Marcus sorriu.—Asseguro-lhe que será uma honra para mim, desembainhar minha espada e colocá-la aos seus pés — disse como elogio.O rosto de Frederick se transformou diante dessas palavras, apertou os punhos controlando a raiva que percorreu seu corpo, especialmente quando viu o sorriso que Selene deu ao recém-chegado.—Acredito que está esquecendo que Lady Selene é minha noiva, minha futura esposa e sua futura rainha — declarou.Marcus negou veementemente e inclinou um pouco a cabeça diante do rei.—Claro que não posso esquecer, Vossa Majestade, é a razão pela qual me honra colocar-me aos seus pés — insistiu com cavalheirismo, mas a resposta não conseguiu acalmar Frederick.O Marquês de Borja limpou a garganta ao observar o desconforto no rosto do rei e a tensão que pairava no ar.—Por favor, Vossa Majestade, perdoe meu sobrinho, ele é jovem e um pouco imprudente — disse, enquanto Marcus sorria para Selene —. Você deveria se arrumar um pouco e vir jantar — sugeriu o homem ao jovem.—
Frederick entrou correndo em seu quarto. Seu coração batia de forma errática em seu peito, a ponto de doer, então ele teve que deitar-se na cama e esperar que sua respiração acalmasse, assim como os batimentos loucos do seu coração.O que diabos estava acontecendo com Selene?! Como ela podia levá-lo ao limite de agir de forma irracional e pouco cavalheiresca? Ele era o rei, deveria conservar a compostura, além de estar apaixonado por Lady Regina. Como ele poderia esquecer esses sentimentos? Como era possível que Selene tivesse tanto poder sobre ele?Ele sacudiu a cabeça para afastar esses pensamentos, colocou a mão no peito e fechou os olhos. Foi um erro, pois ao fazê-lo, foi arrastado pelos eventos recentes e o puxão em suas calças o fez se sentir pior em relação a Selene e Lady Regina.Ele era um homem que se vangloriava de sempre ter o controle, era hora de utilizar esse autocontrole e se comportar como deveria, no entanto, dizer isso era uma coisa e fazer era outra totalmente dife
A forma como você perguntou pela jovem chamou a atenção do Marquês, mas ele não disse nada, pois percebeu que havia uma certa tensão entre o casal real que ele não conseguia decifrar.—Desculpe, Sua Majestade, eu não vi Lady Selene desde que levei o café da manhã para o seu quarto - respondeu a mulher — Ela deve estar lá ainda, pois não a vi descer, mas para sua tranquilidade, posso perguntar às criadas. — Frederick fez um leve agradecimento com um aceno de cabeça.—Talvez Lady Selene tenha se sentido curiosa pelo jardim e tenha se aproximado para ver as espécies peculiares que trouxemos do exterior — falou o Marquês sem preocupação — Se ela esteve doente, isso lhe fará bem.—Mmm…—É melhor deixá-la descansar, a viagem deve ser muito cansativa para uma dama como ela, Sua Majestade — falou o Marquês com um leve sorriso.Frederick concordou, não estava muito convencido, mesmo assim aceitou comer com o Marquês sem a presença de Selene à mesa, principalmente porque não o fazer seria uma f
O sentimento de desconforto que tomou conta do rei foi muito mais do que raiva ao ver Selene com o jovem e numa atitude tão amigável, para não dizer mais nada. O primeiro impulso de Frederick foi procurar a entrada da cabana e afastar Selene de Marcus, mas antes mesmo de poder se mover, ouviu as notas que saíam do piano, sob os dedos de Selene.Aquelas notas não eram perfeitas, pareciam uma melodia de Mozart, embora ele não pudesse dizer com certeza, pois não soava de forma normal, mas havia algo que o manteve quieto e atento, observando Selene deslizar seus dedos um pouco desajeitadamente sobre as teclas.Marcus se afastou um pouco mais para a extremidade do banco, dando mais espaço para Selene tocar e, ao mesmo tempo, um pouco de tranquilidade para o coração agitado do rei, mesmo que inconscientemente.As caretas que Selene fazia quando errava algumas das cordas roubaram um ou outro sorriso contido de Frederick, que ficou do lado de fora, esperando ela terminar a melodia. Esteve pre
