Não tenho certeza do que ocorreu na noite anterior e de como fui parar em meu quarto, tenho uma vaga lembrança de estar com Karl no jardim e uma sensação estranha da qual não sei de onde vem, também me recordo vagarosamente dele ter me segurado em seus braços para me levar para o quarto, só eu havia passado dos limites naquela noite.
Tantas coisas passavam pela minha cabeça, tive medo de ter aberto a boca além do que devia.
Desci as escadas para tomar o café na companhia da minha família, pois alguns dos convidados ficaram hospedados no palácio devida a festa ter durado quase a noite inteira, e eles moravam bem longe, quis fazer uma média.
A mesa estava posta, minha boca se encheu d'agua quando meus olhos viram aquela diversidade de opções, embora tenhamos condições para fazermos mais vezes, não era de costume ter a mesa cheia, isso porque nem sempre tínhamos tempo para comer juntos.
Meus pais ainda não tinham descido, na mesa só estav
Karl me acompanhou até meu quarto sua companhia me fazia bem, parecia que nos conhecíamos a anos, eu não tinha receio nenhum em contar a ele sobre meus medos, inseguranças, sabe quando você sabe que pode confiar em uma pessoa, e pensar que quase morri em suas mãos não faz mas nenhum sentido tudo aquilo, estar conhecendo o verdadeiro Karl que é completamente diferente daquele cara marrento, assustador, encontrei um novo amigo, alguém com quem posso contar, agora sei por que Samantha havia se apaixonado por ele, me sentia segura ao seu lado.- Eu estou pensando em dar uma volta conheço uns lugares legais aqui na cidade, se estiver cansada de ficar aqui.- Mas e a Samantha?- Nós brigamos outra vez.- Ah não eu estou atrapalhando tudo entre vocês.- Isso não é culpa sua Aysha.- Claro que é, mas porque vocês brigaram?- Ela acha que algo está acontecendo entre nós, está com ciúme.- Karl voc
Chegamos em casa tarde da noite, apenas os guardas que faziam as rondas estavam bem atentos andando em círculos em volta do palácio.Caminhava nas pontas dos pés para não fazer barulho, mas não conseguimos manter o silêncio por muito tempo isso porque Karl estava com os braços cheios de sacolas e toda vez que ele se movimentava elas faziam barulho.- Dá pra você fazer menos barulho? Me virei para ele.- Se você não tivesse inventado de comprar a loja inteira talvez eu não estaria fazendo barulho com essas sacolas.- Tá. Você venceu, mas vamos subir logo.Subimos as escadas para o segundo corredor aonde ficavam nossos quartos, o corredor estava vazio paramos em frente ao meu quarto.- Obrigada pelo dia de hoje. Falei.- Eu que agradeço me diverti muito.- Então a gente se vê amanhã.- É, nos vemos amanhã.Karl me passou as sacolas mas uma delas havia rasgado no meio do tu
De repente um aglomerado se formou em volta de nós, muitos curiosos querendo saber o que estava acontecendo.- Por acaso não sabe resolver as coisas de uma forma descente? Disse o príncipe Nicholas com a mão sobre o nariz que sangrava.- O que você quer? Questionou Karl.- Sugiro um duelo o melhor leva a mão da princesa.- Não está maluco, ninguém aqui vai duelar coisa alguma. Levantei a voz.- Concordo. Karl- Karl? Me virei para ele.- Então que vença o melhor. O príncipe disse essas palavras e se retirou para se limpar.Assim que o príncipe saiu os fotógrafos se voltaram todos para mim eles queriam tirar proveito em cima de mim, para suas matérias no jornal.- O que a princesa está achando de ser disputada por dois cavalheiros? Uma repórter enfiou o microfone em minha cara.- Não estou achando nada. Olhei em minha volta mas perdi Karl de vista precisava dar uma dura nele, por ace
