Lorenzo Callegari
Assim que cheguei na empresa, abri o zíper da minha jaqueta de couro e joguei a mochila no ombro, retirando meus óculos estilos aviador, e o enfiei na gola da minha camiseta preta me direcionando ao elevador privativo, onde dava acesso ao último andar do prédio, a sala do Ceo Lorenzo Callegari.
Apesar de ser um homem de negócios, confesso que não me vejo administrando e gerindo empresas pelo resto da minha vida, ao menos não dessa forma em que vivo atualmente, e acredito que esse desgosto atual seja pelo excesso de cansaço e estresse. Ultimamente me sinto sufocado, como se estivesse sendo enjaulado por engravatados e tubarões dos negócios, que só pensam em dinheiro e ao contrário de mim, não tenho nada a perder enquanto administro as corporações visando o conforto e segurança de cada pessoa que está aqui comigo. Se olhar por esse lado, é mais fácil de engolir a obrigação que foi jogada em meu colo.
Mesmo que eu não goste de viver essa vida de empresário, ainda assim tenho um lado muito humanizado, gosto de ver e acompanhar tudo de perto e ter boas conversas pessoalmente com meus colaboradores e acredito que seja isso que me mantenha firme nesse trabalho que considero tão sufocante.
De fato, não gosto do trabalho que preciso exercer, mas não tenho escolha, como um homem e herdeiro, preciso fazer o meu dever com maestria para ter minha própria paz interior, pois não aceito nada menos que excelência. Não aceito nada abaixo disso.
Enquanto digitava um e-mail formal informando a minha viagem a trabalho aos acionistas e diretores gerais, meu celular vibrou em cima da mesa, e desviando a atenção do notebook, vejo que é meu pai ligando.
— Oi, papai.
Murmurei acionando o botão do viva-voz e continuei a digitar, até que ouço meu pai falar:
— Você está no escritório?
Eu concordei em silêncio e respondi:
— Sim, estou resolvendo as últimas pendências antes de pegar o avião.
Ouvi meu pai suspirar por alguns segundos, e isso foi o suficiente para chamar minha atenção e então eu disse em minha língua nativa:
— Não se preocupe, papa. Irei com calma.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos e pediu:
— Me mantenha informado, por favor, meu filho.
Eu concordei em um gesto e em seguida encerrei a ligação.
Não quero estender a agonia que meu pai sente depois que soube a verdade. Sei que ele quer resolver isso tudo, e também penso que ele sinta algo em relação a mãe do meu irmão, pois vi um brilho diferente em seus olhos, talvez um interesse maior quando perguntei sobre ela, e sinceramente, isso nem me incomodou.
O que me deixou realmente frustrado foi ter crescido sem a presença de um irmão e agora saber que ele estava por aí esse tempo todo, me deixou mais aliviado, pois de fato nunca estive sozinho.
Sabemos que no mundo dos negócios nunca estamos sozinhos, mas tudo isso é muito superficial, especialmente quando é um cargo de prestígio, no meio de pessoas que talvez esperam a sua queda a qualquer momento, nada chega aos pés de um apoio familiar.
Confesso, ser o Ceo é meu último desejo na vida, não gosto do que faço e minhas carrancas e forma de vestir deixam isso bem claro, e talvez seja por isso que as pessoas temem bater de frente comigo, pois realmente não dou o braço a torcer e não fico mostrando os dentes para todo mundo, e sinceramente, não é nem pelo cargo que ocupo e sim pela minha personalidade, afinal, eu sou assim, e eles terão que me engolir caso contrario, não irei pisar no freio.
Vou atropelar mesmo.
Sempre deixei claro ao meu pai que trabalho contra minha vontade, mas por confiar em mim, ele sempre me deixou à vontade para me vestir da forma que eu desejasse, pois sabe que trabalho com excelência e que sempre dei o meu melhor.
Meu pai nunca me diminuiu por ter o corpo tatuado, se acostumou com o fato de eu não usar conjuntos de alfaiataria com frequência pois gosto de viver livremente, talvez, eles tenham o pé atrás comigo justamente por eu ser assim, diferente, intenso e firme, e não vejo problema algum nisso.