O casal estava tão concentrado em sua discussão que não perceberam o momento em que Marcus passou perto, desviando-se em direção ao castelo, mas conseguiu ouvir parte da conversa, só não entendeu nada ou, se entendeu, preferiu fingir que não ouviu nada, pois não poderia intervir em nada e também não queria causar mais problemas a Selene.O jovem entrou no castelo, cumprimentou seu tio que estava sentado em frente à lareira, lendo um livro.—Onde você esteve o dia todo, rapaz? — perguntou o Marquês com tranquilidade. — Não me diga, estava tocando o velho piano de seu pai — comentou e Marcus assentiu.—Desculpe-me por ter desaparecido — desculpou-se, mas seu tio negou, diminuindo a importância.—Você sabe que não tenho problema com isso, ou bem, sim — disse, causando tensão em seu sobrinho. — Meu problema é não ter ouvido você, mas… agora que me lembro, você tem pendente nos deleitar com uma peça musical — lembrou-lhe e Marcus assentiu, engolindo em seco com força, pois não estava certo
O rosto de Fredrick tornou-se de um vermelho carmesim, suas mãos não puderam evitar se colocar sobre a parte nobre de seu corpo, mesmo assim, ele se manteve ereto, como todo um rei.—Permita-me dar-lhe um conselho, Sua Majestade — disse Selene, ignorando completamente a dor que havia infligido em Frederick. — Não comece algo que não está disposto a terminar.Frederick não respondeu. Ele não podia fazê-lo! E Selene aproveitou para escapar e se colocar a salvo na segurança de seu quarto, embora estivesse ciente de que, se o rei quisesse invadir, ele não poderia evitá-lo; entretanto, ela esperava que Frederick se comportasse como um cavalheiro depois de seu encontro acalorado.A noite foi ridiculamente curta. Não havia outra maneira de descrevê-la por parte de Selene, ela gostaria de ter um pouco mais de tempo para descansar, não havia conseguido dormir e quando estava prestes a fechar os olhos, o amanhecer a surpreendeu.—Você está bem, milady? — perguntou sua dama de companhia, enquant
Ao ouvir as palavras do homem, Selene empurrou Frederick para longe de seu corpo, pois a vergonha de ser vista naquela situação com o rei era esmagadora. Suas bochechas ficaram vermelhas e seu olhar foi diretamente para a porta que ele deixou aberta, mas ela se sentiu aliviada ao vê-la fechada.Frederick olhou para Selene, observou como seu peito subia e descia descompassadamente, seu próprio coração estava igualmente agitado e o desejo continuava queimando em seu interior, ele não queria parar.—Sua Majestade — ela sussurrou entrecortada.—Eu juro que tudo que desejo neste momento é terminar o que comecei — grunhiu, sem recuperar o fôlego.O corpo de Selene estremeceu com sua declaração, principalmente pela reação que teve aos avanços do rei, ela se sentia estranha, sua intimidade estava molhada e ela se sentia estranhamente bem.—Sua Majestade, devo pedir ao Visconde que espere? — insistiu o criado.Frederick grunhiu e, pela primeira vez em sua vida, sentiu a vontade de mandar o cri
Frederick só ficava esperando o momento em que o visconde parasse de lhe mostrar sua coleção exclusiva de licores trazidos de vários países e reinos. Em outro momento, aquela teria sido uma conversa muito interessante, mas agora ele só desejava poder subir para seu quarto e depois escapar para o quarto de Selene.O visconde ofereceu ao rei um gole do seu melhor uísque, que ele não pôde recusar, e logo vieram mais alguns copos.Frederick não conseguiu cumprir seu objetivo de subir a tempo para se encontrar com sua noiva; quando finalmente pôde subir para procurá-la, a encontrou adormecida na cama. Os olhos do rei percorreram o corpo de Selene; ela não havia se despeado e a culpa o atingiu quando ele percebeu que ela havia estado o esperando.Com passos lentos e silenciosos, ele se aproximou dela, se inclinou levemente e beijou sua testa. Foi um toque rápido e suave, como uma brisa de vento antes de se afastar. Frederick a observou em completo silêncio por vários minutos. Ele estava ten