Capítulo 2

Capítulo 2

*Ela acordou*

Horas depois, Richard acorda com alguém segurando seu ombro e o chamando.

– Mano, acorda.

Sonolento ergue a cabeça, acabou dormindo no colo dela.

– Michael... Como soube?

– A Valéria me avisou. Liguei para o motorista e vim direto pra cá. Como meu amor está? – Pergunta indo até a cabeceira e olhando seu belo rosto.

– Ela está bem.

Sonhador, Michael passa os dedos no rosto dela:

– Tão linda, ela ganhou meu coração mano. Vou acabar me casando com ela.

Richard sente um certo incômodo com suas palavras, não sabe definir ao certo, deve ser porque o irmão só tem dezenove anos, jovem demais para pensar em casamento.

– Você ainda é muito novo. Podem namorar um tempo. Pelo menos até ela fazer dezoito anos.

– Que nada, mano. Não quero ficar pra titio igual a você, com trinta anos e pai solteiro.

– Sabe muito bem que estou noivo e não me casei com a mãe da minha filha porque ela faleceu no parto.

Michael olha para o irmão:

– Desculpa lembrar sobre a mãe da minha sobrinha, sei que foi doloroso. Mas sobre a Valéria, ela parece mais sua amiga que sua noiva. Quase nunca se beijam ou se abraçam... Sai fora! Quando estiver com a Anna, vou cobri-la de beijos e abraços, faremos amor o resto de nossas vidas.

Richard franze as sobrancelhas:

– Ela é muito jovem, quero que a respeite. Se ela não te quiser...

– Irmão, olha bem para mim. Diferente de você que tem cabelos negros e olhos azuis já tá na casa dos trinta, sou jovem, bonito, loiro dos olhos verdes como esmeraldas. Que mulher não me quer em sua cama? – sorri convencido.

Richard balança a cabeça em negativa, prefere não dizer mais nada.

– Pode ir mano, eu fico com ela.

– Mas...

– Se não for, vai perder o voo.

– Está certo, tinha até esquecido. Te vejo semana que vem. Me avise assim que ela acordar, por favor.

– Claro.

Richard passa o dedo na bochecha dela:

– Você vai ficar bem.

Aperta a mão do irmão e sai a contragosto.

Minutos depois segue sentido ao aeroporto. Está exausto, por ser primeira classe conseguirá tirar um bom cochilo antes de chegar.

Anna não sai de seus pensamentos. Seu irmão tem razão, seu noivado não é exatamente normal, às vezes, até esquece da existência da noiva, como quando está perto da Anna.

Gostaria de saber porque gosta tanto dela e porque sentiu como se a tivesse beijado ao invés de a estar salvando?

Richard passa o dedo indicador pelo lábio inferior, ainda sente a maciez de seus lábios apesar do desespero do momento.

– Estou ficando maluco, meu Deus! Ela é muito jovem e meu irmão a ama. – Suspira pesaroso e tenta esquecer tais sentimentos, mas é em vão.

No avião, Richard pega o celular, sua noiva deixou várias mensagens e ligações, retorna a mensagem dizendo que Anna está fora de perigo e que conseguiu pegar o voo. Valéria diz que sentirá sua falta nos próximos dias, que voltará para a casa dos pais na cidade vizinha e pede para avisá-la quando voltar, simplesmente diz que avisará e encerra a conversa voltando a pensar no que aconteceu.

*No hospital*

Michael sai do quarto por um instante, vai até o andar de baixo na sala de espera, como está com muito sono e não quer se entregar, prefere tomar um café e se manter acordado.

Enquanto isso, Anna se mexe, sua cabeça vira levemente de um lado para o outro, chamando Richard.

– Não... – Fala quase inaudível. – Eu... Não posso morrer... Sem ele saber que o amo... Richard...

Volta a cair num sono profundo, como em seus sonhos diários com Richard, ela sente seus lábios nos dela, mas dessa vez parece real.

“Ah, Deus! Ele me beijou... Meu primeiro beijo.” – Ela pensa em seu sonho.

Michael volta, no caminho para e conversa com o médico. Entrando no quarto fica emocionado, pois ela se mexeu, a cabeça está virada para o outro lado.

Chega perto dela a chamando carinhosamente e com um tom baixo na voz.

– Anna... Querida... Acorde amor.

Ela escuta a voz dele bem de longe. Será mesmo sua querida? Será que a ama?

– Richard... – Murmura.

Michael franze a testa sem entender porque ela disse o nome do irmão. Talvez seja porque inconscientemente ela saiba que ele a salvou e esteja agradecida.

– Não, meu amor. Sou eu, Michael.

Ela abre levemente os olhos e a sua frente vê Richard lhe sorrindo e sorri também, mas logo seu sorriso some, o rosto dele está ficando diferente.

– Michael...

– Graças a Deus acordou, meu amor. Eu estava tão preocupado, acabei nem agradecendo ao meu irmão, que cabeça a minha. Vou avisar ao médico que acordou.

Michael avisa a enfermeira e manda mensagem para o irmão.

No avião, Richard respira aliviado ao ler a mensagem do seu irmão.

Suspirando, fica pensando que deveria ter cancelado tudo e ficado perto dela até se restabelecer.

Horas mais tarde, Richard dá entrada no hotel.

Dois dias depois, Anna recebe alta e para cuidar dela, Michael insiste para que fique na mansão Smith.

– Muito obrigada, mas meus pais...

– Vamos, você já passou uns dias conosco uma vez.

– Era diferente, minha mãe ainda está preocupada.

– Eu converso com ela e com certeza irá deixar. – sorri carinhoso.

– Se for assim, tudo bem. Gosto muito da casa de vocês e das pessoas que moram nela. – abre um sorriso sincero.

– Muito agradecido. Então, não se fala mais nisso! À noite, vamos conversar sobre um assunto muito sério.

– Está bem, mas estou curiosa, suspense não é pra mim.

– Você vai gostar. – Fala Michael e sai para ir tomar um café com a mãe dela e pedir permissão para levá-la.

Como previa, Dona Letícia a muito custo libera Anna seu maior tesouro para ficar uns dias na mansão Smith.

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