DAMON Fiquei ali sentado, olhando para o chão, com o joelho balançando, as mãos entrelaçadas com tanta força que meus nós dos dedos estavam brancos. Eu não podia perdê-la.As portas finalmente se abriram e eu pulei do meu assento. O médico caminhou em minha direção, com o rosto cansado e desgastado.— A cirurgia dela foi um sucesso. — ele disse, e eu soltei a respiração que nem percebi que estava prendendo. Mas então seus olhos se desviaram. Seus lábios se abriram como se ele não quisesse dizer o que viria a seguir. — Mas...O mundo inteiro ficou em silêncio.— Ela perdeu o bebê.Tudo parou. Meu coração. Minha respiração. Minha mente.“Ela perdeu o bebê.”Nosso bebê. Aquele que eu nem sabia que estava dentro dela. Fiquei ali, incapaz de me mover, incapaz de falar, incapaz até mesmo de respirar. A mão de Alex agarrou meu ombro. Um aperto firme.— Vá vê-la. — ele disse.Eu nem acenei. Só me mexi. Andei. A cada passo, parecia que minhas pernas nem estavam presas ao corpo. Como se eu es
DAMON Um mês. Um mês se passou desde que minha garota quase morreu nos meus braços. Um mês desde que quase perdi a cabeça completamente.Eu a observei da porta da nossa nova casa, parada em frente ao espelho do banheiro, levantando levemente a blusa para passar os dedos sobre a cicatriz em sua barriga.A cicatriz que eu coloquei ali.A culpa me atormentava, mas ela sempre me dizia que não era minha culpa. Isso não importava. Porque era sim.Ela suspirou, puxando a blusa para baixo, e foi então que dei um passo à frente, envolvendo meus braços em volta de sua cintura e pressionando meu peito contra suas costas.— Linda candy. — murmurei, beijando sua nuca.— Pare de me olhar assim, Damon.Ignorei-a, abaixando-me para levantar sua blusa novamente e virando-a para mim. Seus olhos castanhos brilharam de confusão enquanto eu me ajoelhava diante dela, beijando sua cicatriz suavemente. Seus dedos imediatamente se moveram em direção ao meu cabelo, acariciando e arranhando. Fechei os olhos, e
JOYCEA viagem foi tranquila. Sua mão repousava na minha coxa, seus dedos acariciavam preguiçosamente para frente e para trás enquanto andávamos pela cidade, minha playlist tocava suavemente nos alto-falantes.Nem me dei ao trabalho de perguntar para onde íamos. Eu sabia que ele não ia me contar. Mas quando chegamos à minha antiga escola, franzi as sobrancelhas.Damon desligou o carro e olhou para mim.— Vamos.Franzi a testa e saí, enquanto olhava para o prédio, com o estômago embrulhado de confusão.— Damon, por que estamos aqui? E como você...Parei quando o vi tirar uma chave. A chave da escola. Ele sorriu, destrancando as portas e gesticulando para que eu entrasse.— Que merda você fez?! — Dei um tapa para reprender ele.— Droga, garota. Faz isso de novo.Dei outro tapa nele, e ele agarrou meu pulso, me puxando para perto dele, seus olhos escureceram.— Você vai continuar me batendo, candy? — ele murmurou, apertando minha cintura com mais força.Dei uma risada, ignorando o frio n
DAMON Não transamos há cerca de um mês.Então eu digo... eu estou morrendo de vontade de quebrá-la. Minha linda bebê me amarrou na cama como se ela realmente achasse que eu não ia conseguir escapar dessa merda.No começo eu não queria fazer isso, mas aí ela fez beicinho como uma pirralha mimada e piscou aqueles grandes olhos castanhos para mim, e bum, eu estava acabado. Mulher manipuladora.Então, sim, eu a deixei amarrar meus pulsos na cabeceira da cama. Deixei que ela montasse no meu colo, ficando sobre mim naquele robezinho que mal fechava, falando: “Seja bonzinho para mim, querido”.Eu já estava puto pra caramba. Um mês. Um mês inteiro sem tocá-la, sem prová-la, sem senti-la em volta de mim. E então ela tem a audácia de me fazer esperar ainda mais?Eu estava prestes a incendiar essa maldita casa inteira. Que porra eu pareço? Eu estava longe de ser bom. Eu estava perdendo a cabeça.Ela ficou brincando comigo a noite toda, andando pelo quarto, agindo como se não soubesse que eu es
DAMON Fi direto para a casa do Alex de manhã e peguei minha assistentezinha no colo antes que alguém pudesse me impedir. A Sara mal acordou, apenas murmurou: “Tio Damon?” e desmaiou nos meus braços. Minha bebê achou que eu estava brincando quando disse que ela era minha nova assistente. É, não era. Eu não brinco. Coloquei-a na cadeirinha que eu já tinha instalado na minha caminhonete... porque eu planejei essa merda e saí, uma mão no volante, a outra ajustando o espelho retrovisor para olhar para minha pequena trabalhadora sonolenta. Quando chegamos ao meu escritório, ela estava acordada, bocejando toda bonitinha e esfregando os olhos. — Onde estão a mamãe e o papai? — ela perguntou, piscando para mim. — Ela está ocupada, querida. — eu disse, carregando-a para dentro. — Você conseguiu um novo emprego hoje. Seu rostinho se contraiu. — Um emprego? — Humhum. — coloquei-a na cadeira do meu escritório, girando-a enquanto tirava minha arma da cintura e a colocava na mesa.
