Capítulo 11Naquele momento, eles se deitam no chão, sobre um monte de feno recém-arrumado. O brilho do desejo nos olhos deles, misturado com uma pitada de saudade, os leva a compartilhar beijos intensos e apaixonados.Ruan, sentindo uma culpa que o corrói por dentro e com a respiração pesada, tenta desesperadamente manter o controle do seu desejo e se afasta abruptamente.- Não posso fazer isso.Jéssyca fica em silêncio, observando-o lutar internamente pelo que mais deseja. Ela tenta entender o que está se passando na mente dele.- Ruan...- Não posso.- É por causa da sua namorada?- Namorada? Que namorada? - ele responde, incrédulo.- A mulher que vi com você na praça. Pensei que talvez fosse por causa dela que você demorou tanto para voltar para casa.Ruan esclarece com firmeza:- Você está enganada, estou sozinho. Mas aqui temos outro problema. Primeiro, preciso manter distância de você, é como se fosse uma feiticeira. É difícil resistir... Este bebê que você está esperando é meu
Capítulo 12Ruan atravessa o casarão com Jéssyca em seu colo, parece que o mundo ao redor desaparece. Eles estão sozinhos em sua própria realidade, sem notar ninguém ao seu redor.Ele a leva para o quarto, e apesar de já terem se entregado um ao outro, sente que não foi o suficiente. No seu quarto, quer amá-la novamente, pois seu corpo ainda arde de desejo, e ele anseia pela satisfação que só Jéssyca pode proporcionar. Ela é a mulher que escolheu para ser sua para sempre.Sem perder tempo, ele sobe as escadas rapidamente, subindo dois degraus de cada vez. Ao chegar ao quarto, ele empurra a porta com o ombro e a fecha com a ponta de sua bota.Com delicadeza, ele coloca o corpo dela na ampla cama de madeira maciça, uma obra-prima feita à mão pelo melhor marceneiro da cidade.Jéssyca observa todos os detalhes da cama enquanto Ruan se dirige à porta para trancá-la passando a chave. Tirando o chapéu e a observando com um olhar divertido.— Uau! Qualquer um diria que essa é a cama do incrív
Capítulo 13No quarto, abraçados após se entregarem ao amor novamente, Ruan compartilha seus sentimentos com um sorriso:- Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, e ainda vai me dar um bebê. Eu te amo profundamente, não quis mais ninguém além de você, mesmo quando achava que era apenas um sonho. Cheguei a contratar um detetive particular para te encontrar.Ele desliza os dedos pela barriga dela, transbordando felicidade pela paternidade iminente.Jéssyca responde com carinho:- Eu também te amo intensamente. Não conseguia pensar em mais nada além de você.Eles selam sua união com um beijo apaixonado antes de continuarem a conversa.- Eu adoraria passar o dia e a noite aqui com você, mas acredito que todos estão curiosos. Depois quero ouvir sobre esse detetive, se ele fez um bom trabalho - ela finaliza a frase com um sorriso.- É verdade. Vou explicar tudo para o meu filho, acabar com esse mal-entendido de uma vez por todas e... - Ruan segura a mão dela e a leva até seus
Capítulo 14Nikolas escuta atentamente, absorvendo as palavras do pai. Hoje, admira Ruan mais do que nunca, percebendo que poderia ter magoado o filho ao se afastar da mulher que amava, sem saber a verdade.- Obrigado, pai - Nikolas diz com gratidão.Ruan franze a testa, um pouco confuso.- Por que?- Por ser o meu pai - Nikolas responde com um sorriso sincero.Eles se abraçam carinhosamente, e Ruan passa a mão nas costas do filho, beijando sua testa.- Nunca deixarei de te amar, isso é impossível. Você é um pedacinho de mim. Foi difícil resistir, mas se ela não tivesse dito a tempo, teria vindo conversar com você.- Só para o senhor ficar tranquilo, pai. Nunca nos vimos de outro jeito que não fosse como amigos. Tentei olhar para ela como mulher, mas não consegui; nossa amizade é mais forte.- Obrigado por ajudá-la quando ela mais precisou. Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse ajudado.- Ela gosta de ser independente, pai. Mas se eu não tivesse ajudado, ela tem um tio
