Ainda assim sabendo que essa atitude poderia me trazer sérios problemas, não importava por hoje basta, ninguém aparecia e a espera estava me deixando bem apreensiva, alguns minutos haviam se passado desde que ordenei ao soldado rebelde ir chamar Karl, e não havia nenhum sinal deles, ansiosa ficava a andar de um lado para o outro.
- Sobre o que vocês conversaram ontem? Disse Sam surgindo de trás de uma das árvores.
- Ai que susto. Ponho as mãos sobre o peito. - Ah é você. Não falamos nada de mais, porque?
- Quero que você saiba que Karl é meu, se entrar no meu caminho eu acabo com você.
- Mas eu não quero ficar com ele. Fiz pouco caso, dando de ombros. -
Subimos as escadas em direção a sala de reunião que ficava no segundo andar, estava de mãos dadas com a minha mãe, meu pai seguia na frente acompanhado por Karl e seus homens.- Mana!! Ouço Adele gritar no fim do corredor, ela vem correndo ao meu encontro. - Nunca mais faça isso, senti muito sua falta. Disse com um abraço apertado.- Jamais pensei que diria isso mas também senti sua falta.- Ah não, para tudo, eu não ouvi direito, repete pra mim, sentiu o quê?- Esquece o que eu disse.- Quem são estes? Falou baixo olhando a nossa volta.- São os rebeldes que me sequestraram.- E o que eles estão fazendo aqui? Porque trouxe eles com você?- Não foi eu quem os trouxe, na verdade estão aqui para falar com nosso pai.- Tudo bem não importa, o mais importante é que você está viva.- Sabe me dizer se mais alguém sabe do ocorrido?- Não, papai não contou nada a ninguém,
Todo o tempo que havia passado fora, me fez refletir melhor sobre o tipo de pessoa em quê estava me tornando, até o dia do sequestro o trono era para mim, um lugar que eu queria distância mas estava disposta a realmente dar o meu melhor, depois da traição dos meus pais nada mais tem sentido, e estou disposta a dar o meu lugar aos rebeldes.O dia estava lindo, e com a nova estação novas flores, e de todas as cores, o céu de tão azul parecia mais uma tela pintada pelas mãos de Deus, me sentei a grama olhando toda a extensão daquele jardim, tinha o desejo de passar o resto da manhã ali, mas quando meus olhos passaram pelas portas do palácio avistei o pai de Karl se aproximando.Arrumei minha postura a medida que ele chegava mais perto.- Bom dia alteza, como a senhora está?- Estou bem, obrigada.- Confesso que me espantou um pouco a posição que teve ontem, mas admiro que mesmo tão jovem a madame sabe tomar boas decisões.<
Na manhã seguinte me levantei um pouco antes de Adele, vesti algo formal e fui até a sala de madame Lorenza, ela era responsável pela imagem da família real, sempre quando algo acontecia conosco que desrespeitasse aos interesses do povo ela divulgava através de uma nota para em seguida ser posto no jornal oficial.Bati na porta duas vezes e entrei.- Madame?- Olá alteza que honra recebê-lá em minha sala. Sente-se por favor. - Falou puxando a cadeira, e em seguida se sentou. - Em quê posso ser útil?- Madame preciso que você faça uma nota de casamento.- O quê? Ela arregalou os olhos.- Faça uma nota dizendo que a herdeira ao trono escolheu um marido e irá se casar.- Minha nossa, eu posso saber quem seria o sortudo alteza?- O senhor Karl Scoth.- Os Scoth de Murchison?- Sim, algum problema nisso? Não entendi o seu espanto.- Me perdoe alteza, farei o qu
Não tenho certeza do que ocorreu na noite anterior e de como fui parar em meu quarto, tenho uma vaga lembrança de estar com Karl no jardim e uma sensação estranha da qual não sei de onde vem, também me recordo vagarosamente dele ter me segurado em seus braços para me levar para o quarto, só eu havia passado dos limites naquela noite.Tantas coisas passavam pela minha cabeça, tive medo de ter aberto a boca além do que devia.Desci as escadas para tomar o café na companhia da minha família, pois alguns dos convidados ficaram hospedados no palácio devida a festa ter durado quase a noite inteira, e eles moravam bem longe, quis fazer uma média.A mesa estava posta, minha boca se encheu d'agua quando meus olhos viram aquela diversidade de opções, embora tenhamos condições para fazermos mais vezes, não era de costume ter a mesa cheia, isso porque nem sempre tínhamos tempo para comer juntos.Meus pais ainda não tinham descido, na mesa só estav
