ela não percebeu em que momento adormeceu até que uma batida na porta e a voz de sua criada de cabeceira a trouxeram de volta à realidade.— Minha senhora — chamou a mulher do outro lado da porta, enquanto tentava abri-la, mas era impossível, pois Sel
O caminho que Selene havia seguido, com sucesso, a levou a uma saída nos fundos do palácio. Pelos ruídos que vinham da sala próxima, da qual ela estava separada apenas por uma parede, ela sabia que era a cozinha, e lá estavam os guardas e trabalhadores do reino, jantando, assim como o rei, o príncipe e o convidado. Ela se apressou, mas foi tão cuidadosa que qualquer um que a visse diria que ela estava levitando.Com os pés fora do castelo, ela deu uma última olhada para se certificar de que ninguém a tinha visto ou a veria e correu o mais rápido que pôde, afastando-se o máximo possível do prédio.Selene chegou à margem do lago, estava curiosa para vê-lo de perto, caminhou ao redor dele até chegar à ponte de madeira, olhou de um lado para o outro para ter certeza de que estava sozinha. Sua única companhia era um ganso que, por acaso, passava por baixo da ponte e grasnou, chamando sua atenção. Com cuidado, ela levantou o vestido e caminhou sobre a madeira até o centro, ergueu o olhar p
O corpo de Selene se retesou como a corda de um violino, seu coração batia forte dentro do peito, como se fosse explodir para fora do corpo, era a sensação mais estranha que ela já havia experimentado, um mal-estar que ela não conseguia explicar, pois sentia seu coração batendo como um tambor.Por que ela era tão azarada, por que Frederick tinha que chegar exatamente naquele momento? O destino parecia estar conspirando contra ele, era isso que acontecia. Tinha que ser isso, não havia outra explicação. O universo a odiava tanto que a estava deixando no meio dessa situação terrível.Selene tentou tirar as mãos da cintura de Henry, mas ele não deixou, o que fez o sangue de Frederick ferver dentro dela e congelar dentro de Selene.— Solte minha noiva, Henry, e saia daqui — ele ordenou com uma voz gélida, sem olhar para Selene.Frederick temia que, ao fazer isso, não fosse capaz de se conter, especialmente quando visse o rosto de Henry, ele o estava desafiando silenciosamente, provocando e
Um pensamento proibido a atravessou como uma flecha, um desejo nasceu dentro dela para saber como seria esse beijo, mas nos lábios de Henry. Ela sacudiu a cabeça para afastar o pensamento insano e foi para o banheiro, lavar o rosto com um pouco de água, que as criadas sempre deixavam pronta para ela.Que loucura ela estava pensando? Um beijo não poderia deixá-la tão mal, poderia? Ela não era assim, não era uma mulher que fantasiava, não era uma santa, mas também não era sem-vergonha. No entanto..., o beijo de Frederick despertou nela coisas que ela jamais poderia imaginar que sentiria.Selene bateu violentamente na água, molhando a saia de seu vestido, mas não se preocupou com pequenas coisas, tudo o que ela queria era esquecer o que havia acontecido naquela noite, isso era o melhor. Ninguém saberia do beijo entre ela e o rei.Frederick não era diferente de sua noiva. As sensações e lembranças do que ele acabara de fazer com Selene não paravam de atormentá-lo. Em que momento ele perde