Enquanto em Flyville estava sendo um dia normal, em Dreycon na Fazenda Diordani estava um tanto conturbado, Alexí e Thauní discutiam por causa de Corá.
- Ela não tem idade.
- Mas tem juízo e quer estudar, não podemos segurá-la aqui. Ela irá completar dezoito anos e quer estudar.
- Ela não irá, já falei Alexí. Ela ficará aqui para administrar a fazenda.
Corá entrou na sala onde seus tios estavam planejando seu futuro.
- Posso falar?
- Diga querida!
- Tia. – Virou. – Tio, eu quero sim estudar, mas posso fazer essa faculdade que está abrindo aqui, eu só irei adiar um ano. Eu faço o que quero e também o que preciso. Logo Lohan virá, e, juntos tomaremos conta dos negócios da família, até as meninas poderem dividir tudo conosco. Pronto.
Alexí olhou-a, segurou as lágrimas em seus olhos, suspirou e ao abrir a boca seu irmão Thauní a interrompeu.
- Não!
- O que não? Tio, não entendi.
- Não, você irá assumir sozinha. É a primogênita!
- Não, Lohan é o primogênito! E os outros netos? Não é justo comigo!
Mais uma vez Alexí foi interrompida por seu irmão.
- Foram todos deserdados e não queremos que aconteça o mesmo com você! Até as meninas crescerem o velho já foi para a graça. E aí sim, você pode estudar. Não faça nada diferente.
- Infelizmente seu tio tem razão querida.
- E se ele for para a graça antes, posso então...
- Daí nós vemos e conversamos.
Corá saiu, mas logo voltou.
- Eu não sei se entendi direito, mas quer dizer que o Lohan não irá voltar?
Sua tia baixou os olhos.
- Sim querida, quer dizer que ele não irá voltar, não agora.
- Entendi.
Ela saiu novamente, em seguida voltou.
- Pare de fazer isso menina! Queremos continuar conversando e não queremos mais que escute.
- Desculpe tio. Mas eu posso visitá-lo então?
- Nem pensar, se seu avô descobre, não quero nem pensar. Nem sua tia pode ir, caso contrário ele sofrerá as consequências.
- Ele? Como assim ele, e não ela ou eu?
- Chega Corá!
- Não Thauní. Está na hora dela saber de algumas coisas.
- Não, creio que ela ainda é muito nova para lidar com essas coisas Alexí.
- Chega! Eu decido se é cedo ou tarde. – Ela sentou em uma poltrona. – Falem o que eu preciso saber?
Seu tio a encarou.
- Não podemos ver ninguém que saiu desta casa e foi deserdado Corá!
- Mas por quê?
- Se algum de nós desobedecermos e procurarmos algum dos nossos irmãos ou sobrinhos, e no caso de sua tia, o filho, seu avô mandará com que nos castigue fazendo algo de ruim com o visitado, ou procurado. Estamos protegendo eles na verdade.
- Nossa, que horror! – Ela arregalou os olhos.
- Sim querida, é um horror mesmo, mas estamos presos. Ele não irá nos deserdar, irá fazer algo muito pior, isso tudo para nos segurar aqui.
- E como aguentam isso?
- Com a esperança de um dia tudo isso acabar.
- Vocês estão só esperando então!
- Sim, estamos A ESPERA!
- Queremos ver nossos irmãos e conhecer suas famílias. E a Alexí...
- Ver o Lohan! Tia, sinto muito!
- Não sinta querida, agora já sabe um pouco das coisas, vai antes que se atrase para a aula.
- Tia, hoje é sábado e eu estudo de manhã!
- Verdade, vou ver as coisas para o almoço. Ah! Corá...
- Sem nenhuma palavra para as meninas, eu sei.
O sol estava raiando quando Corá foi acordada por sua tia aos gritos.- Corá! Acorde, seu tio está preso no curral e não consigo soltá-lo.- Calma tia!- Não me mande ficar calma menina...- Tudo bem, vamos lá que eu ajudo.Quando as duas chegaram Hedar e Marion estavam tentando abrir a porta, mas sem sucesso. Corá chegou e olhou as duas com muita dó.- Meninas, não adianta fazer força. Vou entrar e desengatar por dentro.- Não! – Gritou seu tio. – O touro se soltou e fiquei trancado aqui com ele.- Saia pelo telhado tio.- Não consigo chegar até onde está aberto, e se entrar não conseguirá abrir a porta.- Mas posso entreter ele para o Sr. destrancar a porta.- Melhor. Solte-o!- Não dá tio. Só se ele estiver amarrado, irá matar os bezerros.