JOYCE — Você está linda, amiga. — sorri, olhando Ingrid de cima a baixo enquanto ela ajustava o cós da legging.Ela gemeu, esfregando a barriguinha de três meses. — Aff, estou engordando.— Mulher... por favor. — disse Rose, olhando de soslaio para ela antes de tomar um gole da bebida. — Essa bunda só está ficando maior, só isso.Ingrid revirou os olhos e se jogou no sofá ao meu lado. — É, é.— De qualquer forma, vamos falar de mim agora. — eu disse dramaticamente, levantando-me e girando meu minivestido. — Como estou?Roselin assobiou baixinho. — Gata pra caramba, como sempre.— Apesar de tudo o que aconteceu, você ainda conseguiu manter a sensualidade. Adoro isso em você.— É porque eu sou uma vadia. — Ingrid e Rose riram.— Não, mas é sério. — disse Rose, ficando séria por um segundo. — Estou muito orgulhosa de você, meu amor. Depois de tudo, você saiu mais forte.Beijei sua bochecha.— Eu deveria estar relaxada, sem estresse, curtindo minha gravidez. Mas não... Acordo e minha
JOYCE Mal tive tempo de reagir antes de Damon invadir o quarto, com o rosto completamente ilegível e passos lentos, mas deliberados.Foi assim que eu soube que ele estava bravo.Ele não disse uma palavra. Apenas arrastou uma cadeira do canto do quarto, virou-a ao contrário e sentou-se, apoiando os braços na cadeira como se tivesse todo o tempo do mundo.Ele não ia deixar isso passar.— Eu te disse para desligar na minha cara? — Sua voz era baixa, perigosa. Eu não respondi. Ele flexionou o maxilar e apertou ainda mais a cadeira. — Eu te disse... — ele repetiu — para ficar fora o dia todo ao invés de trazer sua linda bunda para casa? — Mordi o lábio, me mexendo sob seu olhar. Isso só fez seus olhos escurecerem. — Você acha essa merda engraçada?Damon tirou um pequeno controle remoto preto do bolso e o ergueu.Meu estômago embrulhou.Não.Meus olhos se arregalaram quando ele colocou a mão no outro bolso e tirou um brinquedo que eu já tinha visto muitas vezes antes.— Damon... — comecei,
JOYCE Três meses se passaram, esse homem continua fofo com suas roupas de velho.Fica tão bem nele. Nossa, ele é lindo.Sentei no chão da enorme mansão do Liam e Roselin, brincando com Sara, ajudando-a a rabiscar seu livro de colorir enquanto lançava olhares furtivos para o Damon.Cardigã preto, calças de alfaiataria, óculos de aro dourado no nariz enquanto ele conversava com Alex e Liam. Mordi o lábio, balançando a cabeça, voltando-me para Sara, que estava ficando com uma cara muito séria.— É verdade, tia Joyce? — Sara perguntou de repente, olhando para mim com aqueles grandes olhos castanhos.— O que é verdade, querida? — Levantei uma sobrancelha.Ela segurou no queixo como se estivesse pensando, depois riu. — Que você e o tio Damon vão casar?Fiquei paralisada, piscando. O quê? Damon é completamente louco, juro por Deus.Do outro lado da sala, ele ainda estava conversando com os irmãos, mas tinha uma sobrancelha erguida para mim, como se estivesse esperando uma reação minha.— Q