Capítulo 14Nikolas escuta atentamente, absorvendo as palavras do pai. Hoje, admira Ruan mais do que nunca, percebendo que poderia ter magoado o filho ao se afastar da mulher que amava, sem saber a verdade.- Obrigado, pai - Nikolas diz com gratidão.Ruan franze a testa, um pouco confuso.- Por que?- Por ser o meu pai - Nikolas responde com um sorriso sincero.Eles se abraçam carinhosamente, e Ruan passa a mão nas costas do filho, beijando sua testa.- Nunca deixarei de te amar, isso é impossível. Você é um pedacinho de mim. Foi difícil resistir, mas se ela não tivesse dito a tempo, teria vindo conversar com você.- Só para o senhor ficar tranquilo, pai. Nunca nos vimos de outro jeito que não fosse como amigos. Tentei olhar para ela como mulher, mas não consegui; nossa amizade é mais forte.- Obrigado por ajudá-la quando ela mais precisou. Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse ajudado.- Ela gosta de ser independente, pai. Mas se eu não tivesse ajudado, ela tem um tio
Capítulo 15Aurélio acredita que Ruan está exagerando, não acredita que a garota o ame, é impossível. Isso não entra em sua cabeça. Balançando a cabeça de forma negativa continua calado.— Abra um pouco a mente, meu amigo. Não a feche só porque ela é jovem. Se ela tivesse quarenta anos, ficaria com ela? Teria aceitado o beijo?— Teria...— Então está resolvido. Agora que ela deu o primeiro passo e você recuou, é sua vez. Com certeza ela não vai chegar mais perto de você com receio de ser rejeitada novamente.Aurélio volta a ficar calado, ainda tem muito no que pensar.Ruan olha para o relógio e se levanta chamando o amigo para voltarem.— Vamos voltar para almoçar. E você, pense melhor e amanhã agarre a Cleide.— Como? — disse olhando surpreso para Ruan.— Como você quiser e ela aceitar — diz com um sorriso sugestivo.Aurélio suspirou indo até os cavalos, Ruan não está errado, teria pressionado o traseiro dela na mesa se não fosse tão jovem. Sobe no Ventania e segue o caminho de volta
Capítulo 16Terminaram o restante do percurso em silêncio. Ela observou cada detalhe do local. Sempre gostou da natureza, mas parece que está gostando mais do que achou ser possível.Momentos depois, ouviu o barulho da água no meio da mata, e assim que a mata se abriu, avistou um riacho muito raso e de água tão límpida que dava para ver o fundo claramente.- Ah, Ruan, aqui é lindo. Eu não vejo peixes.- É só se aproximar e verá vários pequenos. Como são muito pequenos, eu costumo pescar bagres no riacho durante a noite com Aurélio e os demais - disse descendo do cavalo com ela.- Esse peixe é gostoso?- Uma delícia, não tem espinhas. Só no meio e nas laterais, o restante é cem por cento aproveitável.- Vou querer experimentar.- Hoje é sexta-feira. Os peões vão pescar esta noite, e amanhã pedirei para o Aurélio fazer. Geralmente ele está de folga com a Cleide no fim de semana, mas como preciso fazer uma colheita de urgência, amanhã teremos hora extra.- Não é muito puxado para eles?-
Capítulo 17Pela manhã, Cleide senta em frente ao volante, segurando-o com tanta força que os nós de seus dedos ficam brancos. Ela olha para a estrada à sua frente, perdida em pensamentos sobre se terá coragem de adentrar a fazenda. Só de pensar em ver Aurélio novamente, após o que aconteceu, sente seu coração acelerar. Não sabe o que é pior, a vergonha de ter sido rejeitada na última vez que o viu ou o medo de enfrentá-lo.A brisa da manhã entra pela janela do carro, acariciando seu rosto e trazendo um pouco de alívio. Cleide fecha os olhos por um momento e tenta controlar a ansiedade que a invade. Ela sabe que precisa enfrentar seus problemas de frente e não pode continuar evitando a fazenda, especialmente porque ainda trabalha lá como cozinheira e muitas vezes ao lado dele.Respirando fundo, Cleide liga o carro e começa a dirigir adentrando à fazenda. Enquanto se aproxima, as memórias dos últimos acontecimentos voltam a atormentá-la. Ela lembra do beijo impulsivo que deu em Aurélio
Capítulo 18O caminhão de mudança finalmente chegou à fazenda. Nikolas e seu pai passaram toda a manhã descarregando caixas e organizando os pertences em seus lugares apropriados.- Os pertences de Jéssyca vão para o meu quarto - ordenou o pai de Nikolas.- Certo - Nikolas concordou, pegando uma das caixas e seguindo seu pai até o quarto.Enquanto isso, Jéssyca e Robson aproveitaram para explorar os arredores do casarão. Em um canto da horta, Jéssyca avistou um homem imenso, trabalhando diligentemente na colheita. Quando o homem se virou, ela reconheceu imediatamente Aurélio, o habilidoso cozinheiro. Jéssyca decidiu se aproximar e cumprimentá-lo.- Bom dia, Aurélio - saudou ela, olhando admirada para a extensão da horta. - Esta horta é realmente enorme.Aurélio sorriu, apreciando o interesse dela.- Na verdade, para mim, está pequena. Precisamos de mais variedade de temperos frescos aqui. Vou falar com Ruan para ver como podemos expandi-la. Sinto falta de algumas ervas e especiarias.