Eu trabalho duro e tudo o que me proponho a fazer fica excelente, então não vou padronizar meu estilo e personalidade para agradar ninguém. Não desejo agradar nenhum engravatado pois não fazem nem meu tipo.
O que deve ser apreciado é o trabalho bem feito, então ou eles aturam ou surtam.
Orion BlackAcredito que determinadas situações na vida aconteçam justamente para testar nossa capacidade de liderar os sentimentos e pensamentos. Acredito muito no poder dos pensamentos negativos e positivos e mesmo que tenha passado anos amando uma mulher que eu nunca havia tocado, todo meu sofrimento e luta para viver e seguir em frente hoje fazem valer todo meu esforço.Acordar ao lado dessa linda mulher diariamente só reforça o sentimento de merecimento e apesar de dormir todas as noites com ela, ainda não me acostumei com o que vejo todas as manhãs. Sempre me surpreendo com a sua beleza, e por incrível que pareça, o amor que sinto cresce diariamente à medida que descobrimos que temos gostos parecidos, o que torna tudo muito surreal.Baixando o cobertor, deslizei meus dedos na pele exposta de Lilian, comecei a acariciá-la na tentativa de despertá-la para mais um dia de trabalho e compromissos que temos a cumprir, e sem demora, ela logo se aconchegou em meus braços e abriu os olh
Lorenzo CallegariConfesso, assim que atravessei o hall de entrada para pegar o elevador logo senti o peso do nervosismo me assolar, e cada andar que subia mais ansioso eu ficava. A verdade é que estou cheio de expectativas em relação a Orion Black.Assim que as portas metálicas se abriram, logo me deparo com duas figuras masculinas conversando entre si. Estavam envoltos em uma conversa descontraída, e engolindo em seco ajustei minha postura e tirei as mãos dos bolsos do meu jeans escuro enquanto me direcionava até eles.Coçando a garganta, reconheci Black pela postura firme e imponente e ele logo estendeu a mão num comprimento amistoso e profissional como eu havia escutado de terceiros. De onde vim, Orion Black é conhecido também por sua gentileza, agilidade e bom trabalho, sem falar na boa índole que tem, e por isso não me surpreendi ao ver que ele não me julgou com olhares irônicos ao receber um Ceo de jeans desgastado e jaqueta de couro.— Seja bem-vindo. Você deve ser Lorenzo Cal
Vivian BronksSorrio na tentativa de manter minha expressão tranquila mesmo sabendo que Orion está prestes a me expulsar daqui, mas dessa vez, não tenho nenhuma intenção ruim de atrapalhar a vida dos dois. Eu quero que Orion me escute e nada além disso.Depois de 6 meses longe, pela primeira vez comecei a trabalhar por vontade própria, pois estava entediada demais e através disso parei para analisar a vida que eu estava levando. Vi que minha irmã estava fazendo de tudo para nos manter bem alguns meses atrás, com alimento e um bom teto sob nossas cabeças, mas infelizmente fui uma vadia insensível e o que já estava ruim se tornou ainda pior, pois a consciência pesou quando me vi atraída por um italiano maravilhoso que, na verdade, estava me enganando durante o tempo que ficamos juntos, e confesso, pela primeira vez lembrei de toda a situação que envolveu Lilian, Orion, Kennedy e eu há alguns meses e senti uma dor tão forte que me fez imaginar o que Lílian havia sentido por minha causa.