Capítulo 15Aurélio acredita que Ruan está exagerando, não acredita que a garota o ame, é impossível. Isso não entra em sua cabeça. Balançando a cabeça de forma negativa continua calado.— Abra um pouco a mente, meu amigo. Não a feche só porque ela é jovem. Se ela tivesse quarenta anos, ficaria com ela? Teria aceitado o beijo?— Teria...— Então está resolvido. Agora que ela deu o primeiro passo e você recuou, é sua vez. Com certeza ela não vai chegar mais perto de você com receio de ser rejeitada novamente.Aurélio volta a ficar calado, ainda tem muito no que pensar.Ruan olha para o relógio e se levanta chamando o amigo para voltarem.— Vamos voltar para almoçar. E você, pense melhor e amanhã agarre a Cleide.— Como? — disse olhando surpreso para Ruan.— Como você quiser e ela aceitar — diz com um sorriso sugestivo.Aurélio suspirou indo até os cavalos, Ruan não está errado, teria pressionado o traseiro dela na mesa se não fosse tão jovem. Sobe no Ventania e segue o caminho de volta
Capítulo 16Terminaram o restante do percurso em silêncio. Ela observou cada detalhe do local. Sempre gostou da natureza, mas parece que está gostando mais do que achou ser possível.Momentos depois, ouviu o barulho da água no meio da mata, e assim que a mata se abriu, avistou um riacho muito raso e de água tão límpida que dava para ver o fundo claramente.- Ah, Ruan, aqui é lindo. Eu não vejo peixes.- É só se aproximar e verá vários pequenos. Como são muito pequenos, eu costumo pescar bagres no riacho durante a noite com Aurélio e os demais - disse descendo do cavalo com ela.- Esse peixe é gostoso?- Uma delícia, não tem espinhas. Só no meio e nas laterais, o restante é cem por cento aproveitável.- Vou querer experimentar.- Hoje é sexta-feira. Os peões vão pescar esta noite, e amanhã pedirei para o Aurélio fazer. Geralmente ele está de folga com a Cleide no fim de semana, mas como preciso fazer uma colheita de urgência, amanhã teremos hora extra.- Não é muito puxado para eles?-
Capítulo 17Pela manhã, Cleide senta em frente ao volante, segurando-o com tanta força que os nós de seus dedos ficam brancos. Ela olha para a estrada à sua frente, perdida em pensamentos sobre se terá coragem de adentrar a fazenda. Só de pensar em ver Aurélio novamente, após o que aconteceu, sente seu coração acelerar. Não sabe o que é pior, a vergonha de ter sido rejeitada na última vez que o viu ou o medo de enfrentá-lo.A brisa da manhã entra pela janela do carro, acariciando seu rosto e trazendo um pouco de alívio. Cleide fecha os olhos por um momento e tenta controlar a ansiedade que a invade. Ela sabe que precisa enfrentar seus problemas de frente e não pode continuar evitando a fazenda, especialmente porque ainda trabalha lá como cozinheira e muitas vezes ao lado dele.Respirando fundo, Cleide liga o carro e começa a dirigir adentrando à fazenda. Enquanto se aproxima, as memórias dos últimos acontecimentos voltam a atormentá-la. Ela lembra do beijo impulsivo que deu em Aurélio
Capítulo 18O caminhão de mudança finalmente chegou à fazenda. Nikolas e seu pai passaram toda a manhã descarregando caixas e organizando os pertences em seus lugares apropriados.- Os pertences de Jéssyca vão para o meu quarto - ordenou o pai de Nikolas.- Certo - Nikolas concordou, pegando uma das caixas e seguindo seu pai até o quarto.Enquanto isso, Jéssyca e Robson aproveitaram para explorar os arredores do casarão. Em um canto da horta, Jéssyca avistou um homem imenso, trabalhando diligentemente na colheita. Quando o homem se virou, ela reconheceu imediatamente Aurélio, o habilidoso cozinheiro. Jéssyca decidiu se aproximar e cumprimentá-lo.- Bom dia, Aurélio - saudou ela, olhando admirada para a extensão da horta. - Esta horta é realmente enorme.Aurélio sorriu, apreciando o interesse dela.- Na verdade, para mim, está pequena. Precisamos de mais variedade de temperos frescos aqui. Vou falar com Ruan para ver como podemos expandi-la. Sinto falta de algumas ervas e especiarias.