Capítulo 19Jéssyca estava visivelmente chateada com o que aconteceu com Cleide. Observando seu noivo, Ruan, e o filho, conversando, ela decidiu expressar sua preocupação.- Amor, gostaria de ver a Cleide - disse, com um olhar ansioso.Ruan olhou para o relógio antes de responder, considerando a situação.- Vou ver se Aurélio já voltou, e vamos até ela.Ele pediu licença ao filho, que voltou a mexer no notebook, e se levantou, indo rapidamente em direção à área gourmet onde Aurélio estava ocupado.***Enquanto isso, Aurélio tentava manter a concentração nas panelas, mas sua preocupação estava com Cleide. O médico alertou sobre a possibilidade de febre, e essa era sua principal preocupação no momento. Enquanto pensava nisso e tentava finalizar os caldos que seriam servidos em duas horas, Ruan entrou na área gourmet.- Aurélio, que bom que chegou. Como está Cleide? Jéssyca gostaria de vê-la.Aurélio suspirou, demonstrando sua inquietação.- Seria ótimo se ela pudesse ir, estou preocupad
Capítulo 20Horas depois, o casarão permanecia silencioso, à exceção dos sussurros suaves do vento balançando as árvores lá fora. Era uma noite perfeita.No quarto, Ruan e Jéssyca estavam deitados lado a lado, olhando um para o outro com brilho nos olhos. As velas acesas na mesinha de cabeceira lançavam uma luz suave, criando um clima romântico e aconchegante.- Hoje foi um dia cheio, não é? - Jéssyca murmurou, seus dedos traçando círculos suaves no peito de Ruan.Ele assentiu, um sorriso terno brincando em seus lábios.- O importante é que está tudo resolvido, e Cleide está bem e com o Aurélio.- Achei tão lindo eles juntos. Olhando para eles, dá a impressão de que foram feitos um para o outro.- Verdade, também senti o mesmo. Cleide é completamente apaixonada por ele. Tenho certeza de que esse relacionamento dará certo. Segunda-feira vou me permitir uma folga e vamos comprar nosso anel de noivado.- Também preciso ir à cidade marcar o pré-natal e descobrir o sexo do bebê no próximo
Capítulo 21O almoço na área gourmet do casarão foi delicioso e animado. Jéssyca, Ruan, Aurélio, Cleide, Nikolas e Robson compartilharam histórias e risadas enquanto saboreavam a comida preparada por Aurélio.Após a refeição, quando as sobremesas foram servidas e apreciadas, Ruan fez um anúncio.- Aurélio, estava tudo delicioso como sempre. Mas agora vamos aproveitar para fazer algo - disse Ruan.Depois do almoço, Ruan e Jéssyca decidiram fazer uma visita ao tio de Jéssyca, que morava do outro lado da cidade. Eles queriam compartilhar a boa notícia do noivado com ele e passar um tempo juntos.Ao chegarem à casa do tio, foram recebidos calorosamente. Ele ficou emocionado ao saber do noivado e abençoou o casal com palavras calorosas. Ruan e Jéssyca passaram as próximas horas conversando, contando como se conheceram.O tio de Jéssyca ficou triste por ela ter passado por tantas privações, mas estava feliz pelo relacionamento com Ruan, um vaqueiro muito bem visto na cidade.Mais tarde, apó