Rulieine deitou no banco, embaixo de uma árvore, com um livro de culinária.- Credo, quem você pensa que irá envenenar?- Ai Lohan. Estou passando o tempo. Essa coisa é muito difícil. Tem que medir isso, colocar aquilo. Prefiro um cavalo ou um cachorro.- Você come carne?- Que pergunta é essa? Claro!- A última vez que tivemos que sacrificar um bezerro, eu fiquei alguns dias sem conseguir comer carne. Às vezes acho que ser veterinário não serve para mim.- Que bobagem! Estamos aqui para cuidar dos animais, e infelizmente, somos carnívoros, e se for analisar, quase tudo que comemos é vivo, plantas, ovos, ou é proveniente de algo vivo. Tirando aquilo que a dona Zenite faz que tem gosto de isopor com aparência de bosta de vaca. De onde ela tirou aquilo?- Aquilo? Nem quero saber, segundo ela é receita de família que
- Não encontrei nada relativo ao tema do trabalho! - Rulie, não pode, nós não temos nada então? - Nada! - Gente, o Adryun irá surtar... - Esse trabalho não vale muito. Podemos tentar mudar o assunto. - Vamos encontrar o Adryun, depois vamos falar com o professor. - Tomara que ele permita trocar o assunto assim, em cima da hora. - Ele é legal, acho que não irá se importar, já o Adryun. - Deixa ele comigo... - Está se achando né, bonita? - Não, só que ele me entende. - Claro, e eu não... Sei! - Ciúmes Lohan? - De você? - Não do Adryunzinho! Lohan parou e olhou Rulieine segurando-a. - Endoidou menina? - Que isso Lohan? Largue-me! Eu estava brincando, credo, abalei sua masculinidade agora? – Falou puxando seu braço. - Desculpe, não tem a ver com vocês. Me dê licença. Lohan saiu e deixou Rulieine sozinha, que seguiu seu caminho. Lohan cor
- Corá, pode esperar um minuto? Quero falar com você!- Sim, professora.- Sente aqui comigo. E olhe aqui Corá, estou notando sua distância. Reparei que suas notas estão baixando e você está desanimada. Posso te ajudar de alguma forma?- Não professora. Está tudo bem, eu apenas andei me descuidando dos estudos, irei me esforçar mais, eu prometo.Nisso suas primas entraram correndo na sala.- Está tudo bem? Você aprontou alguma coisa, nunca fica até depois da aula.- Oi meninas, não entrem assim na sala. É feio, sabiam?- Desculpe professora, ficamos preocupadas com a Corá, ela nunca ficou depois da aula e ainda por cima anda tão estranha...- Estranha?- Sim, está quieta e arredia.- Meninas, por favor. Vamos embora. A professora tem mais o que fazer.- Corá, quero falar com sua t
Corá estava na cidade com suas primas, elas iriam comprar algumas coisas para fazerem uma festinha de aniversário para as duas. Caminhando pela pequena loja de decorações ela avistou Écran passando pela rua, acompanhado por outro rapaz.- Não saiam da loja meninas, eu já venho.- Certo, iremos te esperar aqui.Ela saiu rápido da loja e correu até ele.- Écran!Ele virou surpreso.- Corá! O que faz aqui neste horário? Não tem aula?- Hoje não teve. Estou com minhas primas aqui.- Nossa, para mim foi... É, este é meu amigo Adryun! Ele é um dos amigos que faz veterinária que te falei.- Prazer.- Prazer é todo meu, Corá! Vou deixá-los a sós, irei esperar você na sorveteria Écran.- Sim. Obrigado. – Ele pegou as mãos de Corá e
- Corre, Lohan! - Estou indo, Rulie... Ele entrou no carro e ela arrancou rápido. - Como se atrasou desse jeito? - Não quero falar sobre isso! - Mas está tudo bem? - Agora sim. - Você está estranho. - Eu já disse que não quero falar sobre isso! - Sim, senhor! Os dois seguiram quietos até a pensão. Lohan desceu do carro. - Obrigado pela carona. - Aham... Ela foi arrancar e Lohan gritou. - Ei, espera. Desculpa, eu falo outra hora. Não fica chateada. - Tudo bem! Vou para casa. Ela saiu e Lohan entrou no seu quarto. Pegou sua mochila, tirou um papel e começou a ler. Deu um suspiro, rasgou e tocou fogo. - O que está acontecendo aqui? – Entra Adryun no quarto se abanando e questionando. - Nada, algumas provas que tirei nota baixa. - Mesmo? Como isso? - Não sei, tenho que estudar mais. - Você está estranho! - Vocês d
A luz do sol entrava pelas frestas da janela de Corá, ela abriu os olhos ainda sem enxergar direito, ouviu alguns gritos na rua, eram suas primas brincando com um cachorro. Ela abriu a janela e olhou as meninas.- Que cachorro é esse?- Não sabemos, apareceu aqui, olha, ele é muito mansinho... Vem brincar conosco.- Vou tomar café e me arrumar. Seu pai deixou ele ficar?- Ainda não pedimos.- Deixa para lá, vou me arrumar.Ela foi até a cozinha, serviu uma caneca de café com leite e pegou um pão puro. Sentou na caixa da lenha e ficou pensando.- Ei, vamos...- Sim, eu já irei. Pode ir.- Você está esquisita desde o dia que ficou presa nos fenos.- Estou nada, vai brincar com o cachorro.Hedar saiu correndo enquanto Corá ficou lavando a caneca e olhando pela janela.- Oi querida!- Titio, tudo bem?<
Dona Zenite foi surpreendida com um golpe na cabeça quando estava na cozinha, neste horário ela ficava sozinha na pensão. Enquanto ela estava estendida, no chão da cozinha, um homem alto entrou nos quartos até encontrar o de Lohan, onde ele entrou e começou a remexer em suas gavetas, armários e tudo que encontrou pela frente, mas saiu correndo, pulando a janela, quando ouviu um barulho, era o gato da vizinha que costumava visitar os meninos para ganhar comida. O homem saiu sem achar o que estava aparentemente procurando. Os meninos chegaram e encontraram-na ainda no chão, acordada, mas não conseguia levantar. Écran correu para ajudá-la, enquanto os outros meninos correram para olhar seus quartos. Steiner voltou do seu quarto dizendo que estava tudo certo e ajudou Écran a colocar a senhora Zenite no sofá.- Meu quarto está uma bagunça, parece que estavam procurando alguma c