As lágrimas brotavam tão facilmente dos meus olhos, uma após a outra, sem pausas, conforme meus passos se aceleravam elas desciam sobre meu rosto percorrendo pelo pescoço e marcavam a gola do meu vestido, dias atrás as esconderia passando as mãos ou limpando com o braço mas desta vez resolvi transmitir independente de quem encontrasse pelo caminho o que estava sentindo, esconder até uns momentos era a melhor solução mas na verdade o medo só me fez mostrar o quanto eu estava errada.Tinha um destino definido, um porto seguro, um lugar para escape, esse lugar era a casa da árvore. Subi as escadas improvisadas com corda abri uma cortina velha que estava pendurada na porta da casinha, tudo estava exatamente do mesmo jeito em que estive aqui pela última vez, um pouco empoeirado e com algumas teias mas perfeito para se isolar.Olhei a minha volta procurando algo que pudesse usar para abraçar e também para abafar o som do soluço seguido do choro, mas não havia nada
O dia havia passado tão depressa, e nós já estávamos a caminho do noivado da princesa, na carruagem ao meu lado minha mãe acompanhada pelo meu pai que estava na outra ponta, ela segurava firme minha mão, parecia ler meus pensamentos pois eu precisava mesmo daquele apoio, de vez enquando me olhava de uma forma terna, um consolo para mim, debrucei minha cabeça sobre seu ombro até que chegamos.Na frente estava Nicholas tenho certeza que isso tinha sido ideia de meu pai, assim que a carruagem parou ele veio abrir a porta para nós, fiz questão de nem olhá-lo diretamente, mas ao contrário de mim, percebi que ele mantinha seu olhar fixo em mim.- Tem alguma coisa de errado comigo? Perguntei.- Não, pelo contrário você está linda.Revirei os olhos.- Viu meu noivo? Fiz questão de lembrar de Karl.Ele fez cara de tédio.- Não faço ideia.Alguns minutos depois a carruagem onde estava Adele, Max, K
Ao fim do beijo ele sorriu, eu não consegui esboçar a mesma reação, um mesclado de sentimentos faziam uma bagunça dentro de mim, nunca tinha sido beijada daquela forma, aquele beijo tinha um leve toque de doçura, um tanto viciante. Mas ainda faltava algo, ou melhor faltava sentimento, eu estava ali mas meu coração estava ausente.Mantive meus olhos distantes, pensando se estaria certo fazer aquilo com Karl, estava claro para mim que ele havia se apaixonado, mas eu não. Me decidi a acabar com tudo antes que ele pudesse se machucar.- Você está bem? Perguntou Karl.- Karl não vou mais me casar.- O quê? Como assim?- O trato era não se apaixonar, e olha pra você, não estou pronta para isso.- Que mal há nisso? Aysha você sabe muito bem que não temos o controle sobre isso, aconteceu o que eu posso fazer?- Pegue suas coisas e vá viver com a Samantha.- Não acredito que está fazendo isso comi
No caminho de volta para casa uma tempestade nos pegou bem no meio do caminho, parecia refletir exatamente na mesma proporção tudo o que estava sentindo naquele momento.Fixei os olhos para a janela da charrete, especificamente nas gotas fortes que caiam sobre ela. De certa forma elas me traziam algum conforto.- O que houve com vocês? Ouvi uma voz ao fundo, era Nicholas, ele estava ao meu lado, mas parecia estar distante por causa dos meus pensamentos fui tomada por um mar de distração.- Aysha?- Ah, me desculpe. Falou comigo?- Sim, o que ele fez pra terminarem o noivado?- Nada.- Então por que terminou?- Por uma outra razão mas não quero falar nisso agora.- Tem haver com Maxwell não é?- Como sabe? Não me diga que foram meus pais que contaram tudo?- Não foi preciso ninguém me contar Aysha eu vi claramente a forma em quê olhou para ele e sua irmã. 
Na manhã seguinte por uma questão de educação tive que participar do café com todos os convidados que permaneceram no palácio, dentre eles Max, quando nossos olhares se cruzaram, ele abaixou a cabeça, Adele do seu lado parecia estonteante, ela não parava de olhar para ele, escolhi um lugar na lateral em quê eu não precisasse olhar para eles.- Bom dia mana. Disse Adele quando me sentei.Sorri amarelo.- Bom dia.Em seguida quem apareceu foi Karl, meu coração se apertou ao o ver com malas nas mãos. Me levantei imediatamente e fui ao seu encontro.- Karl. - Estou indo.- Ainda está magoado comigo?- Você tem suas razões, ainda ama Max, e eu não posso mudar isso.- Não é verdade.Karl abaixou o olhar.- Meu pai decretou como traição o não cumprimento da promessa de Kalgoorlie, sendo assim prepare seus soldados.- Porque mudou de assunto? Eu não amo