Orion BlackConfesso que fiquei bem intrigado com o pedido de Vivian, principalmente porque não conseguimos mais localizar Kennedy. Não posso confiar nela.A última vez que vi o Kennedy foi na formatura de Lilian, fiquei realmente preocupado com o fato de ele aparecer assim de repente. Sei que posso estar com paranoia, mas estou inseguro, pois ele pode estar andando por aí e planejando algo contra nós, ou melhor, contra Lilian, e não posso nem pensar na possibilidade de algo acontecer com ela.Assim como não posso confiar, também não posso ignorar o fato de Vivian vir até mim, pois algo me diz que é sobre esse sumiço de Kennedy.Enquanto meus pensamentos vão e voltam, sinto Lilian se remexer na cama, enquanto dorme tranquilamente sem saber que sua irmã está na cidade. Depois que ela me pediu para não esconder nada, voltamos a ficar bem e passei a compartilhar tudo com ela, mas o aparecimento da sua irmã me deixou incomodado.Eu optei por não contar nada por enquanto, mas só em omiti
Orion Black— Na verdade, só estou me sentindo um pouco frustrado.Ela suspirou e se remexeu, mas a mantive no lugar e continuei:— Muitas coisas aconteceram nos últimos meses, então deve ser uma carga emocional mesmo. Muitas mudanças em um curto espaço de tempo.Me afastei e olhei em seu rosto enquanto observava sua expressão se tornar neutra.— Vamos ficar bem, então vamos para um banho e depois dormir mais um pouco, pois temos compromissos logo cedo.Assentindo, Lilian saiu de cima de mim e consegui ver a minha porra escorrer entre suas coxas torneadas, sorri vendo que ela ficou envergonhada como de costume e ajustou sua calcinha.— Eu amo ver isso acontecer.Ela me lançou um olhar sério que me fez rir alto, e se afastando, correu em direção ao nosso quarto.Sim, finalmente se tornou nosso quarto.Depois de muita discussão, aumentei o closet para dividi-lo com Lilian, mesmo ela argumentando que já tinha um quarto, insistiu em deixar suas roupas no outro cômodo, mas como sou um home
Orion BlackPermiti que Lilian fosse trabalhar depois que prometesse que iria me avisar imediatamente caso se sentisse mal novamente, e assim ela confirmou, mas confesso, não estou me sentindo confortável com essa situação.Se ela está passando mal significa que algo está errado em seu sistema imunológico, porra.E se for grave?Engoli o bolo que se formou em minha garganta e abri a porta do meu carro para colocar minha pasta, em seguida girei meu pulso para olhar o relógio e vejo que está quase na hora de conversar com a Vívian.Essa situação está se tornando um grande transtorno para mim.Tudo saiu do controle numa velocidade inexplicável e não consigo contar para Lilian sem deixar a minha preocupação transparecer, pois não sei o paradeiro de Kennedy, então tudo está completamente fora do meu controle.Tudo o que envolve Lilian não pode ser feito de qualquer jeito, e se for para contar a ela sobre a conversa com sua irmã, eu contarei depois de obter todas as respostas que preciso.A
Lorenzo Callegari Depois de tentar dormir a madrugada inteira, resolvi levantar e me exercitar, pois até aqui não estou conseguindo descansar, e acho que saber que Vivian está na mesma cidade que eu, tão próxima de mim, está afetando ainda mais meu psicológico. Eu queria pegá-la pelo braço e prendê-la contra a parede para que falasse a verdade para mim. Para eu entender o que a motivou a fazer o que fez a alguns meses atrás, mas a questão é que esse não é momento certo então é melhor manter as coisas como estão. Ao menos por agora. Esta manhã resolvi correr um pouco e acabei encontrando Orion pelo caminho, interagimos bem, me senti animado com a nossa pequena conversa e como havia prometido, estou atravessando o hall de entrada da empresa de Orion para fecharmos o negócio. Surpreso, encontrei Guillermo e Vivian conversando na recepção, aparentemente, estão no meio de uma discussão bem calorosa e eu fiquei ali acompanhando atentamente aquele momento tão estranho. — Você não pode
Lorenzo Callegari O bastardo largou Vivian e entrou apressadamente no carro, enquanto Vivian olhou para mim em desespero e correu em direção ao seu prédio. O que será que está acontecendo? Que cena surreal. Vivian tem alguma relação com esse cara? Não tinha terminado naquela época? Observei quando a loira entrou no prédio e subi em minha moto e comecei a seguir o carro que estava indo para a mesma direção que viemos. Entre os outros carros, observei o Mercedes de longe que logo estacionou a alguns metros da empresa de Orion, e então consegui ver o exato momento em que meu irmão abriu a porta do carona para uma linda mulher. Observando a cena, olhei para a loira surpreso, pois vi a semelhança entre ela e Vivian. Não tem como dizer que não são irmãs. Assim que Orion saiu pilotando seu carro, o Mercedes logo começou a se movimentar para um lado oposto, e decidi segui-lo, pois estava tudo muito estranho e preciso entender o que está acontecendo na vida do meu irmão e da diabinha loir