Karl me acompanhou até meu quarto sua companhia me fazia bem, parecia que nos conhecíamos a anos, eu não tinha receio nenhum em contar a ele sobre meus medos, inseguranças, sabe quando você sabe que pode confiar em uma pessoa, e pensar que quase morri em suas mãos não faz mas nenhum sentido tudo aquilo, estar conhecendo o verdadeiro Karl que é completamente diferente daquele cara marrento, assustador, encontrei um novo amigo, alguém com quem posso contar, agora sei por que Samantha havia se apaixonado por ele, me sentia segura ao seu lado.- Eu estou pensando em dar uma volta conheço uns lugares legais aqui na cidade, se estiver cansada de ficar aqui.- Mas e a Samantha?- Nós brigamos outra vez.- Ah não eu estou atrapalhando tudo entre vocês.- Isso não é culpa sua Aysha.- Claro que é, mas porque vocês brigaram?- Ela acha que algo está acontecendo entre nós, está com ciúme.- Karl voc
Chegamos em casa tarde da noite, apenas os guardas que faziam as rondas estavam bem atentos andando em círculos em volta do palácio.Caminhava nas pontas dos pés para não fazer barulho, mas não conseguimos manter o silêncio por muito tempo isso porque Karl estava com os braços cheios de sacolas e toda vez que ele se movimentava elas faziam barulho.- Dá pra você fazer menos barulho? Me virei para ele.- Se você não tivesse inventado de comprar a loja inteira talvez eu não estaria fazendo barulho com essas sacolas.- Tá. Você venceu, mas vamos subir logo.Subimos as escadas para o segundo corredor aonde ficavam nossos quartos, o corredor estava vazio paramos em frente ao meu quarto.- Obrigada pelo dia de hoje. Falei.- Eu que agradeço me diverti muito.- Então a gente se vê amanhã.- É, nos vemos amanhã.Karl me passou as sacolas mas uma delas havia rasgado no meio do tu
De repente um aglomerado se formou em volta de nós, muitos curiosos querendo saber o que estava acontecendo.- Por acaso não sabe resolver as coisas de uma forma descente? Disse o príncipe Nicholas com a mão sobre o nariz que sangrava.- O que você quer? Questionou Karl.- Sugiro um duelo o melhor leva a mão da princesa.- Não está maluco, ninguém aqui vai duelar coisa alguma. Levantei a voz.- Concordo. Karl- Karl? Me virei para ele.- Então que vença o melhor. O príncipe disse essas palavras e se retirou para se limpar.Assim que o príncipe saiu os fotógrafos se voltaram todos para mim eles queriam tirar proveito em cima de mim, para suas matérias no jornal.- O que a princesa está achando de ser disputada por dois cavalheiros? Uma repórter enfiou o microfone em minha cara.- Não estou achando nada. Olhei em minha volta mas perdi Karl de vista precisava dar uma dura nele, por ace
As lágrimas brotavam tão facilmente dos meus olhos, uma após a outra, sem pausas, conforme meus passos se aceleravam elas desciam sobre meu rosto percorrendo pelo pescoço e marcavam a gola do meu vestido, dias atrás as esconderia passando as mãos ou limpando com o braço mas desta vez resolvi transmitir independente de quem encontrasse pelo caminho o que estava sentindo, esconder até uns momentos era a melhor solução mas na verdade o medo só me fez mostrar o quanto eu estava errada.Tinha um destino definido, um porto seguro, um lugar para escape, esse lugar era a casa da árvore. Subi as escadas improvisadas com corda abri uma cortina velha que estava pendurada na porta da casinha, tudo estava exatamente do mesmo jeito em que estive aqui pela última vez, um pouco empoeirado e com algumas teias mas perfeito para se isolar.Olhei a minha volta procurando algo que pudesse usar para abraçar e também para abafar o som do soluço seguido do choro, mas não havia nada