Quando entrei na mansão, o cansaço do dia estava estampado em cada músculo do meu corpo. O salto alto castigava meus pés, e tudo o que eu queria era silêncio e um momento sozinha. Mas, ao passar pelo corredor, ouvi vozes vindas da sala de jantar.Franzi o cenho. Àquela hora, quem estaria aqui?Segui o som até a sala de jantar e parei na porta. A cena à minha frente fez meu sangue gelar. Elisa estava sentada à mesa, jantando calmamente ao lado de uma mulher mais velha, que eu nunca tinha visto antes. Ambas riam de algo, parecendo completamente à vontade, como se esta fosse a casa delas.Passei os olhos pela mesa, cheia de pratos e talheres organizados, como se tivessem tido a audácia de usar a cozinha como bem entendessem.– O que é isso? – perguntei, minha voz firme ecoando pelo espaço.Elisa ergueu os olhos para mim, sua expressão imediatamente se transformando em um misto de surpresa e constrangimento forçado. A mulher ao lado dela apenas me olhou, avaliando-me com calma.– Boa noi
Saí da sala de Aleksei em direção ao meu quarto. Subi as escadas rapidamente, cada passo ecoando pelo corredor vazio, como se anunciasse a tempestade dentro de mim. Ao entrar, bati a porta com força, o som reverberando nas paredes, meus pensamentos cada mais me sufocando. A raiva queimava em minhas veias, misturada ao cansaço esmagador que se acumulava há dias. Não era como se eu não soubesse que isso iria acontecer. Desde o início, eu sabia que Aleksei descobriria. Ele sempre descobre. Mas, em minha teimosia, preferi ignorar os sinais. Mas eu já me importo tanto com isso, o que me deixa exausta é ter que lidar com a mulher que invadiu a minha casa e está me sufocando cada vez mais.As reviravoltas recentes da minha vida me lançaram em um turbilhão exaustivo onde me perco cada vez mais sem saber como para de pensar tudo. Sinto como se estivesse correndo em círculos, sem saída, sem fôlego, cada vez mais me sufocando. Minhas mãos tremem enquanto me forço a respirar fundo. Tento manter o
A tarde estava tensa, e por incrível que pareça, eu estava insegura ao mesmo tempo em que estou nervosa se conseguiremos o apoio dos investidores. Meu psicológico, embora em frangalhos, precisava se manter firme. Tivemos que enfrentar muitas dificuldades para chegar onde a empresa está para deixar que tudo fracassa-se.O barulho dos papéis sendo organizados, as vozes cruzando ideias e a tensão nos semblantes dos funcionários preenchiam o ambiente. Mesmo assim, eu tinha que me concentrar no agora. Respirei fundo, ajustando minha postura.— Por favor, peço a atenção de vocês. — Anunciei.Todos no escritório pararam e se viraram para mim. Era a minha hora de manter a equipe motivada.— Eu quero dizer que estou muito feliz por nós. Temos a possibilidade de tornar a nossa marca uma marca internacional. Isso não é apenas um sonho; é o resultado do trabalho árduo de cada um aqui. Obrigada por estarem ao meu lado, trabalhando incansavelmente para que isso aconteça. Somos novos no mercado, mas
Meus pensamentos estavam a mil enquanto eu dirigia em direção à mansão. Até que uma ideia maluca me surgiu na mente. Sem escolha, me vi dirigindo para outro lado da cidade. Um lado mais obscuro. Apesar de eu ser a mulher do chefe da máfia, nosso casamento é apenas para cumprir com as formalidades. Como podem entregar tanto poder nas mãos de um homem que não tem uma vida estável? Que não tem uma mulher, uma família?E sem que um homem seja casado, ele não pode ser Dom, mesmo sendo herdeiro ou forte em poder militar. Apesar disso, há exceções. Mas, ainda assim, quando um Dom não é casado, sua lealdade é questionada. E essa é uma das leis mais importantes. Esses caras não se importam com leis, mas, quando se trata das leis da máfia, não existem exceções. Isso não significa que eles não as violem, mas o fazem de forma discreta.A noite estava fria, e eu só queria chegar logo. O bar era longe, mas não parecia demorar, pelo fato de eu estar imersa em pensamentos. Cheguei ao meu destino e d
Acordei com minha cabeça doendo, parecendo que ia explodir. A noite de ontem tinha sido intensa, mas, por incrível que pareça, me fez sentir viva novamente. Apesar dos problemas que me assolam, eu pude sorrir, dançar e esquecer, mesmo que por algumas horas, tudo que me pesa. Me mexi na cama e senti um outro corpo ao meu lado. Quando olhei para o lado, percebi que era Mia. Ela ainda dormia profundamente, com a respiração tranquila. Levantei-me sem fazer barulho, fui para o banho e deixei a água quente correr pelo meu corpo. Era como se tentasse lavar o cansaço e a confusão que ainda pairavam sobre mim. Tomei meu tempo no banho, vesti-me e, com um último olhar para Mia, saí de casa, deixando-a sozinha. Cheguei no escritório já sentindo a cabeça pesar de novo. Pedi um café bem forte para tentar despertar. Logo teríamos uma reunião com os investidores, e isso significava encarar Damon. Ele sempre conseguia mexer comigo, mas hoje eu não estava com disposição para isso. Passei a manhã
Saí do bar decepcionada e chateada por não ter encontrado o homem que pedi para entregar a mensagem aos meus pais. Peguei o meu carro e dirigi até o restaurante mais próximo. Fiz o pedido e permaneci ali, encarando o vazio no fundo do copo enquanto o tempo passava. O movimento do restaurante foi diminuindo gradualmente, e quando percebi, a noite já havia caído. Esperei até que o relógio marcasse 21h e então saí, novamente dirigindo em direção ao bar.Para a minha sorte, o barman confirmou que ele já estava lá. Um misto de alívio e ansiedade tomou conta de mim enquanto eu caminhava até onde ele estava sentado. Assim que me viu, ele se moveu para uma mesa vazia, como se quisesse evitar qualquer atenção. Mesmo assim, segui até lá com passos firmes. Quando parei diante dele, ele se levantou, ajustando a jaqueta e estendendo a mão de forma educada.— É um prazer vê-la, chefia.— Oi! Você conseguiu entregar a carta aos meus pais? — perguntei, tentando disfarçar o nervosismo.— Sim, eu entre
Ainda era madrugada e o sol ainda não havia nascido, o quarto permanecia envolto em completa escuridão. Aleksei acordou lentamente, colocou um dos seus braços em sua testa, virando-se para encarar o teto. Seu olhar era frio, sem qualquer sinal de sentimento, enquanto as memórias da noite passada preenchiam sua mente. O cheiro de uma mistura de perfume e suor chegavam em suas narinas, enquanto memórias da noite anterior se faziam presente. Ele virou seu olhar a mulher que estava dormindo tranquilamente ao seu lado. Os cabelos pretos espalhados pelo travesseiro pertenciam a Natasha. Nesse momento, ele teve a certeza que não era Elisa mas sim Natasha.Ele ficou parado por alguns segundos, observando a mulher adormecida ao seu lado. Para ele, ela não representava nada. Sem demonstrar emoção, Aleksei saiu da cama, caminhando pelo quarto sem nenhuma peça de roupa. Seus passos no chão de mármore eram calmos, mas firmes, produzindo um som suave no ambiente silencioso. Entrou no banheiro e lig
DOIS DIAS ANTES: POV ELISA Estou parada a horas olhando para a coisa mais preciosa que eu tenho. Enquanto faço promessas de como será a nossa vida em um futuro breve, eu lhe prometo uma casa, uma vida, uma família, eu lhe prometo tudo o que e nunca tive e até mais. Por culpa deles eu não pude lhe ter, eu não pude lhe ter em meus braços, eu não pude estar com você sempre, eu mal pude te ver crescer. Mas eu juro que eles pagaram por isso e por tudo que fizeram a gente passar. _ Elisa!!! Que bom que você veio, já fazia muito tempo que eu não te vi-a por aqui._ diz a madre superior se aproximando mais de mim. Eu permaneço em silêncio em quanto olho para o meu preciso. _ Eu acho que ele iria gostar muito de vê-la, mesmo que você não diga a ele quem é você. _ Não, ainda não! _ Ele tem o direito de saber. _ Ela diz, enquanto eu apenas permaneço em silêncio olhando para ele._ Mas, bem, como você está, minha filha? Enxugo uma lágrima que rolava pelo meu rosto e me viro para o